Fonte da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_da_evolução
Fábio
José Lourenço Bezerra
Olhando ao nosso
redor, constatamos grandes diferenças intelectuais e morais entre as pessoas.
Algumas, independentemente do meio em que nasceram e foram criadas, demonstram
uma impressionante inteligência, muitíssimo acima da de seus parentes, tendo
grande habilidade em determinada área do conhecimento (ver o texto “Um Dia, O Bem Reinará na Terra? – Parte 2”, neste blog). Outras demonstram
inteligência mediana ou modesta.
Todos os dias, muitas pessoas realizam
trabalho voluntário, dedicando-se a ajudar o próximo. Podemos, inclusive, citar
pessoas que dedicaram toda sua vida em prol do semelhante, como Madre Tereza de
Calcutá, irmã Dulce e Chico Xavier (Ver o texto “O Bem: Elevado Estado de Consciência do Espírito”, neste blog). Já outras demonstram indiferença
ou até satisfação perante o sofrimento de outras pessoas, como Adolph Hitler,
os assassinos em série, etc.. E isto considerando que o sentimento, responsável
pelo seu comportamento, em muitos dos que citamos acima, brotam espontaneamente
dos seus corações, não sendo simples escolhas. Possuem tendências para o bem ou
para o mal, independentemente da educação que receberam ou da índole dos seus
parentes.
Por
que somos tão diferentes uns dos outros, intelectual e moralmente? Considerando
que possuímos uma alma imortal, responsável pela nossa personalidade, e que fomos
criados ao mesmo tempo que o nosso corpo, como poderíamos considerar que a
inteligência que nos criou - Deus - é justo?
A
resposta para essa pergunta é simples: se Deus é justo, a alma não foi criada
ao mesmo tempo que o corpo. Ela é anterior a ele. Vejamos o que disse
Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos”, Capítulo V,
título – CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS:
“[...] Admitamos,
ao contrário, uma série de progressivas existências anteriores para cada alma e
tudo se explica. Ao nascerem, trazem os homens a intuição do que aprenderam
antes: são mais ou menos adiantados, conforme o número de existências que
contem, conforme já estejam mais ou menos afastados do ponto de partida. Dá-se
aí exatamente o que se observa numa reunião de indivíduos de todas as idades,
onde cada um terá desenvolvimento proporcionado ao número de anos que tenha
vivido. As existências sucessivas serão, para a vida da alma, o que os anos são
para o do corpo.”
“[...] Haverá alguma doutrina capaz
de resolver esses problemas? Admitam-se as existências consecutivas e tudo se
explicará conformemente à justiça de Deus. O que não se pôde fazer numa existência,
faz-se em outra. Assim é que ninguém escapa à lei do progresso, que cada um
será recompensado segundo o seu merecimento real e que ninguém
fica excluído da felicidade suprema, a que todos podem aspirar, quaisquer que
sejam os obstáculos com que topem no caminho.”
E no livro "A
Gênese", Capítulo III, partes 5, 6 e 7, ele diz:
"[...] Tendo o
homem que progredir, os males a que se acha exposto são um estimulante para o
exercício da sua inteligência, de todas as suas faculdades físicas e morais, incitando-o
a procurar os meios de evitá-los. Se ele nada houvesse de temer, nenhuma
necessidade o induziria a procurar o melhor; o espírito se lhe entorpeceria na
inatividade; nada inventaria, nem descobriria. A dor é o aguilhão que o
impele para a frente, na senda do progresso.
Porém, os males
mais numerosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provém do seu
orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em
tudo. Aí a causa das guerras e das calamidades que estas acarretam, das
dissenções, das injustiças, da opressão do fraco pelo forte, da maior parte,
afinal, das enfermidades.
Deus promulgou leis
plenas de sabedoria, tendo por único objetivo o bem. Em si mesmo encontra o
homem tudo o que lhe é necessário para cumprí-las. A consciência lhe traça a
rota, a lei divina lhe está gravada no coração e, ao demais, Deus lhe lembra
constantemente por intermédio de seus messias e profetas, de todos os Espíritos
encarnados que trazem a missão de o esclarecer, moralizar e melhorar e, nestes
últimos tempos, pela multidão dos Espíritos desencarnados que se manifestam em
toda a parte. Se o homem se conformasse rigorosamente com as leis divinas, não
há duvidar de que se pouparia aos mais agudos males e viveria ditoso na Terra.
Se assim não procede, é por virtude do seu livre-arbítrio: sofre então as
consequências do seu proceder.
Entretanto, Deus,
todo bondade, pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia
o remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável
e impôe ao homem a necessidade de mudar de vida. Instruído pela experiência,
ele se sente compelido a procurar no bem o remédio, sempre por efeito do seu
livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque
reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o constrange a
melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo modo que o constrangeu a
melhorar as condições materiais de sua existência."
Deus destinou aos
Espíritos a suprema felicidade, esta sendo fruto da plena sabedoria, da
comunhão entre eles e com o Criador. Contudo, quis Deus que este ser
aprendesse, logo de início, os valores da humildade e do trabalho: criou-o
simples e ignorante, tendo que conquistar a sabedoria através de muito esforço,
para dar valor à mesma. Assim, o mérito pela sabedoria
adquirida é todo seu.
