Fonte da imagem: http://centinela66.com/2015/04/16/estados-unidos-libera-su-documentacion-clasificada-sobre-ovnis-desde-1947-a-1969/
Fábio José Lourenço Bezerra
Dando continuidade a nosso texto anterior (Ver "Os OVNIS Existem e Confirmam o Princípio Espírita da Pluralidade dos Mundos Habitados ?", neste blog), postamos um dos melhores documentários sobre OVNIs já produzidos, e outro excelente vídeo. Neles, constam os depoimentos de muitas autoridades, como ex-oficiais militares, ex-agentes de departamentos ultra-secretos, ex-astronautas e cientistas norte-americanos. Eles denunciam (e muitos deles se propôem a repetir tudo perante o Congresso), as manobras de acobertamento do governo dos EUA em relação aos OVNIs, bem como para desacreditar importantes testemunhas, que avistaram e registraram OVNIs no céu, no espaço, e inclusive na lua. Nossos irmãos de outros planetas e/ou outras dimensões, muito mais avançados tecnologicamente do que nós, têm nos observado de perto há muito tempo. Vale muito a pena conferir !
Fonte da imagem:
http://espiritosublime.blogspot.com.br/2012/04/advento-do-espirito-de-verdade-03042012.html
Fábio José
Lourenço Bezerra
O Espírito de Verdade é uma entidade de
grande superioridade espiritual, que estava no comando da revelação do
Espiritismo na Terra, como nos informa Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, no Capítulo VI:
“[...] O Espiritismo vem, na época
predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade
(grifo nosso).”
O Espírito de Verdade é um único
Espírito, e não uma plêiade de Espíritos Superiores. Isso pode ser evidenciado
já no início de “O Livro dos Espíritos”, nos Prolegômenos, quando os Espíritos
responsáveis pelo texto assinam:
“São
João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito da Verdade, Sócrates,
Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc., etc.”
Na segunda parte do livro “Obras
Póstumas”, Kardec nos informa como ficou sabendo que o Espírito de
Verdade era o seu guia espiritual:
“MEU GUIA ESPIRITUAL
25
DE MARÇO DE 1856
(Em
casa do sr. Baudin, méd. srta. Baudin).
Eu morava, nessa época, na rua dos
Mártyrs, nº 8, no segundo andar, no fundo do corredor. Uma noite, estando em
meu gabinete de trabalho, pequenos golpes reiterados se fizeram ouvir contra a
divisória que me separava do quarto vizinho. De início, não lhe prestei nenhuma
atenção; mas, como esses golpes persistiam com mais força, mudando de lugar,
fiz uma exploração minuciosa dos dois lados da divisória, escutei se provinham
de um outro andar, e não descobri nada. O que havia de particular é que, cada
vez que eu fazia procuras, o ruído cessava, e recomeçava logo que me repunha a
trabalhar. Minha mulher entrou pelas dez horas; veio em meu gabinete e, ouvindo
esses golpes, me perguntou o que era isso. Deles nada sei, respondi, faz uma
hora que isso dura. Procuramos juntos, sem mais sucesso, e o ruído continuou
até à meia-noite, hora na qual ia me deitar.
No dia seguinte, sendo um dia de sessão
na casa do Sr.Baudin, contei o fato, e pedi a sua explicação.
Perg.
.
Sem dúvida, ouvistes o fato que acabo de citar; poderíeis dizer-me a causa
dessas pancadas que se fizeram ouvir com tanta persistência?
Resp.
Era
teu Espírito familiar.
Perg.
Com
que objetivo vinha bater assim?
Resp.
Queria se comunicar contigo.
Perg.
Poderíeis
dizer-me o que é que ele queria de mim?
Resp.
Podes
perguntar a ele mesmo, porque está aqui.
Nota.
Nessa
época não se fazia distinção entre as diversas categorias de Espíritos
simpáticos; eram confundidos sob a denominação geral de Espíritos familiares.
Perg.
. Meu
Espírito familiar, quem quer que sejais, vos agradeço por ter vindo me visitar;
quereríeis me dizer quem sois?
Resp.
Para ti, me chamarei A Verdade (grifo nosso),
e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei à tua disposição.
Perg.
Ontem,
quando batestes, enquanto eu trabalhava, tínheis alguma coisa em particular
para me dizer?
Resp.
O
que tinha a dizer-te era sobre o trabalho que fazias, o que escrevias me
desagradava, e queria te fazer cessar.
Nota.
O
que escrevia era precisamente relativo aos estudos que fazia sobre os
Espíritos, e suas manifestações.
“[...] Perg. . O nome de Verdade, que
tomastes, é uma alusão à verdade que procuro? .
Resp.
Talvez;
ou, pelo menos, é um guia que te protegerá e te ajudará.”
