Fonte da imagem: http://www.explicatorium.com/CFQ7-Sistema-Solar.php
Fábio José Lourenço Bezerra
Na pergunta
Nº 55 de “O Livro dos Espíritos”, lemos: “São habitados
todos os globos que se movem no espaço?”
Resposta:
“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em
inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por
espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o
privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para
eles criou Deus o Universo.”
Comentário
de Allan Kardec: “Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo
todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os
haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez
coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação
mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição,
nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à
suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos
milhares de milhões de mundos semelhantes.
Em
uma nota de rodapé, referindo-se à pergunta nº 188, Kardec
escreveu:
“Segundo os
Espíritos, de todos os mundos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é
dos de habitantes menos adiantados, física e moralmente. Marte lhe estaria
ainda abaixo, sendo-lhe Júpiter superior de muito, a todos os respeitos. O Sol
não seria mundo habitado por seres corpóreos, mas simplesmente um lugar de
reunião dos Espíritos superiores, os quais de lá irradiam seus pensamentos para
os outros mundos, que eles dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados,
transmitindo-os a estes por meio do fluido universal. Considerado do ponto de
vista da sua constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os
sóis como que estariam em situação análoga.
O volume de cada um e a distância a
que esteja do Sol nenhuma relação necessária guardam com o grau do seu
adiantamento, pois que, do contrário, Vênus deveria ser tida por mais adiantada
do que a Terra e Saturno menos do que Júpiter.
Muitos
Espíritos, que na Terra animaram personalidades conhecidas, disseram estar
reencarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e há causado
espanto que, nesse globo tão adiantado, estivessem homens a quem a opinião
geral aqui não atribuía tanta elevação. Nisso nada há de surpreendente, desde
que se atenda a que, possivelmente, certos Espíritos, habitantes daquele
planeta, foram mandados à Terra para desempenharem aí certa missão que, aos
nossos olhos, os não colocava na primeira plana. Em segundo lugar, deve-se
atender a que, entre a existência que tiveram na Terra e a que passaram a ter
em Júpiter, podem eles ter tido outras intermédias, em que se melhoraram.
Finalmente, cumpre se considere que, naquele mundo, como no nosso, múltiplos
são os graus de desenvolvimento e que, entre esses graus, pode medear lá a
distância que vai, entre nós, do selvagem ao homem civilizado. Assim, do fato
de um Espírito habitar Júpiter não se segue que esteja no nível dos seres mais
adiantados, do mesmo modo que ninguém pode considerar-se na categoria de um
sábio do Instituto, só porque reside em Paris.
As condições de
longevidade não são, tampouco, em qualquer parte, as mesmas que na Terra e as
idades não se podem comparar. Evocado, um Espírito que desencarnara havia
alguns anos, disse que, desde seis meses antes, estava encarnado em mundo cujo
nome nos é desconhecido. Interrogado sobre a idade que tinha nesse mundo,
disse: “Não posso avaliá-la, porque não contamos o tempo como contais. Depois,
os modos de existência não são idênticos. Nós, lá, nos desenvolvemos muito mais
rapidamente. Entretanto, se bem não haja mais de seis dos vossos meses que lá
estou, posso dizer que, quanto à inteligência, tenho trinta anos da idade que
tive na Terra.”
Muitas respostas
análogas foram dadas por outros Espíritos e o fato nada apresenta de
inverossímil. Não vemos que, na Terra, uma imensidade de animais em poucos
meses adquire o desenvolvimento normal? Por que não se poderia dar o mesmo com
o homem noutras esferas? Notemos, além disso, que o desenvolvimento que o homem
alcança na Terra aos trinta anos talvez não passe de uma espécie de infância,
comparado com o que lhe cumpre atingir. Bem curto de vista se revela quem nos
toma em tudo por protótipos da criação, assim como é rebaixar a Divindade o
imaginar-se que, fora o homem, nada mais seja possível a Deus.”
