Fonte da imagem: http://humansarefree.com/2013/10/scientific-proof-of-reincarnation-dr.html
Fábio José Lourenço Bezerra
O
professor de psiquiatria da Universidade de Virgínia (EUA) Dr. Ian
Stevenson, falecido em 2007, registrou, ao redor do mundo, em um período de
mais de quarenta anos, perto de 2700 casos de crianças que relataram lembranças
de vidas anteriores. Algumas se dizem membros da família já falecidos, outros
descrevem vidas anteriores como estranhos. Tipicamente, a criança, muito nova
(em geral por volta dos seus 2 a 3 anos de idade), começa a falar de uma outra
vida persistentemente. Muitas vezes, pede que a levem para encontrar-se com a
sua outra família, em outro local. Quando a criança fornece nomes ou detalhes
suficientes sobre a outra localidade, a família atual, quase sempre, vai até lá
e confirma as informações dadas pela criança, que se mostram corretas. As
informações batem, em vários casos com riqueza de detalhes, com a vida de uma
pessoa há pouco tempo falecida.
As crianças não só demonstram ter
lembranças da vida da personalidade anterior (detalhes a respeito de membros da
antiga família, eventos da vida passada ou o modo como morreram), mas também,
com muita freqüência, apresentam marcas de nascença semelhantes a ferimentos no
corpo da vida anterior, bem como suas emoções, apegos, medos, vícios, gostos e
aversões. A identificação com um determinado país ou sexo também aparecem
em alguns casos.
Sobre o
Dr. Stevenson, consta o seguinte no livro “Vida Antes da Vida”,
escrito pelo psiquiatra infantil da Universidade de Virgínia Dr. Jim Tucker, continuador
de suas pesquisas:
“[...] Lester S.King,
editor de crítica do JAMA: The Journal of the American Medical
Association, escreveu que, “com respeito à reencarnação, [Stevenson]
coletou cuidadosa e desapaixonadamente uma pormenorizada série de casos
ocorridos na Índia, nos quais a evidência é difícil de explicar sob qualquer
ponto de vista.” E acrescentou: “Ele registrou uma quantidade de dados tão
grande que não pode ser ignorada.”
Em 1977, o Journal
of Nervous and Mental Disease reservou boa parte de um número ao trabalho
sobre reencarnação do Dr. Stevenson. Incluía um artigo do pesquisador,
comentado por outros especialistas. O Dr. Harold Lief, figura das mais acatadas
no campo da psiquiatria, escreveu um dos comentários. Descrevia o Dr.Stevenson
como “um investigador metódico, prudente, cauteloso mesmo e de personalidade
teimosa.”
Em
relação às pesquisas do Dr. Stevenson, vale muito a pena conferir o que declarou o professor de
filosofia da Universidade do Estado da Geórgia, Robert Almeder, no vídeo
a seguir:
Para exemplificar, reproduzimos
alguns casos descritos no já citado livro “Vida Antes da Vida”:
“[...] A mãe sonhou, durante a
gravidez, que um homem desconhecido lhe dizia: “Fui morto por um golpe de pá.
Quero ficar com você e ninguém mais.” Quando Sulerman nasceu, viu-se que a
parte posterior do seu crânio era parcialmente deprimida e também apresentava
uma cicatriz. Ao aprender a falar, disse que tinha sido um moleiro morto quando
um freguês enfurecido feriu-o na cabeça. Juntamente com outros detalhes, forneceu
o primeiro nome do moleiro e o da aldeia onde residira. De fato, um freguês
enfurecido havia assassinado um moleiro daquele mesmo nome e naquela mesma
aldeia, golpeando-o na nuca com uma pá.”
“[...]
Outro caso mencionado em Reincarnation and Biology é o de Necip Ünlütaskiran,
da Turquia. À época do seu nascimento, notou-se que exibia várias marcas de
nascença na cabeça, rosto, e peito. Os pais, de início, deram-lhe o nome de Malik,
mas três dias depois a mãe teve um sonho no qual o bebê lhe dizia chamar-se Necip.