“[...] Perg.
Animastes
algum personagem conhecido sobre a Terra?
Resp. Eu te disse que,
para ti, era a Verdade; esse para ti queria dizer discrição:
disso não saberás mais (grifo nosso).”
“[...]
9 DE ABRIL DE 1856
(Na
casa do sr. Baudin, médium srta. Baudin.)
Perg.
Dissestes
que seríeis para mim um guia, que me ajudaria e me protegeria; concebo essa
proteção e o seu objetivo numa certa ordem de coisas, mas gostaríeis de me dizer
se essa proteção se estende também às coisas materiais da vida?
Resp.
Neste
mundo, a vida material importa muito; não te ajudar a viver, seria não te amar.
Nota.
A
proteção desse Espírito, do qual estava longe de supor a
superioridade (grifo nosso), com efeito, jamais me faltou. Sua solicitude,
e a dos bons Espíritos sob as suas ordens, se estende sobre todas as
circunstâncias de minha vida, seja para me aplainar as dificuldades materiais,
seja para me facilitar o cumprimento de meus trabalhos, seja, enfim, para me
preservar dos efeitos da malevolência de meus antagonistas, sempre reduzidos à
impossibilidade. Se as atribulações inerentes à missão que tinha que cumprir
não puderam me ser poupadas, têm sempre sido abrandadas e largamente
compensadas pelas bem doces satisfações morais.”
Antes de prosseguir o texto, cabe
uma explicação: sempre que constar o título “Imitação do Evangelho”,
leia-se “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. O primeiro título dessa
obra foi inicialmente proposto por Allan Kardec, mas após reiteradas sugestões
do seu editor, o Sr. Didier, ele foi modificado, como o próprio Kardec nos
informa na segunda parte do livro “Obras Póstumas”.
Na“Revista
Espírita”de Dezembro de 1864, temos a seguinte comunicação:
A
PROPÓSITO DA IMITAÇÃO DO EVANGELHO
(Bordeaux,
maio de 1864. Grupo de São João – Médium: Sr. Rul.)
Acaba de aparecer um novo livro; é uma luz mais
brilhante que vem clarear a vossa marcha. Há dezoito séculos, por ordem de meu
Pai, vim trazer a palavra de Deus aos homens de boa vontade. Esta palavra foi
esquecida pela maioria dos homens, e a incredulidade, o materialismo vieram
abafar o bom grão que eu tinha depositado em vossa Terra. Hoje, por ordem do
Eterno, os Espíritos bons, seus mensageiros, vêm a todos os pontos do globo
fazer ouvir a trombeta retumbante. Escutai suas vozes; são destinadas a vos mostrar
o caminho que conduz aos pés do Pai celestial. Sede dóceis aos seus ensinos; os
tempos preditos são chegados; todas as profecias serão cumpridas.
Pelos frutos se conhece a árvore. Vede quais são os
frutos do Espiritismo: casais onde a discórdia tinha substituído a harmonia
voltaram à paz e à felicidade; homens que sucumbiam ao peso de suas aflições,
despertados pelos acordes melodiosos das vozes de além-túmulo, compreenderam
que seguiam o caminho errado e, envergonhados de suas fraquezas, arrependeram-se
e pediram força ao Senhor para suportarem as suas provações.
Provações e expiações, eis a condição do homem na
Terra. Expiação do passado, provações para o fortalecer contra a tentação, para
desenvolver o Espírito pela atividade da luta, habituá-lo a dominar a matéria e
prepará-lo para as alegrias puras que o esperam no mundo dos Espíritos.
Há muitas moradas na casa de meu Pai, disse-lhes eu
há dezoito séculos. O Espiritismo veio tornar compreensíveis estas palavras. E
vós, meus bem-amados, trabalhadores que suportais o calor do dia, que credes
ter de vos lamentar da injustiça da sorte, abençoai vossos sofrimentos;
agradecei a Deus, que vos dá meios de quitar as dívidas do passado. Orai, não
com os lábios, mas com o coração melhorado, a fim de que possais ocupar melhor
lugar na casa de meu Pai. Como sabeis, os grandes serão humilhados, mas os
pequenos e os humildes serão exaltados.
O
Espírito de Verdade
Observação de Allan Kardec sobre essa comunicação:
“Sabe-se que
não levamos em consideração o nome dos seres que se comunicam, sobretudo os que
se apresentam sob nomes venerandos. Não garantimos mais esta assinatura do que
muitas outras, limitando-nos a entregar esta comunicação à apreciação de todo
espírita esclarecido. Diremos, contudo, que não se pode negar a
elevação do pensamento, a nobreza e a simplicidade das expressões, a sobriedade
da linguagem e a ausência de toda superfluidade. Se se compara às que são dadas
na Imitação do Evangelho (prefácio e capítulo III: O Cristo Consolador), e que
levam a mesma assinatura, embora obtidas por médiuns diferentes e em épocas
diversas, nota-se entre elas uma analogia impressionante de tom, de estilo e de
pensamentos, que acusam uma origem única (grifo nosso). Para nós,
dizemos que pode ser do Espírito de Verdade, porque é digna dele, enquanto
temos visto massas assinadas por este nome venerado ou o de Jesus, cuja
prolixidade, verborragia, vulgaridade, por vezes mesmo a trivialidade das
idéias, traem a origem apócrifa aos olhos dos menos clarividentes.”
A seguir, transcrevemos as comunicações a que Kardec
se referiu em sua observação acima:
No prefácio de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:
Os Espíritos do Senhor, que são as
virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens
do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a
estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
Eu vos digo, em verdade, que são
chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu
verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e
glorificar os justos.
As grandes vozes do Céu ressoam como
sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos
convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei
uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam
de um extremo a outro do Universo.
Homens, irmãos a quem amamos, aqui
estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do
coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!... e
podereis entrar no reino dos Céus.
O Espírito de Verdade
E no Capítulo intitulado “O Cristo Consolador”, da mesma
obra:
Advento
do Espírito de Verdade
Venho, como outrora aos transviados
filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O
Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos
incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande,
que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal.
Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse:
“Vinde a mim, todos vós que sofreis."
Mas, ingratos, os homens afastaram-se do
caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas
sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que,
ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne,
porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não
mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a
clamar: Orai e crede! pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova
buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se
desenvolverão como o cedro.
Homens fracos, que compreendeis as
trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina
vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos
perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão
pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão
socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do
erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis
o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! amai-vos, este o primeiro
ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as
verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do
além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam (grifo nosso):
"Irmãos! Nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores
da impiedade."
O
Espírito de Verdade. (Paris,
1860.)
Pelos três textos acima percebe-se,
claramente, que o Espírito de Verdade é o próprio Jesus.
Vejamos também outras comunicações espirituais
que confirmam isto. Vejamos três exemplos na Revista Espírita:
Na edição
outubro de 1861, extraímos um pequeno trecho da Epístola de Erasto aos Espíritas
Lioneses, obtida em 19 de setembro de 1861:
“[...] Não podeis imaginar quanto me sinto
orgulhoso de distribuir a cada um de vós os elogios e o encorajamento que o Espírito
de Verdade, nosso bem-amado mestre (grifo nosso), ordenou-me conferisse
às vossas piedosas coortes.”
Na edição
de janeiro de 1864, no artigo intitulado Um Caso de Possessão - Senhorita Júlia, consta
queo Espírito Hahnemann escreveu:
“[...] Essas obsessões freqüentes terão,
também, um lado muito bom, porque, penetrado pela prece e pela força moral, é
possível fazê-las cessar e adquirir o direito de expulsar os Espíritos maus e,
pelo melhoramento de sua conduta, cada um buscará adquirir o direito que o Espírito
de Verdade, que dirige este globo (grifo nosso), conferirá quando for
merecido.”
Na edição
de fevereiro de 1868, Erasto, em mensagem intitulada Futuro do Espiritismo, obtida
em 1863,disse:
“[...] Marchai, pois, imperturbavelmente em
vossa estrada, sem vos preocupar com as zombarias de uns e o amor-próprio
ferido de outros. Estamos e ficaremos convosco, sob a égide do Espírito
de Verdade, meu e vosso mestre (grifo nosso).”
No livro “Missionários da Luz”, ditado pelo
Espírito André Luiz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier,
o instrutor Alexandre diz:
“– O próprio Jesus nos afirma: “eu sou a porta... se alguém
entrar por mim será salvo entrará, sairá e achará pastagens”! Por que audácia
incompreensível imaginais a realização sublime sem vos afeiçoardes ao Espírito
de Verdade (grifo nosso), que é o próprio Senhor?”
No livro “A Gênese”, no Capítulo XVII – item
37, Kardec escreveu o seguinte:
“As religiões que se fundaram no Evangelho não podem, pois,
dizer-se possuidoras de toda a verdade, porquantoele, Jesus, reservou para si a
complementação ulterior de seus ensinamentos”.
O grande pesquisador e escritor espírita
Hermínio
Correia de Miranda, na sua obra “As Mil Faces da Realidade Espiritual”,
conclui:
“[...] Não há, pois, como ignorar aóbvia e indiscutível
conclusão de que, sob o nome Espírito de Verdade, o Cristo dirigiupessoalmente os trabalhos de formulação e
implementação da Doutrina dos Espíritos,caracterizando-a
como o Consolador que prometera há dezoito séculos.”
