As irmãs Fox
Fonte da imagem: http://conhecespirita.blogspot.com.br/2011/05/quem-eram-as-irmas-fox.html
Fábio José Lourenço Bezerra
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Fábio José Lourenço Bezerra
Os fenômenos mediúnicos são tão antigos quanto a humanidade, estando presente em todos os tempos e em todos os povos, como demonstram os estudos antropológicos e etnológicos (Ver o texto "O Que São Médiuns? - Parte 2", neste blog). Contudo, em 1848, em Hydesville - Estado de Nova York, Estados Unidos, na casa para a qual a família Fox (composta pelo Sr. John Fox, sua mulher e três filhas), havia se mudado havia alguns dias, começaram a acontecer misteriosos fatos: pancadas sem causa aparente nas paredes, no assoalho e nos móveis. Devido à sua intensidade e freqüência, os moradores não conseguiam dormir, e os deixava apavorados. Mesmo estando fechadas as portas e as janelas, os móveis ficavam de pernas para o ar ou misturados uns com os outros! Com os familiares presentes, os móveis eram agitados, a mover-se como se tivessem vida! Ouviam-se passos no assoalho. Margareth, 15 anos, e Kate, de 12, filhas do casal Fox, sentiam mãos invisíveis a percorrer seus corpos, mãos quase sempre frias.
Com o tempo, depois de muito sofrer com os fenômenos, já acostumados, os Fox procuraram interagir com o que parecia ser a “inteligência’’ por trás deles. Batendo palmas, os pés no chão, estas ações eram prontamente respondidas por batidas enigmáticas. Os fenômenos, a princípio, atraíram a atenção dos vizinhos, que se amontoavam pela casa, curiosos.
Estabeleceu-se um código para a comunicação com as “inteligências’’ (por exemplo, recitava-se o alfabeto e uma pancada soava na hora em que se dizia determinada letra, anotando-a, e depois recomeçava, até formar palavras). Dessa forma, o autor das pancadas disse ser um espírito, que em vida se chamava Charles B. Rosma, um vendedor ambulante, que fora assassinado por um antigo morador daquela casa (citou inclusive o nome do seu assassino) pela quantia que ele carregava: quinhentos dólares. Disse também que fora enterrado na adega da casa, o que escavações posteriores confirmaram ser verdade, pois foram encontrados cabelos e ossos, confirmado por um médico como pertencentes a um ser humano, no local indicado.
Interessante verificar que tais fenômenos surgiram em um meio totalmente avesso à idéia de comunicações com os “mortos”, pois os Fox eram Protestantes, membros da Igreja Episcopal Metodista. Inclusive, devido a estes fatos, e apesar de serem membros exemplares, foram expulsos da Igreja.
Posteriormente, em 1904, William H. Hyde, respeitável cidadão e dono da casa, fez investigações, encontrando um esqueleto quase completo nos escombros da parede da adega, que havia desabado, junto com uma lata do tipo que era usada por mascates daquela época. Ficavam assim plenamente confirmadas as comunicações do espírito Charles B. Rosma. A notícia saiu na edição de 23 de novembro de 1904 do Boston Journal.
Além de Charles Rosma, outros Espíritos se comunicaram através das pancadas, proclamando que a alma não é destruída com o corpo durante a morte, sempre apelando em suas comunicações: “divulguem estes fatos ao mundo”.
Iniciava-se, assim, uma nova era para a humanidade, através da comunicação com os Espíritos realizada de forma sistemática, estabelecendo-se a base sob a qual se assentaria o Espiritismo.
Ao se observar que os fenômenos aconteciam com mais freqüência na presença das três filhas do casal, principalmente da mais moça, Kate Fox, é que foi descoberta a mediunidade que possuíam. Contudo, antes da família Fox, a famosa casa de Hydesville já era assombrada. Os inquilinos anteriores, a família Bell e posteriormente a família Weekman também sofreram com os fenômenos das enigmáticas pancadas e o som de estranhos passos pela casa.
