Fonte da imagem: Livro "Experimentações mediúnicas". Autor: Lamartine Palhano Jr.
Fábio José
Lourenço Bezerra
Antes de
tratarmos das experiências com médiuns realizadas pelo cientista inglês Sir William
Crookes, vamos conhecê-lo, através dos seus dados biográficos contidos
na obra “Experimentações Mediúnicas: A propósito das pesquisas psíquicas de
William Crookes”, do autor Lamartine Palhano Júnior, editora
CELD:
“Considerado como um dos mais
persistentes e corajosos pesquisadores dos fenômenos espíritas e o maior
químico da Inglaterra, William Crookes nasceu em Londres, no dia 17 de Junho de
1832 e desencarnou na mesma cidade, no dia 4 de abril de 1919.
Estudou no “Colégio de Química”,
onde foi aluno brilhante, alcançando o cargo de professor substituto no
“Colégio Real” e, posteriormente, foi inspetor da seção de meteorologia do
Observatório de Redcliffe. Aos 23 anos, no ano de 1855, assumiu a Cadeira de
Química na Universidade de Chester. Após alguns anos, em 1861, ficou bastante
conhecido quando descobriu os raios catódicos e isolou o Tálio (elemento
Químico), determinando suas propriedades físicas. Em 1872, após prolongados
estudos do espectro solar, descobriu a aparente ação repulsiva dos raios
luminosos, fato que o levou a à construção do Radiômetro, em 1874. Em 1885,
descobriu um novo tipo de processamento do ouro. A existência do quarto estado
da matéria, a que denominou “estado radiante”, foi por ele determinada no ano
de 1879. Por essa última descoberta, foi amplamente recompensado pela Academia
de Ciências da França.
Em virtude dos seus feitos
científicos, recebeu muitos prêmios como a Medalha de Ouro da Sociedade Real,
em 1875; a Medalha Davy, em 1888 e a Medalha de “Sir” J.Coprey, em 1904. Esse
último galardão foi pelas suas relevantes contribuições no campo da Física e da
Química.
Foi nomeado “Cavalheiro” pela Rainha
Vitória, da Inglaterra, em 1897. A Condecoração da Ordem do Mérito foi-lhe
outorgada em 1910. Fundou os periódicos “Chemical News” e “Quartely Journal of
Science”. Foi presidente de diversas sociedades científicas, tais como a
“Sociedade Real de Química”, “Instituto de Engenharia Elétrica” e da “Sociedade
de Investigações Psíquicas”.”
“Não é difícil encontrar dados sobre
a vida de William Crookes, as mais completas enciclopédias trazem sua biografia
e, mais recentemente, a T. Fisher Unwin LTD (Londres) lançou o livro de
Fournier: “The Life of Sir William Crookes”. Como homem de ciência publicou
várias obras: em 1870 saiu “Métodos Escolhidos de Análise Química”; em 1880,
“Fabricação do Açúcar de Beterraba na Inglaterra”; em 1881, “Manual de Tintura
e Impressão de Tecidos”, em 1883, “Manual de Tecnologia: Solução da Questões
dos Enxurros”; em 1885, “Maneira de Estabelecer um Sistema de Canalização
Vantajosa”.
Vejamos o que
disse o ilustre discípulo de Louis Pasteur, O Dr.Paul
Gibier, em seu livro “O Espiritismo (Faquirismo Ocidental)”,
pela editora FEB:
“Aos 20 anos,
Crookes publicava interessantes memórias sobre a luz polarizada; depois, foi um
dos primeiros, na Inglaterra, a estudar, com o auxílio do espectroscópio, as
propriedades dos espectros solar e terrestre.
Deve-se a ele
sérios trabalhos sobre a medida da intensidade da luz, e engenhosos
instrumentos: o fotômetro de polarização e o microscópico espectral, por
exemplo. Os seus escritos sobre a química geral foram muito apreciados desde o
momento em que apareceram.
É ele o autor de
um tratado de análises químicas (Méthodes Choisies), hoje clássico. Deve-se-lhe
numerosas pesquisas em Astronomia e principalmente sobre a fotografia celeste.
Em 1855-56, as Sociedades Reais de Londres, que o admitiu no número de seus
membros ativos – em primeira votação - decretou-lhe um auxílio monetário para
prosseguir em seus trabalhos sobre a fotografia da Lua. O governo da Rainha o
enviou ultimamente a Orara para observar um eclipse.
Acrescentamos
que ele, além disso, se ocupou de medicina e de higiene, do que dão testemunho
os seus trabalhos sobre a peste bovina, etc. Mas, duas descobertas têm
sobretudo classificado Crookes entre os mestres da ciência moderna: o ilustre
sábio era já distinto pela sua descoberta de um processo de amalgamação com o
auxílio do sódio,
processo que é empregado hoje na
Austrália, na Califórnia e na América do Sul pela indústria metalúrgica do
ouro, quando fez conhecer um novo corpo simples metálico: o Tálio. Aprecia-se o
valor de semelhante descoberta. Quando se sabe que o número de corpos simples
conhecidos na série dos metais se elevava à cerca de cinqüenta. Ele foi
conduzido a essa preciosa descoberta pelos seus trabalhos sobre a análise
espectral.