Fazemos
nossa a conclusão de Herminio C. Miranda, e afirmamos ainda mais a nossa
admiração pela grandeza espiritual de Allan Kardec, por ter como guia espiritual
o próprio Mestre Jesus.
Concluímos
este texto com um vídeo de outro grande pesquisador e palestrante espírita, Haroldo Dutra Dias, também bastante
esclarecedor:
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
1 KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos;
2
_______. O Evangelho segundo o
Espiritismo;
3
_______. A Gênese; 4 _______. Obras Póstumas; 5 XAVIER, Francisco Cândido; André Luiz (Espírito). Missionários da Luz;
6 MIRANDA, Hermínio Correia de. As mil
faces da realidade espiritual.
Fonte da
imagem: http://papa.cancaonova.com/deus-nao-condena-so-pode-amar-diz-papa/
Fábio José
Lourenço Bezerra
O Papa Francisco, corajosamente, vem fazendo uma
verdadeira reforma na Igreja Romana, mesmo enfrentando grandes pressões de
dentro e de fora dela. Também vem chamando a atenção dos fiéis para a
necessidade de se viver os legítimos ensinamentos de Jesus.
Dando
continuidade ao nosso texto anterior (Ver o texto “Francisco: o Papa da Mudança”,
neste blog), extraímos, na íntegra, uma série de artigos sobre o Papa Francisco.
Publicados no site do jornal El País (http://brasil.elpais.com/),
os artigos abaixo ilustram muito bem a atuação restauradora desse verdadeiro enviado
de Jesus.
O
papa Francisco volta a provocar os católicos
Conversando
com fiéis em Roma, o pontífice disse que o cristão que “não se considere
pecador” é melhor que “não vá à missa”
Por Juan Arias, 16/02/2014
Opapa
Francisco, ao contrário de seus
antecessores que mediam e pesavam as palavras, gosta de provocar. E não o faz
através de pesadas encíclicas ou documentos pontifícios. Provoca os católicos
nas ruas e praças, como há dois mil anos o fazia o profeta inconformista de
Nazaré.
Sua última provocação ocorreu na quarta-feira passada
conversando com os fiéis em Roma. Disse-lhes, como a coisa mais normal do
mundo, que ao cristão que “não se considere um pecador” é melhor que “não vá à
missa”.
Mais ainda, segundo Francisco, os que vão à missa para
aparentar que “são melhores que os outros”, melhor que fiquem em casa. Não há
espaço para eles na igreja.
Advertiu também, com humor, os fiéis para que quando
forem à missa não façam “fofocas”, comentando, por exemplo, como está vestida a
fulana de tal. Talvez se referisse às cerimônias de casamento. Francisco,
quando era cardeal arcebispo de Buenos Aires, ironizava ao comentar que muitos
católicos assistem a esse tipo de cerimônia sem se importar com a missa, e mais
"como está vestida a noiva e as suas convidadas”.
O novo papa latino-americano está ressuscitando a Igreja
do entendimento e da misericórdia após séculos de inquisição. Está pulando
centenas de anos de teologia e doutrina patrística para levar a Igreja às suas
origens, quando ainda não existiam tribunais de inquisição e quando no centro
de tudo estava a teologia do perdão, e não a do castigo.
Até a chegada de Francisco, os pontífices mediam cada
palavra e até suas encíclicas tinham que passar pela censura da Congregação
para a Doutrina da Fé e do jornal oficial do Vaticano,L´Osservatore Romano.Não eram livres para dizer o que sentiam com
espontaneidade.
Lembro de só um papa, João XXIII -pelo que dizem parecido
com Francisco- que, quando visitava algum bairro pobre na periferia de Roma, ao
falar improvisando, dizia com humor aos jornalistas que o acompanhavam: “Melhor
que tomem nota, porque é possível que amanhã o que eu estou dizendo não saia
publicado no L´Osservatore Romano”. E era verdade - o censuravam.
Francisco surge quebrando velhos tabus. Não se sente de
mãos atadas quando fala, nem se preocupa excessivamente com a possibilidade de
suas palavras poderem ou não deixar de cabelo em pé certos teólogos
conservadores.
Sente-se seguro porque ele fez umlinkcom a Igreja
primitiva, e mais ainda, com os textos bíblicos, antes de que fossem
domesticados pelas diversas teologias ao longo dos séculos. A afirmação de que
se um cristão não se sente pecador é melhor que não vá à missa não deixará de
soar quase como uma heresia a muitos católicos conformistas.
No entanto, essa volta à ideia de uma Igreja não
triunfante, não de justos e santos senão de pecadores, não de eleitos senão dos
que buscam a piedade e a misericórdia, Francisco está resgatando dos
evangelhos, dos ensinamentos diretos do profeta judeu.
