Fonte da imagem:
http://www.ratser.com/pueden-los-microbios-en-el-intestino-actuan-sobre-el-cerebro/
Fábio José
Lourenço Bezerra
Na Questão
Nº 370 de “O Livro dos Espíritos”, temos:
Da influência dos
órgãos se pode inferir a existência de uma relação entre o
desenvolvimento dos do cérebro e o das faculdades morais e
intelectuais?
Resposta: “Não
confundais o efeito com a causa. O Espírito dispõe sempre das
faculdades que lhe são próprias. Ora, não são os órgãos que dão
as faculdades, e sim estas que impulsionam o desenvolvimento dos
órgãos.”
Mais de 150 anos
depois que os Espíritos Superiores nos deram a comunicação acima,
cada vez mais a ciência verifica que a alma não é produto do
cérebro, mas sim independente dele.
Abaixo
transcrevemos, em tradução livre, partes de dois excelentes artigos
que tratam da relação consciência-cérebro. O primeiro é do Dr.
Gary Schwartz,
de 2010, postado em seu site (www.drgaryschwartz.com),
e outro do Dr.
Pin Van Lommel,
de 2004, publicado site Near
Death Research Foundation (http://www.nderf.org/).
O Artigo do Dr.
Gary Schwartz:
“[...]A
psicologia, a neurociência e a ciência convencional em geral,
normalmente adotam uma visão materialista da natureza e do universo.
O materialismo é a crença de que (1) o que é real é matéria
física, que (2) só existe matéria, e que (3) tudo o que acontece
na natureza e no universo pode ser compreendido e explicado em termos
materialistas (Tart, 2009). Na psicologia, essa crença é expressa
em termos da relação da mente e do cérebro; a consciência é
assumida como sendo um subproduto ou "epifenômeno" da
função cerebral (por exemplo, uma propriedade emergente das redes
neurais).”
“[...] Será
que a Consciência Exige um cérebro?
Existem
três tipos de evidências experimentais que, em conjunto, parecem
apontar para a conclusão de que a consciência é criada pelo
cérebro. A palavra "parecer" é enfatizada aqui porque o
exame cuidadoso da totalidade das provas, quando vistas a partir da
perspectiva da eletrônica e da engenharia elétrica, revela como a
evidência da explicação de que a mente é separada do cérebro, de
fato, é tão consistente quanto a explicação de que a mente é
criada pelo cérebro. Infelizmente, não é muito apreciado pelos
cientistas convencionais que as três abordagens experimentais
utilizadas para investigar as relações mente-cérebro, por si, não
exigem uma conclusão materialista - e elas são totalmente
consistentes com uma explicação não materialista
(Pós-materialista).
Os
três tipos de evidência são:
1.
A prova de gravações - Os Neurocientistas registram ondas cerebrais
(EEG), utilizando dispositivos eletrônicos sensíveis. Por exemplo,
é bem conhecido que a ondas alfa occipitais diminuem quando as
pessoas vêem objetos ou os imaginam.
2.
A prova de estimulação - Várias áreas do cérebro podem ser
estimuladas utilizando eletrodos colocados dentro da cabeça ou
bobinas magnéticas colocadas fora da cabeça. Por exemplo, a
estimulação do córtex occipital é tipicamente associada com as
pessoas experimentando sensações visuais e imagens.
3.
Evidências de Ablação - Várias áreas do cérebro podem ser
removidas com técnicas cirúrgicas (ou áreas podem ser danificadas
devido a lesões ou doenças). Por exemplo, quando são áreas do
córtex occipital as pessoas e animais inferiores perdem aspectos da
visão.
A
geralmente aceita - e, aparentemente, senso comum - interpretação
da neurociência para este conjunto de resultados é que a
experiência visual é criada pelo cérebro.