Dando meios de
aprendizado para o Espírito, além do Mundo Espiritual, criou
o Mundo Material. Aqui, ele recebe como veículo o corpo físico,
frágil e perecível, capaz de lhe transmitir dor, que ele tem de sustentar com o
trabalho (o seu corpo e daqueles que dependem dele, como no caso dos filhos), e
onde ele está, temporariamente, esquecido de sua condição de Ser Imortal.
Assim, na luta pela sobrevivência, pela fuga do sofrimento e em busca de prazer
e conforto, ele é impelido a desenvolver sua inteligência e emoções.
Contudo, estagiar
uma única vez no mundo material é insuficiente, pois múltiplas devem ser as
experiências a que tem de se submeter o Espírito, a fim de se desenvolver, da
mesma forma que um estudante tem de passar por várias séries na escola, para a
conclusão do seu curso. Dessa forma, são inúmeras as vezes em que ele se
reveste de um corpo físico, ou seja, reencarna.
É no mundo material
que os Espíritos põem em prática as idéias e resoluções que tiveram
no mundo espiritual, no intervalo entre as encarnações e também, muitas
vezes, durante o sono, quando estão parcialmente desprendidos do corpo físico.
Estas surgem para eles, enquanto encarnados e despertos, na forma de intuições
e tendências, que os impelem a executá-las. A tarefa, de nos aconselhar e
lembrar, através da inspiração, dos compromissos assumidos no mundo espiritual,
também fica a cargo dos bons Espíritos, especificamente aqueles que se
encarregaram de nos tutelar em nosso aprendizado e nos proteger. São os Espíritos
protetores e guias espirituais, popularmente
conhecidos como anjos da guarda. Contudo, nem sempre
acatamos suas sugestões, envolvidos que ficamos pelo mundo material.
Conforme já
mencionamos acima, as fontes da suprema felicidade do Espírito, além da plena
sabedoria, são a comunhão com seus irmãos e com Deus. O Criador, dessa forma,
criou os Espíritos interligados entre si. Quando um deles faz algum malefício
ao outro, é como estivesse sendo feito consigo próprio, pois se reverterá para
ele, obedecendo à Lei de Causa e Efeito. Dessa forma, o
egoísmo é um sentimento ilusório, característico de Espíritos ainda bastante
inexperientes.
Cansados de sofrer,
devido às conseqüências da prática de malefícios e excessos de toda ordem, e
constatando a fragilidade e transitoriedade dos bens e prazeres materiais, os
Espíritos, finalmente, convencem-se de que o caminho para a felicidade plena e
duradoura está no cultivo, em si mesmo, de valores de vida eterna.
O amor ao próximo, a humildade e o total desapego do mundo material
proporcionam-lhes grande leveza e paz interior. A harmonia e a união entre
eles, em total sintonia uns com os outros, e a satisfação com a prática do bem,
constitui-se em fonte de incomensurável alegria. O imenso intelecto, construído
ao longo das várias vidas pelas quais passaram, dá-lhes uma visão de conjunto
que lhes permite admirar a perfeita obra do Criador de forma muito mais
completa. Nesse estágio, são capazes até mesmo de receber as inspirações
diretas de Deus.
Contudo, Deus não
lhes destinou à inatividade, a ficar eternamente em contemplação (aliás, isso
seria uma verdadeira tortura para os Espíritos. Um tédio eterno). Conforme o
grau de evolução intelectual e de maturidade moral, Ele lhes atribui tarefas,
que executam com grande satisfação. São inúmeras as tarefas destes Espíritos, que
vão desde auxiliar diretamente o aprendizado dos menos experientes, até a
criação e o governo de universos, de mundos e das mais variadas formas de vida
material. Como nos diz o Espírito André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier: ”Quando
o servidor está pronto, o serviço aparece”.
Conforme o exposto
acima, devemos cultivar em nós, pouco a pouco, na medida de nossas
possibilidades, os valores de vida eterna, aqueles que não se destroem, nos
fortalecem e encorajam diante da morte, da velhice, das doenças, da escassez de
bens materiais, enfim, diante de todas as mazelas do mundo material. Dessa
forma, já nesta existência, adquirimos uma felicidade relativa, também nos
livrando das torturas morais provocadas pela inveja, pelo ciúme, pelo orgulho
ferido, pela vaidade frustrada, pelos desentendimentos e a ansiedade por
adquirir bens materiais e poder. Criamos para nós, muitas vezes, falsas
necessidades, muito acima do que realmente é necessário para a nossa vida, e
devido a isso nos atormentamos voluntariamente.
Auxiliando o
próximo, obtemos a alegria de sermos úteis a alguém. Sim, podemos nos sentir
felizes com a felicidade dos outros. Podem atestar este fato aqueles que
realizam trabalho voluntário, os que dedicam parte de seu tempo, seus recursos
intelectuais e financeiros para ajudar as pessoas. Fazer o bem faz bem, sendo a
aquisição desta forma de felicidade apenas uma questão de desenvolvimento de
potencialidades adormecidas em nossa alma.
