Fonte da imagem: http://crescimentointerior-ieda.blogspot.com.br/2014/02/terapia-de-vidas-passadas-palestra.html
Fábio José Lourenço
Bezerra
Os resultados da pesquisa da psicóloga norte americana Helen
Wambach trouxeram evidências, bastante fortes, da existência da
reencarnação. Muito difíceis de serem contestadas pelos céticos. Esta pesquisa
e seus resultados foram publicados em dois excelentes livros: “Recordando
Vidas Passadas” (1978) e “Vida Antes da Vida” (1982).
Realizando regressões de memória a vidas
passadas em grupo (ela não levava em conta regressões individuais na sua
pesquisa), coletou cerca de 1.100 relatórios de lembranças de existências
pretéritas das pessoas que participaram de sua pesquisa. Este relatório teve
como base um questionário sobre diversos dados que poderiam ser,
posteriormente, avaliados, comparando-os com o conhecimento histórico
existente. Dados como vestuário, clima, moradia, raça, sexo, circunstâncias de
vida, paisagem, além de outros.
Dando um
tratamento estatístico ao grande conjunto de dados coletados, obteve resultados
bastante interessantes:
a) Quantidade de dados historicamente divergentes
insignificante: dos 1.100 relatórios, apenas 11 possuíam
diferenças em relação aos dados históricos disponíveis oficialmente. Mesmo nos
indivíduos que regrediram à épocas que pouco, ou de nenhuma forma, foram
retratadas em filmes, documentários, livros ou outros veículos de comunicação,
que poderiam influenciar as suas lembranças, os detalhes de suas informações
coincidiam com os dados históricos. Ou seja, apesar de vários indivíduos
desconhecerem, nessa vida, detalhes de vestuário, utensílios domésticos,
moradia, etc., em épocas da história cujos detalhes só podem ser obtidos
através de uma minuciosa pesquisa, eles apareceram em suas lembranças durante
as regressões.
b) Ausência de
lembranças como personagens históricos famosos ou importantes, bem como de situações que refletiriam desejos
dos participantes: praticamente em todos os relatórios não
apareceram lembranças como pessoas famosas ou importantes do passado, e na
maior parte deles as vidas eram de pobreza, dificuldade, sofrimento, de
frequente cansaço e monotonia. Vidas de pessoas comuns às épocas das quais
lembraram, como camponeses, escravos, artesãos, etc. Era de se esperar que,
caso fossem fantasias dos participantes, suas vidas refletiriam seus desejos,
como de fama, riqueza e poder.
c) O número de
renascimentos coincidiram, proporcionalmente, com o número da população em
todas as épocas relembradas: Em cada época e localização geográfica, os
renascimentos coincidiram com as tendências do crescimento da população. Ao ser
analisado estatisticamente, o crescimento
populacional nas regressões era o mesmo da história. Isto é, quando um
maior número de participantes lembrava ter vivido em determinada época e lugar,
isso coincidia, proporcionalmente, com os dados históricos sobre a quantidade
de pessoas que viveram nessa época e lugar. O mesmo ocorreu em épocas e locais
que apresentaram menos vidas dos participantes. Isto era de se esperar se as
lembranças das vidas passadas fossem reais. Ver a figura abaixo:
Fonte: Livro Recordando Vidas Passadas. Helen Wambach. Ed.Pensamento
d) O número de
reencarnações em ambos os sexos se mostrou igual na totalidade dos relatórios: Conforme Helen Wambach: “Refleti que
eu precisava, pelo menos, de um fato biológico acerca do passado que me
facultasse a conferência dos meus indícios. Eu sabia que em qualquer fase
pretérita, mais ou menos a metade da população era masculina e a outra metade,
feminina. Decidi verificar cada período de tempo e determinar quantas
regressões tinham redundado em vidas masculinas e quantas tinham resultados em
vidas femininas.
Se a rememoração de existências
passadas fosse mera fantasia, seria de esperar que preponderassem as
masculinas: os estudos mostram que o cidadão comum, em se lhe oferecendo a
possibilidade de escolher, optaria por viver como homem.
Contra a probabilidade de que a
fantasia produziria maior número de sujeitos masculinos, havia o fato de que
78% dos meus sujeitos no primeiro grupo de seminários eram mulheres.
Seria acaso possível que as mulheres
preferissem ser mulheres numa vida pregressa?
Assim sendo, muitos imponderáveis
gravitavam em torno da questão do sexo que seria escolhido numa vida passada.