No
entanto, a questão crítica é: esta explicação de criação da
consciência é a única interpretação possível para esse conjunto
de resultados? A resposta é, na verdade, não. Os três tipos de
evidência também são consistentes com o cérebro como sendo um
receptor das informações externas da consciência (Schwartz, 2002;
2005; 2011).
O
raciocínio é simples e é ilustrado em eletrônica e engenharia
elétrica. Embora seja raro discutir-se um exemplo de eletrônica no
contexto de uma monografia de psicologia (especialmente uma voltada
para a religião e a espiritualidade), acaba por ser prudente e
produtivo fazer isso aqui.
Considere
a televisão (seja ela analógica ou digital). É bem conhecido - e
geralmente aceito - o trabalho dos televisores como receptores para o
processamento de informação transportada por campos
eletromagnéticos externos que oscilam em bandas de frequências
específicas. Aparelhos receptores de televisão não criam a
informação visual (isto é, eles não são a fonte das informações)
- eles detectam as informações, as amplificam, as processam e as
exibem.
Aparentemente,
não é geralmente apreciado que os engenheiros elétricos realizam
os mesmos três tipos de experimentos como os neurocientistas fazem.
O paralelo entre o cérebro e a TV é essencialmente perfeito.
1.
A prova de gravações - engenheiros elétricos podem monitorar
sinais dentro do aparelho de televisão usando dispositivos
eletrônicos sensíveis. Por exemplo, os eletrodos podem ser
colocados em determinados componentes em circuitos que se
correlacionam com as imagens visuais vistas na tela.
2.
A prova da Estimulação - Engenheiros elétricos podem estimular
diferentes componentes da televisão utilizando eletrodos colocados
dentro do aparelho de televisão ou bobinas magnéticas colocadas
fora do set. Por exemplo, podem ser circuitos particulares
estimulados com padrões específicos de informações e padrões
replicáveis podem ser observados na tela da TV.
3.
Evidências de Ablação - Engenheiros elétricos podem remover
vários componentes da televisão (ou áreas podem ser danificadas ou
ficarem desgastadas). Por exemplo, se componentes chave forem
removidos as imagens visuais no ecrã desaparecerão.
No
entanto, gerar esses três tipos de evidência implicam que a fonte
ou origem dos sinais de TV estão dentro do aparelho de televisão -
isto é, que a televisão criou os sinais? A resposta é obviamente
não.
Deve
ficar claro como esta lógica básica - como aplicada a receptores de
televisão - pode igualmente ser aplicada a receptores da rede neural
(cérebro). Os três tipos de evidência (correlação, estimulação
e ablação) só permitem-nos concluir que os aparelhos de televisão
- bem como cérebros - desempenham algum papel na experiência
visual. A verdade é que os três tipos de evidência, por si, não
nos dizem se os aparelhos de televisão, ou cérebros:
(1)
"auto-criam" a informação internamente - o pressuposto
materialista, ou (2) funcionam como receptores de informações
externas complexas - que permitem tanto a sobrevivência da
consciência após a morte como uma realidade espiritual maior.
Em
outras palavras, os três tipos de evidência, por si só, não falam
como (e não nos permitem determinar) se os sinais - os campos de
informação – são:
(1)
vêm do interior do sistema (a interpretação material aplicada ao
cérebro), ou (2) vêm do exterior do sistema (a interpretação
aplicada habitualmente aos televisores).
Segue-se
que os tipos de experiências adicionais são requeridas para
distinguir entre a hipóteses de "Auto-criação" versus
"receptor".
Experiências
sobre a hipótese SOC (Sobrevivência da Consciência) com médiuns
de pesquisa especializados proporcionam um importante quarto tipo de
provas que podem não ser previstas nem explicadas pela hipótese da
auto-criação (I.e. materialismo), mas podem ser previstas e
explicadas pela hipótese do receptor (Schwartz; 2002; 2005; 2011).