Além disso, todos
nós somos irmãos em Deus, e é nosso dever nos ajudarmos mutuamente. Tudo o que
fizermos de mal, conscientemente, aos nossos irmãos, ou toda a ajuda que
deixarmos de prestar e, por conta disso, eles sofrerem, este mal se voltará
contra nós, obedecendo à Lei de Causa e Efeito, conforme já
mencionamos acima. Podemos não sentir enquanto estamos no corpo físico,
mas, após a morte, temos nossa sensibilidade bastante aumentada, e é outro o
nosso ponto de vista. Nossas imperfeições, quando estamos no mundo espiritual,
são, para nós, como nódoas, manchas em nosso Espírito, que repercutem em nosso
corpo espiritual de diversas formas. O sentimento de culpa, advindo de nossos
erros, castiga nossa consciência (muitas vezes de forma bastante violenta), que
necessita, para seu alívio, reparar o erro cometido. Esta reparação é feita,
muitas vezes, em encarnações onde nos comprometemos a fazer o bem, ajudando
aqueles a quem fizemos mal, ou a outras pessoas, ou voltamos para sofrer da
mesma forma que aqueles a quem prejudicamos. Tal mecanismo não possui caráter
de castigo, mas tão somente educativo, para modificar as disposições íntimas do
Espírito, que, sabendo aproveitar as reflexões aí proporcionadas, avança muito
na sua evolução moral.
Os hábitos é que
fazem da pessoa o que ela é. Nossa personalidade é o somatório de tudo aquilo
que adquirimos ao longo desta vida e nas anteriores. Bem sabemos que modificar
nossas tendências não é nada fácil. Contudo, nossa reforma íntima deve ser
realizada pouco a pouco, na medida de nossas possibilidades. A prática do bem
ao nosso semelhante possui fundamental importância nesse processo, pois, através
dela, com o tempo, adquirimos o hábito de fazer o bem. O que inicialmente
sentimos como uma obrigação passa a ser algo muito natural, incorporado que
fica à nossa personalidade.
Os Espíritos da
codificação disseram a Kardec, na pergunta nº 908 de “O Livro dos
Espíritos”, que nossas emoções são como um cavalo, que só é útil quando
governado, e se torna perigoso quando passa a governar. Ou seja, nossas emoções
são as forças que nos impulsionam, nos dão ânimo, mas cabe à nossa inteligência
dar o rumo certo para nossos pensamentos e atitudes.
Já o Cristo
nos aconselhou a orar e vigiar para não cairmos em tentação. Ou seja, nossa
mudança, rumo à melhoria de nós mesmos, é exercício constante. Devemos vigiar
sempre nossa atitude íntima, para não cairmos no erro, solicitando sempre a
inspiração dos benfeitores espirituais.
Cabe a cada um de
nós a realização da reforma íntima, eliminando gradualmente nossas
imperfeições, para que sejamos felizes, educarmos nesse sentido os nossos
filhos e darmos o exemplo a eles e ao nosso próximo, inspirando-os, dessa
forma, a fazerem o mesmo.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da
doutrina espírita. 76. ed. Rio de Janeiro: FEB, [1995].
2 _______________. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3.ed.
São Paulo: Petit, [1997].
3________________.A Gênese: Os milagres e as predições segundo o
Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 1988;
A JEOVA NAO PODE E NAO DEVE CRITICAR UMA PESSOA POR SER ESPIRITAOU OUTRA RELIGIAO,A JEOVA E UMA RELIGIAO QUE NAO PERMITE UMA PESSOA FAÇA UMA TRANSFUSAO DE SANGUE ISTO NO CASO SE UM SEU MENBRO FOR LEVADO PARA UM HOSPITAL PORQUE?VAMOS DEIXAR MORRER UMA PESSOA POR CAUSA DA RELIGIAO?COMO ESTE EXEMPLO A MUITO MAIS POR ISSO E MAIS GRAVE ESTE EPISODIO QUE SER ESPIRITA CADA UM SEGUE O SEU DESTINO E NAO VAMOS ESTAR AQUI A CRITICAR OS IDIAES DE CADA UM.A LIBERDADE RELIGIOSA E UM DADO ADQUIRIDO EM DEMOCRACIA NAS DITADURAS E QUE NOS IMPOEM UMA RELIGIAO A FORÇA POR ISSO E MAIS GRAVE O QUE FAZ OS JEOVAS COMO DIZ O DITADO DO POVO:"NAO CUSPAS PARA O AR,QUE ELE TE CAI EM CIMA"
ResponderExcluirUM AMIGO
TONY REYS JESUS
CATOLICO E EX.ALUNO SALASIANO
Oi, Toni Reis!
ExcluirAcredito que sua intenção era postar este comentário no texto INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: A CANTORA PAULA FERNANDES SE DECLARA ESPÍRITA E GERA REVOLTA EM GRUPO DE ADEPTOS DE DOUTRINA RELIGIOSA.
Abraço fraterno,
Fábio