Fonte da imagem: http://www.betapositivo.com.br/2013/03/afeto-para-o-feto-por-dioclecio-campos-junior/
Fábio
José Lourenço Bezerra
Na
pergunta N°344 de
“O Livro dos Espíritos”,
temos: Em que momento
a alma se une ao corpo?
Resposta:
– A união começa na concepção, mas só se completa no
instante do nascimento. No momento da concepção, o Espírito
designado para habitar determinado corpo se liga a ele por um laço
fluídico e vai aumentando essa ligação cada vez mais, até o
instante do nascimento da criança. O grito que sai da criança
anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores de Deus.
E
na pergunta N° 345,
temos: A
união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento da
concepção? Durante esse primeiro período o Espírito poderia
renunciar ao corpo designado?
Resposta:
– A união é definitiva no sentido de que nenhum outro Espírito
poderá substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como
os laços que o unem são muito frágeis, fáceis de se romper, podem
ser rompidos pela vontade do Espírito, se este recuar diante da
prova que escolheu; nesse caso, a criança não vive.
O
Espírito, durante a sua fase de feto, no útero, possui grande
atividade mental. Memória e raciocínio foram demonstrados mesmo com
poucas semanas de vida. O que não é de admirar, uma vez que há ali
um ser milenar, com vários séculos de experiência, mas limitadas
pelo organismo ao qual está ligado.
O
autor Adenáuer Novaes, no
seu livro “Reencarnação – Processo Educativo”,
nos informa:
“Thomas
Varney (1985) realizou pesquisas que foram conduzidas tanto na Europa
como na América do Norte em casos nos quais, no decorrer da terapia,
pacientes com problemas psicológicos eram levados atrás no tempo, à
sua infância, e por vezes chegavam de tal maneira atrás, que iam ao
período antes do nascimento, durante a gravidez, lembrando-se de
fatos ocorridos enquanto estavam na barriga de sua mãe.
A
informação obtida por este processo indica-nos que a pessoa que
está nascendo pode lembrar-se, mais tarde, de incidentes que
ocorreram durante a gravidez, cuja mãe nunca comentou com ninguém e
fica surpresa quando lhe é perguntado acerca desses incidentes.
Muitos outros tipos de experiências são também relatados e indicam
que as lembranças são retidas desde o período da gravidez. Estes
fatos são provas evidentes que algo dentro do feto tem a capacidade
de entender, compreender e lembrar fatos do meio ambiente externo a
si mesmo, sem que nele ainda esteja formado o córtex cerebral. Esse
algo que não depende do organismo pode ser chamado de alma ou
espírito.
A
pesquisa sobre a memória do feto demonstra que algo nele pode
lembrar experiências de forma adulta e madura, o que indica que uma
alma adulta reside no corpo de um bebê imaturo.
O
que vale dizer que o espírito não cresce com o crescimento do
corpo, isto é, a alma não é criada junto com o corpo, mas antes
dele. O perispírito sim, cresce com o crescimento do corpo. O
espírito precede ao corpo. Se fosse criada junto com ele, após o
nascimento teríamos uma alma infantil, e não adulta. Ora, se é
possível a lembrança de fatos ocorridos nesse período em que, em
princípio, o espírito está hibernando, porque não seria possível
ter-se acesso às memórias de vidas anteriores? Tais fenômenos de
lembranças de fatos ocorridos com o espírito no período em que ele
se encontrava no ventre da mãe, reforça a tese da ligação do
espírito ao seu corpo no momento da concepção, e não na hora do
parto.
Se
a memória se formasse no corpo físico, não seria possível retê-la
no organismo do feto tendo em vista a não formação completa do
cérebro. As lembranças ficam no perispírito, acessíveis por
mecanismos desencadeados pelas conexões que se formam através das
emoções da mãe.