Ora,
sondas espaciais já visitaram Marte, Júpiter e os outros planetas do sistema
solar. Os dados recolhidos por elas nos dizem que, em nosso sistema solar, só há
vida inteligente na Terra (pelo menos, os dados fornecidos e as interpretações
dos mesmos pela NASA). Será, então, que as informações que os Espíritos deram a
Kardec são falsas?
A
resposta é, provavelmente NÃO !
A
matéria também existe em estados vibratórios que ainda
não podem ser detectados pelos sentidos e instrumentos do ser humano.
Na
pergunta Nº 29, temos: “A
ponderabilidade é um atributo essencial da matéria?”
Resposta: “Da matéria
como a entendeis, sim; não, porém, da matéria considerada como fluido
universal. A matéria etérea e sutil que constitui esse fluido vos é imponderável.
Nem por isso, entretanto, deixa de ser o princípio da vossa matéria pesada.”
E
na pergunta
Nº30: “A matéria é formada de um só ou de muitos elementos?”
Resposta: “De um só elemento primitivo. Os corpos
que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da
matéria primitiva.”
No livro “Evolução em Dois Mundos”, pela psicografia
de Francisco
Cândido Xavier e Waldo Vieira, o Espírito André Luiz,
no ano de 1958, nos informou:
“O fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio.
Nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano.”
Nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano.”
Na revista “O Consolador” – 23a. edição – pela psicografia de Francisco Cândido Xavier
– no ano de 1940, o Espírito Emmanuel escreveu:
“A ciência,
propriamente humana, poderá estabelecer bases convencionais, mas não a base
legítima, em sua origem divina, porquanto os átomos e os elétrons são fases de caracterização da matéria, sem constituírem o princípio nessa escala sem-fim, que se verifica,
igualmente, para o plano dos infinitamente pequenos.
As noções modernas da Física
aproximam-se, cada vez mais, do conhecimento das leis universais, em cujo ápice
repousa a diretriz divina que governa todos os mundos.
Os
sistemas antigos envelheceram. As concepções de ontem deram lugar a novas
deduções. Estudos recentes da matéria vos fazem conhecer que os seus elementos
se dissociam pela análise, que o átomo não é indivisível, que toda expressão material pode
ser convertida em força e que
toda energia volta ao reservatório do éter_universal. Com o tempo, as
fórmulas acadêmicas se renovarão em outros conceitos da realidade
transcendente, e os físicos da Terra não poderão dispensar Deus nas suas ilações, reintegrando a Natureza na sua
posição de campo passivo, onde a inteligência divina se manifesta. ”
“[...] A mecânica celeste prova a
irrefutabilidade da teoria do movimento. O planeta move-se na imensidade. A matéria vibra nas suas mais
diversificadas expressões.
“[...] Os homens possuem
da matéria a conceituação possível de ser fornecida pela sua mente,
compreendendo-se que o aspecto real do mundo não é aquele que os olhos mortais
podem abranger, porquanto as percepções humanas estão condicionadas ao plano
sensorial, sem que o homem consiga ultrapassar o domínio de determinadas vibrações.
Mergulhadas nas vibrações pesadas dos círculos da carne, as criaturas têm
noticias muito imperfeitas do Universo, em razão da exigüidade
dos seus pobres cinco sentidos.
É por isso que o
homem terá sempre um limite nas suas observações da matéria, força e movimento,
não só pela deficiência de percepção sensorial, como também pela estrutura do
olho, onde a sabedoria divina delimitou as possibilidades humanas de análise,
de modo a valorizar os esforços e iniciativas da criatura.”
De fato,
conforme nos disse Emmanuel, a ciência humana parece estar se aproximando do que
foi revelado pelos Espíritos da codificação, por André Luiz e por ele mesmo.
Uma teoria, elaborada há alguns anos e seriamente considerada por muitos
cientistas ao redor do mundo, parece nos remeter ao Fluido Cósmico Universal.