Deve-se
notar que, na física, campos eletromagnéticos externos não são
rotulados como sendo "materiais" per si. Estes campos não
têm massa (por exemplo, eles não têm de peso) e são invisíveis;
eles são descritos por um conjunto de equações que caracterizam
uma ainda inexplicada propriedade do "vácuo" do espaço
(que pode estar vazio de "massa", mas é, na verdade, cheio
de energia e informação).”
"[...]
Curiosamente, a hipótese de que o cérebro pode servir como um
receptor (bem como um transmissor), de informação e energia para a
consciência, tem uma história ilustre. A hipótese do cérebro como
receptor foi levada a sério por William James, o fundador da
psicologia americana, Wilder Penfield, um distinto neurocirurgião
canadense que mapeou a consciência e o cérebro, e Sir John Eccles,
um neurofisiologista britânico que ganhou o Prêmio Nobel de
Medicina por descobertas envolvendo o neurônio. A tese destes
luminares pode estar correta (Van Lommel, 2010)."
O
artigo do Dr. Pin Van Lommel:
“[…]
Durante décadas, uma extensa pesquisa foi feita para localizar a
consciência e as memórias dentro do cérebro, até agora sem
sucesso. Em conexão com a suposição não provada de que a
consciência e as memórias são produzidas e armazenadas no interior
do cérebro, devemos perguntar-nos como uma atividade não-material,
tais como atenção concentrada ou pensamento pode corresponder a uma
(material) reação observável na forma de eletricidade mensurável,
e atividade química magnética em um determinado lugar no
cérebro23-25,
mesmo um aumento do fluxo sanguíneo cerebral é observado durante
uma atividade tão imaterial como o pensamento26.
Estudos neurofisiológicos têm mostrado essas atividades através de
EEG, magnetoencefalografia (MEG), ressonância magnética (MRI) e
tomografia por emissão de pósitrons (PET). As áreas específicas
do cérebro têm sido mostrados por tornar-se metabolicamente ativas
em resposta a um pensamento ou sentimento. No entanto, esses estudos,
apesar de fornecer evidências para o papel das redes neuronais como
um intermediário para a manifestação de pensamentos, não implica
necessariamente que essas células também produzem os pensamentos. A
evidência direta de como os neurônios ou redes neuronais poderiam
produzir a essência subjetiva da mente e pensamentos, por enquanto,
não existe.”
“[...]
Alguns pesquisadores tentam criar inteligência artificial pela
tecnologia do computador, esperando simular programas evocando
consciência. Mas Roger Penrose, um físico quântico, argumenta que
"os cálculos algorítmicos não pode simular o raciocínio
matemático. O cérebro, como um sistema fechado capaz de cálculos
internos e consistentes, é insuficiente para provocar a consciência
humana.36"
Penrose oferece uma hipótese mecânica quântica para explicar a
relação entre a consciência e o cérebro. E Simon Berkovitch,
professor em Ciência da Computação da Universidade George
Washington, calculou que o cérebro tem uma capacidade absolutamente
inadequada para produzir e armazenar todos os processos
informacionais de todas as nossas memórias com pensamentos
associativos. Nós precisaríamos de 1.024 operações por segundo, o
que é absolutamente impossível para os nossos neurônios37.
Herms Romijn, neurobiólogo holandês, chega à mesma conclusão30.
Deve-se concluir que o cérebro não tem a capacidade de computação
suficiente para armazenar todas as memórias com pensamentos
associativos da vida de alguém, não tem capacidade de recuperação
suficiente, e não parece ser capaz de provocar a consciência.”
O
site da revista época publicou, em 19 de Novembro do ano passado,
uma reportagem que relata a experiência de vários cientistas com
médiuns, durante a realização da psicografia (quando o Espírito
escreve através do médium). Os resultados surpreenderam os
cientistas. Abaixo, transcrevemos parte da reportagem:
“Durante
dez dias, dez médiuns brasileiros se colocariam à disposição de
uma equipe de cientistas do Brasil e dos EUA, que usaria as mais
modernas técnicas científicas para investigar a controversa
experiência de comunicação com os mortos. Eram médiuns
psicógrafos, pessoas que se identificavam como capazes de receber
mensagens escritas ditadas por espíritos, seres situados além da
palpável matéria que a ciência tão bem reconhece. O cérebro dos
médiuns seria vasculhado por equipamentos de alta tecnologia durante
o transe mediúnico e fora dele. Os resultados seriam comparados.