Os pais resolveram então chamá-lo de Necati e não Necip, pois ambos os nomes se
pareciam e já havia na família outra criança chamada Necip. Quando a criança
teve idade suficiente para falar, insistiu em que seu nome era de fato Necip e
recusou-se a atender por qualquer outro, de modo que os pais acabaram
fazendo-lhe a vontade.
Necip
demorou para falar e a se referir a uma vida anterior, mas, quando completou
seis anos, pôs-se a dizer que tinha filhos. Aos poucos foi fornecendo outros detalhes,
inclusive o fato de ter sido esfaqueado repetidamente. Afirmou que tinha vivido
na cidade de Mersin, a setenta quilômetros da residência dos pais. A família
não o levou até lá imediatamente, por lhe faltarem meios e não ter interesse no
que o menino dizia.
Quando
Necip fez doze anos, a mãe o levou a uma cidade perto de Mersin para visitar o
pai dela e sua esposa, sendo que nenhum dos dois conhecia esta última.
Quando
Necip a viu, disse que agora ela era a sua avó de verdade, depois de sê-lo unicamente
em aparência no passado. Falou-lhe de suas reminiscências da vida passada e a
mulher confirmou que eram verdadeiras. Ela tinha morado anteriormente em
Mersin, onde era conhecida como “Vovó”. Um vizinho, de nome Necip Budak, tinha
sido esfaqueado e morto pouco antes do nascimento do menino. O avô de Necip
levou-o então até Mersin, onde ele reconheceu diversos membros da família de
Necip Budak.
Identificou
dois objetos que haviam pertencido ao morto e declarou disse que Necip Budak
havia ferido a perna da esposa com uma faca, durante uma discussão, o que era verdade.
O garoto não tinha visto as pernas da viúva, é claro, mas uma mulher da equipe do
Dr. Stevenson examinou-as e confirmou que ela tinha uma cicatriz na coxa, provocada,
segundo disse, pelo marido.
O
Dr. Stevenson conseguiu obter uma cópia do relatório da autópsia de Necip Budak
e, em seguida, descobriu que o menino Necip apresentava três marcas de nascença,
que a família notara desde o primeiro momento e ainda eram visíveis quando o
Dr. Stevenson o examinou aos treze anos, elas combinavam perfeitamente com os ferimentos
descritos no relatório da autópsia. Além disso, Necip tivera outras três marcas
que a família observara logo ao seu nascimento, mas não podiam ser mais vistas aos
treze anos: elas também combinavam com os ferimentos descritos no relatório. O Dr.
Stevenson encontrou ainda mais duas marcas em Necip, semelhantes às descritas
no relatório, mas que a família nunca havia notado. Por último, o relatório
aludia a vários ferimentos no braço esquerdo de Necip Budak que não tinham
equivalentes no corpo do menino.
Em
suma, Necip apresentava nada menos que oito sinais equivalentes aos ferimentos
constatados no cadáver de Budak, assassinado a setenta quilômetros de distância.
Afora isso, o menino tinha fornecido detalhes corretos sobre a vida de Necip Budak
e reconhecido membros de sua família.”
“[...]
Chanai Choomalaiwong nasceu na região central da Tailândia, em 1967, com duas
marcas de nascença, uma na parte posterior da cabeça e outra acima do olho esquerdo.
A família, num primeiro momento, não achou que aqueles sinais tivessem algum
significado; mas, quando o menino completou três anos, começou a falar a respeito
de uma vida anterior. Afirmou ter sido um professor primário chamado Bua Kai,
que havia sido alvejado e morto a caminho da escola. Forneceu o nome de seus pais,
esposa e dois dos filhos que teve naquela vida, pedindo sempre à avó, com quem vivia,
para que o levasse à antiga casa, numa localidade chamada Khao Phra.