Os acontecimentos de Hydesville são considerados como o marco inicial do Espiritismo.
Embora as manifestações dos Espíritos tivessem tido ampla divulgação através dos fatos ocorridos com a família Fox em Hydesville, anteriormente já eram conhecidas. Fatos semelhantes já vinham ocorrendo há muito tempo, em vários lugares (disso existem vários registros), mas eram ocultados, seja por medo do ridículo, seja pela ignorância do que se tratava.
O resultado é que, a partir daí, cada vez mais se ouvia falar em médiuns e comunicações espirituais diversas, inicialmente nos Estados Unidos, depois espalhando- se por todo o mundo.
Os próprios espíritos indicaram, pelo final de 1850, novo método de comunicação: algumas pessoas se colocavam em volta de uma mesa, sobre a qual colocariam as mãos. A mesa, então, passaria a se mover, e com seus pés, seriam dadas pancadas no chão e, com a recitação do alfabeto (conforme método citado no início do texto), seriam formadas as palavras. Assim surgiu o fenômeno das "mesas girantes".(continua no texto de título: "O Início do Espiritismo Parte 2: A Codificação", neste blog).
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
2 WANTUIL, Zêus. As mesas girantes e o Espiritismo.
3 LIMA, Ronie. A Vida Além da Vida.
4 PIRES, José Herculano. Visão espírita da Biblia.
5 LOMBROSO, Césare. Hipnotismo e mediunidade.
6 GIBIER, Paul.O Espiritismo: faquirismo ocidental.
O estudo da Doutrina é tão mágica que, quanto mais você lê, mais intenso é emocionante fica
ResponderExcluirTenho duas duvidas sobre o espiritismo, se puder me ajudar de maneira simples agradeço pois sou leiga, mas interessada.
ResponderExcluirA bíblia diz que os vivos sabem que hão de morrer mas os mortos de nada sabe, como isso se aplica ao espiritismo?
Outra coisa, é que se tem vidas passadas, como a população aumenta mais e mais? Não seria correto então que o numero de pessoas permanecem o mesmo ou diminuísse uma vez que morre gente quase todos os dias? Grande abç aguardo respostas se possível. Naralimasilva26@hotmail.com
Cara Nara Lima,
ResponderExcluirCom relação à primeira pergunta, vejamos a seguinte passagem do novo testamento (Lucas 9, 59:60): "Ele disse a um outro: Segui-me; e ele lhe respondeu: Senhor, permiti-me ir antes enterrar meu pai. Jesus lhe respondeu: Deixai aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos, mas por vós ide anunciar o reino de Deus." Ou seja, Jesus, nesta passagem, chamou de mortos aqueles que ainda estavam muito apegados às coisas materiais. Mortos do Espírito e não do corpo. Na passagem que você cita poderíamos, muito bem, interpretá-la como VIVOS sendo aqueles que estão se preparando para quando a morte vier, ou seja, procurando melhorar espiritualmente, lutando contra o egoísmo, o orgulho, a vaidade e o apego às coisas materiais que ainda possuem em si. MORTOS seriam justamente aqueles a quem Jesus se referia na passagem acima: pessoas que, de tão apegadas à este mundo material, vivem como se nunca fossem, um dia, para o mundo espiritual. Quanto à segunda pergunta, é muito natural que a população aumente, pois Deus nunca parou de criar novos Espíritos. Além disso, o reencarnação na Terra pode demorar de horas a séculos, dependendo da necessidade e das escolhas que o Espírito reencarnante faz no mundo espiritual. Também devemos levar em conta que, como nos disse Jesus: "Há muitas moradas na casa de meu Pai"(João 14, 1:3), ou seja, inúmeros planos espirituais e materiais. Existem muitos mundos habitados neste nosso vastíssimo Universo de bilhões de galáxias. Muitos Espíritos migram de outros planetas para a Terra, e vice-versa, de tempos em tempos. Espero ter conseguido responder sua pergunta. Abraços fraternos.