Fábio
José Lourenço Bezerra
Á
medida em que se aperfeiçoam os equipamentos de estudo do cérebro,
e estes são aplicados no estudo da natureza espiritual do ser
humano, mais se constata que o homem é muito mais do que o seu corpo
físico. Acumulam-se, a cada dia, através de diversos pesquisadores,
as evidências em favor da Doutrina dos Espíritos, codificada por
Allan Kardec.
Vejamos,
abaixo, três reportagens que exemplificam bem este fato.
Reportagem
do site do Globo Reporter:
“Viagens
a um passado que transcenderia ao nosso corpo físico. Teria a nossa
memória um arquivo secreto de momentos que não experimentamos nesta
vida? O homem carrega com ele lembranças de vidas passadas?
Especialistas em terapias que utilizam a técnica da regressão estão
tentando desvendar esse mistério.
Os
psicólogos paulistas Manoel Simão e Júlio Peres fizeram o
mapeamento cerebral de alguns dos seus pacientes, durante as sessões
de regressão, usando aparelhos de tomografia computadorizada. Foi
uma experiência inédita. E o que revelaram os exames?
A
área do cérebro ativada quando os pacientes entram em uma
hipotética vida passada é a da memória. A parte que comanda os
circuitos da imaginação, durante a regressão, não entra em
atividade, garante o psicólogo.
"As
vias neurofisiológicas utilizadas para o resgate de memórias
traumáticas de vida atual foram também utilizadas para o resgate de
situações traumáticas de vidas passadas - supostas vidas passadas.
Os circuitos neurofisiológicos que estão relacionados à fantasia
são outras estruturas”, explica o psicólogo Júlio Peres.
O
publicitário Tertuliano Pinheiro se submeteu à regressão e diz ter
se encontrado em duas outras existências. "A primeira vivência
foi na Roma Antiga. Utilizava o poder para praticar o mal. Vivia
emitindo ordens. Ouvia os gritos das pessoas. Foram muitos erros
cometidos. Exercia o poder da forma mais errada. Ele tomou bens",
revela.
Ao
descobrir tudo isso, Tertuliano encontrou o caminho para se livrar de
todas as suas aflições. A depressão, o medo do escuro, o pânico,
tudo desapareceu. “Hoje eu sou outra pessoa, de bem com a vida. Sem
dúvida isso aconteceu por causa da regressão. Não é questão de
achar, é de sentir", diz o publicitário.
Sentir,
mergulhar em uma memória desconhecida sem perder a consciência.
Isso seria mesmo possível? "Não importa o nome que se atribua
a esse conteúdo. De fato, ele é verdadeiro, genuíno para o
paciente, porque ele dispara emoções. E o paciente se liberta de
dificuldades a partir do resgate dessas situações", explica o
psicólogo Júlio Peres.”
Reportagem
publicada na revista ISTOÉ de 10/07/02 e extraída do site:
Há
dois anos, ISTOÉ divulgou o primeiro mapeamento de ondas cerebrais
feito durante uma sessão de regressão (ISTOÉ
1594).
O estudo do psicólogo Júlio Peres, do Instituto de Terapia
Regressiva Vivencial Peres, de São Paulo, mostrava que a atividade
cerebral é muito lenta, mesmo quando o paciente mostra reações
como suor e taquicardia. Na época, Peres anunciou uma parceria de
pesquisa com a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, para
monitorar o fluxo sanguíneo e as estruturas cerebrais acionadas
durante a regressão. Quatro mulheres e dois homens sadios, com
idades entre 28 e 39 anos, se submeteram a uma tomografia com emissão
de radiofármaco (método spect), realizada no Hospital Beneficência
Portuguesa, em São Paulo. Depois, seus exames foram analisados pelo
médico Andrew Newberg, especialista em estados modificados de
consciência da universidade americana. Finalizados, os estudos
revelaram que as áreas do cérebro mais requisitadas neste processo
são as do lobo médio temporal e as do lobo pré-frontal esquerdo,
que respondem pela memória e pela emoção. É mais um passo na
busca de comprovação de que essas experiências não são fruto da
imaginação. “Se o paciente estivesse criando uma história, o
lobo frontal seria acionado e a carga emocional não seria tão
intensa”, explica Peres.
O
site da revista época publicou, em 19 de Novembro do ano passado, uma
reportagem que relata a experiência de vários cientistas com
médiuns, durante a realização da psicografia (quando o Espírito
escreve através do médium). Os resultados surpreenderam os
cientistas. Abaixo, transcrevemos parte da reportagem:
“Durante
dez dias, dez médiuns brasileiros se colocariam à disposição de
uma equipe de cientistas do Brasil e dos EUA, que usaria as mais
modernas técnicas científicas para investigar a controversa
experiência de comunicação com os mortos. Eram médiuns
psicógrafos, pessoas que se identificavam como capazes de receber
mensagens escritas ditadas por espíritos, seres situados além da
palpável matéria que a ciência tão bem reconhece. O cérebro dos
médiuns seria vasculhado por equipamentos de alta tecnologia durante
o transe mediúnico e fora dele. Os resultados seriam comparados.
Como jornalista, fui convidada a acompanhar o experimento. Estava
ali, cercada de um grupo de pessoas que acreditam ser capazes de
construir pontes com o mundo invisível. Seriam eles, de fato,
capazes de tal engenharia?
A
produção de exames de neuroimagem (conhecidos como tomografia por
emissão de pósitrons) com médiuns psicógrafos em transe é uma
experiência pioneira no mundo. Os cientistas Julio Peres, Alexander
Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg,
responsáveis pela pesquisa, garantiam o uso de critérios
rigorosamente científicos. Punham em jogo o peso e o aval de suas
instituições. Eles pertencem às faculdades de medicina da
Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora,
da Universidade Federal de Goiás e da Universidade da Pensilvânia,
na Filadélfia. Principal autor do estudo, o psicólogo clínico e
neurocientista Julio Peres, pesquisador do Programa de Saúde,
Espiritualidade e Religiosidade (Proser), do Departamento de
Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, acalentava a ideia de
que a experiência espiritual pudesse ser estudada por meio da
neuroimagem.
Numa
sala com aviso de perigo, alta radiação, começaram os exames. Por
meio do método conhecido pela sigla Spect (Single Photon Emission
Computed Tomography, ou Tomografia Computadorizada de Emissão de
Fóton Único), mapeou-se a atividade do cérebro por meio do fluxo
sanguíneo de cada um dos médiuns durante o transe da psicografia.
Como tarefa de controle, o mesmo mapeamento foi realizado novamente,
desta vez durante a escrita de um texto original de própria autoria
do médium, uma redação sem transe e sem a “cola espiritual”.
Os autores do estudo partiam da seguinte hipótese: uma vez que tanto
a psicografia como as outras escritas dos médiuns são textos
planejados e inteligíveis, as áreas do cérebro associadas à
criatividade e ao planejamento seriam recrutadas igualmente nas duas
condições. Mas não foi o que aconteceu. Quando o mapeamento
cerebral das duas atividades foi comparado, os resultados causaram
espanto.”
“Surpreendentemente,
durante a psicografia os cérebros ativaram menos as áreas
relacionadas ao planejamento e à criatividade, embora tenham sido
produzidos textos mais complexos do que aqueles escritos sem
“interferência espiritual”. Para os cientistas, isso seria
compatível com a hipótese que os médiuns defendem: a autoria das
psicografias não seria deles, mas dos espíritos comunicantes. Os
médiuns mais experientes tiveram menor atividade cerebral durante a
psicografia, quando comparada à escrita dos outros textos. Isso
ocorreu apesar de a estrutura narrativa ser mais complexa nas
psicografias que nos outros textos, no que diz respeito a questões
gramaticais, como o uso de sujeito, verbo, predicado, capacidade de
produzir texto legível, compreensível etc.”
ENDEREÇO
ELETRÔNICO CONSULTADO: