Fonte da imagem: http://hugolapa.wordpress.com/tag/eben-alexander/
Fábio José Lourenço Bezerra
Muitas pessoas desfrutam, ou sonham
desfrutar, plenamente, dos prazeres e bens que o mundo material pode
proporcionar, como as extravagâncias que a fortuna pode comprar, o status
social, de preferência sem se esforçar muito para isso, poder, o sexo promíscuo,
alimentação saborosa e farta, etc.. Não imaginam, sequer, que possa existir
prazer que não seja dessa forma. Muitos são até capazes de passar por cima de
qualquer um para obter tudo isso. A prática do bem e o desapego aos bens
materiais? Para várias delas, é uma chatice e uma perda de tempo imensa! Para
um materialista, nada mais natural pensar assim, uma vez que para este nada
mais existe além da matéria.
Contudo, somos
Espíritos imortais, temporariamente habitando um corpo frágil e perecível,
veículo de interação com esta dimensão-escola chamada mundo material. Nosso
tempo aqui, comparado com toda a eternidade que viveremos no mundo espiritual,
em uma distante comparação, é como frações de segundos dentro de trilhões de
milênios. Consequentemente, os prazeres materiais são tão transitórios quanto
nossos corpos físicos. O que levamos, quando partimos daqui, é tudo aquilo que
depositamos em nossa consciência: o bem e o mal que praticamos, os valores que
cultivamos e os conhecimentos que adquirimos (Ver o texto "Desapego dos Bens Materiais: Libertação do Espírito", neste blog).
O verdadeiro objetivo de nossa
passagem pela vida material é desenvolvermos nossa inteligência e moralidade,
através das experiências que a matéria pode proporcionar ao Espírito. Muito
distantes de serem chatices, a prática do bem e o desapego aos bens materiais, na realidade, são os caminhos para
conquistarmos nossa verdadeira e permanente felicidade. Somos cada vez mais
felizes, à medida que evoluímos (Ver o texto “Por Que Devemos Fazer o Bem?”,
neste blog).
Na pergunta N° 967 de “O
Livro dos Espíritos”, temos: “ Em
que consiste a felicidade dos bons Espíritos?”
Resposta – “Consiste em conhecer todas as coisas; não ter ódio,
ciúme, inveja, ambição e nenhuma das paixões que fazem a infelicidade dos
homens. O amor que os une é a fonte de uma suprema felicidade. Eles não
experimentam as necessidades e sofrimentos nem as angústias da vida material;
ficam felizes com o bem que fazem. Porém, a felicidade dos Espíritos é sempre
proporcional à sua elevação. Só os Espíritos puros desfrutam, é bem verdade, da
felicidade suprema, mas todos os outros são também felizes. Entre os maus e os
perfeitos existe uma infinidade de graus em que os prazeres são relativos à
condição moral. Aqueles que estão bastante adiantados compreendem a felicidade
dos mais avançados e desejam igualmente alcançá-la, o que é para eles um motivo
de estímulo e não de ciúme. Sabem que depende deles consegui-la e trabalham
para esse fim, mas com a calma da boa consciência, e são felizes por não
sofrerem como os maus.”
Na pergunta N° 968: “Colocais
a ausência das necessidades materiais entre as condições de felicidade para os
bons Espíritos; mas a satisfação dessas necessidades não é, para o homem, uma
fonte de prazeres?”
Resposta – “Sim, de prazeres selvagens; e quando não podeis
satisfazer essas necessidades, é uma tortura.”
Na pergunta N° 969: “O que devemos entender quando se diz
que os Espíritos puros estão reunidos no seio de Deus e ocupados em cantar
louvores?”
Resposta – “É um modo de dizer, uma simbologia, para fazer entender o que eles
têm das perfeições de Deus, já que O veem e O compreendem, mas não a deveis
tomar ao pé da letra como fazeis com muitas outras. Tudo na natureza, desde o
grão de areia, canta, ou seja, proclama o poder, a sabedoria e a bondade de
Deus. Não acrediteis que os Espíritos bem-aventurados vivam em contemplação por
toda a eternidade; seria uma felicidade estúpida e monótona e seria ainda mais,
uma felicidade egoísta, uma vez que sua existência seria uma inutilidade sem
fim. Eles não têm mais as aflições da existência corporal: isso já é um prazer.
Aliás, como já dissemos, conhecem e sabem todas as coisas; empregam útil e
proveitosamente a inteligência que adquiriram para ajudar no progresso dos
outros Espíritos: é sua ocupação e ao mesmo tempo um prazer.”
Muito interessantes são os relatos
de centenas de milhares de pessoas ao redor do globo, de diversas idades, culturas
e crenças, sobre o que sentiram em suas Experiências de Quase-Morte, que
claramente mostram como são os níveis superiores do plano espiritual. Peço ao
leitor que compare com o que os Espíritos disseram a Allan Kardec, acima, no
trecho extraído de “O Livro
dos Espíritos”. Ao que tudo indica, a Espiritualidade Maior, através das
experiências dessas pessoas, quer nos dar uma amostra do que nos espera quando
evoluirmos ao patamar de bons Espíritos:
·
Sensação de compreensão instantânea (Muitos também descreveram como a comunicação se fez
através de formas não-verbais, quase como por Telepatia);
·
Sentimento de paz;
·
Sentimento de alegria;
·
Sentimento de unicidade com tudo no cosmos;
·
Ver/sentir-se cercado por uma luz (Para muitas pessoas, a luz no final do túnel começou bem
fraca depois foi crescendo em intensidade. Geralmente era branca mas não
machucava os olhos. Era descrita como "agradável" e “acolhedora”, e
conduzia o indivíduo para dentro dela. Com freqüência os deixava com uma
sensação calorosa de serem amados. Aqueles que encontraram essa luz
freqüentemente descreveram passar por uma forte transformação e experienciar
uma a mudança de mente. Geralmente, as pessoas sentiram que ficaram menos
materialistas, mais gentis com os outros, mais dispostas a servir, prontas a
ajudar, com menos medo da morte e mais religiosas. Em alguns
casos, os familiares também notaram a diferença. Alguns, que eram ateus,
desenvolveram uma fé extremamente forte em Deus. O efeito na maioria dos casos
se prolongou por décadas).
Para exemplificar, muitíssimo interessante é o relato do
Neurocirurgião e professor da Universidade de Harvard, Dr.Eben Alexander III, no
seu livro “Uma Prova do Céu”, sobre o que viu e sentiu em sua Experiência
de Quase-Morte, quando passou 7 dias em coma. Diga-se de passagem que o
Dr.Eben, antes de sua experiência, era totalmente cético em relação à
espiritualidade das EQMs, atribuindo-as a alucinações produzidas pelo cérebro:
“Agora eu estava em um lugar cheio de nuvens.
Nuvens grandes, fofas, brancas com tons rosados se
destacavam no céu de anil.
Mais alto que as nuvens - imensuravelmente mais alto - , em
um aglomerado de esferas transparentes, seres deslumbrantes se deslocavam em
arco por todo o céu, deixando grandes rastros atrás de si.
Pássaros? Anjos? Estas palavras me ocorreram quando eu
escrevia minhas recordações, mas nenhuma delas faz jus àqueles seres, que eram
muito diferentes de qualquer coisa que eu tivesse conhecido neste planeta. Eles
eram mais evoluídos. Superiores.
Um som forte e majestoso, como uma música sacra, veio de
cima, e me perguntei se aqueles seres superiores estariam produzindo esse
uníssono. Novamente, refletindo sobre isso mais tarde, me ocorreu que a alegria
dessas criaturas era tão imensa que elas tinham que manifestar esse som – como se
fosse uma emoção impossível de conter. Era algo palpável e quase material,
assim como uma chuva que se sente na pele, mas que não nos deixa molhados.”
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da doutrina espírita.
2 ALEXANDER,
Eben. Uma prova do céu. A jornada de
um neurocirurgião à vida após a morte.Rio de Janeiro.Sextante [2012].
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