Três passagens dos evangelhos de Lucas e João dariam
plena razão à última provocação de Francisco. A primeira é quando é acusado
pelos fariseus de ter ido com seus apóstolos comer na casa de um publicano, uma
categoria considerada como de “pecadores”. Jesus aproveita a crítica feita
pelos que se acham bons e diz: “Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os
pecadores, ao arrependimento",e acrescenta: “Os sãos não precisam de médico, mas sim os
enfermos". (Lucas 5, 27-32)
No mesmo evangelho (18, 9-14), aos que se consideravam
justos (sem pecados) e “menosprezavam os outros”, propôs a seguinte parábola:
dois homens foram rezar no templo, um era fariseu (justo) e o outro publicano
(pecador). O fariseu, em pé, para ser visto melhor, rezou assim: “Ó Deus,
graças te dou porque eu não sou como os outros, ladrões, injustos, adúlteros,
nem como esse publicano aí. Eu jejuo duas vezes por semana e dou ao templo o
dízimo de tudo o que ganho”.
Por trás dele, em um canto, o publicano pecador não
ousava nem levantar os olhos e batia no peito dizendo: “Senhor, ajudem-me
porque eu sou um pecador”. Jesus resume: “Digo-vos que o publicano voltou à sua
casa justificado, e não o fariseu”.
No evangelho de João (8,2), um grupo de homens quis
colocar à prova a fama de misericordioso de Jesus com os pecadores e levaram à
força até ele uma mulher flagrada em adultério: “A lei manda matá-la (por
apedrejamento). Tu, pois, que dizes?”. Queriam que Jesus se declarasse contra a
lei judaica. Não sabemos o que respondeu, porque escrevia na terra do templo
com o dedo, enquanto a mulher, humilhada, se encontrava jogada no chão, em uma
cena que deixava enlouquecido o famoso cineasta ateu italiano Pier Paolo
Pasolini, que me perguntava incrédulo: “Mas por que os apóstolos não se
interessaram em nos contar o que Jesus escrevia?”.
Sabe-se apenas que quando Jesus propôs aos acusadores que
atirassem a primeira pedra os que “estivessem sem pecado”, estes começaram a ir
embora, “começando pelos mais velhos”. À mulher em pecado, Jesus pergunta:
“Ninguém te condena? Eu tampouco, vai em paz e não peques mais”.
Os legalistas, incapazes de misericórdia, não perdoaram,
no entanto, o profeta pelo seu gesto de misericórdia com a adúltera e o levaram
à cruz ainda muito jovem.
Francisco está ressuscitando a Igreja que preferia
perdoar que condenar, entender o coração humano em vez de anatematizar,
convencido como está que a Igreja que, por exemplo, faz do confessionário (em
expressão sua) um “local de tortura”, não responde à sonhada por seu fundador:
uma Igreja que não condena ninguém e que deixa o julgamento final nas mãos de
Deus, de quem dizia o profeta Isaías que é mais mãe do que pai.
Não parece Francisco, efetivamente, mais uma mãe que
fecha os olhos às travessuras de seus filhos que um pai severo sempre disposto
a castigar? “Quem sou eu para julgar um homossexual?”, disse aos jornalistas no
avião de volta do Brasil.
Francisco está sendo severo só contra os que violentam os
menores inocentes, isto é, contra os pedófilos dentro da Igreja. Bem mais que
seus antecessores. E também nisso segue as impressões do mestre que chegou a
pedir a pena de morte para quem escandalizasse as crianças. “Melhor seria que
colocassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar”, disse a seus
discípulos.
Francisco é, na verdade, o primeiro papa a surpreender
desde o primeiro momento ao confessar com coragem: “Eu também peco”.
Quanto aguentará a Igreja tradicional essa revolução
repentina?
Papa alerta sobre as 15 doenças que
atingem a Cúria
Por Pablo Ordaz, 23/12/14
É o raio que não termina. O papa Francisco continua aproveitando
qualquer oportunidade para denunciar os pecados da Cúria. Com carinho, mas
também com dureza. O papa Francisco aproveitou a fala de natal para os homens
que o ajudam – mesmo que nem sempre – a dirigir os destinos da Igreja para
adverti-los sobre as doenças mais comuns que minam a saúde do Vaticano. Desde
“sentirem-se imortais e indispensáveis” ao Alzheimer espiritual – a perda da
memória de Deus –, passando pelo mundano, o exibicionismo, a vaidade e “o
terrorismo dos boatos”. Uma lista de 15 doenças e seus possíveis tratamentos.