O
fenômeno da lembrança ocorrida no período fetal coloca um novo
dado sobre a questão do aborto. Desde o princípio, na organização
fetal, já existe um ser em processo de ligação. A vida já está
presente desde a concepção. As leis que autorizam o aborto até
determinada fase do crescimento fetal, foram elaboradas por pessoas
que desconhecem a realidade do espírito. Seria recomendável o
aborto quando se constatasse a ausência de espírito no corpo em
formação ou quando a continuidade da gravidez pusesse em risco a
vida da mãe. A primeira hipótese só seria possível através de
investigação mediúnica, o que adia sua possibilidade, dada a
complexidade do controle necessário a esse tipo de pesquisa. A
perturbação ou o estado de letargia que se acredita existente nesse
período da reencarnação, nem sempre ocorre, como demonstram as
lembranças posteriores. As conversas que a mãe tem com seu bebê
podem, dessa forma, serem correspondidas muito mais do que se
imagina. O espírito pode estar participando de todas as atividades
externas ao útero. É dessa forma que o espírito, cujos pais
intentaram abortá-lo, sabe dessas intenções.
Alguns
problemas de relacionamentos podem advir dessa rejeição
inconscientemente (ou conscientemente) sabida.
Vale
lembrar que esse tipo de fenômeno serve também para comprovar os
padrões existentes no que tange a imortalidade da alma. As
afirmações de Albertson e Freeman, as quais veremos adiante, também
se basearam na investigação desse tipo de fenômeno.”
Abaixo,
transcrevemos, em parte, um interessantíssimo artigo do site da
Revista Cristã de Espiritismo, sobre regressão de
memória à vida intra-uterina e a influência na personalidade do
Espírito nessa fase da sua vida.
COMO
NOSSA PERSONALIDADE PODE SER CONSTRUíDA A PARTIR DA VIDA
INTRA-UTERINA
Por
Juliane Prieto Peres e Maria Júlia Prieto Peres
“Regressão
à vida Intra-Uterina
O
assunto aqui tratado é especificamente a regressão à Vida
Intra-Uterina (VIU), ou seja, quando um trauma de VIU origina um
problema, uma dificuldade, um transtorno futuro, mais, ou quando esse
trauma é um evento reforçador de um problema já existente.
A
criança, antes do nascimento, é um ser dotado de sentimentos, de
lembranças e de consciência, portanto, tudo o que lhe acontece nos
nove meses de gestação tem grande importância na formação e na
estruturação da personalidade.
O
feto pode ver (sensibilidade à luz), ouvir, degustar, entender e
aprender num nível primitivo. Ele é capaz de manifestar sentimentos
menos elaborados que os adultos, mas bem reais. Ele pode acionar uma
ou outra tendência, conforme as mensagens que recebe no útero (que,
de alguma forma vão sendo moldadas).
A
principal fonte dessas mensagens é a mãe.
O
feto capta os pensamentos, sentimentos e sensações da mãe, que
interferem no modo significativo em sua forma de ser.
Pesquisadores
como os médicos Thomas Verny, Dominik Purpura, David Chamberlain
Stanislaw Grof, e outros, descobriram que existe uma ligação
intrauterina muito complexa, gradativa e sutil quanto à estrutura
racional que se estabelece após o nascimento.
A
ligação entre mãe e filho, que se estabelece após o nascimento, é
a consequência do que a precedeu.
Existe
uma comunicação fisiológica, psicológica e extra-sensorial entre
mãe e feto. As perturbações do bebê são provocadas tanto pelas
consequências psicológicas, quanto pelas consequências físicas da
ansiedade, depressão, aflições, medo, estresse etc. O que traz uma
repercussão mais profunda na criança não são as preocupações
menores da mãe, mas uma ansiedade crônica ou uma ambivalência
perturbadora dos pensamentos e dos sentimentos em relação a
maternidade.
Por
exemplo, um sentimento negativo, imenso e duradouro de rejeição à
criança pode deixar uma cicatriz profunda.
Perdas
afetivas, mortes, separações, choques emocionais, grandes
catástrofes, acidentes, agressões etc., podem gerar desajustes
emocionais no paciente, que variam de acordo com a forma e com a
intensidade com que ele registrou aquele fato traumático. Podem
ainda esgotar as reservas emocionais da mulher grávida a ponto de
torná-la incapaz de se comunicar com o filho que carrega. E ele
percebe isso.
No
ambiente familiar, o pai também tem influência
muito importante sobre o feto. O estresse do pai, por exemplo,
tem uma repercussão direta sobre o filho em formação, e também
indireta através da mãe.