Não obstante(...) meus dados são
concludentes. Sem levar em consideração o sexo que têm na vida atual, ao
regressar ao passado, meus sujeitos se dividiram precisa e uniformemente em
50,3% de homens e 49,7% de mulheres.” Ver a figura abaixo:
Fonte: Livro Recordando Vidas Passadas. Helen Wambach. Ed.Pensamento
Muito interessante é o fato de que
muitos dados coincidem com o que nos ensinaram os Espíritos Superiores durante
a codificação do Espiritismo. Leiamos:
a) Possibilidade de
escolha do renascimento: dos 1.100
casos analisados, na maior parte deles, os indivíduos aceitaram voluntariamente
seu nascimento. Perto de 81% dos participantes pesquisados decidiram voltar a
terra e apenas 19% foram forçados. Muitos deles só aceitaram vir reclamando e
outros só aceitaram após serem orientados por Espíritos planejadores ou
aconselhadores;
Na
pergunta
Nº 258 de "O Livro dos Espíritos", temos: "Quando na
erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito
consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?"
Resposta:
“Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso
consiste o seu livre-arbítrio.”
Na
pergunta
Nº 262: "Como pode o Espírito, que, em sua origem, é simples,
ignorante e carecido de experiência, escolher uma existência com conhecimento de
causa e ser responsável por essa escolha?"
Resposta:
“Deus lhe supre a inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve
seguir, como fazeis com a criancinha. Deixa-o, porém, pouco a pouco, à medida
que o seu livre-arbítrio se desenvolve, senhor de proceder à escolha e só então
é que muitas vezes lhe acontece extraviar-se, tomando o mau caminho, por
desatender os conselhos dos bons Espíritos. A isso é que se pode chamar a queda
do homem.”
a) —
"Quando o Espírito goza do livre-arbítrio, a escolha da existência
corporal dependerá sempre exclusivamente de sua vontade, ou essa existência lhe
pode ser imposta, como expiação, pela vontade de Deus?"
Resposta:
“Deus sabe esperar, não apressa a expiação. Todavia, pode impor certa
existência a um Espírito, quando este, pela sua inferioridade ou má vontade,
não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil, e quando vê que tal
existência servirá para a purificação e o progresso do Espírito, ao mesmo tempo
em que lhe sirva de expiação.”
Na
pergunta
Nº 335: "Cabe ao Espírito a escolha do corpo em que encarne, ou
somente a do gênero de vida que lhe sirva de prova?"
Resposta:
“Pode também escolher o corpo, porquanto as imperfeições que este
apresente ainda serão, para o Espírito, provas que lhe auxiliarão o progresso,
se vencer os obstáculos que lhe oponha. Nem sempre, porém, lhe é permitida a
escolha do seu invólucro corpóreo; mas, simplesmente, a faculdade de pedir que
seja tal ou qual.”
Na
pergunta
Nº 244 b) — Deus transmite diretamente a ordem ao Espírito, ou por
intermédio de outros Espíritos?
Resposta:
“Ela não lhe vem direta de Deus. Para se comunicar com Deus, é-lhe
necessário ser digno disso. Deus lhe transmite suas ordens por intermédio dos
Espíritos imediatamente superiores em perfeição e instrução.”
b) Motivo do
renascimento: dentre vários outros motivos, os mais
comuns foram:
•
Terminar tarefas não concluídas;
•
Corrigir erros cometidos;
•
Despertar aptidões e evoluir
espiritualmente;
•
Superar limites, romper barreiras e
limitações;
•
Obter conhecimentos superiores;
•
Aprender a amar sem sentimento de posse ou
apegos;
•
Superar medos, Desenvolver a humildade,
amar a mãe e os irmãos, desfazer-se de certas ilusões, além de outros motivos.
Na
pergunta
Nº 132: "Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?"
Resposta: “Deus lhes impõe a encarnação com o
fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão.
Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da
existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a
encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca
na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um
instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí
cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo
para a obra geral, ele próprio se adianta.”
Na pergunta
Nº 264: “ Que é o que dirige o Espírito na escolha das provas que
queira sofrer?”