A relação não tem desperdício, portanto a seguir estão resumidas uma por
uma e por ordem. A primeira das 15 doenças da Cúria enumeradas por Bergoglio em
sua longa fala – apoiada em citações do Evangelho e de várias encíclicas – é a
de “sentirem-se imortais, imunes” e até mesmo “indispensáveis”. Diz o Papa que
“uma Cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza e que não tenta
melhorar é um corpo doente”. Francisco fala da patologia do poder, “do complexo
dos eleitos”, de todos aqueles que “se transformam em donos e sentem-se
superiores a todos e não ao serviço de todos”. O possível remédio proposto por
Jorge Mario Bergoglio é sem dúvida marcante: “Uma visita aos cemitérios nos
poderia ajudar a ver os nomes de pessoas que talvez também pensassem ser
imortais, imunes e indispensáveis!”.
A segunda é a “doença da laboriosidade excessiva”. Francisco lembra que
Jesus também aconselhou seus apóstolos a “descansar um pouco”. Disse que para
evitar “o estresse e a agitação” é necessário “passar tempo com a família,
respeitar as férias”, utilizá-las para recuperar-se “espiritual e fisicamente”.
A terceira doença é a do “endurecimento mental e espiritual”. Francisco adverte
sobre os que têm um “coração de pedra”, se escondem atrás dos papéis e do
gerenciamento e perdem “a sensibilidade humana”, a capacidade de amar ao
próximo. A quarta doença é a da “excessiva planificação e funcionalidade”. O
Papa diz – em uma mensagem dirigida talvez para os mais tradicionalistas da
Igreja – que são necessárias “a frescura, a fantasia e a novidade” para não
fechar-se “nas próprias posições estáticas e inamovíveis”. A quinta doença é a
“má coordenação”. Francisco assegura que quando falta a colaboração e o
espírito de equipe – “o pé que diz ao braço ‘não preciso de você’” – é quando
chega “o mal-estar e o escândalo”.
“Una Cúria que não faz autocrítica e que não trata
de melhorar é um corpo doente”, diz o Papa
A sexta doença que Francisco diz ter detectado na Cúria é a do
“Alzheimer espiritual”: “Podemos vê-lo naqueles que perderam a memória do
encontro com o Senhor (...) e dependem completamente de seu presente, de suas
paixões, de seus caprichos e manias; (...) convertendo-se em escravos dos
ídolos esculpidos por suas próprias mãos”. A sétima doença, “gravíssima”
segundo o Papa, é a da “rivalidade e da vaidade”, quando “a aparência, a cor
das roupas e as insígnias de honra se transformam no objetivo prioritário da
vida”. Não é preciso dizer mais nada.
A oitava das 15 doenças é a “esquizofrenia assistencial”, sofrida por
aqueles membros da Cúria que vivem “uma vida dupla”, que se dedicam aos
assuntos burocráticos da Santa Sé perdendo o contato com a realidade das
pessoas de carne e osso: “Acreditam assim em um mundo paralelo e vivem uma vida
escondida e frequentemente dissoluta. A conversão dessas pessoas é urgente”.
As próximas doenças detalhadas pelo
Papa não são exclusivas do interior do Vaticano. É possível dizer que são vírus
espalhados universalmente. No ponto nove, um clássico nas falas de Francisco,
fala do perigo da afeição em criticar e fofocar – “irmãos, vamos nos guardar do
terrorismo das boatarias!” –, e o 10 enfatiza o perigo de “divinizar os
chefes”, uma bajulação vital na qual tantos baseiam sua ambição de ascender,
“pensando somente no que é possível obter e não no que se deve oferecer”. A
doença número 11 é “a indiferença com os demais”, muito ligada também ao
egoísmo, “quando cada um pensa somente em si mesmo e perde o calor das relações
humanas”. A doença seguinte – a do “rosto fúnebre” – também costuma ser
mencionada por Bergoglio, um Papa habitualmente com grande senso de humor: “O
religioso deve ser uma pessoa amável, serena e entusiasta, uma pessoa alegre
que transmite alegria. Como faz bem uma boa dose de humor”.
O Papa encerra seu diagnóstico sobre os males da Cúria – ainda que não
somente da Cúria – advertindo sobre a “doença do acúmulo de bens materiais” –
número 13 –, “a doença dos círculos fechados” – 14 – e, finalmente, a do
“aproveitamento mundano, dos exibicionistas”, a daqueles que “transformam seu
serviço em poder, e seu poder em mercadoria para obter ganhos mundanos ou ainda
mais poder”.
Não deixa de ser significativo que, além de ler a cartilha para a Cúria,
o papa Francisco quis também reunir-se com os trabalhadores do Vaticano. Com
eles utilizou um tom e uma mensagem muito diferente: “Quero pedir-lhes perdão
por meus erros e os dos meus colaboradores e também por alguns escândalos que causaram tanto dano: Me perdoem!”.