Por
fim, estando ele ainda com três anos, a avó fez-lhe a vontade. Os dois apanharam
um ônibus a um povoado próximo de Khao Phra, situada a vinte quilômetros de sua
aldeia. Quando saltaram do veículo, Chanai conduziu a avó em direção a uma casa
onde, segundo afirmava, moravam os seus pais. A casa pertencia a um casal idoso
cujo filho, Bua Kai Lawnak, fora professor e morrera assassinado cinco anos
antes do nascimento de Chanai. A avó do menino, ao que se soube, tinha vivido a
quatro quilômetros dali. Como possuía uma barraca onde vendia diversos produtos
às pessoas das redondezas, tinha conhecido vagamente Bua Kai e sua esposa.
Nunca havia estado na casa deles e não fazia idéia de para onde Chanai a estava
conduzindo. Uma vez lá, o menino identificou os pais de Bua Kai, que se achavam
em companhia de vários outros membros da família, como os seus pais. Eles
ficaram tão impressionados com as suas declarações e marcas de nascença que o convidaram
a voltar em breve. Chanai voltou e, na ocasião, o casal o testou pedindo-lhe que
apontasse os pertences de Bua Kai entre muitos outros, e ele conseguiu.
Reconheceu
uma das filhas de Bua Kai e perguntou pela, citando-lhe o nome. A família de
Bua Kai aceitou que Chanai fosse o filho renascido e ele a visitou muitas
vezes.
Insistia
que as filhas do falecido o chamassem de pai e, quando elas não obedeciam, recusava-se
a falar com elas.
Quanto
aos ferimentos de Bua Kai, não havia relatórios de autópsia disponíveis, mas o
Dr. Stevenson conversou com diversos membros da família e ouviu que ele apresentava
dois buracos na cabeça. A esposa lembrava-se de que o médico responsável pelo
exame do corpo havia explicado que o orifício de entrada da bala era o da nuca porque
tinha dimensões menores que o da testa. Aquilo combinava com as marcas de Chanai:
uma pequena, circular, na nuca e outra maior, mais irregular, na testa. Ambas eram
sem pêlos e de aspecto rugoso. Ninguém as fotografou até Chanai completar onze anos
e meio, de sorte que determinar exatamente o seu ponto de localização na cabeça quando
ele nasceu tornava-se difícil. Nas fotos, a maior aparece à esquerda, na parte superior
da testa, mas testemunhas afirmam que se localizava mais embaixo quando Chanai
era menor.
Neste
caso, várias testemunhas concordam que um menino com marcas de nascença
semelhantes aos ferimentos de entrada e saída de um projétil num homem morto
tinha, a respeito da vida deste, informações que jamais lhe chegariam por meios
normais e pôde sair-se bem em testes que a família do homem lhe preparou.”
UM CASO ESTUDADO PELO
DR.JIM TUCKER:
“[...]
John McConnell, policial aposentado de Nova York que trabalhava como vigia, parou
após o expediente diante de uma loja de produtos eletrônicos, numa noite de 1992.
Viu dois homens roubando o estabelecimento e sacou o revólver. Outro assaltante, por
atrás de um balcão, começou a atirar nele. John tentou responder ao fogo, caiu
e levantou-se, sempre disparando. Foi atingido seis vezes. Uma das balas
penetrou-lhe as costas, dilacerando o pulmão esquerdo, o coração e a principal
artéria pulmonar, o vaso sanguíneo que leva o sangue do lado direito do coração
para os pulmões, a fim de ser oxigenado. Foi levado às pressas para o hospital,
mas não sobreviveu.
