A médium Leonore Piper
Fonte da imagem: http://www.esalen.org/ctr-archive/mediumship.html
Fábio José Lourenço Bezerra
A maior médium
norte-americana, e também a que foi mais estudada (por mais de 40 anos),
chamava-se Leonore E. de Piper. Nascida em 1859, nos Estados Unidos,
desencarnou em 3 de julho de 1950.
A Sra. Piper possuía várias modalidades
de mediunidade, como a psicografia, a psicofonia e a psicometria (esta última
consiste em criar-se uma ligação psíquica com o falecido, tocando em um objeto
que este teve contato em vida), tendo obtido casos de xenoglossia (comunicações
mediúnicas em línguas desconhecidas do médium), além de clarividência
(conhecimento de fatos e coisas além da capacidade humana normal) e precognição
(conhecimento de fatos do futuro), o que é raro entre os médiuns.
Por um período de aproximadamente 30
anos, a mediunidade da Sra. Piper foi estudada, com prioridade, pelas Society
for Psichical Research de Londres e de Boston. Nenhum outro médium foi
tão rigorosamente examinado, nem por tão longo tempo, conforme os registros
oficiais dessa Sociedade.
Grandes sábios a investigaram, dentre
eles Sir Oliver Lodge, William James, James Hyslop, Charles Richet e Richard
Hodgson, este último sendo prestidigitador e famoso desmascarador de falsos
médiuns, devido ao seu rigor nas pesquisas. Estes estudiosos foram, ao longo das
investigações, sendo convencidos da realidade das comunicações dos Espíritos.
Estes estudos chamaram a atenção do mundo acadêmico da época para a realidade
da vida após a morte, e a possibilidade do contato entre os habitantes do mundo
físico com os do mundo espiritual.
O primeiro guia espiritual a
se comunicar através da Sra. Piper foi uma menina indiana chamada Chlorine. Sua
mediunidade deu os primeiros sinais depois de uma consulta com um médium de
cura, o Dr. J. R. Cocke, que dizia receber o espírito de um médico chamado
Finne ou Finnett. Ela foi a esta consulta para tratar-se de um trauma devido a
um acidente de trenó e por causa de um tumor que lhe apareceu e que temia ser
câncer. Após Chlorine e várias outras entidades espirituais, apresentou-se uma
que se chamava Phinuit, dizendo-se um médico francês, que daí em diante assumiu
o papel de controlar as comunicações obtidas pela médium. Phinuit
assemelhava-se à mesma entidade Finne, do médium curador Cocke, apesar de
apresentar uma grafia diferente. No princípio, Phinuit dava apenas conselhos
médicos ou diagnósticos. Depois, passou a dar qualquer tipo de informação que
lhe fosse solicitada.
O professor de Harvard
William James conheceu a Sra Piper em 1885, através de sua sogra, a Sra.
Gibbens, depois que ela lhe contou sobre os incríveis fenômenos obtidos pela
médium. William James e Richard Hodgson, membros da "American Society for
Psychical Research", interessaram-se pelos fenômenos da Sra Piper e,
bastante céticos, examinaram sua mediunidade. Numa sessão, Phinuit falou do
filho Herman (ele pronunciou "Herrin") que James perdera, dando
vários detalhes corretos sobre a criança.
Ela freqüentemente pedia
objetos que pertenciam aos falecidos, para entrar em contato com os mesmos
(psicometria). Hodgson, sempre muito rigoroso em suas investigações, contratou
detetives para seguir a Sra. Piper e sua família, no intuito de verificar se
ela obtinha as informações dos falecidos por meios normais. Hodgson, depois
dessa vigilância, acabou concluindo que não havia tal fraude. Ele também organizava as sessões mediúnicas sem fornecer os
nomes verdadeiros dos assistentes que, na maior parte delas, eram apresentados
com o nome falso "Smith".
Entre os
anos de 1888 e 1889, James Hyslop passou a participar da investigação. Após
doze sessões, ele se convenceu de que eram realmente os falecidos que se
comunicavam através da Sra. Piper. Ele declarou: "eu dou minha adesão à
teoria de que existe uma vida futura e que a identidade pessoal persiste"
(volume XVI dos processos da Society for Psichical Research).
No ano de 1889, a Sra. Piper
deixou os Estados Unidos para ter a sua mediunidade investigada na Inglaterra.
Assim, evitou-se o seu contato com pessoas próximas, que poderiam ajudá-la a
obter informações sobre os falecidos.