O Professor de Física da Universidade de Columbia Brian Greene, em uma
entrevista à revista Época, edição de 9 agosto de 2004, resumiu o que seria a teoria
das cordas:
“A teoria das cordas materializa o sonho de Albert Einstein de criar uma teoria
única para explicar o Universo. No século XX, a Ciência desenvolveu duas teorias que funcionam
como pilares da Física.
·
A teoria geral da relatividade,
criada por Einstein, explica como a gravidade opera em grandes dimensões, em estrelas e galáxias.
·
Já a mecânica quântica explica como as leis da Física operam
no extremo oposto, nas subpartículas atômicas.
Durante várias
décadas, essas duas teorias só funcionavam nos próprios campos, o pequeno e o
grande. Quando cientistas tentavam juntá-las - o que é indispensável, por
exemplo, para entender o que se passa no centro de um buraco negro -, as equações se estilhaçavam.
As supercordas surgiram como uma nova e fundamental entidade, a base para
tudo o que existe no Universo. Já faz algum tempo que conhecemos os átomos e
também as partículas_subatômicas,
como os elétrons, que giram ao redor
dos núcleos, e os prótons, que integram o núcleo dos átomos. Conhecemos
também algumas partículas subnucleares, como os quarks,
que habitam os nêutrons e prótons. Mas é aí que o conhecimento convencional
empaca. A teoria das supercordas diz que existe algo menor e mais fundamental: dentro dos quarks, da mais ínfima
partícula subatômica, existe um filamento de energia que vibra como as cordas de um violino.
E são os diferentes padrões de vibração dessas cordas que determinam a natureza
de diferentes tipos de subpartículas. Isso permitiria unificar a teoria geral
da relatividade com a mecânica quântica.”
A figura abaixo ilustra bem a teoria das cordas:
A figura abaixo ilustra bem a teoria das cordas:
Fonte da imagem: http://phylos.net/formato_livro/fisica/cosmologia/problemas-modelo-padrao/
Clicando AQUI, você assiste a uma palestra de Brian Greene que, utilizando-se de uma
linguagem simplificada, explica a teoria das cordas.
Pergunta Nº 56: “É a mesma a constituição física dos
diferentes globos?”
Resposta: “Não; de modo algum se assemelham.”
Pergunta
Nº 57: “Não sendo uma
só para todos a constituição física dos mundos, seguir-se-á tenham organizações
diferentes os seres que os habitam?”
Resposta:“Sem dúvida, do mesmo modo que no
vosso os peixes são feitos para viver na água e os pássaros no ar.”
Pergunta
Nº 58: “Os mundos
mais afastados do Sol estarão privados de luz e calor, por motivo de esse astro
se lhes mostrar apenas com a aparência de uma estrela?”
Resposta: “Pensais então que não há outras
fontes de luz e calor além do Sol e em nenhuma conta tendes a eletricidade que,
em certos mundos, desempenha um papel que desconheceis e bem mais importante do
que o que lhe cabe desempenhar na Terra? Demais, não dissemos que todos os seres
são feitos de igual matéria que vós outros (grifo nosso) e com órgãos de conformação
idêntica à dos vossos.”
Comentário
de Kardec: As condições de
existência dos seres que habitam os diferentes mundos hão de ser adequadas ao
meio em que lhes cumpre viver. Se jamais houvéramos visto peixes, não
compreenderíamos pudesse haver seres que vivessem dentro d’água. Assim acontece
com relação aos outros mundos, que sem dúvida contêm elementos que
desconhecemos. Não vemos na Terra as longas noites polares iluminadas pela
eletricidade das auroras boreais?
Que há de impossível em ser a
eletricidade, nalguns mundos, mais abundante do que na Terra e desempenhar
neles uma função de ordem geral, cujos efeitos não podemos compreender? Bem
pode suceder, portanto, que esses mundos tragam em si mesmos as fontes de calor
e de luz necessárias a seus habitantes.