Papa Francisco: “As doenças da cúria causaram dor e feridas”
Bergoglio
diz que as reformas da Igreja continuarão e cria um “catálogo de virtudes”
Por Pablo Ordaz, 22/12/15
Exatamente
um ano atrás, opapa
Franciscoaproveitou o tradicional encontro natalino com a cúria
romana para alertar os principais membros da Igreja católica sobre as 15
doenças que afetam a saúde do Vaticano,
dentre as quais destacou “o mundanismo, o exibicionismo e a vanglória”. Um
Natal depois, novamente reunido com a cúria,Jorge Mario Bergoglioconstatou:
“Algumas daquelas doenças se manifestaram causando não pouca dor e ferindo
muitas almas”. O Papa afirmou que, apesar de todas as resistências, “as
reformas da Igreja continuarão a ser feitas com determinação”.
Mesmo gripado e visivelmente cansado, o
Papa leu para os bispos e cardeais um discurso de seis folhas — escritas
inteiramente por ele — no qual incluiu um “catálogo das virtudes
necessárias” para “quem trabalha na cúria”. Em princípio, não é um catálogo tão
severo como o de um ano atrás — impagáveis as expressões dos príncipes da
Igreja diante dos raios X de Bergoglio —, mas também não deixou por menos.
Quando, por exemplo, o Papa fala da sobriedade — “a capacidade de
renunciar ao supérfluo e de resistir à lógica consumista dominante” —, a
transmissão da televisão do Vaticano mostrou o cardeal Tarcisio Bertone, o
secretário de Estado anterior, o mesmo que utilizou 200.000 euros (877.000
reais) dos fundos destinados a um hospital infantil para reformar seu luxuoso
apartamento. Nos últimos dias, o cardeal Bertone devolveu 150.000 euros
(658.000 reais), o que não deixa de chamar a atenção sobre sua capacidade de
economizar.
Mesmo sem
citar explicitamente o escândalo pelo vazamento de documentação secreta —
o chamado casoVatileaks2que causou a prisão de um padre espanhol —, o papa
Francisco o ligou em seu discurso às doenças citadas e disse que elas não o
farão desistir de sua determinação em mudar a Igreja. Ainda que em tom mais
brando e até mais positivo — enumerar as virtudes necessárias ao invés das
doenças a se combater —, a fala de Bergoglio não tem nada de condescendente. O
Papa alerta: “O honesto nunca manipula as pessoas e as coisas que são de sua responsabilidade.
A honestidade é a base sobre a qual estão todas as outras qualidades”.
Francisco
pede exemplaridade para “evitar os escândalos que ferem as almas e ameaçam a
credibilidade” daIgreja Católicae voltou a
utilizar palavras muito duras aos sacerdotes que, esquecendo-se de sua missão,
causam escândalo com suas ações: “Como disse Cristo, quem escandalizar um só
dos pequenos que em mim acreditam, merece ter uma pedra de moinho atada ao
pescoço e ser lançado ao fundo do mar”.
Bergoglio fez referência a uma sociedade
que está "embriagada de consumo e de prazeres, de abundância e de luxo, de
aparência e de narcisismo" e, diante disso, recomendou a simplicidade e a
sobriedade para "viver o que é importante".
Aos fiéis que compareceram à missa na
Praça de São Pedro, decorada com uma árvore de Natal de 25 metros e um portal
de Belém, Francisco pediu que os católicos renunciem às riquezas do mundo.
Diante da representação do Menino Jesus,
disse: "Esse Menino nos ensina o que é verdadeiramente importante em nossa
vida. Nasce na pobreza no mundo, porque não há lugar na estalagem para Ele e
sua família... Encontra abrigo e amparo em um estábulo e deita-se numa
manjedoura para animais. E, no entanto, desse nada brota a luz da glória de
Deus".
Também enfatizou virtudes como a bondade,
a misericórdia e o amor para viver uma vida "sóbria, reta e piedosa",
e pediu o esquecimento dos medos e temores, porque na noite de Natal
comemora-se o nascimento de Jesus.
"Agora é preciso cessar o medo e o
temor, porque a luz nos mostra o caminho até Belém. Não podemos ficar
indefesos. Não é correto ficar parados." Ao contrário, pediu para que os
fiéis caminhem e vejam "nosso Salvador deitado na manjedoura", disse
o pontífice em sua terceira Missa do Galo.
Uma noite que, para o Papa, é
"motivo de júbilo e alegria", um júbilo que recomenda seja
compartilhado e que levará, segundo ele, a uma sociedade na qual exista paz
entre as nações.
"Nesta noite brilha uma grande luz.
Sobre nós resplandece a luz do nascimento de Jesus", disse, uma luz que,
para o máximo representante da Igreja Católica, "vem iluminar nossa
existência, confinada muitas vezes sob a sombra do pecado".