Foi assim, de
fato, que foram insulados o césio, o rubidio e o índio.
A segunda descoberta, de Crookes vem
corroborar o que avançamos; queremos falar da matéria radiante.
A matéria
aparece aos nossos sentidos sob três estados bem diferentes: sólido, líquido e
gasoso. Existe, provavelmente, uma infinidade de estados da matéria, mas não
conhecemos senão três.
Crookes nos fez
entrever um quarto.
Por uma série de
experiências, feitas com rara exatidão, o demonstraram os estados entrevistam
por Faraday, denominando-a matéria radiante.
Não queremos
fazer o histórico dessas experiências tão importantes sob o ponto de vista
filosófico da Química, da Física e do estudo da matéria em geral: em resumo
resulta disso que a matéria, em sua essência, deve ser una e que os corpos
variados que caem sob os nossos sentidos imperfeitos não são senão um
agrupamento, uma estrutura molecular especial da matéria, segundo a opinião do
celebre químico Boutlerow, de S. Petersburgo, que, dizemo-lo incidentemente,
confirmou o que pôde verificar das experiências do Crookes sobre a força
psíquica. Crookes repetiu as suas experiências sobre a matéria radiante em 1879
(setembro), no Congresso da Associação Britânica para o adiantamento das
ciências, e em 1880, na Escola de Medicina de Paris e no observatório, a
convite do Professor Würtz e do Almirante Mouchez.
Os efeitos
produzidos pela matéria nesse estado foram os mais surpreendentes e de uma
força formidável, valendo um grande êxito para Crookes.”
Conforme já mencionamos
no texto “Ilustres Cientistas Confirmaram: A Alma Sobrevive à Morte”,
neste blog, no período compreendido entre 1869 e 1875, Sir William Crookes
realizou um número enorme de sessões, com os mais diversos médiuns. As de maior
relevância ele realizou em seu próprio laboratório, para um maior controle dos
experimentos. Os médiuns mais qualificados foram: Daniel Dunglas Home, Kate
Fox, Charles Edward Williams, Florence Cook e Annie Eva Fay.
Para não
estender demasiadamente o texto, escolhemos algumas experiências realizadas com
os dois principais médiuns estudados: Dunglas Home e Florence Cook.
Experiências
com o médium Daniel Dunglas Home
Extraímos
o texto abaixo, de autoria de Sir William Crookes, da obra de Palhano Júnior já
citada:
[...] Assim, uma vez que as condições
convenientes se apresentaram, aproveitei-as com satisfação para aplicar a
estes fenômenos a experiência científica cuidadosamente controlada, chegando
assim, a resultados preciosos que acho dignos de publicação.
De todas as
pessoas dotadas do poder de desenvolver essa "força psíquica", e que
são chamados ‘médiuns’ (entre outras teorias sobra a sua origem), o Sr. Daniel
Dunglas Home é, sem dúvida, a mais extraordinária. E é principalmente devido às
muitas ocasiões em que estive, para fazer pesquisas, em sua presença que tenho
sido levado a poder afirmar de maneira tão veemente a existência dessa
"força". Muitas foram as tentativas que fiz; mas devido ao
conhecimento imperfeito das condições que favorecem ou contrariam as
manifestações da "força", da maneira caprichosa, aparentemente, como
ela se manifesta, e pelo fato de que o Sr. Home está sujeito à inexplicáveis
fluxos e refluxos dessa "força", é que raramente os resultados
obtidos puderam ser confirmados e controlados com aparelhos construídos para
esse fim em especial.
Entre os
fenômenos que se produziram sob a influência do Sr. Home, os mais frequentes e,
ao mesmo tempo, os que se prestavam melhor ao exame científico, foram: 1º) a
alteração de peso dos corpos; 2º) a execução de melodia em instrumentos de
música (geralmente com acordeão, por causa da facilidade de transporte) sem
intervenção humana direta, e em condições que tornaram impossível todo contato
ou toda manipulação das chaves. Não é senão após ter sido frequentemente
testemunha destes fatos e de os haver escrutado com todo o rigor do qual eu sou
capaz, que estou convencido de sua realidade concreta.
Minhas
experiências foram feitas em minha própria casa, à noite, num amplo espaço
iluminado à luz de gás. Os aparelhos preparados com a finalidade de constatar
os movimentos do acordeão consistiam em uma gaiola, formada por dois arcos de
madeira, respectivamente de diâmetro de um pé e dez polegadas (55,86 cm) e de
dois pés (60, 96 cm), reunidos por doze ripas estreitadas, cada uma de um pé e
dez polegadas de comprimento, de modo a formar a estrutura de uma espécie de
tambor aberto em cima e em baixo. Ao redor, 50 metros e fios de cobre,
isolados, que foram enrolados em 24 voltas; cada uma dessas voltas
encontrando-se a menos de uma polegada de distância uma da outra.