Pergunta
Nº 181: “Os seres que
habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?”
Resposta: “É fora de dúvida que têm corpos, porque o
Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse
envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que
chegaram os Espíritos (grifo nosso). É isso o que assinala a diferença
entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de
nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o
sabem e desse fato têm consciência na Terra; com outros, no entanto, o mesmo
não se dá.”
Pergunta
Nº 234: “Há, de fato, como já foi dito, mundos que servem de estações
ou pontos de repouso aos Espíritos errantes?”
Resposta:
“Sim, há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos
que lhes podem servir de habitação temporária, espécies de bivaques, de campos
onde descansem de uma demasiado longa erraticidade, estado este sempre um tanto
penoso. São, entre os outros mundos, posições intermédias, graduadas de acordo
com a natureza dos Espíritos que a elas podem ter acesso e onde eles gozam de maior
ou menor bem-estar.”
Pergunta
Nº 236: Pela sua natureza especial, os mundos transitórios se conservam
perpetuamente destinados aos Espíritos errantes?
Resposta:
“Não, a condição deles é meramente temporária.”
a)
—Esses mundos são ao mesmo tempo habitados por seres corpóreos?
“Não;
estéril é neles a superfície. Os que os habitam de nada precisam.”
b)
— É permanente essa esterilidade e decorre da natureza especial que apresentam?
“Não;
são estéreis transitoriamente.”
d)
— Sendo transitório o estado de semelhantes mundos, a Terra pertencerá algum
dia ao número deles?
“Já
pertenceu.”
e)
—Em que época?
“Durante
a sua formação.”
Comentário de Kardec: “Nada é inútil em a Natureza; tudo
tem um fim, uma destinação. Em lugar algum há o vazio; tudo é habitado, há vida
em toda parte. Assim, durante a dilatada sucessão dos séculos que passaram
antes do aparecimento do homem na Terra, durante os lentos períodos de
transição que as camadas geológicas atestam, antes mesmo da formação dos
primeiros seres orgânicos, naquela massa informe, naquele árido caos, onde os
elementos se achavam em confusão, não havia ausência de vida. Seres isentos das
nossas necessidades, das nossas sensações físicas, lá encontravam refúgio. Quis
Deus que, mesmo assim, ainda imperfeita, a Terra servisse para alguma coisa.
Quem ousaria afirmar que, entre os milhares de mundos que giram na imensidade,
um só, um dos menores, perdido no seio da multidão infinita deles, goza do
privilégio exclusivo de ser povoado? Qual então a utilidade dos demais?
Tê-los-ia Deus feito unicamente para nos recrearem a vista? Suposição absurda,
incompatível com a sabedoria que esplende em todas as suas obras e inadmissível
desde que ponderemos na existência de todos os que não podemos perceber.
Ninguém contestará que, nesta idéia da existência de mundos ainda impróprios
para a vida material e, não obstante, já povoados de seres vivos apropriados a
tal meio, há qualquer coisa de grande e sublime, em que talvez se encontre a
solução de mais de um problema.”
Como
pudemos apreciar, muito diversas são as expressões da matéria, pois a mesma
existe em diferentes níveis vibratórios. Provavelmente, existem civilizações em
todos os planetas do nosso sistema solar e nos demais sistemas estelares.
Contudo, ainda estamos incapacitados de observá-las, devido às nossas
limitações tecnológicas.
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA:
KARDEC,
Allan. O livro dos Espíritos. FEB. Versão digital por: L. NEILMORIS © 2007;
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo; André Luiz
(Espírito). Evolução em dois mundos.
FEB. [1958];
XAVIER, Francisco Cândido; Emmanuel (Espírito). Revista O Consolador
– 23a. edição [1940]
ENDEREÇO
ELETRÔNICO CONSULTADO:
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT791042-1666-1,00.html
http://www.guia.heu.nom.br/teoria_das_cordas.htm
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