Resposta: “Ele escolhe, de
acordo com a natureza de suas faltas, as que o levem à expiação destas e a
progredir mais depressa. Uns, portanto, impõem a si mesmos uma vida de misérias
e privações, objetivando suportá-las com coragem; outros preferem experimentar
as tentações da riqueza e do poder, muito mais perigosas, pelos abusos e má
aplicação a que podem dar lugar, pelas paixões inferiores que uma e outros
desenvolvem; muitos, finalmente, se decidem a experimentar suas forças nas
lutas que terão de sustentar em contacto com o vício.”
c) escolha da época
do renascimento: A maior parte dos que participaram da
pesquisa, 51%, disseram ter escolhido nascer na segunda metade do século XX,
pois essa época tinha grande potencial de crescimento espiritual; um período de
mudança na consciência dos homens. Como exemplos do que os próprios
participantes disseram sobre isso: “Será uma época de grande expansão da
consciência”; “Os espíritos mais avançados estão nascendo”; “é uma época de
grande esclarecimento”; “é o início de uma idade de ouro”; “a consciência
atingirá novas alturas”; “Este período de tempo está aberto ao crescimento
espiritual”. Muitas outras lembranças coincidiram com estas.
d) Escolha do sexo: 24% não escolheram o sexo com o qual reencarnariam, ou disseram
que isso não tinha muita importância; 76% afirmaram que o sexo era importante
nas atividades que teriam de executar. Perto de 33% destes escolheram
reencarnar como mulheres porque queriam ter filhos. Vejamos alguns exemplos:
“escolhi ser homem pela minha mulher. Entrei nesta vida para ajudar minha
esposa a resolver um problema e ela tinha escolhido ser mulher.”; “escolhi o
sexo masculino pela facilidade do homem em participar do esforço científico e
desejava, nesta vida, participar da revolução cientifica do século XX.”;
“escolhi o sexo feminino para fazer as pessoas felizes com mais facilidade.”
Na
pergunta
Nº 201: "Em nova existência, pode o Espírito que animou o corpo de
um homem animar o de uma mulher e vice-versa?"
Resposta: “Decerto; são os mesmos os Espíritos
que animam os homens e as mulheres.”
Na
pergunta
Nº 202: Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um
homem, ou no de uma mulher?
Resposta: “Isso pouco lhe importa. O que o
guia na escolha são as provas por que haja de passar.”
Comentário
de Allan Kardec: "Os
Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo.
Visto que lhes cumpre progredir em
tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres
especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem
encarnasse só saberia o que sabem os homens."
e) Presença de
parentes e amigos: 87% disseram que já conheciam muitos
parentes e amigos de outras vidas e 13% disseram que não, ou que não sabiam
dizer.
Dos 87% que disseram sim, pôde-se chegar a algumas conclusões. Segundo Wambach: “houve impressionante variação nos relacionamentos configurados. Pais, nesta vida, tinham sido amantes no passado; mães tinham vindo como irmãos, amigas, irmãs, filhos. Mães na vida atual tinham vindo como pais, amigos, irmãos, irmãs, filhos. Nada havia de totalmente consistente na maneira pela qual as pessoas, nesta existência, se relacionavam em vidas passadas.”
Dos 87% que disseram sim, pôde-se chegar a algumas conclusões. Segundo Wambach: “houve impressionante variação nos relacionamentos configurados. Pais, nesta vida, tinham sido amantes no passado; mães tinham vindo como irmãos, amigas, irmãs, filhos. Mães na vida atual tinham vindo como pais, amigos, irmãos, irmãs, filhos. Nada havia de totalmente consistente na maneira pela qual as pessoas, nesta existência, se relacionavam em vidas passadas.”
Na
pergunta
Nº 205: “A algumas pessoas a doutrina da reencarnação se afigura
destruidora dos laços de família, com o fazê-los anteriores à existência atual.”
Resposta: “Ela os distende; não os destrói.
Fundando-se o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços
existentes entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os
deveres da fraternidade, porquanto, no vosso vizinho, ou no vosso servo, pode
achar-se um Espírito a quem tenhais estado presos pelos laços da
consangüinidade.”
No
livro “Vida e Sexo”, psicografado por Francisco Cândido Xavier,
ditado pelo Espírito Emmanuel - item 2 – Família,
lemos: “... A parentela no Planeta
faz-se filtro da família espiritual sediada além da existência física, mantendo
os laços preexistentes entre aqueles que lhe comungam o clima. Arraigada nas
vidas passadas de todos aqueles que a compõem, a família terrestre é formada,
assim, de agentes diversos, porquanto nela se reencontram, comumente, afetos
e desafetos, amigos e inimigos, para os
ajustes e reajustes indispensáveis , ante
as leis do destino.