Fonte da imagem: http://www.centroespiritasearadomestre.net/products/das-leis-morais/
Fábio José Lourenço Bezerra
O mais recente vestibular da Universidade
Estadual Paulista (UNESP), teve uma questão que citou O
Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, contrapondo-a à visão materialista das habilidades inatas do
ser humano. Transcrevemos a notícia a seguir, na íntegra, do site da Federação
Espírita Brasileira:
17/12/2015
10h33 - Atualizado em 17/12/2015 10h42
Vestibular da
Unesp cita Livro dos Espíritos
Os
vestibulandos da Unesp (Conhecimentos Específicos) depararam-se, no
último domingo (15), com uma questão no mínimo surpreendente. O enunciado
trazia dois textos para explicar as capacidades morais e intelectuais do homem
— o conceito filosófico do inatismo –, especialmente as habilidades no campo da
Música. Um dos textos vinha de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. O
outro fora extraído de um artigo da revista Superinteressante, assinado por
Nelson Jobim. O que explicaria o virtuosismo de alguns indivíduos?
Antes
de mais nada, cabe destacar aqui a atualidade do pensamento espírita, capaz de
confrontar a Ciência Oficial e apresentar resposta para questões
complexas. A resposta dos Espíritos, com adaptações ao texto original, foi
apresentada assim ao vestibulando:
“Não
confundais o efeito com a causa. O Espírito tem sempre as capacidades que lhe
são próprias; ora, não são os órgãos que produzem as capacidades, mas as
capacidades que conduzem ao desenvolvimento dos órgãos. O Espírito,
se encarnando, traz certas predisposições, admitindo-se, para cada uma, um
órgão correspondente no cérebro. O desenvolvimento desses órgãos será
um efeito e não uma causa. Se as capacidades se originassem nesses órgãos,
o homem seria uma máquina sem livre-arbítrio e sem responsabilidade dos
seus atos. Seria preciso admitir que os maiores gênios, sábios, poetas,
artistas, não são gênios senão porque o acaso lhes deu órgãos especiais”.
Contrapondo
a visão espírita, o examinador apresentou o artigo na Supeinteressante (“Um dom
de Gênio”, maio de 2015), em que o autor cita pesquisa do neurologista alemão,
Helmut Steinmetz, pesquisador da Universidade Henrich Heine, de
Düsseldorf, que comparou cérebros de um grupo de 30 músicos com os de outros 30
que não se dedicavam à arte musical.
Na
conclusão do cientista, o virtuosismo dos primeiros explicar-se-ia por um
acentuado desenvolvimento do lobo temporal esquerdo (região do córtex
cerebral onde são processados os sinais sonoros). “Nos músicos, esse tamanho
pode ser duas vezes maior”, diz o texto.
Resolução do Colégio Objetivo
Interessante notar também a resposta preparada pelos
professores do Objetivo: “No
texto de Kardec, codificador do Espiritismo, religião amplamente professada no
Brasil, o Universo é visto como constituído de matéria e espírito. Essa
concepção tem ressonância no pensamento de Platão e Descartes, considerados
também pensadores dualistas. Assim, o corpo material é plasmado pelo Espirito
que o encarna. A alma, entendida por Kardec como o espírito encarnado, é o
portador de uma bagagem cultural e moral de existências passadas. conceito
semelhante ao inatismo cartesiano e platônico, em que a razão humana é
portadora e produtora de conhecimento humano.”
No artigo de Nelson Jobim, extraído da revista Superinteressante, a genialidade
humana surge como produto de determinação biológica. “Tal concepção se
aproximaria mais dos empiristas, para quem toda inteligência nasce como
tábula rasa, e nesse caso poderíamos admitir que a genialidade resultaria
do acaso. O que, na crítica de Kardec, ‘os maiores gênios, sábios, poetas
e artistas não são gênios senão porque o acaso lhes deu órgãos especiais’”.
Como
terão reagido os vestibulandos frente a essa questão? Na verdade, essa não foi
a única a questionar temas filosóficos. O pensamento atualíssimo de Voltaire, o
grande mestre do Iluminismo, também foi tema da questão que abordou, de forma
implícita, as lutas étnicas e a ação de grupos extremistas. No texto de
Voltaire, o pensador apresenta Deus não como uma divindade de um povo, de uma raça
ou de uma nação, mas como o criador do Universo e pai de todos os homens. Uma
visão, com certeza, coerente e compatível com o ensino trazido pelo
Espiritismo.
Que
os estudantes tenham tido um bom desempenho na prova. E levem para os bancos
universitários o desejo de estudar mais a Doutrina Consoladora, que, com muita
razão, foi considerado por alguns como uma faculdade que reúne todos os ramos
do conhecimento humano.