John
era muito ligado à família e dizia freqüentemente a uma das filhas, Doreen:
“Não
importa o que aconteça, sempre tomarei conta de você”. Cinco anos após a morte de
John, Doreen deu à luz um filho, William. William começou a sofrer desmaios
logo depois de nascer. Os médicos diagnosticaram atresia da válvula pulmonar,
condição na qual a válvula da artéria pulmonar não se formou adequadamente, de
modo que o sangue não consegue atravessá-la rumo aos pulmões. Além disso, uma
das câmaras do coração, o ventrículo direito, não se formou perfeitamente, em
conseqüência do problema com a válvula. O menino passou por várias cirurgias.
Embora tivesse de tomar remédios pela vida toda, saiu-se muito bem.
William
apresentava problemas de nascença muito parecidos com os ferimentos fatais
sofridos pelo avô. Não bastasse isso, quando aprendeu a falar, começou a falar fatos
da vida do avô. Um dia, tendo ele três anos de idade, a mãe estava em casa tentando
trabalhar no seu estúdio quando William se pôs a fazer travessuras. Ela, por fim,
lhe disse: “Sente-se ou lhe darei umas palmadas.” William replicou: “Mamãe, quando
você era uma menininha e eu o seu pai, às vezes você se comportava mal, mas eu
nunca bati em você!”
A
princípio, a mãe ficou inquieta com isso. À medida que William foi falando mais
a respeito da vida do avô, ela começou a sentir-se confortada pela idéia de que
o pai havia voltado. William afirmou que era o avô inúmeras vezes e falou sobre
sua morte. Disse à mãe que várias pessoas tinham disparado durante o incidente
quando ele foi morto e fez muitas perguntas a respeito.
Certa
vez, perguntou à mãe: “Quando você era uma garotinha e eu o seu pai, como se
chamava mesmo o meu gato?” Ela respondeu: “Refere-se a Maníaco?” “Não, não a
esse”, continuou William. “Estou falando do branco”. “Boston?”, indagou a mãe. “Sim”, respondeu
William. “Eu costumava chamá-lo de Boss, não é?” De fato, a família tinha dois
gatos. Maníaco e Boston — e só John chamava o branco de Boss.
Um
dia, Doreen perguntou a William se ele se lembrava de alguma coisa ocorrida
antes de nascer. O menino disse que tinha morrido numa quinta-feira e que fora para
o céu. Ali, viu animais e até falou com Deus. E completou: “Eu disse a Deus que
estava pronto para voltar e nasci numa terça-feira.” Doreen ficou espantada ao
ouvir William mencionando os dias da semana, que ainda não sabia muito bem.
Colocou-o então à prova, dizendo: “Então você nasceu numa quinta-feira e morreu
numa terça?”
Ele
prontamente corrigiu: “Não, morri numa quinta à noite e nasci numa terça de manhã.”
Ele estava certo em ambos os pontos — John tinha morrido numa quinta-feira e
William tinha nascido numa terça-feira cinco anos depois.
Em
outras ocasiões, o menino falou sobre o período entre vidas. Contou à mãe, “Quando
você morre, não vai diretamente para o céu. Passa por diversos níveis — aqui, depois
ali, por fim acolá” e, de cada vez, erguia um pouco a mão. Explicou que os animais
também renascem e que os que viu no céu não mordiam nem arranhavam.
John tinha sido
católico romano praticante, mas acreditava em reencarnação e afirmava que iria
cuidar de animais na próxima vida. O neto, William, diz que quer ser veterinário
para tratar de bichos grandes num zoológico.
William
lembra o pai de Doreen de várias maneiras. Gosta de livros, como o avô. Quando
visitam a avó de William, ele fica horas vasculhando a biblioteca de John, reproduzido
o comportamento deste no passado. William, tal qual o avô, é organizado e tagarela.
William
lembra especialmente o pai de Doreen quando lhe diz, “Não se preocupe, mamãe,
vou cuidar de você”.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
TUCKER, Jim B. Vida antes da vida. Uma pesquisa
científica das lembranças que crianças têm de vidas passadas. Rio de Janeiro: Ed.Pensamento.
[2007].
ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO:
https://www.youtube.com/watch?v=PXAwIHLQ8-U
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