Apesar disso, importa
reconhecer que o clã familiar evolve incessantemente para mais amplos conceitos
de vivencia coletiva, sob os ditames do aperfeiçoamento geral, conquanto se
erija sempre em educandário valioso da alma, temos dessa forma, no instituto
doméstico uma organização de origem divina, em cujo seio encontramos os
instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação do
Mundo Melhor.”
f) Ligação da alma ao
novo corpo: Em 750 casos, 89% não se ligaram ao
feto, de nenhuma forma, até depois dos seis meses de gestação”. Contudo,
praticamente todos disseram ter plena consciência dos sentimentos da mãe, antes
e durante o parto, possivelmente por telepatia. 33% disseram ter se unido ao
feto durante o parto ou pouco tempo antes. Dessa forma, na maior parte do
período de gravidez, as pessoas não se sentiam parte integrante do feto,
contudo estavam existindo separado destes.
Na
pergunta
Nº 344: "Em que momento a alma se une ao corpo?"
Resposta:
“A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento (grifo
nosso). Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo
corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao
instante em que a criança vê a luz (grifo nosso). O grito, que o
recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos
de Deus.”
É
preciso levar em conta que, quando relembra suas vidas passadas, o Espírito
expressa apenas seu ponto de vista. Assim, pode estar ligado ao corpo desde a
concepção, mas só perceber essa ligação quando ela está mais forte, ou seja, no
final da gestação. Tanto é que o Espírito sente a conexão com sua mãe desde bem
antes do parto. Provavelmente foi isso que se deu na pesquisa.
g) As sensações
durante o nascimento: Foi grande a quantidade de
participantes que sentiram tristeza e melancolia durante o nascimento. Não que
fossem os eventos físicos do processo de parto que traziam esses sentimentos,
mas, ao que tudo indica, a maior fonte era psicológica. Muitos derramaram
lágrimas durante a lembrança do nascimento. A tristeza eram causada, em sua
maior parte, à expectativa das dificuldades que viriam durante a vida que se
iniciava, aos resgates que teriam de sofrer, e à limitação do corpo físico em
relação ao corpo espiritual. Sofriam por deixar a plena, leve, pacífica e
sublime vida no mundo espiritual.
Some-se a isso as sensações, relatadas por muitos, quando da entrada no mundo
físico e a passagem pelo canal de parto, atormentadoras e por demais
desagradáveis. Segundo Wambach: “A criança recém-nascida sente-se desligada,
diminuída e sozinha, quando comparada à sua situação no intervalo entre as
vidas”.
Na
pergunta
Nº 339: "No momento de encarnar, o Espírito sofre perturbação
semelhante à que experimenta ao desencarnar?"
Resposta:
“Muito maior e sobretudo mais longa. Pela morte, o Espírito sai da
escravidão; pelo nascimento, entra para ela.”
Na
pergunta
Nº 340: "É solene para o Espírito o instante da sua encarnação?
Pratica ele esse ato considerando-o grande e importante?"
Resposta:
“Procede como o viajante que embarca para uma travessia perigosa e que
não sabe se encontrará ou não a morte nas ondas que se decide a afrontar.”
Comentário
de Allan Kardec: "O viajante que embarca sabe a que perigo se
lança, mas não sabe se naufragará. O mesmo se dá com o Espírito: conhece o
gênero das provas a que se submete, mas não sabe se sucumbirá. Assim como, para
o Espírito, a morte do corpo é uma espécie de renascimento, a reencarnação é
uma espécie de morte, ou antes, de exílio, de clausura. Ele deixa o mundo dos
Espíritos pelo mundo corporal, como o homem deixa este mundo por aquele. Sabe
que reencarnará, como o homem sabe que morrerá. Mas, como este com relação à morte,
o Espírito só no instante supremo, quando chegou o momento predestinado, tem
consciência de que vai reencarnar. Então, qual do homem em agonia, dele se
apodera a perturbação, que se prolonga até que a nova existência se ache
positivamente encetada. À aproximação do momento de reencarnar, sente uma
espécie de agonia."
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA:
KARDEC,
Allan. O livro dos Espíritos. FEB. Versão digital
por: L. NEILMORIS © 2007;
WAMBACH, Helen. Recordando vidas passadas. Ed.Pensamento .[1978];
_______________. Vida antes da vida. Livraria Freitas Bastos. [1982]
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