Na Inglaterra, para as sessões, Frederich Myers selecionou
assistentes que não residiam em Cambridge, e que se apresentavam à médium com
nomes falsos. Supervisionada por Myers, Lodge e Walter Leaft, ocorreram 88
sessões entre novembro de 1889 e fevereiro de 1890. No relatório de Lodge, de
1890, constou o seguinte:
a) muitas informações dadas
pela médium não poderiam ser obtidas nem por um detetive muito hábil;
b) caso ela tivesse a ajuda de comparsas, gastaria muito tempo e
dinheiro, o que ela não tinha. Lodge a acompanhava quando ela ia às ruas fazer
compras;
c) ela nunca deu qualquer motivo para suspeitas de fraude.
Oliver
Lodge listou 38 casos onde as informações fornecidas pela médium não poderiam
proceder do conhecimento consciente dos assistentes. Os resultados foram tão
impressionantes que Hodgson declarou: "tenho tentado a hipótese telepática
dos vivos por muitos anos, assim como a hipótese espírita. Não tenho nenhuma
hesitação em afirmar com a mais absoluta segurança que a hipótese espírita é
justificada por seus resultados e a outra não" (Volume XIII dos processos
da Society for Psichical Research).
Ao voltar aos Estados
Unidos, a Sra.Piper passou a receber um novo guia espiritual de controle, de
nome George Pelham, a pouco tempo falecido e amigo do Dr. Hodgson. George
Pelham era advogado, escritor e versado em filosofia e literatura. A Sra Piper,
então, começava uma fase de maior força de seus dons mediúnicos. A mediunidade
de psicofonia somou-se à escrita automática (psicografia). Em algumas ocasiões
psicografava, ao mesmo tempo, mensagens diferentes de George Pelham com as duas
mãos, enquanto falava uma terceira de Phinuit. A partir daí, vários guias
espirituais de controle se sucederam. Era o auto-intitulado Grupo
Imperator (Pelham, Myers, Hodgson, George Eliot, Guyon etc.). Os
investigadores Myers e Hodgson estavam neste grupo porque o primeiro morreu em
1901 e o outro em 1905. Um certo tempo depois, manifestaram-se como novos guias
de controle da médium.
A
Sra Piper voltou à Inglaterra mais duas vezes. Em uma delas, em 1906, realizou
74 sessões.
No ano de 1909, William
James publicou um relatório que tratou das comunicações de Hodgson, quando este
se apresentou como guia da Sra.Piper, na Society for Psichical Research da
Inglaterra e dos Estados Unidos. Embora não tomando uma posição definitiva,
James mencionou que sentiu a presença de uma vontade externa esforçando-se para
se comunicar através da Sra Piper. Também em 1909, ela voltou pela última vez à
Inglaterra. Madame "Guyon" foi o último guia espiritual a se
manifestar.
Antes de morrer,
William James escreveu uma observação confidencial sobre a Sra. Piper:
“O Dr. Hodgson
sentiu que a hipótese de fraude não poderia ser seriamente encarada. Concordo
com ele totalmente. A médium tem ficado sob observação, boa parte do tempo sob
observação cerrada, bem como das condições de sua vida, por uma grande parte de
pessoas, desejando apanhá-la em circunstâncias suspeitas, por 15 anos. Durante
esse tempo não somente não houve uma simples circunstância suspeita, mas
nenhuma sugestão tem sido levantada por qualquer ângulo que poderia levar possivelmente
a explicar como a médium, visando a aparente vida que leva, poderia coletar
informações sobre tão grande número de reuniões por meios naturais”.
Em certa
ocasião, ele também escreveu:
“... há qualquer
coisa de verdade, de real, de autêntico atrás de tudo isto.”
Abaixo constam casos,
ocorridos através mediunidade da Sra Piper, que apresentaram evidências muitíssimo
significativas em favor da sobrevivência da alma. Vejamos:
Em
uma sessão mediúnica em 1893, o casal Sutton tentou se comunicar com sua filha
Katherine, morta havia seis meses. A dor de garganta que a menina sentia, a
paralisia da sua língua, o cavalinho dado de presente a ela pelo pai, sua febre
quando doente, e a emoção com que as mensagens eram passadas, evidenciavam a
real presença, ali, do Espírito Katherine. Phinuit, que então atuava como
controle, ditava à médium tudo o que lhe era transmitido por Katherine.
Sir
Oliver Lodge apenas colocou nas mãos da médium um relógio que era do falecido
Jeremiah, irmão de seu tio Robert. A médium logo falou que o relógio era de um
de seus tios, que gostava muito de Robert. Falou que o relógio era do tio Jerry
(diminutivo de Jeremiah). Oliver Lodge disse para a médium que, para que Robert
pudesse reconhecer a presença do irmão, era importante que ele - Jerry -
lembrasse de detalhes da infância que passaram juntos. Foram fornecidos
detalhes muito específicos, como atravessar o rio nadando e o risco de se
afogar; a morte de um gato no campo de Smith; a espingarda e uma pele de cobra
que Jerry achava que ainda estava com Robert. Este último detalhe foi tão
excelente que até Andrew Lang, antropólogo, folclorista e membro da Society for
Psychical Research inglesa, que até o momento não acreditava na mediunidade da
Sra. Piper, passou a acreditar.