Como jornalista, fui convidada a acompanhar o experimento. Estava
ali, cercada de um grupo de pessoas que acreditam ser capazes de
construir pontes com o mundo invisível. Seriam eles, de fato,
capazes de tal engenharia?
A
produção de exames de neuroimagem (conhecidos como tomografia por
emissão de pósitrons) com médiuns psicógrafos em transe é uma
experiência pioneira no mundo. Os cientistas Julio Peres, Alexander
Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg,
responsáveis pela pesquisa, garantiam o uso de critérios
rigorosamente científicos. Punham em jogo o peso e o aval de suas
instituições. Eles pertencem às faculdades de medicina da
Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora,
da Universidade Federal de Goiás e da Universidade da Pensilvânia,
na Filadélfia. Principal autor do estudo, o psicólogo clínico e
neurocientista Julio Peres, pesquisador do Programa de Saúde,
Espiritualidade e Religiosidade (Proser), do Departamento de
Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, acalentava a ideia de
que a experiência espiritual pudesse ser estudada por meio da
neuroimagem.
Numa
sala com aviso de perigo, alta radiação, começaram os exames. Por
meio do método conhecido pela sigla Spect (Single Photon Emission
Computed Tomography, ou Tomografia Computadorizada de Emissão de
Fóton Único), mapeou-se a atividade do cérebro por meio do fluxo
sanguíneo de cada um dos médiuns durante o transe da psicografia.
Como tarefa de controle, o mesmo mapeamento foi realizado novamente,
desta vez durante a escrita de um texto original de própria autoria
do médium, uma redação sem transe e sem a “cola espiritual”.
Os autores do estudo partiam da seguinte hipótese: uma vez que tanto
a psicografia como as outras escritas dos médiuns são textos
planejados e inteligíveis, as áreas do cérebro associadas à
criatividade e ao planejamento seriam recrutadas igualmente nas duas
condições. Mas não foi o que aconteceu. Quando o mapeamento
cerebral das duas atividades foi comparado, os resultados causaram
espanto.”
“Surpreendentemente,
durante a psicografia os cérebros ativaram menos as áreas
relacionadas ao planejamento e à criatividade, embora tenham sido
produzidos textos mais complexos do que aqueles escritos sem
“interferência espiritual”. Para os cientistas, isso seria
compatível com a hipótese que os médiuns defendem: a autoria das
psicografias não seria deles, mas dos espíritos comunicantes. Os
médiuns mais experientes tiveram menor atividade cerebral durante a
psicografia, quando comparada à escrita dos outros textos. Isso
ocorreu apesar de a estrutura narrativa ser mais complexa nas
psicografias que nos outros textos, no que diz respeito a questões
gramaticais, como o uso de sujeito, verbo, predicado, capacidade de
produzir texto legível, compreensível etc.”
ENDEREÇOS
ELETRÔNICOS CONSULTADOS:
http://www.drgaryschwartz.com/files/QuickSiteImages/GES_Consciousness_and_Spirit_OXFORD_Handbook_11_25_10_pdf.pdf
Boa tarde Fábio, estava olhando alguns estudos sobre a existência da alma e vi o estudo do Dr. Gary Schwartz
ResponderExcluirhttp://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/search/label/Julie%20Beischel
Neste link http://espiritismoparainiciantes.blogspot.com.br/2014/01/novo-estudo-com-mediuns-gera.html
Vc comenta que há estudos mais recentes, vc poderia indicar quais são? agradeço