Esses fios
de metal, horizontais, foram então solidamente reatados junto com cordas, de
modo a formar malhas fechadas. A altura desta gaiola era tal que ela podia
passar sob a mesa de minha sala de jantar, mas ela estava muito próxima, pela
altura, para permitir a uma mão introduzir-se no seu interior ou a um pé passar
por baixo. Em um quarto vizinho, eu havia colocado duas pilhas de Grove, de
onde partiam filhos elétricos que conduziam à sala de jantar, para estabelecer
a comunicação, se houvesse necessidade, com aqueles que estavam próximos da
gaiola.” Vejam as figuras abaixo, extraídas do livro de Palhano Júnior:
“O acordeão era
novo, eu o havia comprado para essas experiências, em um bazar. O Sr. Home não
havia visto ou tocado o instrumento antes do começo de nossos trabalhos [...].
[...] Depois de
abrir, com minhas mãos, a chave da parte baixa do instrumento, retirou-se de
sob a mesa, a gaiola, o quanto bastou para ser nela introduzida o acordeão com
as chaves voltadas para baixo. A gaiola foi depois empurrada para debaixo da
mesa, tanto quanto permitiu o braço do Sr. Home, mas sem lhe ocultar a mão aos
que estavam perto dele. Os que estavam de cada lado viram o acordeão
balançando-se de maneira curiosa; depois desprenderam-se dele alguns sons, e,
finalmente, muitas notas foram tocadas sucessivamente; meu ajudante agachou-se
sob a mesa, disse-nos que o acordeão alongava-se e encolhia-se; ao mesmo tempo
podia ser observado que a mão com a qual o Sr. Home segurava o acordeão estava
completamente imóvel e que a outra repousava sobre a mesa. Depois, os que estavam
dos dois lados do Sr. Home, viram o acordeão mover-se, oscilar, voltear em
torno da gaiola e tocar ao mesmo tempo. Então, o Dr. William Huggins olhou para
baixo da mesa e disse que a mão do Sr. Home parecia completamente imóvel
enquanto o acordeão movia-se, produzindo sons distintos.
O Sr. Home
manteve ainda o acordeão na gaiola pelo modo mais ordinário, isto é, com o lado
das chaves voltado para baixo; os seus pés estavam seguros pelas pessoas
sentadas ao lado dele, a outra mão repousava sobre a mesa e, ainda assim,
ouvimos notas distintas e separadas, ressoando sucessivamente, e depois uma
ária simples foi tocada. Como tal resultado só podia ser produzido pelas
diferentes chaves do instrumento postas em ação de maneira harmoniosa, todos os
presentes consideraram-no decisivo. Mas o que se seguiu foi ainda mais
surpreendente; o Sr. Home afastou a mão do acordeão, retirou-a completamente da
gaiola e segurou a mão da pessoa que estava perto dele. Então, o instrumento
continuou a tocar, sem contato algum e sem mão alguma perto dele.
Eu quis depois
experimentar que efeito produziríamos ao passar uma corrente elétrica em torno
do fio isolado da gaiola. Para esse fim, meu ajudante estabeleceu a comunicação
com fios que partiam das pilhas de Grove. De novo o Sr. Home segurou o
instrumento dentro da gaiola, do mesmo modo como já foi descrito anteriormente,
e imediatamente ele ressoou, agitando-se de um a outro lado com vigor. Mas não
me julgo autorizado a dizer se a corrente elétrica, passando em torno da gaiola,
veio em auxílio da força que se manifestava no interior.
O acordeão
ficou então sem nenhum contato visível com a mão do Sr. Home. Ele retirou-a
completamente do instrumento e colocou-a sobre a mesa, onde foi segura pela mão
da pessoa que se achava perto dele; todos os presentes viram bem que as suas
mãos estavam ali. Dois dos assistentes e eu percebemos, distintamente, o
acordeão flutuando no interior da gaiola, sem nenhum suporte visível. Após
curto intervalo, esse fato repetiu-se uma segunda vez.
Então, Home
tornou a pôr a mão na gaiola e tomou de novo o acordeão que começou a tocar, a
princípio acordes e arpejos e depois uma doce e melancólica melodia, muito
conhecida, que foi executada de modo perfeito e belíssimo. Enquanto essa ária
era tocada, peguei no braço do Sr. Home, acima do cotovelo e fiz correr
levemente a minha mão, até que ela tocasse a parte superior do acordeão. Não se
movia nenhum músculo. A outra mão do Sr. Home estava sobre a mesa, visível a
todos os presentes, e seus pés conservavam-se sob os pés dos que estavam a seu
lado.
"Os Srs. W.
Huggins e Sergente Cox, dois notáveis investigadores científicos da Inglaterra,
que auxiliaram Crookes nesses experimentos, escreveram-lhe cartas na ocasião em
que Crookes apresentou seu relatório à apreciação deles".
Extraio
o texto a abaixo do livro “Fatos Espíritas”, editora FEB, onde
constam as experiências de Sir William Crookes durante os anos de 1970-73,
publicadas no “Quartely Journal of Science”, de 1874.