Para
testar o Espírito George Pelham (G.P.), Hodgson, que era seu amigo quando em
vida, realizou uma sessão para que Pelham reconhecesse 30 antigos amigos, entre
150 pessoas estranhas. G.P., incorporado na médium, não só os reconheceu entre
as pessoas que lhe foram apresentadas, mas também lhes dirigiu palavras da
mesma forma como teria feito quando vivo (não falamos da mesma forma com todos
os nossos amigos; a nossa forma de falar varia conforme a idade da pessoa, a
estima, a afeição, a intimidade que temos com ela, etc.). Pelham apenas não
reconheceu a Srta. Warner, mas isto porque a conheceu, em vida, fazia tempo e quando
ela tinha apenas 8 anos de idade. Pelham perguntou então a Hodgson quem ela
era. Hodgson respondeu que a mãe da moça era amiga da Sra. Howard, que Pelham
havia conhecido. Em seguida ocorreu uma conversa típica e saudosa entre G.P. e
a Srta. Warner, quando inicialmente G.P. exclamou: "Meu Deus, como
crescestes!... Oh, eu conheci muito vossa mãe", e em seguida a conversa
continuou com assuntos a respeito da mãe da moça.
Houve
um caso de correspondência cruzada entre as médiuns Piper e Willett, para
comprovar a identidade de um Espírito que dizia ser Frederich Myers, então já
falecido. G.B. Dorr, nos Estados Unidos, fez esta pergunta ao Myers da Sra.
Piper: "que vos sugere a palavra Lethe?" O Espírito respondeu com
muitas referências a obras clássicas que nada significaram para G.B.Dorr. O
tema "Clássicos" foi escolhido porque, além da médium Piper não ter
nenhum conhecimento sobre este tema, Myers era um profundo estudioso dele. A
resposta do Espírito se referia à história de Ceyx e Alcione e ao envio da
Deusa Íris ao submundo ligado ao rio Lethe em Metamorphoses de Ovídio. Em
seguida, Oliver Lodge fez a mesma pergunta ao Myers da Sra. Willett, que disse
já ter respondido essa pergunta antes, e com muito esforço escreveu a palavra
D-O-R-R em maiúsculas. Depois, fez várias referências ao rio Lethe na Enêiada
de Virgílio, demonstrando a visão de uma pessoa com alta cultura, como Myers.
Também escreveu: "eu ter diferentes escribas [as psicografias] significa
que devo mostrar diferentes aspectos sob os quais se há de encontrar a unidade
subjacente, e sei o que Lodge quer. Ele quer que eu prove que tenho acesso ao
conhecimento revelado em qualquer parte".
Outro
caso de correspondência cruzada, agora entre as médiuns Piper, Verrall e sua
filha, para testar novamente a identidade do Espírito Myers. Na Inglaterra,
Piddington explica ao Myers da Sra. Piper: "temos conhecimento do esquema
de correspondências cruzadas que você está transmitindo através de vários
médiuns e esperamos que continue com elas. Tente dar a A e a B duas mensagens
diferentes, entre as quais não seja perceptível a menor ligação. Depois que
possível, dê a C uma terceira mensagem que revele as sugestões ocultas".
Então, Piddington pediu a Myers que assinasse, em cada um dos escritos, fazendo
um círculo com um triângulo dentro. E com um detalhe importantíssimo: as
instruções foram passadas para o Espírito em latim ciceroniano, do qual a médium não tinha a menor
noção. Myers disse que captou a mensagem. Passou-se algumas semanas para o
Espírito decifrar essa complexa correspondência cruzada. Entre 17 de dezembro e
2 de janeiro, referências aos temas "estrela", "esperança"
e a "poesia de Robert Browning" começaram a aparecer nos escritos da
sra. Verrall e sua filha. Essas referências faziam pouco sentido para
Piddington até que, em uma sessão com a sra. Piper em Londres, ele recebeu uma
mensagem para procurar "Esperança", "Estrela" e
"Browning". As referências mostraram sentido perfeito quando
Piddington estudou Browning e descobriu que a correspondência
cruzada relacionava-se com os temas contidos em seu poema Abt Vogler.
