sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A MEDIUNIDADE DE CHICO XAVIER É ESTUDADA POR UNIVERSIDADE





Fonte da imagem: http://www.alemdaciencia.com/o-codigo-secreto-de-chico-xavier-o-alem-continua-mudo/

O artigo abaixo foi publicado no jornal Correio Fraterno - edição 458 - julho/agosto 2014. Vejamos:

“USP aponta novos rumos para a ciência através da mediunidade

Uma pesquisa pioneira, concluída recentemente na Universidade de São Paulo, investigou em um estudo multidisciplinar através de pós-doutorado a mediunidade de Chico Xavier.
Alexandre Caroli Rocha, especialista em análise textual e Denise Paraná, especialista em elaboração de biografias pelo método de história oral, realizaram estudo sobre o tema em âmbito multidisciplinar e as portas do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP se abriram para a realidade empírica das capacidades mediúnicas, demonstrando a necessidade de um novo entendimento sobre a relação mente – cérebro através de teorias não-reducionistas.Sob a supervisão do professor dr. Francisco Lotufo Neto e do professor dr. Alexander Moreira-Almeida, da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, o estudo obteve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP. Foram dois anos de pesquisa que resultou em uma série de estudos, cuja divulgação o Correio Fraterno antecipa com exclusividade.
O primeiro artigo acaba de ser publicado pela revista científica internacional Explore, com o título "Investigating the Fit and Accuracy of Alleged Mediumistic Writing: A Case Study of Chico Xavier's Letters" ("Investigando a adequação e a acuidade da alegada escrita mediúnica: um estudo de caso das cartas de Chico Xavier", em tradução livre). Também assina este artigo a doutora Elizabeth Schmitt Freire, da Universidade de Abedeen, na Escócia, pesquisadora que somou esforços com a equipe.
O objetivo do pós-doutorado foi verificar, usando métodos acadêmicos, se na produção das cartas psicografadas de Chico Xavier havia indícios de obtenção 'anômala' de informações, ou seja, se Chico poderia ter acesso àquelas informações que escrevia em suas cartas psicografadas. "Investigamos se aqueles dados objetivos que tantas vezes traziam consolo aos familiares em luto eram verdadeiramente inacessíveis ao médium por vias comuns, ou seja, como por leituras, conversas etc. Além disso, fizemos um amplo levantamento bibliográfico sobre a relação mente – cérebro e a prática da mediunidade", explica Denise Paraná.
Para atingir esse objetivo, os pesquisadores tiveram um longo trabalho. "Era preciso verificar se a eventual fragilidade emocional dos parentes que procuravam consolo nas cartas de Chico os levava à crença de que o falecido era o autor das cartas, ou se havia nas cartas, de fato, registros dos falecidos", explicam os pesquisadores. Por isso, eles investigaram detidamente a veracidade das informações presentes nas cartas, fizeram longas e detalhadas entrevistas e buscaram documentos relativos aos casos estudados em arquivos particulares, acervos de jornais, cartórios etc.
Também compararam nas cartas psicografadas o estilo linguístico, as descrições físicas e de personalidade do autor espiritual (desencarnado) com seus traços quando ainda 'vivo'. Também foi analisado o conjunto de cartas produzidas por Chico Xavier para entender suas principais características, verificando-se o que havia de genérico e subjetivo nas psicografias, "tudo o aquilo que poderíamos aplicar a qualquer situação de morte, mas também aquilo que existia de particular a quem o texto foi atribuído".
Por fim, sistematizaram os dados, analisaram as informações coletadas e produziram artigos. No primeiro deles, já citado, descobriram que dos 99 itens de informações verificáveis, identificados em um conjunto de 13 cartas psicografadas, 98% tinham adequação clara e precisa e não havia nenhum item não adequado. Segundo os pesquisadores, concluiu-se que explicações comuns para tal acuidade de informação, como fraude, acaso, vazamento de informação e leitura fria seriam possibilidades apenas remotamente plausíveis.
Mesmo para os espíritas, que têm convicção na imortalidade da alma, os resultados da pesquisa são surpreendentes. "Sabemos que médiuns são humanos e, portanto, passíveis de erros". O próprio Chico costumava se lembrar disso e gostava de checar com os seus consulentes alguns dados das cartas particulares que psicografava. Entretanto, pesquisas como estas, que nos trazem evidências da sua fantástica capacidade mediúnica são muito bem-vindas. Somadas a outras pesquisas, elas ajudam a ampliar os horizontes da ciência em busca de novos modelos de entendimento da consciência humana e de nosso papel no universo", concluem.
A questão da mediunidade é fato para os espíritas e esse trabalho é uma das formas de sensibilizar a academia para isso, principalmente a comunidade internacional, que ainda desconhece quem foi Chico Xavier.”

ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO

http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/71-acontece/1580-usp-aponta-novos-rumos-para-a-ciencia-atraves-da-mediunidade

domingo, 17 de agosto de 2014

MÉTODO UTILIZADO POR ALLAN KARDEC É INVESTIGADO POR UNIVERSIDADE




Fonte da imagem: http://slideplayer.com.br/slide/46222/


O artigo abaixo foi publicado no site do jornal Correio Fraterno - edição 456 - março/abril 2014

“Universidade investiga o método de Kardec

Por Eliana Haddad

Uma defesa de mestrado realizada em 25 de fevereiro pelo historiador Marcelo Gulão Pimentel levou para o Programa de Pós-Graduação em Saúde Brasileira da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, um tema de interesse para espíritas e não espíritas, ao apresentar na academia o método utilizado por Allan Kardec para a investigação dos fenômenos mediúnicos.
A questão é de suma importância, porque toca em um dos pontos mais debatidos pelos céticos e pelos cientistas materialistas que não consideram o espiritismo ciência, muitas vezes pela falta de estudo e entendimento do método que Kardec buscou desenvolver para obter informações úteis e confiáveis sobre a dimensão espiritual do universo.
A tese teve orientação do professor dr. Alexander Moreira-Almeida e coorientação do professor dr. Klaus Chaves Alberto, respectivamente, coordenador geral e coordenador da área de ciências humanas do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde, que funciona na mesma universidade desde 2006. Participaram da banca examinadora o professor dr. Silvio Seno Chibeni, da Universidade Estadual de Campinas, e o professor dr. Gustavo Arja Castañon, da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Marcelo Pimentel concentrou sua pesquisa na leitura e análise de toda obra publicada por Kardec: seus livros e os doze volumes da Revue Spirite: Journal d'Études Psychologiques. Foram também obtidos e analisados documentos originais inéditos de Kardec, em viagem de pesquisa por um mês na França com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais.