“Os
casos mais notáveis de elevação de que fui testemunha realizaram-se com o
Senhor Home.
Em
três ocasiões diferentes, vi-o elevar-se completamente acima do soalho da sala.
A
primeira vez, estava ele sentado em um canapé; a segunda, de joelhos sobre uma
cadeira, e a terceira, de pé.
De
cada vez, tive toda a liberdade possível para observar o fato, no momento em
que ele se produzia.
Há,
pelo menos, cem casos bem verificados de elevação do Senhor Home, produzidos em
presença de muitas pessoas diferentes; e ouvi mesmo da boca de três
testemunhas: o conde de Dunraven, lord Lindsay e o capitão C. Wynne, a narração
dos casos mais notáveis desses gêneros, acompanhados dos menores incidentes.
Rejeitar
a evidência dessas manifestações, equivale a rejeitar todo o testemunho humano,
qualquer que seja, pois que não há fato, na história sagrada ou na profana, que
se apóie sobre provas mais decisivas.
O
número de testemunhas que confirmam as elevações do Senhor Home é enorme.”
“Pequena
mão de muito bela forma elevou-se de uma mesa da sala de jantar e deu-me uma
flor; apareceu e depois desapareceu três vezes, o que me convenceu de que essa
aparição era tão real quanto a minha própria mão.
Isto
se passou à luz, em minha própria sala, estando os pés e as mãos do médium
seguros por mim, durante esses tempo.
Em
outra ocasião, uma pequena mão e um pequeno braço, iguais aos de uma criança,
apareceram agitando-se sobre uma senhora que estava sentada perto de mim.
Depois,
a aparição veio a mim, bateu-me no braço, e puxou várias vêzes o meu paletó.
Outra
vez, um indicador e um polegar foram vistos arrancando as pétalas de uma flor
que estava na botoeira do Senhor Home, e depositou-as diante de várias pessoas,
sentadas perto dele.
Várias
vêzes, eu mesmo e outras pessoas observamos mão estranha comprimindo as teclas
de uma harmônica, ao passo que, no mesmo momento, víamos as mãos do médium, que
algumas vêzes eram seguras pelas pessoas que se achavam perto dele. As mãos e
os dedos não me pareceram sempre sólidos e de pessoa viva.
Algumas
vêzes, é preciso dizer, ofereciam antes a aparência de nuvem vaporosa,
condensada em Peste, sob a forma de mão.
Todos os que se
achavam presentes não a percebiam igualmente bem. Por exemplo, quando se vê
mover uma flor ou qualquer outro pequeno objeto, um dos assistentes notará um
vapor luminoso pairar em cima; um outro descobrirá uma mão de aparência
nebulosa, enquanto outro apenas verão a flor em movimento.
Vi
mais de uma vez, primeiro, um objeto mover-se, depois uma nuvem luminosa que
parecia formar-se ao redor dele, e, enfim, a nuvem condensar-se, tomar forma e
transformar-se em mão, perfeitamente acabada. Nesse momento, todas as pessoas
presentes podiam ver essa mão. Nem sempre ela é uma simples forma, pois algumas
vêzes parece perfeitamente animada e graciosa: os dedos movem-se e a carne
parece ser tão humana quanto à de qualquer das pessoas presentes.
No
punho e nos braços torna-se vaporosa e perde-se em uma nuvem luminosa.”
“Ao
cair do dia, durante uma sessão do Senhor Home, em minha casa, vi agitarem-se
as cortinas de uma janela que estava cerca de oito pés de distância do Senhor
Home.
Uma forma
sombria, obscura, meio transparente, semelhante a uma forma humana, foi vista
por todos os assistentes, em pé, perto da janela da sacada, e essa forma
agitava a cortina com a mão. Enquanto a olhávamos, desapareceu, e as cortinas
deixaram de se mover.
O
caso que se segue é ainda mais surpreendente. Como no caso anterior, o Senhor
Home era o médium. Uma forma de fantasma avançou de um canto da sala, foi tomar
uma harmônica, e em seguida deslizou ligeira pela sala, tocando esses
instrumento.
Essa
forma foi visível, durante vários minutos, por todas as pessoas presentes, ao
mesmo tempo em que se via também o Senhor Home. O fantasma aproximou-se de uma
senhora que estava sentada a certa distancia dos demais assistentes, e, a um
pequeno grito dessa senhora, desapareceu.”
Experiências
com a médium Florence Cook
O texto abaixo,
igualmente, foi extraído da já citada obra de Palhano Júnior:
A própria médium
Florence Cook foi ao encontro de Crookes para ser testada. Conforme suas próprias
palavras:
“[…] O Sr. Crookes
fez um comentário que me atormentou e foi por isso que me decidi a ir
procurá-lo. Ele recebeu-me e eu lhe disse:
"Já que
acreditais que sou uma impostora, se quiserdes virei submeter-me a experimentos
em vossa própria residência. Vossa esposa poderá vestir-me como quiserdes e
deixarei convosco o que tiver trazido. Podereis vigiar-me como vos aprouver;
submeter-me-ei aos experimentos que desejardes, de modo que vos contenteis em
todos os sentidos. Só imponho uma condição: se verificardes que sou agente de
uma mistificação, denunciai-me publicamente, mas, se vos certificardes de que
os fenômenos são reais e de que eu mais não sou que um instrumento de forças
invisíveis, isso direis ao público de modo que todo o mundo tome conhecimento
da verdade".
Devemos observar
que a médium Florence Cook "foi a primeira médium entre os ingleses a
obter materializações ou corporificações integrais em plena luz”.
Vejamos o relato
de Crookes sobre algumas das aparições do espírito Katie King:
"A sessão
foi realizada na casa do Sr. Luxmore, e o ‘gabinete’ era uma sala separada da
outra, onde estavam os assistentes, dividida por uma cortina. Efetuada a
inspeção da sala e feito o exame de fechaduras, a Srta. Cook entrou no
gabinete.
Depois de algum
tempo, a forma de Katie apareceu ao lado da cortina, mas depressa se retirou,
dizendo que a sua médium não estava boa e não podia ser levada a um sono
suficientemente profundo para que não houvesse perigo em afastar-se dela.
Achava-me colocado a alguns pés da cortina, atrás da qual a Srta. Cook estava
sentada, tocando-a quase, e eu podia ouvir-lhe frequentemente as queixas e
soluços, como se ela estivesse sofrendo. Esta indisposição continuou, por
intervalos, durante quase todo o tempo da sessão, e uma vez, enquanto a forma
de Katie estava diante de mim, na sala, ouvi distintamente o som de um gemido,
idêntico aos que a Srta. Cook tinha feito ouvir, por intervalos, em todo o
tempo da sessão, gemido que vinha de trás da cortina onde ela estava
sentada".
"Confesso
que a figura era surpreendente pela aparência de vida e realidade, e, tanto
quanto eu podia vez à luz um pouco indecisa, suas feições assemelhavam-se às da
Srta. Cook, entretanto, a prova positiva, dada por um dos meus sentidos,
de que o suspiro vinha da Srta. Cook, no gabinete, ao passo que a figura estava
do lado de fora, esta prova, digo, é muito forte para ser destruída por uma
simples suposição do contrário mesmo bem sustentada".
Aqui abro um
parêntese para citar, com relação à semelhança que, por vezes, se observava
entre o Espírito e a médium, a explicação dada pelo grande engenheiro e
pesquisador dos fenômenos espíritas Hernani Guimarães Andrade, em sua obra “Parapsicologia:
Uma Visão Panorâmica”, editora FE:
“ ...Quando o
médium não está em transe suficientemente profundo, pode ocorrer uma
ectoplasmia incompleta. Neste caso, o duplo astral da médium arrasta consigo o
ectoplasma. O espírito, então, se superpõe a este conjunto, surgindo, daí, uma
forma híbrida, com a aparência do médium.”
Crookes tratou
de se certificar que o Espírito e a médium eram seres distintos, como veremos
adiante. seguem as palavras de Crookes:
"No dia 12
de março (1874), durante uma sessão em minha casa, depois de ter andado pelo
meio de nós e de ter-nos falado por algum tempo, Katie retirou-se para trás da
cortina que separava o meu laboratório, (onde se achavam os assistentes) da
minha biblioteca que, temporariamente, fazia o ofício de gabinete. Depois de um
momento, ela voltou à cortina e chamou-me, dizendo: ‘Entrai no quarto e
suspendei a cabeça da médium, que escorregou’. Katie estava diante de mim,
vestida com sua roupa branca habitual e trazendo seu turbante. Imediatamente
entrei na biblioteca para levantar a Srta. Cook, quando Katie deu alguns passos
de lado para deixar-me passar. Com efeito, a Srta. Cook havia escorregado
parcialmente do canapé, e sua cabeça pendia em situação muito penosa. Tornei a
pô-la sobre o canapé, e, fazendo isso, tive, apesar da obscuridade, a viva
satisfação de verificar que a Srta. Cook não trajava o vestuário de Katie, mas
trazia o costumado vestido de veludo negro e achava-se em profunda letargia.
Não se havia passado mais de três segundos entre o momento em que acomodei a
Srta. Cook sobre o canapé (tirando-a da posição em que se achava) e voltei ao
meu ponto de observação, quando Katie apareceu-me de novo e disse que pensava
poder mostrar-se-me conjuntamente com a sua médium. O gás foi abaixado, e ela
me pediu a minha lâmpada de fósforo. Depois de manifestar-se à sua luz, durante
segundos, ela restituiu-ma, dizendo: ‘Agora entrai e vinde ver minha médium’,
segui Katie de perto na biblioteca e, ao clarão da lâmpada, vi a Srta. Cook
repousada no sofá, exatamente como eu a deixara. Olhei em redor de mim para ver
Katie, porém ela desaparecera. Chamei-a e não obtive resposta.
Voltei ao meu
lugar e Katie, reaparecendo logo, disse-me que estivera de pé junto da Srta
Cook. Perguntei-lhe se, por si própria, ela não poderia tentar uma experiência;
então, tomando das minhas mãos a lâmpada de fósforo, ela passou para trás da
cortina, recomendando-me que não olhasse por enquanto para o gabinete. Passados
alguns minutos, restituiu-me a lâmpada, dizendo-me nada ter conseguido, pois
havia esgotado todo o fluido da médium, mas que tentaria de novo, mais tarde.
Meu filho mais velho, rapaz de quatorze anos, que estava sentado defronte
de mim, em posição de poder ver atrás da cortina, disse-me que vira
distintamente a lâmpada de fósforo parecendo flutuar no espaço por cima da
Srta. Cook e iluminando-a, enquanto ela permanecia estendida imóvel no sofá,
mas que não vira ninguém segurando a lâmpada" (grifo do original).
Passo agora para
a sessão de ontem à noite em Hackney. Jamais Katie me apareceu com tão grande
perfeição; por espaço de duas horas, ela passeou pela sala, conversando
familiarmente com todos os presentes. Muitas vezes tomou meu braço e a impressão
produzida em meu espírito foi que a meu lado se achava uma mulher viva e não
uma visitante de outro mundo, essa impressão, afirmo, foi tão forte, que se me
tomou irresistível a tentação de repetir uma recente e curiosa experiência.
Pensando que, se
não tinha perto de mim um espírito, eu estava, pelo menos, junto de uma
senhora, pedi-lhe permissão para tomá-la em meus braços, a fim de poder
verificar as interessantes observações que um experimentador audaz tinha feito
conhecer de maneira um tanto prolixa. Essa permissão foi-me graciosamente
concedida, e utilizei-me dela – convenientemente – como o teria feito em
semelhante circunstância todo homem bem educado. O Sr.Volckman ficará encantado
sabendo que posso corroborar a sua asseveração, afirmando que o ‘fantasma’ (o
qual não empregou nenhuma resistência) era um ser tão material como a própria
Srta. Cook. Mas a continuação mostrará como um experimentador procede mal, por
mais cuidadosas que sejam as suas observações, se arriscasse a formular uma
importante conclusão quando as provas não existem em suficiente quantidade.
Katie disse que
desta vez ela se julgava capaz de mostrar-se simultaneamente com a Srta. Cook.
Abaixei o gás, e depois, com a lâmpada de fósforo, penetrei no quarto que
servia de gabinete. Mas, antecipadamente, pedi a um de meus amigos, hábil
estenógrafo, que tomasse nota de todas as observações que ouvisse no gabinete,
porque conheço a importância que merecem as primeiras impressões, e não queria
confiar na minha memória mais do que convinha. Neste momento tenho estas novas
sob os olhos.
Entrei no quarto
com precauções, estava escuro, e foi às apalpadelas que procurei a Srta. Cook.
Encontrei-a agachada no soalho. Ajoelhando-me, deixei o ar penetrar na lâmpada
e, à sua luz, vi essa moça vestida de veludo negro, como ela estava no começo
da sessão, e conservando toda a aparência de completa insensibilidade. Ela não
se moveu quando lhe peguei na mão, segurando a lâmpada bem perto do seu rosto,
mas continuou a respirar calmamente. Elevando a lâmpada em torno de mim e vi
Katie de pé, muito alva e flutuante, como já a tínhamos visto durante a sessão.
Prendendo nas minhas uma das mãos da Srta. Cook, ajoelhando-se outra vez, ergui
e abaixei a lâmpada, não só para iluminar a figura de Katie, como para
plenamente convencer-me de que eu estava realmente vendo a verdadeira Katie que
eu havia apertado em meus braços alguns minutos antes, e não o fantasma de
cérebro enfermo. Ela não falou, mas moveu a cabeça em sinal de reconhecimento.
Por três vezes diferentes, examinei cuidadosamente a Srta. Cook agachada diante
de mim, para certificar-me que a mão que eu segurava era a de uma mulher viva,
e, por três vezes diferentes, voltei a lâmpada para Katie, a fim de examiná-la
com firme atenção, até que não me restasse a mínima dúvida de que ela estava
ali na minha frente".
"Antes
de terminar este artigo, desejo fazer conhecer algumas das diferenças que
existem entre a Srta. Cook e Katie. A estatura de Katie é variável; em minha
casa eu a vi mais alta seis polegadas do que a Srta. Cook. Ontem à noite, com
os pés nus e andando nas pontas dos pés tinha quatro polegadas e meia mais que
Cook. Ontem à noite, Katie tinha o pescoço descoberto, a pele era perfeitamente
doce (suave) ao tato e à vista, ao passo que Cook tem no pescoço uma cicatriz
que, em semelhantes circunstâncias, se vê distintamente e é áspera ao tato. As
orelhas de Katie são furadas, enquanto que a Srta. Cook usa sempre brincos. A
cor de Katie é muito alva, ao passo que a de Cook é trigueira. Os dedos de
Katie são muito mais compridos do que os de Cook e seu rosto também é maior.
Nos modos de exprimir-se há também muitas diferenças notáveis.” Vejam as fotos a seguir, extraídas do livro de Palhano Júnior:
"[...] Vi
tão bem Katie pela luz elétrica, que posso acrescentar alguns traços às
diferenças que, em artigo precedente, estabeleci entre ela e sua médium. Tenho
a certeza mais absoluta de que a Srta. Cook e Katie são duas individualidades
distintas ao menos no que diz respeito aos seus corpos. Pequenos sinais que se
encontram no rosto da Srta Cook não existem no de Katie. Os cabelos de Cook são
de castanho tão escuro que permanecem quase negros; um cacho dos de Katie, que
tenho sob os olhos e que ela me permitiu cortá-los acompanhado com meus dedos
até ao alto da cabeça e ter verificado que eles haviam nascido ali, é de um
belo castanho dourado. [...]"
"As
sessões quase cotidianas com que ultimamente a Srta. Cook me favoreceu,
prejudicaram suas forças, e eu desejo manifestar publicamente os favores que
devo pela boa vontade com que me auxiliou nas minhas experiências. Ela aceitou
de boa mente submeter-se a todas as provas que lhe propus; sua palavra é franca
e vai diretamente ao alvo, e jamais vi coisa alguma que traísse a mais leve aparência
do desejo de enganar. Certamente, não creio que, se ela empregasse a fraude,
tivesse sido bem sucedida; e se ela o tentasse, seria prontamente desmascarada,
porque tal modo de proceder é inteiramente estranho à sua natureza. E quanto a
imaginar que uma inocente colegial de quinze anos tenha sido capaz de conceber
e realizar durante três anos, com todo êxito, uma impostura tão gigantesca como
essa, e que, durante esse tempo, ela se tenha submetido a todas as condições
que exigimos dela; que haja suportado as investigações mais minuciosas; que
tenha pedido para ser revistada a qualquer momento, quer antes, quer depois das
sessões; que tenha obtido ainda mais êxitos em minha própria casa do que na de
seus pais, sabendo que aí veio expressamente para submeter-se a rigorosas
provas científicas; quanto a imaginar, digo, que Katie King dos três últimos
anos é o resultado de uma impostura, isso faz mais violência à razão e ao bom
senso do que acreditar que ela seja o que ela própria afirma".
Crookes Afirma,
veemente: "Eu não disse que esses fatos eram possíveis, o que afirmei
é que são verdadeiros."
A fim de
verificar que a Srta Cook e o Espírito Katie King eram seres distintos,
Crookes, juntamente com o eminente Físico Cromwell Varley, descobridor do
condensador elétrico, realizaram uma experiência rigorosíssima com eletricidade.
Extraímos o texto abaixo do livro Animismo e Espiritismo, de autoria de outro
ilustre pesquisador dos fenômenos espíritas, Alexander Aksakof:
“Para
estabelecer se a Srta. Cook se achava no interior do gabinete enquanto Katie se
apresentava aos assistentes da sessão, fora do gabinete, o Senhor Varley teve a
lembrança de fazer atravessar o corpo da médium por uma fraca corrente elétrica,
durante todo o tempo em que a forma materializada era visível, e de confrontar
os resultados, assim obtidos, por meio de um galvanômetro instalado no mesmo
aposento, fora do gabinete...
“A
experiência de que falamos foi feita no aposento do Senhor Luxmoore. O aposento
de trás foi separado do da frente por meio de uma cortina, para impedir a
entrada da luz; ele devia servir de gabinete escuro. Antes de começar a sessão,
tomou-se à precaução de inspecionar com cuidado esse gabinete escuro e de
fechar as portas à chave. O aposento da frente era iluminado por uma lâmpada de
parafina com um anteparo que coava a luz. Colocou-se o galvanômetro em cima do
fogão, à distância de 11 pés da cortina.”
“Os assistentes eram os Srs.
Luxmoore, Crookes, a Senhora Crookes e a Senhora Cook com sua filha; os Srs.
Tapp, Harrison e eu (Varley).
“A Srta. Cook ocupava uma poltrona no
aposento de trás.
Fixou-se
com esparadrapo, em cada um de seus braços, um pouco acima dos punhos, uma
moeda de ouro, à qual estava soldada uma ponta de fio de platina. As moedas de
ouro estavam separadas da pele por três camadas de papel mata-borrão branco, de
grande espessura, umedecido em uma solução de cloridrato de amônio. Os fios de
platina corriam ao longo dos braços, até as espáduas, e eram presos com
cordões, de maneira que deixavam aos braços a liberdade de movimentos. As
pontas de fora dos fios de platina eram reunidas a fios de cobre, cobertos de
algodão, e iam ter ao aposento iluminado onde se achavam os experimentadores.