Uma
discussão entre os pais e o desajuste familiar também podem
perturbar intensamente o ser que está no útero materno.
Traumas
em Vida Intra-Uterina, dependendo das heranças que aquele ser traz,
podem gerar diferentes transtornos futuros como: insegurança,
dificuldade de relacionamento, transtornos depressivos, transtornos
ansiosos (na tentativa de satisfazer o outro para ser amado),
personalidade dependente etc.
O
feto tem necessidades intelectuais e afetivas mais primitivas que as
nossas, mas que realmente existem, como as de querer se sentir amado
e desejado.
Esse
sentimento tem uma repercussão importante na segurança e
auto-confiança. Emoções positivas de alegria e espera contribuem
de maneira importante no desenvolvimento afetivo da criança sadia.
Se
considerarmos o modelo reencarnatório, que é apenas um dos modelos
explicativos da regressão da memória, podemos perceber que essa
criança apresenta um passado muitas vezes tumultuado com esta
família, trazendo vivências de inimizade. Esse passado pode ser
mais ou menos aflorado dependendo dos estímulos por ela vivenciados.
A
criança dentro do útero pode manifestar um comportamento de
rejeição da mãe em relação a ela.
Ou
a criança pode manifestar um sentimento espontâneo de rejeição
àquela mãe, àquela família, àquela condição financeira,
cultural, social, racial, sentimento este que pode levar a desânimo,
tristeza, falta de motivação, revolta, depressão, insegurança,
ansiedade, dificuldade de relacionamento em geral ou especificamente
entre mãe e filho.
Como
acontece essa comunicação?
A
criança percebe uma ação ou pensamento da mãe e seu cérebro
transforma isso imediatamente em uma emoção e comanda o seu corpo a
um conjunto de reações. Se a mãe sente medo, ansiedade, depressão
ou estresse, ela desencadeia uma descarga hormonal, que se de forma
intensa e contínua, pode trazer nessa criança uma predisposição a
esse sentimento.
Se
a atenção da mãe está completamente absorvida pela tristeza, por
uma perda e se ela se fecha em si mesma, é provável que sua criança
sofra profundamente. O feto não dispõe de recursos suficientes para
tolerar essa sobrecarga.
Um
consumo excessivo de tabaco, álcool e de medicamentos, ingestão
excessiva de alimentos ou privação alimentar, insônia ou
hipersônia também são formas de comunicação materna, que
prejudica fisicamente o feto e, emocionalmente, traduzem de modo
indireto a sua ansiedade.
Mesmo sem estar em
perigo, no momento em que o feto percebe a aflição materna,
ele pode reagir com vigorosos pontapés. O feto reage diante do
crescimento da taxa de adrenalina produzida pela mãe e em
“solidariedade” à aflição da mãe.
Portanto,
a ameaça mais grave ao feto é a reação emocional da mãe a longo
prazo e quando suas necessidades físicas ou psicológicas são
ignoradas. Ele não exige nada de extraordinário, tudo o que quer é
um pouco de amor e de atenção, e quando os obtém, tudo mais, mesmo
a formação da ligação com sua mãe, acontece automaticamente.
A
formação da ligação entre a mãe e o feto exige tempo, amor e
compreensão para que ela exista e funcione de maneira satisfatória.
A criança antes do nascimento possui recursos resistentes para fazer
durar uma emoção materna. Mas ela não pode se comunicar sozinha.
Se a mãe bloqueia a comunicação afetiva, ela fica desamparada.
Segundo
a medicina tradicional, a criança, antes de dois anos era incapaz de
ter lembranças porque seu sistema nervoso não está completamente
mielinizado (mielina é uma substância que envolve a fibra nervosa)
e não pode assim transmitir mensagens.
Porém,
pesquisadores descobriram que a falta de mielina retarda a condução
de impulsos nervosos, mas não os impede de passar.