Como você analisa a importância de Kardec como pesquisador?

Allan Kardec foi importante, porque desenvolveu pesquisas pioneiras sobre os fenômenos mediúnicos. Ele propôs uma abordagem abrangente das manifestações mediúnicas que ocorriam na metade do século 19. Kardec buscou analisar as principais teorias a respeito do tema e concluiu que a hipótese da existência dos espíritos era aquela que melhor explicava o conjunto dos fenômenos observados.

Em que o método de Kardec se diferencia?

Kardec foi além dos demais pesquisadores, utilizando os médiuns como modo de acesso direto a dados empíricos a respeito do mundo espiritual. Para ele, o mundo relatado pelos espíritos não era metafísico, e sim uma parte do mundo natural ainda pouco explorado. Em diversas passagens da obra de Kardec podemos vê-lo comparando o mundo espiritual com o mundo microscópio. Algumas vezes ele fazia a analogia do médium como um microscópio do mundo espiritual. Kardec também se diferenciava pela busca ativa por informações a respeito dos princípios que integraram o espiritismo. Ele procurava ampliar sua base de dados empíricos utilizando diversos médiuns, muitas vezes desconhecidos uns dos outros. Enfatizava a descrição e a interpretação do conteúdo das mensagens obtidas durante o transe mediúnico, comparando semelhanças e diferenças entre elas em busca de informações úteis que pudessem integrar sua teoria. Kardec dava uma grande ênfase na análise do conteúdo das informações, sendo menos relevante a autoria das mensagens. No decorrer de sua pesquisa, contou com um número cada vez maior de correspondentes que foi de grande importância para a multiplicação dos relatos mediúnicos com os quais ele criou, desenvolveu e reformulou os seus princípios acerca do mundo espiritual. A Revista Espírita foi um espaço destacado de debates com os seus correspondentes, contribuindo para o amadurecimento das ideias a respeito do espiritismo. Pesquisador ativo, Kardec também se utilizava de casos históricos acerca dos fenômenos mediúnicos e também de pesquisas de campo, visitando médiuns e locais onde as manifestações espirituais se davam. Do conjunto de informações obtidas, ele desenvolveu a teoria espírita.

Quais as contribuições que uma melhor compreensão da metodologia do espiritismo pode trazer à ciência?

Pode contribuir para o debate acadêmico acerca dos fenômenos anômalos que envolvem experiências conhecidas como espirituais, psíquicas ou mediúnicas. Investigações históricas não só do método de Allan Kardec, mas também de outros pesquisadores que conduziram pesquisas sobre o tema poderiam retomar teorias e metodologias fomentadoras de novas abordagens empíricas, bem como tornar mais bem conhecida uma longa tradição de investigações no campo da mediunidade. No nosso grupo temos um doutorando, Alexandre Sech Júnior, que está investigando outro pioneiro, William James.
Há um crescente interesse no meio acadêmico sobre as relações entre espiritualidade e ciência. Por quê?
Cada vez mais tem surgido em diversas partes do mundo estudos sobre os impactos positivos da espiritualidade na saúde do ser humano e as suas implicações em diversos ramos da sociedade.

Em sua dissertação, você defende o caráter progressivo da pesquisa de Kardec. Por que isso aconteceu?

Kardec via o espiritismo como uma ciência, portanto passível de ser aprimorada e modificada. Em um primeiro momento, contava com um número restrito de médiuns (cerca de dez), contudo, à medida que esse número foi ampliado, devido à repercussão de sua obra em diversas regiões do mundo, ele passou a recolher uma base maior de dados, o que permitiu o aprofundamento de aspectos de sua teoria. É o que se pode perceber com a leitura do 'Ensaio teórico das sensações dos espíritos', publicado na segunda edição de O livro dos espíritos.
O ensaio é resultado de uma pesquisa que pode ser acompanhada desde a primeira edição de O livro dos espíritos, passando pelas edições da Revista Espírita de 1858 até o mês de dezembro, quando Kardec publica o artigo 'Sensações dos espíritos' em que apresenta suas primeiras conclusões sobre o tema. Este artigo ainda recebe algumas modificações baseadas na análise das informações dadas pelos médiuns entre 1859 e 1860 até a sua publicação na segunda edição de O livro dos espíritos, em 1860.

Você acredita ser necessário retomar os estudos sobre os aspectos históricos e filosóficos das pesquisas científicas sobre as relações entre espiritualidade e saúde?

Sim. Os estudos atuais nesse campo têm tido uma grande repercussão no meio acadêmico e na sociedade em geral. Contudo, pouco se sabe sobre a história dessas pesquisas. Estudos que busquem investigar suas tradições podem fortalecer essa área academicamente e fomentar novos trabalhos.

E na área da metodologia científica? Isso poderia provocar uma revisão de teorias?

Como historiador, é difícil medir o impacto desse estudo na área de metodologia científica. Em seus aspectos históricos, acredito que sim. Apesar da repercussão que o espiritismo teve entre pesquisadores renomados da Europa na segunda metade do século 19, e na história da saúde mental no Brasil, o método de Allan Kardec é pouco conhecido. Acredito que com mais discussões e estudos acadêmicos sobre Kardec e seu método de investigação a academia possa inseri-lo como um dos pioneiros das pesquisas psíquicas, em especial, da mediunidade. O espiritismo não foi suficientemente explorado em seu aspecto metodológico de investigação. Além disso, Kardec não buscou apresentar seus estudos sobre espiritismo no ambiente acadêmico.

