Fonte da imagem: http://www.educarbrasil.org.br/publicacoes/diversidade-cultural-e-educacao/
Fábio José Lourenço
Bezerra
O
Espírito, em sua jornada evolutiva (ver o texto “Evolução: A
Jornada do Espírito”, neste blog), passa por diversas
encarnações no mundo material, com a finalidade de adquirir experiência e, como
consequência, sua perfeição intelecto-moral. Nesse processo, ele se reveste de
corpos materiais de ambos os sexos, raças, nas mais diversas culturas e adota
as mais diferentes crenças. Isso sem falarmos nas mais diferentes situações por
que passam durante essas vidas: a riqueza, a pobreza, a saúde, beleza física ou
ausência dela, diferentes doenças e gêneros de morte, seus e de pessoas de sua
afeição. Imagine a bagagem intelecto-emocional adquirida por este Espírito,
submetendo-se a esses tão diferentes contextos!
Uma vez que Deus é
soberanamente justo, trata de forma igual todos os seus filhos, sem distinção
de qualquer tipo. A reencarnação é uma demonstração disso. Sem ela, como
explicar que existam pessoas sofrendo na miséria ao lado de outras que vivem na
opulência? Umas já nascem com terríveis doenças congênitas, enquanto outras
passam toda uma vida cheias de saúde? Gênios ao lado de pessoas de pouca
inteligência? Só as vidas sucessivas, juntamente com a Lei de Causa
e Efeito, podem explicar essas aparentes injustiças (ver o texto “Por que Devemos
Fazer o Bem?” neste blog).
Uma das
consequências da reencarnação é a igualdade entre os sexos e as raças. Estando
hoje o Espírito encarnado no corpo de um homem, pode vir a reencarnar como
mulher; se hoje é branco, amanhã poderá ser negro. Uma vez que se toma
consciência disso, tem-se um poderoso motivo para abandonar-se os preconceitos
de sexo e raça, que ainda persiste no mundo em pleno século XXI. O mesmo ocorre
com as classes sociais, pois alguém pode ser rico hoje, e numa próxima vida
pode, até mesmo, nascer na extrema miséria.
Quanto às culturas,
torna-se sem fundamento discriminar alguém por nascer em determinado país, pois
o Espírito poderá renascer em qualquer um, dependendo do que seja necessário
para seu aprendizado. Como consequência disso, faz parte de famílias que adotam
os mais diferentes tipos de culturas e crenças e, devido à essa influência,
pode vir a adotar qualquer uma delas.
O ensinamento
essencial, comum à praticamente todas as religiões, mesmo as não cristãs, é amar
ao próximo como a si mesmo, ou seu equivalente: não desejar
ao próximo o que não se quer para si (ver o texto “Por Que Devemos
Fazer o Bem ?”, neste blog). Ocorre que, ao longo dos
séculos, muitas delas deixaram esse ensinamento em segundo plano, sobrepondo a
ele dogmas e rituais.
A finalidade da
reencarnação é, justamente, a evolução moral do Espírito, a ponto de, ao final
da jornada, ser capaz de amar incondicionalmente o seu semelhante,
juntamente com o pleno desenvolvimento intelectual. Algo, diga-se de passagem,
impossível de se alcançar em uma só vida. Consequentemente, o
Espírito não depende da adoção de uma crença particular para alcançar o
paraíso, ou seja, entrar em comunhão com Deus e evitar os suplícios
eternos do inferno (como pregam certas doutrinas). Ora, se sofrer eternamente ou não após a morte depende da
adoção de determinada crença, então porque várias pessoas, diariamente, morrem
sem nada conhecer da mesma? (por exemplo, um indiano que nunca ouviu sequer
falar de Jesus) E os milhões que morreram no passado sem conhecê-la? Caso sejam
salvos porque não conheceram essa crença, porque este privilégio, enquanto
outros são apresentados a ela, arriscando-se a não aceitá-la? Se não são
salvos, porque então nasceram impossibilitados de conhecê-la? Estariam
destinados à condenação desde o momento do seu nascimento; Se Deus é bom, então
porque ele não daria mais oportunidades para arrependimento, antes de jogar seu
filho em um suplício eterno? Se alguém, por exemplo, viveu 20 anos e não adotou
a crença supracitada, morrendo e indo para o inferno, será que se pudesse ter
vivido até os 100 anos (como muitos vivem atualmente), durante os 80 anos
restantes não poderia ter se arrependido e, assim, ganho o céu? E enquanto arde
no inferno, será que também aí não poderia se arrepender? Se sim, então porque
Deus não lhe daria uma chance?
Evidentemente
que, se Deus é infinitamente bom, Ele dá infinitas oportunidades para que os
seus filhos venham a habitar o seu seio. Entrar em comunhão com Deus depende da
vontade e da iniciativa de progredir do Espírito, sendo este livre para
estacionar ou avançar na senda do progresso por seu próprio esforço, e a
lei fundamental da evolução espiritual é o exercício do amor.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1 KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro :
Editora FEB,1995.;
2_______________ . O Evangelho segundo o Espiritismo. São Paulo : Editora
Petit, 1997.;
3________________.A Gênese: Os milagres e as predições segundo o
Espiritismo. Rio de Janeiro: Editora FEB, 1988.
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