Durante
uma das reuniões, em 8 de agosto de 1915, quando o controle das comunicações
mediúnicas era o Espírito Hodgson, este pede a Sra. Robbins, assistente na
sessão, para passar este recado a Lodge: "agora Lodge, que não estamos aí
como no passado, isto é, não completamente, estamos aqui capazes de dar e
receber mensagens. Myers diz para você tomar a parte do poeta, e ele [Myers]
agirá como Faunus". Myers. Ele protegerá. É o que tem a dizer a você,
Lodge. Bom trabalho. Solicite a Verrall, ela também estará entendida. Arthur [falecido
esposo da Sra. Verrall] também diz". A mensagem foi enviada a Sir Oliver
Lodge, que a recebeu em 6 de setembro na Escócia e tomou iniciativas para
interpretá-la. Lodge, então, escreveu para a Sra. Verrall: o poeta e Faunus
significa alguma coisa para você? Um protege o outro? Sra. Verrall responde em
8 de dezembro de 1915: "a referência é a Horácio, sobre a queda de uma
árvore que por um triz não o matou, o que ele atribui à intervenção de Faunus.
Faunus, o guardião dos poetas... A passagem não tem nenhum significado especial
para mim". Lodge entendeu que a "árvore que cai" simbolizava a
morte, símbolo, aliás, muito usado. Perguntou a outros eruditos e todos
confirmaram. Sentiu então que algo de ruim iria ocorrer, mas que o Espírito
Myers poderia ajudá-lo. Depois de 9 dias, em 17 de setembro, Lodge recebe um
telegrama do Ministério da Guerra dizendo que seu filho Raymond falecera em
Ypres (França), durante batalhas da 1ª Guerra, no dia 14 de setembro. Para
entender melhor a mensagem, Lodge procurou o Rev. M. A. Bayfield para interpretá-la.
Ele respondeu: "(...)Faunus 'aliviou', não 'desviou' o golpe. No vosso
caso, a significação me parece ser de que o golpe sobreviria, mas não o
esmagaria; que seria 'atenuado' pela asseguração dada por Myers de que o vosso
filho ainda vive (...) Sou levado a crer que Horácio não se teria impessionado
tanto se não fosse realmente alcançado pela árvore. Há em suas Odes quatro
referências ao caso, todas fortalecendo a minha interpretação - e também a da
mensagem de Myers, que devia estar bem consciente dos termos da citação dos
versos de Horácio - e não teria dúvida de que o poeta não escaparia ao golpe, o
qual fora rude". Depois da morte do filho, Lodge recebeu comunicações de
Myers e Raymond pela Sra. Piper. Dessa forma, na verdade, Myers procurava atenuar
a triste notícia, tranqülizando Lodge de que seu filho continuava vivo.
Alguns
dos Espíritos que serviam de controle para a Sra. Piper, como Phinuit e George
Eliot, passavam a impressão de serem fictícios. Contudo, isso apenas evidencia
a dificuldade da transmissão telepática dos falecidos, já que a vontade do Espírito
comunicante se mistura à vontade da médium. Só a hipótese espírita explica
melhor os altos e baixos na qualidade das sessões, quando ocorreram mudanças de
Espírito controle, como a troca de Phinuit por George Pelham. A interferência
dos pesquisadores enquanto a médium estava em transe, com sugestões, perguntas
ou induções ao erro - como na hipnose - pode muito bem ser responsável pelo
efeito anímico, isto é, informações e vontade inconsciente do próprio médium a
interferir nas comunicações com os falecidos. William James disse que mesmo a
vontade externa pode ativar a vontade própria da médium. Além do mais, os
fortíssimos casos de correspondência cruzada só dão margem à conclusão que, de
fato, eram Espíritos desencarnados que passavam as informações.
Abaixo
listamos links onde podem ser encontradas biografias resumidas dos ilustres
sábios que estudaram a Sra Piper, citados neste texto.
William James
Richard Hodgson
James Hyslop
Oliver
Lodge
Frederich Myers
Charles Richet
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
1 BOZZANO, Ernesto. A Propósito da Introdução da Metapsíquica Humana. 2ª edição. Rio de Janeiro: FEB, 1945;
2 CARVALHO, Antônio Cesar Perri de Carvalho. Os Sábios e a Sra. Piper: prova da comunicabilidade dos espíritos. 1ª edição. São Paulo: O Clarim, 1986;
4 GAULD, Alan. Mediunidade e Sobrevivência. São Paulo: Pensamento, 1995;
5 HERLIN, Hans. O Mundo Extra-sensorial. 3ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1969;
6 HEYWOOD, Rosalind. O Sexto Sentido. 9ª edição. São Paulo: Pensamento, 1993;
7 LODGE, Oliver. Raymond: uma prova de sobrevivência da alma. São Paulo: Edigraf, 1972;
8 ROGO, Scott. Vida Após a Morte: evidências da sobrevivência à morte corporal. São Paulo: Ibrasa, 1991;
9 SUDRE, René. Tratado de Parapsicologia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1966;
10 TOCQUET, Robert. Os Poderes Secretos do Homem: um balanço do paranormal. São Paulo: Ibrasa, 1967.
ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO:
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