Por que Kardec afirmava que o espiritismo não poderia ser enquadrado no mesmo ramo das ciências tradicionais, como a química e a física, mas sim como uma nova ciência?

Kardec oferece diferentes definições do espiritismo enquanto ciência ao longo de sua obra. Uma das mais citadas está na obra O que é o espiritismo? em que ele definiu o espiritismo como "uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal". Nos parece que a principal razão para ele não enquadrar o espiritismo entre as ciências tradicionais diz respeito à delimitação de seu objeto de estudo. Enquanto a física e a química têm como base a investigação da matéria, o espiritismo investiga o ser pensante, o espírito. Além disso, para Kardec, o método quantitativo e os experimentos laboratoriais praticados por essas modalidades científicas não seriam adequadas para a investigação dos fenômenos inteligentes gerados pelo espírito.

O espiritismo continua um 'grande desconhecido', como já observara J. Herculano Pires?

Acredito que falta uma leitura mais criteriosa e aprofundada da obra de Allan Kardec, notadamente em seu aspecto metodológico. Principalmente o conhecimento que pode ser obtido a partir da leitura da Revista Espírita.

Você defendeu que a análise do conteúdo da Revista Espírita pode revelar importantes aspectos da construção teórica e metodológica do espiritismo. Pode dar um exemplo?

Um bom exemplo é o da evolução do entendimento sobre a possessão. No começo, Kardec nega a possibilidade da possessão, como está expresso em O livro dos médiuns (1861). Contudo, no livro A gênese de 1868 ele admitiu a existência da possessão para alguns casos de obsessão. O processo de convencimento de Kardec só pode ser observado na Revista Espírita. Em março de 1862, ele tomou conhecimento de uma série de fenômenos mediúnicos chamados pela imprensa de 'Os possessos de Morzine'. Durante um ano, Kardec publicou uma ampla pesquisa sobre o evento, totalizando seis artigos, onde afirmava ter evocado espíritos por diferentes médiuns, promovendo entrevistas sobre o tema; promoveu estudos do tema com os membros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas; analisou casos semelhantes registrados na história; comparou com fenômenos semelhantes enviados por seus correspondentes de diferentes lugares; analisou artigos publicados pela imprensa sobre a possessão em Morzine; leu diversos relatórios oficiais e acadêmicos sobre a epidemia de possessão; observou casos de possessão em várias localidades e realizou uma viagem de campo a Morzine para avaliar os casos de possessão. Por fim, os dados analisados contribuíram para que ele, em dezembro de 1863, se convencesse da possibilidade da possessão.

O que você descobriu de novo e como esse material foi utilizado em seu trabalho?

Durante o mês que estivemos na França, tivemos a oportunidade de conversar com diversos pesquisadores acadêmicos, como Marion Aubrée, Guillaume Cuchet e Renaud Evrárd, bem como pesquisadores e estudiosos da história do espiritismo, como Charles Kempf, Jérémie Philippe e Pierre Etienne. Visitamos diversos arquivos públicos e bibliotecas francesas em busca de fontes históricas sobre a vida de Allan Kardec e sobre o espiritismo entre 1857 e 1869. Com a valiosa ajuda de Charles Kempf, visitamos os arquivos da Union Spirite Française et Francophone em Tours, na França, e conseguimos coletar diversas cartas, diplomas e outros documentos que serviram de fontes de informação para a conhecermos melhor a vida de Hippolyte Rivail, onde foi possível constatar a sua vasta erudição como professor, escritor e membro de diversas sociedades científicas. Também conseguimos acesso a algumas cartas do Kardec aparentemente nunca publicadas. Ainda estamos analisando o conteúdo dessas cartas e pretendemos apresentá-las juntamente com a sua análise em um trabalho futuro.

Qual o papel de Kardec, na vinda do Consolador Prometido, com relação à equipe do Espírito da Verdade?

Kardec foi muito mais que um compilador ou secretário dos espíritos na constituição do espiritismo. Ele foi um pesquisador ativo em busca das informações que permitiram que ele constituísse a sua obra. Kardec afirmava que o espiritismo seria o trabalho de uma dupla revelação: a divina ou espiritual, por ter sido a partir das informações dos espíritos que ele teria realizado sua obra, mas também pela revelação científica, onde o seu papel como pesquisador foi fundamental na elaboração dos princípios que compõem o espiritismo.


ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO



sexta-feira, 15 de agosto de 2014

RECENTE ESTUDO COM MÉDIUNS, ATRAVÉS DE ELETROENCEFALOGRAMA, EVIDENCIA A COMUNICAÇÃO DOS ESPÍRITOS



Fonte da imagem: http://anjodeluz.org/?paged=31

Fábio José Lourenço Bezerra

                No nosso texto anterior A Reencarnação e a Psicografia Foram Evidenciadas em Mapeamento Cerebral por Tomografia, tratamos de um estudo feito pelos cientistas Julio Peres, Alexander Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg, utilizando exames de neuroimagem, (no caso, a tomografia por emissão de pósitrons),  com médiuns enquanto  psicografavam. Transcrevemos abaixo as conclusões do estudo:

Surpreendentemente, durante a psicografia os cérebros ativaram menos as áreas relacionadas ao planejamento e à criatividade, embora tenham sido produzidos textos mais complexos do que aqueles escritos sem “interferência espiritual”. Para os cientistas, isso seria compatível com a hipótese que os médiuns defendem: a autoria das psicografias não seria deles, mas dos espíritos comunicantes (grifo nosso). Os médiuns mais experientes tiveram menor atividade cerebral durante a psicografia, quando comparada à escrita dos outros textos. Isso ocorreu apesar de a estrutura narrativa ser mais complexa nas psicografias que nos outros textos, no que diz respeito a questões gramaticais, como o uso de sujeito, verbo, predicado, capacidade de produzir texto legível, compreensível etc.”

            Os cientistas Arnaud Delorme, Julie Beischel, Dean Radin, Paul J. Mills, Leena Michel e Mark Boccuzzi também participaram de um estudo com médiuns. Dessa vez, utilizaram o Eletroencefalograma (EEG- aparelho que mede as ondas cerebrais) enquanto os médiuns recebiam comunicações dos Espíritos. Os resultados deste estudo também foram bastante interessantes. Ele foi publicado no site do jornal Frontiers em 20/11/2013, e o artigo completo, em inglês, pode ser acessado neste endereço eletrônico: http://journal.frontiersin.org/Journal/10.3389/fpsyg.2013.00834/full

            Abaixo, transcrevemos parte do artigo, traduzido para o português. Esclarecemos, de início, que o chamado método duplo-cego tem como base a condição de que, durante o experimento, o médium e a pessoa que conhece o falecido não se conhecem, nem entram em contato um com o outro de nenhuma forma. Para receber a comunicação do falecido, apenas o primeiro nome deste é fornecido ao médium. O termo “p <” significa “probabilidade menor que”.  Vejamos:

Introdução

Os indivíduos que relatam ter comunicação com pessoas falecidas são tradicionalmente chamados de médiuns. Durante uma leitura mediúnica típica, um médium transmite mensagens de pessoas falecidas para os que vivem (ou seja, assistentes). Existem dois tipos de mediunidade: intelectual e física. Na mediunidade intelectual, a comunicação com pessoas falecidas é vivida "através da visão ou audição interior, ou através dos espíritos assumindo e controlando seus corpos ou partes dos mesmos, especialmente... as partes necessárias para a fala e a escrita" (Gauld, 1982, p. 4). Durante a mediunidade física, a experiência de comunicação "prossegue através de eventos físicos paranormais nas imediações do médium" (Gauld, 1982, 4 p.), Que incluiu relatos de vozes independentes, sons de batidas em paredes ou mesas, e movimento de objetos (Fontana, 2005).

A prática da mediunidade vem desde os tempos primitivos, onde os xamãs nas primeiras comunidades forneciam orientações para a tribo através da comunicação supostamente com o mundo espiritual. A mediunidade não é geralmente bem  considerada pelas religiões judaico-cristãs e islâmicas tradicionais, embora seja referida como um verdadeiro fenômeno em textos sagrados (por exemplo, Samuel 28: 1-25, no Antigo Testamento). As sociedades modernas têm visto um aumento recente e intenso no aparecimento de médiuns na cultura popular e um aumento semelhante na prática de médiuns oferecendo seus serviços.

O estudo científico da mediunidade começou no século XIX. Livros como O Livro dos Médiuns publicado por Kardec (1861/2009) popularizou uma abordagem racional para estudar esses fenômenos. Membros das sociedades britânica e americana de Pesquisas Psíquicas, que estudaram a mediunidade no auge do espiritismo no final de 1800, incluído o psicólogo William James, o físico Oliver Lodge, e o fisiologista e ganhador do Nobel Charles Richet. William James observou que o estudo da mediunidade "clama por investigação séria" (citado em Moreira-Almeida, 2012, p. 194) porque, apesar de muitos médiuns terem sido considerados fraudulentos, alguns que foram estudados sob condições estritamente controladas parecia ter genuíno acesso à informação por meios não-comuns.

A investigação científica sobre a mediunidade também tem assistido a uma pequena ressurreição na última década. Uma pesquisa mais recente examinou a veracidade das declarações fornecidas pelos médiuns em condições de duplo e triplo-cegos (por exemplo, Roy e Robertson, 2004; O'Keefe e Wiseman, 2005; Beischel e Schwartz, 2007; Jensen e Cardeña, 2009; Kelly e Arcangel, 2011), bem como a fenomenologia "médiuns (por exemplo, rock and Beischel, 2008;.. Rocha et al, 2009), a psicologia (por exemplo, Roxburgh e Roe, 2011), neurobiologia (eg, Hageman et al, 2010) e do potencial terapêutico das leituras mediúnicas para os enlutados (Beischel et al., no prelo). Pesquisas recentes também confirmaram descobertas anteriores de que a mediunidade não está associada a experiências convencionais dissociativas, patologia, disfunção, psicose, ou imaginação exaltada (Roxburgh e Roe, 2011). De fato, uma grande porcentagem dos médiuns encontrados são indivíduos sadios e socialmente aceitos dentro de suas comunidades (Krippner, 2007; Moreira-Almeida et al, 2007.).

A maioria das pesquisas anteriores sobre este fenómeno tem-se centrado sobre se os médiuns podem realmente comunicar informações precisas em condições cegas, e se suas personalidades desviam-se significativamente a partir de normas da população. Mas pouco se sabe sobre seus processos fisiológicos e eletrocorticais. Os cientistas há muito vêm utilizando a eletroencefalografia para estudar médiuns em estados de transe (profundamente dissociado) (Prince, 1968; Mesulan, 1981; Hughes e Melville, 1990; Oohashi et al, 2002;.. Hageman et al, 2010), mas para nosso conhecimento médiuns  de efeitos intelectuais que não experimentam estados de transe não foram estudados usando essas técnicas. O presente estudo investigou a atividade electrocortical em seis médiuns do tipo intelectual profissionais para explorar duas questões de pesquisa: primeiro, as correlações entre a veracidade das declarações dos médiuns e da sua atividade elétrica do cérebro foram examinados; e em segundo lugar, as diferenças na atividade cerebral dos médiuns foram estudadas quando intencionalmente foram provocados quatro estados subjetivos: percepção, recordação, raciocínio e comunicação (como descrito abaixo).”

“Durante as práticas meditativas avançadas, percepções incomuns podem surgir, incluindo a sensação de receber informações sobre pessoas desconhecidas que estão falecidas. Tal como acontece com a meditação, este estado mental de comunicação com o falecido envolve vibração mental calmante e tornando-se receptivo aos sentimentos e sensações sutis. Dados de eletrofisiologia psicométricas do cérebro foram coletados de seis pessoas que tinham relatado anteriormente informações precisas sobre pessoas falecidas sob condições de duplo-cego. Cada participante do experimento realizou duas tarefas com os olhos fechados. Na primeira tarefa, foi fornecido ao participante apenas o primeiro nome de uma pessoa falecida e foram feitas 25 perguntas a ele. Depois de cada pergunta, o participante foi convidado a captar silenciosamente informações relevantes para a questão por 20 s e, em seguida, responder verbalmente. As respostas foram transcritas e, em seguida, a exatidão delas foi avaliada por pessoas que conheciam as pessoas falecidas. Dos quatro médiuns cuja precisão pôde ser avaliada, três tiveram resultados significativamente superiores (p < 0,03). A correlação entre a precisão e a atividade cerebral durante os 20s de comunicação mediúnica em silêncio foi significativa na teta frontal para um participante (p < 0,01). Na segunda tarefa, os participantes foram convidados a experimentar quatro estados mentais durante 1 minuto cada: (1) a pensar em uma pessoa viva conhecida, (2) a ouvir uma biografia, (3) a pensar em uma pessoa imaginária, e (4) interagir mentalmente com uma pessoa falecida conhecida. Cada estado mental foi repetido três vezes. Diferenças estatisticamente significativas para p < 0,01 após correção para comparações múltiplas em atividade electrocortical entre as quatro condições foram obtidos em todos os seis participantes, principalmente na banda gama (que pode ser devido à atividade muscular). Estas diferenças sugerem que a impressão de se comunicar com o falecido pode ser um estado mental diferente distinto do pensamento comum ou imaginação.”

“Tal como para os dados de imagem do cérebro, os nossos resultados para o médium 1 também são consistentes com a literatura anterior. Atividade em áreas frontais demonstradas com fMRI tem sido associada com estados espirituais de transe (Jevning et al, 1996;. Beauregard e Paquette, 2006). A diminuição do ritmo teta frontal mediano pode indicar a diminuição do envolvimento de trabalho dos circuitos neurais de memória (Onton et al., 2005), que por sua vez pode ser consistente com um meio de acesso a um estado mental receptivo. Nós, portanto, argumentamos que esses resultados poderiam refletir genuína transferência anômala de informações e justificaria tentativas de replicação com este médium.”

Conclusão

Para concluir, acreditamos que os resultados para o médium 1, correlacionando sua precisão nas respostas com a atividade electrocortical, qualifica-se como um achado robusto. Os resultados referentes a diferenças nas bandas de ondas gama entre os diferentes estados mentais permanece intrigante como a diferença gama observamos parece surgir, pelo menos em parte, a partir dos olhos ou atividade muscular. A caracterização da natureza exata desta diferença na banda de frequência gama, e avaliar se qualquer dessa atividade se origina a partir do cérebro, pedem pesquisas adicionais. Tomados em conjunto, os resultados do estudo sugerem que a experiência de se comunicar com o falecido pode ser um estado mental diferente que não é coerente com a atividade cerebral durante o pensamento comum ou a imaginação.”

“Os cientistas Arnaud Delorme, Julie Beischel, Dean Radin, e Paul J. Mills projetaram o estudo. Julie Beischel recrutou e treinou os médiuns participantes. Mark Boccuzzi recrutou e treinou os participantes sitter. Julie Beischel, Leena Michel, Dean Radin, e Arnaud Delorme recolheram os dados de EEG e psicométricos. Julie Beischel, Mark Boccuzzi, e Arnaud Delorme analisaram os dados psicométricos. Julie Beischel e Arnaud Delorme analisaram os dados de precisão. Arnaud Delorme analisaram ​​os dados de EEG. Arnaud Delorme e Julie Beischel escreveram o manuscrito. Dean Radin e Paul J. Mills editaram o manuscrito.”

            Como podemos verificar, através do uso da tecnologia nos estudos com médiuns, a comunicação com os Espíritos está sendo, cada vez mais, comprovada. Neste estudo, pôde-se evidenciar que, durante a comunicação, o médium não está usando sua imaginação e nem o seu raciocínio para simular, consciente ou inconscientemente, a mensagem do falecido. Apenas torna-se receptivo ao pensamento deste.

ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO:


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

LIVRO DIVULGA NOVAS PESQUISAS QUE COMPROVAM A SOBREVIVÊNCIA DA ALMA





Fábio José Lourenço Bezerra

A Dra.Elaine Cristina Vieira é fisiologista e pesquisadora PhD na área de doenças metabólicas em Barcelona, Espanha. Mado Martínez é filóloga e está concluindo pós-graduação em estudos de culturas e tradições na Universidade de Alicante, Espanha.
Ambas escreveram um artigo, que extraímos em parte, postado em 07/10/2012 no site da revista O Consolador (http://www.oconsolador.com.br) sobre as pesquisas da Dra Julie Beischel, que faz pesquisas com médiuns utilizando métodos inovadores, tendo obtido excelentes resultados que comprovam a sobrevivência da alma. Dra Julie Beischel é bacharel em Ciências Ambientais pela Universidade do Norte do Arizona e doutorado em Farmacologia e Toxicologia, com especialização em Microbiologia e Imunologia pela Universidade do Arizona. Vejamos:

Mediunidade no laboratório

No Instituto Windbridge no Arizona, USA, a Dra. Julie Beischel está conduzindo uma pesquisa importante para demonstrar que há vida após a morte. Basicamente, utiliza três métodos para estudar o fenômeno da mediunidade: proof-focused - são testes para verificar que os médiuns estão dando a informação correta; process-focused - estuda a experiência dos médiuns durante as comunicações espirituais; applied-research - examina como a informação dos médiuns pode beneficiar a sociedade em geral. Os resultados da Dra. Beischel confirmaram a hipótese de que o espírito sobrevive à morte. Entramos em contato com a Dra. Julie Beischel para perguntar mais sobre o método científico que aplica em suas pesquisas. Ela disse que utiliza controles muito estritos para pesquisar o fenômeno de mediunidade através de um programa científico que contém uma quantidade grande de dados: 
”No Instituto Windbridge, estamos interessados principalmente no estudo da mediunidade. Utilizamos o método científico e controles estritos para pesquisar estes fenômenos e o programa de pesquisa de mediunidade abrange uma quantidade enorme de dados. Através de nosso método científico do quíntuplo-cego (protocolo científico realizado para evitar resultados tendenciosos, onde nem o examinado (objeto de estudo) nem o examinador (pesquisador) sabem das variáveis do estudo. No caso do quíntuplo-cego são usadas 5 pessoas diferentes para ajudar na analise dos dados sem que nenhuma delas saiba do que se trata o estudo). Com médiuns certificados pelo Instituto Windbridge, podemos demonstrar que as informações dos médiuns sobre familiares já mortos são exatas, e, além do mais, os médiuns não têm nenhum conhecimento prévio sobre a família ou o desencarnado”. Além disso, Beischel disse: "Este paradigma de pesquisa é ideal porque o fenômeno da mediunidade é facilmente replicável e podemos trazer o fenômeno da mediunidade ao laboratório”. A pesquisa da Dra. Beischel certamente demonstra que o fenômeno da mediunidade é de fato autêntico.”

            Em seu excelente livro, intitulado Among Mediuns (traduzido literalmente: Entre Médiuns), a Dra Julie Beischel dá detalhes dessa sua pesquisa. Abaixo, traduzimos a descrição do livro, publicada no site do mesmo:

“Médiuns podem realmente falar com os mortos?

Após o suicídio de sua mãe e uma consulta mediúnica comprobatória, a Dra. Julie Beischel renunciou a uma carreira potencialmente lucrativa na indústria farmacêutica para prosseguir com uma rigorosa investigação científica com médiuns em tempo integral.

Entre Médiuns é uma revisão acessível, resumida, de sua jornada de 10 anos e as respostas que ela descobriu ao longo do caminho. Sua escrita é concisa, não técnica, de conversação, e divertida.

Em Entre Médiuns, a Dra. Beischel discute sua pesquisa investigando a exatidão e especificidade das informações relatadas pelos médiuns; aspectos únicos de médiuns experiências, psicologia e fisiologia; e as aplicações sociais potencialmente úteis de leituras mediúnicas em campos, incluindo o luto, cuidados no final da vida, e forense.

Todas as vendas são para apoiar a sua investigação independente.”

            Infelizmente, por enquanto, o livro não foi traduzido para o português e pode ser adquirido no formato de e-book, no site http://www.amongmediums.com/index.htm


ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO:




                                                                                                                                       


terça-feira, 5 de agosto de 2014

POR QUE TANTOS SOFREM NO MUNDO SEM, APARENTEMENTE, MERECÊ-LO?

Fonte da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus_curando_o_paral%C3%ADtico_em_Betesda

Fábio José Lourenço Bezerra

Sendo Deus infinitamente justo, bom e todo-poderoso, por que permite que tantas pessoas sofram tanto ao redor do mundo, sem que nada de mau tenham feito nessa vida para justificá-lo ? E por que outras pouco ou nada sofrem ?
Não existe resposta lógica a essa pergunta, a menos que consideremos que essas pessoas tenham passado por outras vidas, quando deram causa aos sofrimentos na existência atual. Ou seja, só a reencarnação pode responder satisfatoriamente a pergunta acima.

No Evangelho segundo Mateus, 18: 6 e 7, disse Jesus:

“Se alguém escandalizar a um destes pequenos que creem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós que um asno faz girar e que o lançassem no fundo do mar.”
“Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha.”

Ainda em Mateus, 18: 10 e 11, ele disse:

“Tende muito cuidado em não desprezar um destes pequenos. Declaro-vos que seus anjos no céu veem incessantemente a face de meu Pai que está nos céus, porquanto o Filho do homem veio salvar o que estava perdido.”

O que significa a palavra escândalo?

No sentido vulgar - é toda a ação que venha a ferir a moral ou ao decoro, associada a uma explosão de comentários. Muitos só o evitam pelo orgulho, e a perda de consideração da parte dos homens.

Desde que as suas torpezas fiquem ignoradas, suas consciências permanecem em repouso. São, no dizer de Jesus:

“sepulcros branqueados por fora, mas cheios de podridão por dentro; vasos limpos no exterior e sujos no interior”.

No sentido evangélico - Tudo o que resulta dos vícios e das imperfeições humanas. Toda ação má de um indivíduo para outro, com ou sem repercussão na sociedade. Foi neste sentido que Jesus a utilizou.

É preciso que haja escândalo no mundo – As imperfeições dos homens lhes dão a tendência a praticar o mal. Por isso vemos, todos os dias, notícias de ações maldosas, perversas até. Porém, estas imperfeições não os obrigam a praticar o mal, uma vez que possuem o livre-arbítrio.

É necessário que o escândalo venha – A Terra é um mundo de provas e expiações, onde predomina a maldade e vícios de todos os tipos. Os que praticaram o mal no passado pagam agora, sofrendo através das más ações de outros. Essas más ações sofridas, e também o contato com os vícios, podem também servir de prova para os Espíritos que a eles são submetidos. Assim, eles próprios podem verificar se já retiraram de si as más tendências que possuíam e no que devem melhorar. Durante esse processo de expiações e provas, terminam por compreender os inconvenientes do mal e das viciações.
            Ao se cansarem de sofrer por causa do mal, procurarão o bem. Deus, assim, gera o bem através do mal.

Algumas pessoas apresentam a seguinte argumentação contra o conceito de reencarnação: Sendo o mal necessário, este durará para sempre. Senão, Deus não poderia mais corrigir os culpados. Então, é inútil procurar melhorar os homens.