Os fios condutores estavam ligados a dois elementos Daniell e a um aparelho de
confronto. Quando tudo ficou pronto, fecharam-se as cortinas, deixando assim a
médium (Srta. Cook) às escuras. A corrente elétrica atravessou o corpo durante
todo o tempo da sessão...”
“Essa
corrente, originando-se nos dois elementos atravessava o galvanômetro, os
elementos de resistência, o corpo da Srta. Cook e voltava em seguida à
bateria.)”
Antes da
introdução da Srta. Cook na corrente, quando estavam reunidas as duas moedas
que formavam os pólos da bateria, o galvanômetro marcava um desvio de 300°.
Depois da
introdução da Srta. Cook, as moedas foram colocadas nos braços da médium, um
pouco acima do punho, e o galvanômetro não marcou mais de 220°.
Assim, pois, o
corpo da médium, introduzido na corrente, oferecia uma resistência à corrente
elétrica equivalente a 80 divisões da escala.
O
objetivo principal daquela experiência era precisamente conhecer a resistência
que o corpo da médium podia oferecer á corrente elétrica.
A
menor deslocação dos pólos da bateria, que estavam fixados nos braços da Srta.
Cook pelo adesivo, teria inevitavelmente produzido uma mudança na força de
resistência oferecida pelo corpo da médium.
Ora,
foi em tais condições que a figura de Katie apareceu por muitas vezes na
abertura da cortina; mostrou as mãos e os braços, depois pediu papel, um lápis
e escreveu perante os assistentes.”
“Se
as moedas e o papel mata-borrão tivessem sido repuxados até os ombros, de
maneira a deixar em liberdade os dois braços da médium, o trajeto percorrido
pela corrente elétrica no corpo da médium teria sido reduzido de metade, no
mínimo; por conseguinte, a resistência oferecida pelo corpo da médium teria também
diminuído de metade, ou 40°, e a agulha do galvanômetro teria subido de 220° a
260°. E entretanto foi o contrário que sucedeu: desde o começo da sessão, não
só deixou de haver qualquer aumento de desvio, como, pelo contrário, ele diminuiu
constantemente e gradualmente até ao fim da sessão, sob a influência do
dessecamento do papel molhado; essa circunstância aumentou a resistência à
corrente elétrica e diminuiu o desvio de 220° a 146'.
É
fora de dúvida que, se uma das moedas tivesse sido desviada uma polegada
apenas, o desvio teria aumentado, e a fraude da médium desmascarada; mas,
conforme o disse, o galvanômetro não deixou de baixar.
Fica,
pois, estabelecido peremptoriamente que as moedas de ouro aplicadas aos braços
da médium não foram deslocadas de um milímetro, que os braços que apareceram e
que escreveram não eram os braços da médium, que, por conseguinte, o uso da cadeia
galvânica, para se ficar certo da presença da médium atrás da cortina, deve ser
considerado uma garantia suficiente...”
“As
variações das condições às quais estava submetida a corrente elétrica, passando
pelo corpo da médium, eram indicadas pelo galvanômetro-refletor, instrumento
tão sensível que a corrente elétrica mais fraca, transmitida a 3.000 milhas por
um cabo submarino, seria registrada.
Por
conseguinte, o menor movimento da médium teria também provocado oscilações do
aparelho; e a prova disso tirou-se antes da experiência, como se verifica pela
passagem seguinte, extraída de um artigo do Senhor Varley, onde todos os movimentos
do galvanômetro são consignados minuciosamente, minuto por minuto:
“Antes
de a médium cair em transe, pediu-se-lhe que fizesse movimentos com os braços;
a mudança da superfície metálica, posta em contacto real com o papel e o corpo,
produziu um desvio que se elevou de 15 a 20 divisões, e às vezes ainda mais;
por conseguinte, se, no decurso da sessão, a médium tivesse feito o menor
movimento com as mãos, seguramente o galvanômetro o teria indicado. Na espécie,
a Srta. Cook representava um cabo telegráfico no momento do confronto.”
(“Psychische Studien”, 1874, pág. 344).
Para
finalizar, transcrevemos o que disse Sir William Crookes, em sua palestra
presidencial na “British Association at Bristol”, em 1898, sobre suas
experiências com médiuns:
“Trinta
anos se passaram desde que eu publiquei um relatório de experimentos, visando
demonstrar que além do nosso conhecimento científico existe uma Força exercida,
por inteligência diferente da inteligência ordinária, comum aos mortais. Não
tenho nada a retratar. Mantenho-me fiel às minhas afirmações já publicadas. Na
realidade, eu poderia acrescentar muito mais, além disso.”
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
1 PALHANO JÚNIOR, Lamartine.Experimentações mediúnicas: a propósito das pesquisas de William
Crookes.Rio de Janeiro: CELD. [1996];
2 CROOKES, William.Fatos Espíritas.Rio
de Janeiro: FEB [1991];
3 AKSAKOF, Alexander. Animismo e
Espiritismo. Volume 1. Rio de Janeiro: FEB [1991];
4 ANDRADE, Hernani Guimarães.
Parapsicologia: uma visão panorâmica. São Paulo: FE [2002].