Também
a psiquiatria tradicional afirmava que a criança antes de dois anos
era incapaz de pensar. Porém, hoje sabemos que mesmo antes do
nascimento, os esquemas de memória estão delineados e que eles
seguem modelos reconhecíveis. Nesse estágio, o cérebro da criança
e seu sistema nervoso estão suficientemente desenvolvidos para que
isto seja possível, e o fato de a lembrança desse período ter uma
forma e um contorno identificáveis, que pode ser acionada através
da regressão de memória, vem confirmar a hipótese de que antes do
nascimento o cérebro já tem um funcionamento semelhante ao adulto.
A
formação da memória
No
fim da décima segunda semana, o feto está inteiramente formado e
nesse período aparecem os primeiros sinais da atividade cerebral. A
partir do terceiro trimestre de gestação, o cérebro já tem um
funcionamento semelhante ao do adulto. A partir do sexto mês após a
concepção, o sistema nervoso central da criança é capaz de
receber, tratar e codificar as mensagens; a memória neurológica já
está funcionando.
Muitas
lembranças escapam à memória voluntária, talvez pelo processo em
que intervém o neuropolipeptídio ocitocina, produzida pelas
mulheres no momento do parto, e que controlam o ritmo das contrações
do útero nessa ocasião e fluem para a circulação da criança. A
ocitocina produzida em grande quantidade provoca amnésia em animais
de laboratório. Talvez essa possa ser a explicação para as
lembranças anteriores desaparecerem durante o nascimento.
A
capacidade de recuperar essas memórias de vida intra-uterina, mais
tarde, está ligada à produção de hormônio adrenocorticopina ou
ACTH, que ajuda a fixar as lembranças. Quando uma mulher grávida ou
que está dando a luz se sente tensa, sofre pressão ou medo,
libera hormônios
do estresse (cortizol), e a substância que regula seu fluxo é
o ACTH, como acontece em qualquer pessoa que sinta medo ou ansiedade.
A
gestante nessa situação libera muito hormônio que chega à
circulação sanguínea da criança e ajuda a conservar uma imagem
mental do sentimento de sua mãe e seus efeitos sobre si.
Elaborando
a vivência
No
processo de Terapia Regressiva Vivencial Peres, trabalha-se com um
tema de cada vez, com uma série de regressões focalizando esse
tema, nos diferentes períodos da vida do paciente. Entre uma
regressão e outra, trabalha-se aquele conteúdo que aflorou na
regressão, com o objetivo de conduzir o paciente e elaborá-lo.
Essas sessões de elaboração e integração têm extrema
importância para o paciente poder aproveitar da melhor forma
possível aquela vivência, e utilizá-la no seu dia-a-dia na solução
de seus problemas fazendo a relação entre os pensamentos,
sentimentos, sensações e comportamentos vivenciados na regressão
suas características atuais. Nessa série de regressões, é
importante focalizar alguns períodos de vida, significativos, como
idade adulta, adolescência, infância, nascimento, vida intrauterina
e supostas vidas passadas; momentos importantes em que a pessoa pode
ter criado um padrão de comportamento negativo ou pode ter reforçado
um padrão que já existia. Então, a vida intra-uterina sempre será
vivenciada em regressão, em cada problema que o paciente trabalhar.
Existe
algumas fases importantes no período gestacional, como: momentos e
circunstâncias que precedem a concepção; suspeita da gravidez e
confirmação da gravidez; período subsequente da gestação e
momentos que precedem o nascimento. Vejamos agora alguns exemplos
clínicos de regressão à VIU.
Depressão
E.F.G.
mulher, 40 anos, solteira, engenheira. Queixa-se de depressão desde
a adolescência. Sua mãe havia tido um aborto espontâneo, seis
meses antes de engravidar dela. Parto difícil e demorado, quando a
mãe sente medo e desespero. O paciente com dificuldade de
relacionamento afetivo com os homens porque não aceitava-se como
mulher. Dificuldade de relacionamento com a mãe, por sentir-se
rejeitada por ela, e rejeitá-la também.
Vivências
regressivas: Vivencia sua mãe se contorcendo de dor, assustada.
Sente-se como em um turbilhão.
Vai
sentindo apertada. Sente que algo está dando errado. Sente-se fraca
e com a respiração difícil.
Tudo
escuro. Mãe está com medo. A paciente diz que tem a impressão de
estar cometendo suicídio. Tem um sentimento de fracasso. Mãe tem
medo de engravidar.
Sente
vontade de ajudá-la a não ter medo, mas também tem um impulso de
não querer nascer como mulher, porque acha que vai sofrer muito.
Sente contra essa condição e medo de enfrentar a vida num corpo
feminino. Não quer estar ali, sente-se contrariada. A paciente diz
perceber que a mãe pressente que ela não quer estar ali e sente
medo e insegurança. Diz que acha que transmite esses sentimentos
para a mãe. Diz sentir provocar seu próprio abortamento, por não
querer nascer, pelo medo de passar por todo sofrimento de novo; tem a
sensação de fracasso e de culpa. Sente que
aproveita o medo da mãe
e provoca sensações
desagradáveis
no corpo dela, através de movimentos bruscos e desordenados,
que fazem com que a mãe aumente o seu medo. Percebe sua mãe
sonhando com um parto mal sucedido e sente que esse sonho exerce
influência sobre ela.
E,
ao mesmo tempo, também sente medo. A mãe vai ficando perturbada,
descontrolada emocionalmente, deixa de ter cuidados com o próprio
corpo e acaba tendo um aborto espontâneo.
Momento
mais traumático: Abortamento.
Decisão:
Eu me destruí. Sinto culpa por ter destruído essa chance.
Relação
com o tema repressão: Não mereço viver.
Sentimento
de culpa e de fracasso. Autopunição através da depressão.
Redecisão:
Eu aceito, valorizo e agradeço pela minha vida.
Mais
ou menos de um terço dos abortos espontâneos, são clinicamente
inexplicáveis; a mãe tem boa saúde e é fisicamente capaz de
carregar uma criança em seu útero, mas suas dificuldades são
emocionais.
O
pesquisador T. Verny concluiu que o temor ou o sentimento de sua
responsabilidade e o medo de pôr no mundo uma criança anormal
aumentam, organicamente, o risco de aborto espontâneo.
Através
da TRVP percebemos que a mãe pode provocar um aborto espontâneo
inconscientemente, através da falta de cuidado físico e emoções
desequilibradas.
Uma
parte da responsabilidade pela gravidez também é do feto, que
garante o bom funcionamento endócrino da gravidez e desencadeia uma
parte das inúmeras mudanças físicas, pelas quais passa o corpo da
mãe, para assegurar seu desenvolvimento e sua alimentação antes do
nascimento. Ela produz substâncias, contribuindo ativamente para a
sua sobrevivência.
Em
outra regressão, essa paciente vivenciou novamente a vida
intra-uterina, com a mesma mãe, agora na gestação da vida atual.
Entrou em contato com uma sensação de que sempre deve estar em
alerta, porque tem a impressão de que vai acontecer alguma coisa
ruim. A mãe sente medo de abortar novamente e a paciente, na
vivência dentro do útero, sente medo de morrer antes de nascer e
medo de se movimentar. Fica imóvel com medo de assustá-la.
Sentimento de culpa por estar desencadeando mal-estar em sua mãe.
Sensação de angústia como se estivesse perdendo tempo.
Nessa
vivência, surgiu um aspecto de depressão, medo, revolta, culpa. Sua
depressão estava intimamente relacionada à revolta contra a própria
vida, ou contra o próprio corpo feminino, situação financeira,
cultura, raça etc., fazendo com que ela entrasse num processo de
vitimização, sentimento de injustiça, desânimo, falta de
motivação pela vida, tristeza.
Essa
paciente apresenta uma doença auto-imune, que pode ser melhor
compreendida num processo de autopunição pela sua parcela de
responsabilidade pelo aborto. Tinha também pesadelos, nos quais
via-se girando num meio a um turbilhão .
Depois
de esgotado o tema da depressão, essa mesma paciente trabalhou a
dificuldade em aceitar-se como mulher e vivenciou em regressão um
outro aspecto da vida intra-uterina: seus pais desejavam um filho do
sexo masculino. Não queria decepcioná-los porque sabia que ela não
era quem eles gostariam que fosse. Não queria nascer. Desenvolve
então um padrão:
“vou
ser forte como um homem para satisfazê- los, para conquistar o amor
deles”. Em algumas regressões anteriores, a paciente vivenciou
cenas em que ela própria entendeu como, em vidas passadas, em que
era homem, fez sofrer muitas mulheres, tratando-as como um ser
inferior.
Insegurança
H.I.J.
mulher, 48 anos, divorciada, empresária.
Queixa-se
de insegurança, manifestadas por medos, há 17 anos.
Vivências
regressivas: Aos dois meses. Mãe está tomando algo ruim para
abortá-la, sente desconforto na garganta e no nariz. “É para eu
morrer, eu não quero morrer”. Sente a boca amarga. Percebe-se
intoxicada fisicamente e pelo sentimento da mãe.
Manifesta
raiva da mãe por ela rejeitar a sua gravidez.
Depois
sente alívio por não ter morrido.
Diz
que identifica pensamentos do tipo: “o mundo é ruim”. Percebe
que a mãe esta passando fome porque sente uma fraqueza, uma queda da
sua vitalidade.
Aos três
meses. Sente que seu pai também
quer matá-la. Pai bate na mãe e ela se percebe como se
estivesse apanhando também.
Apresenta
dor no corpo e fica toda encolhida.
Sente-se
rejeitada.
Tem
medo de nascer e continua apanhando.
“tenho
que ser encolhida”, “tenho que ficar quieta”.
Quer
dizer para o pai que ela quer viver e dá um chute. Diz sentir-se
como se estivesse chorando por dentro, como se estivesse saindo a
tristeza de dentro dela, através do seu coração. A mãe sente-se
também rejeitada pelo pai.
Aos
quatro meses. Chora. “Ninguém me quer”. Encolhe-se toda. Mãe
está triste e quer morrer. Ouve a mãe dizer: “O que eu fiz para
merecer isso?”. Mãe refere-se às dificuldades financeiras,
desprezo de sua família, mas a paciente diz que sente como se
referisse a ela. Sentimento de querer dar forças à mãe. Sente que
precisa morrer.
Momento
mais traumático: Tentativa da mãe em provocar abortamento.
Decisão:
“Se nem meus pais me querem, ninguém mais vai me querer. Não sou
digna do amor de ninguém”.
Redecisão:
“Eu me valorizo e me aproximo das pessoas, com amor”.
A
paciente estava fixada no sentimento da vítima, acreditando que
ninguém poderia querê-la; ela também afastava-se das pessoas e foi
necessário em seu processo psicoterápico trazer a responsabilidade
para ela mesma, para se tornar mais ativa, indo em direção às
pessoas e melhorando sua auto-estima.
Seu
sentimento de rejeição fazia com que nenhum afeto fosse suficiente,
e fazia com que a paciente criasse uma defesa de também rejeitar os
pais e sentir raiva deles. Ela apresentava um problema sério de
relacionamento com os pais e com as pessoas em geral, pela
insegurança, timidez e sentimento de incapacidade.
Tinha
uma personalidade independente por ter auto-estima comprometida. Após
as sessões de regressão e da prática de suas redecisões, seus
problemas foram plenamente solucionados.
Uma
ligação intra-uterina sólida constitui a melhor proteção da
criança contra os perigos do mundo externo. Através desses
conhecimentos, mães e pais dispõem de uma oportunidade rica de
participar da formação da personalidade de seu filho antes do
nascimento, acionando suas tendências mais positivas, registrando
nos níveis físico e espiritual, e incentivando nesse novo ser,
sentimentos éticos de interesse e compreensão pelo outro de
trabalho e doação.
Fica
clara a responsabilidade dos pais de estimularem intelectualmente e
afetivamente o novo ser, desde o início de sua vida intra-uterina,
contribuindo para desenvolver suas melhores tendências, ensinamentos
positivos, inibindo e diluindo as suas dificuldades.”
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA:
1
KARDEC,
Allan. O livro dos Espíritos:
princípios da doutrina espírita.
2
NOVAES, Adenáuer Marcos Ferraz de. Reencarnação:
processo educativo. – Salvador: Fundação Lar Harmonia, 12/2003.
ENDEREÇO
ELETRÔNICO:
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