Ora, não existindo mais culpados, não seriam necessárias expiações. Sendo a Humanidade constituída só por homens bons, nenhum pensaria em fazer mal e todos seriam felizes. É assim nos mundos elevados, como a Terra será no futuro, quando progredir.
Quando um mundo está passando para uma categoria elevada, os Espíritos rebeldes, que permaneceram obstinados no mal, são expulsos deste mundo para reencarnarem em outro planeta mais jovem, no meio de Espíritos primitivos. Isso ocorre como forma de exílio impedindo, assim, que sua maldade perturbe a felicidade dos bons, como expiação e para impelir, com a inteligência e os conhecimentos dos Espíritos rebeldes, o progresso dos Espíritos primitivos daquele novo planeta.
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Além do mais, o resgate dos malefícios não ocorre apenas através de malfeitores. Também se dá por um desastre aéreo, automobilístico, um acidente doméstico, etc., ou uma catástrofe natural, como um terremoto. As expiações em grupo se chamam resgates coletivos.
O incêndio no Edifício Joelma, ocorrido em São Paulo, em lº de fevereiro de 1974, pode ser citado como um exemplo de resgate coletivo. Pela psicografia do médium Chico Xavier, vieram informações sobre as causas espirituais dessa tragédia.
Os Espíritos Cyro Costa e Cornélio Pires esclareceram que as vítimas resgatavam os últimos resquícios por débitos adquiridos nas guerras das Cruzadas (séculos XI e XIII).
Houve muita crueldade, com o agravante de ter sido em nome da fé cristã. Os historiadores nos informam sobre terríveis atos, hediondos, chacinas onde as vítimas eram adultos e crianças. Débitos tão graves que os resgates ocorreram a longo prazo. Uma única encarnação não era suficiente.

Mas, ai daquele por quem venha o escândalo - Mesmo o mal servindo de instrumento da justiça divina, aquele cujos maus instintos foram utilizados sem o saber, nem por isso deixaram de praticar o mal e de merecer expiá-lo.

Somos irmãos em Deus, e devemos nos ajudar mutuamente. O que fizermos de mal, aos nossos irmãos, ou a ajuda que não prestamos, causando sofrimento, este mal se voltará contra nós, pela Lei de Causa e Efeito.
Pode-se não sentir no corpo físico, mas, após a morte, a sensibilidade é muito maior, e outro é o ponto de vista do Espírito. Lá, as imperfeições são como nódoas, manchas no Espírito, que repercutem no corpo espiritual.
A culpa pelos erros perturba intensamente a consciência, necessitando aliviar-se reparando o erro cometido. Isso se faz em encarnações para se fazer o bem a quem se fez o mal ou a outros, ou sofrer da mesma forma que as suas vítimas.
Tal lei não é para castigar, mas sim educar, para modificar as disposições íntimas do Espírito que, aproveitando as reflexões aí proporcionadas, avança muito na sua evolução moral.

Em pesquisas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Allan Kardec coletou um enorme volume de dados, através de inúmeros Espíritos entrevistados, por diversos médiuns.

Assim, Kardec pôde registrar as sensações, impressões e realidades registradas por eles durante a passagem do mundo material para o espiritual. O mesmo aconteceu através do trabalho do médium Chico Xavier, em suas inúmeras psicografias.

Extraímos, de uma postagem do dia 31/07/2012, intitulada “Lei de Causa e Efeito – Como Funciona e Alguns Exemplos, no blog  As Revelações da Revelação (http://www.asrevelacoesdarevelacao.com), cinco exemplos da Lei de Causa e Efeito em ação, selecionadas dos inúmeros casos obtidos pelas investigações de Kardec e psicografias de Chico Xavier. Vejamos:

“CASO 1 – Efeito - Industrial, morto doze horas após explosão de caldeira em sua empresa, envolvendo seu corpo em verniz fervente nela contida. Socialmente queridíssimo pela postura pessoal, em toda sua cruel agonia, não se lhe ouviu um só gemido, uma só queixa, apesar das dores lancinantes resultantes das profundas queimaduras sofridas. 
Causa – Ação assumida 200 anos antes, quando, na condição de juiz e inquisidor italiano condenou a morrer queimados os envolvidos numa conspiração contra politica clerical, entre os quais uma jovem entre 12 e 14 anos, contra a qual os executores se recusavam cumprir a sentença, tornando-se ele, além de juiz, o carrasco que ateou fogo na quase menina. 

CASO 2 – Efeito – Antonio B., escritor, morto repentinamente (provavelmente um ataque cataléptico), teve seu corpo encontrado virado de bruços durante exumação feita 15 dias após o sepultamento, procedimento efetuado para que familiares recuperassem medalhão por acaso esquecido no caixão. 
Causa – Ação em vida anterior em que descoberta infidelidade da esposa, a enterrou viva num fosso.

 CASO 3 – Efeito - João F.E., desencarnado em 16/10/1976, em acidente aéreo com avião de pequeno porte, na região de Votuporanga, SP. 
Causa – Ter sido protagonista 300 anos antes, em ações objetivando conquistar destaque nas posições da finança e do poder,  que culminaram na morte de várias pessoas de vasta comunidade humana, precipitadas em penhascos, sem que seus delitos fossem descobertos ou punidos.

CASO 4 – Efeito – Valéria, morta em consequência de queimaduras sofridas após a palhoça em que vivera por dez anos, em recanto de grande fazenda no interior de Minas Gerais, ter sido incendiada por transeuntes que a julgavam morta por não ter sido vista há vários dias. Lá se instalou depois de comunicar ao marido e dois filhos o diagnóstico médico que a identificara como portadora de lepra, o que fez com que os mesmos a abandonassem naquele setor da propriedade rural, que venderam, mudando-se para local ignorado.  
Causa – Ações praticadas em existência passada na Idade Média, em cidade da Espanha, na qual ela, engrinaldada de fortuna e beleza, denunciou com falsos testemunhos ao Santo Ofício, um irmão consanguíneo, rogando a pena de prisão incomunicável, arrancando-o à esposa e aos filhos e, apesar de impor-lhe solidão e desespero no calabouço por dez anos, requisitou para ele o suplício do fogo, que aplicado em praça pública, foi testemunhado por ela que gravou em seu inconsciente as imagens da agonia, os gritos aterradores e das vísceras fumegantes. 

CASO 5 – Efeito – Morte de quase quatro centenas de pessoas, a maior parte na hora, a maioria crianças, pisoteadas e queimadas no dia 17/12/1961, em Niterói, RJ, em consequência de incêndio que irrompeu no Grand Circo Americano, que estreava na cidade, 20 minutos antes de terminar o espetáculo, assistido por quase três mil pessoas. 
Causa- Ações levadas a efeito no ano 177 D.C., em Lyon, França, onde autoridades da cidade (vítimas de hoje), como forma de homenagear Lucio Galo, militar ligado ao Imperador Marco Aurélio, idealizaram e executaram na véspera do evento, a prisão de mil crianças e mulheres cristãs, apreendidas em suas próprias moradias, para usá-las como atração nas festividades programadas para o Circo, reservando para elas a parte em que teriam suas vestes embebidas em resinas inflamáveis para serem incendiadas no meio da arena, devidamente cercada por farpas impregnadas em óleo, deitando sobre elas cavalos que já não serviam aos jogos para que suas patas, associadas às chamas, formassem lances inéditos.”

            Em Mateus, 18: 8 a 10 e 5: 29 a 30, Jesus disse:

“Se a vossa mão ou o vosso pé vos é objeto de escândalo, cortai-os e lançai-os longe de vós; melhor será para vós que entreis na vida tendo um só pé ou uma só mão, do que terdes dois e serdes lançados no fogo eterno.
– Se o vosso olho vos é objeto de escândalo, arrancai-o e lançai-o longe de vós; melhor para vós será que entreis na vida tendo um só olho, do que terdes dois e serdes precipitados no fogo do inferno.”

Se vossa mão é causa de escândalo, cortai-a - Em sentido figurado, cada um deve destruir em si toda causa de mal, todo sentimento impuro e toda tendência viciosa. Que mais vale ter cortada uma das mãos, ficar sem ver, do que servirem para o mal.

Estas palavras de Jesus também possuem um significado direto. O corpo espiritual é o molde pelo qual o corpo físico do Espírito reencarnante toma forma. Quando o sentimento de culpa deforma o corpo espiritual, este pode imprimir deformações equivalentes no corpo físico, durante o seu desenvolvimento no útero. Assim, alguém que, em uma existência anterior, utilizou o braço para ferir seriamente alguém, pode renascer sem o braço; se, através de algo que observou, prejudicou alguém, e sua culpa se concentrou nos olhos do corpo espiritual, pode renascer cego, etc.

O Espírito Emmanuel, pela psicografia do médium Chico Xavier, na obra Pensamento e vida, lição 14 – Corpo, nos diz que as enfermidades de nascença são causadas pelo suicídio, o homicídio, a delinqüência e/ou a viciação em existências anteriores, provocando “os mais dolorosos desequilíbrios, pela disfunção vibratória, que os cataloga nos quadros da patologia celular”, de modo que as “enfermidades congênitas nada mais são que reflexos da posição infeliz a que nos conduzimos no pretérito próximo, reclamando-nos a internação na esfera física, às vezes por prazo curto, para tratamento da desarmonia interior em que fomos comprometidos”.
            
No livro Ação e Reação, ditado pelo Espírito André Luiz, também psicografado por Chico Xavier, consta um caso desse tipo:

“(...) Foi quando Silas, recomendando-nos cooperação, abeirou-se dele e aplicou-lhe passes magnéticos, esclarecendo-nos logo após: - Ainda pela utilidade que sabe imprimir aos seus dias, Adelino mereceu a limitação da enfermidade congenial de que é portador. Tendo sofrido, por longo tempo, o trauma perispírito do remorso, por haver incendiado o corpo do próprio pai, nutriu em si mesmo estranhas labaredas mentais que, como já lhes disse, o castigaram intensamente além-túmulo...
Renasceu, por isso, com a epiderme atormentada por vibrações calcinantes que, desde cedo, se lhe expressaram na nova forma física por eczema de mau caráter... Semelhante moléstia, em face da dívida em que se empenhou, deveria cobrir-lhe todo o corpo, durante muitos e angustiosos lustros de sofrimento, mas, pelos méritos que ele vai adquirindo, a enfermidade não tomou proporções que o impeçam de aprender e trabalhar, porquanto granjeou a ventura de continuar a servir, pelo seu impulso espontâneo na plantação constante do bem.”

Contudo, nem sempre a quitação do débito, através da perda de membros, da visão ou outra parte do corpo físico, ocorre através da má-formação deste. O Espírito culpado pode pedir, por exemplo, antes de reencarnar, para perder uma perna, ficar tetraplégico, cego, etc., durante o transcurso da vida na Terra. Isso também pode ocorrer sem que o Espírito peça, quando este ainda é pouco evoluído, e, por isso, ainda não tem condições de escolher o que é melhor para o seu progresso espiritual. 

Nosso caráter é a soma do que aprendemos nesta vida e nas anteriores. Nossa reforma íntima deve se dar pouco a pouco. Vejamos todos como irmãos em Deus, Façamos o bem, não só dando coisas materiais, mas também nosso tempo, atenção e o conhecimento que tivermos, sempre de forma humilde e gentil.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB;

2 ______________  O Evangelho segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB;

3 _______________O céu e o inferno. Rio de Janeiro: FEB;

 4 XAVIER, Francisco Cândido; Emmanuel (Espírito). Pensamento e vida. Rio de Janeiro: FEB;

5 _________________________; André Luiz (Espírito). Ação e reação. Rio de Janeiro: FEB.


ENDEREÇOS ELETRÔNICOS CONSULTADOS: