Fonte da imagem: http://averdadequeamidianaomostra.blogspot.com.br/2012/04/nao-e-brincadeira-uma-grande-tsunami.html
Fábio José Lourenço
Bezerra
Em terremotos,
tsunamis, incêndios, desastres aéreos e automobilísticos, além de outros tipos
de tragédia, várias pessoas morrem ao mesmo tempo e da mesma forma, muitas
vezes sob intenso sofrimento. Outras, nessas mesmas ocorrências, incrivelmente,
sobrevivem, quando eram enormes as probabilidades de terem morrido. Quais as
causas dessas mortes coincidentes, e dessas inacreditáveis sobrevivências?
Sendo
Deus todo-poderoso, soberanamente justo e bom, jamais permitiria que suas
criaturas sofressem sem uma finalidade que lhes fosse benéfica posteriormente.
Conforme
já mencionamos no texto “Por Que Devemos Fazer o Bem?”,
neste blog, todos nós
somos irmãos em Deus, e é nosso dever nos ajudarmos mutuamente. Tudo o que
fizermos de mal, conscientemente, aos nossos irmãos, ou toda a ajuda que
deixarmos de prestar e, por conta disso, eles sofrerem, este mal se voltará
contra nós, obedecendo à Lei de Causa e Efeito. Podemos não sentir enquanto estamos no corpo
físico, mas, após a morte, temos nossa sensibilidade bastante aumentada, e é
outro o nosso ponto de vista. Nossas imperfeições, quando estamos no mundo
espiritual, são, para nós, como nódoas, manchas em nosso Espírito, que
repercutem em nosso corpo espiritual de diversas formas. O sentimento de culpa,
advindo de nossos erros, castiga nossa consciência (muitas vezes de forma
bastante violenta), que necessita, para seu alívio, reparar o erro cometido.
Esta reparação é feita, muitas vezes, em encarnações onde nos comprometemos a
fazer o bem, ajudando aqueles a quem fizemos mal, ou a outras pessoas, ou voltamos
para sofrer da mesma forma que aqueles a quem prejudicamos. Tal
mecanismo não possui caráter de castigo, mas tão somente educativo, para
modificar as disposições íntimas do Espírito, más tendências profundamente
enraizadas em seu subconsciente. Sabendo aproveitar as reflexões aí
proporcionadas, avança muito na sua evolução moral.
Ocorre que muitos Espíritos, juntos
ou não, praticaram o mal de forma semelhante em existências pretéritas, e lhes
é concedido resgatarem o sofrimento que infligiram ao semelhante ao mesmo tempo,
através de calamidades naturais ou acidentes. Assim, não é necessário que haja malfeitores
para provocarem-lhe o sofrimento reparador. No Espiritismo, o fenômeno destas
mortes semelhantes e simultâneas chama-se Resgate Coletivo.
Mas como isso se dá? Por fatalidade,
isto é, acontecimentos que estão irremediavelmente programados para ocorrer? Aliás, existe fatalidade nos acontecimentos da
vida?
Na pergunta
Nº 851 de “O Livro dos Espíritos”, temos: “Haverá
fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este
vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste
caso, que vem a ser do livre-arbítrio?”
Resposta: “A fatalidade
existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela
prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que
é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das
provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o
Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor
de ceder ou de resistir. Ao vê-lo fraquear, um bom Espírito pode vir-lhe em
auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar-lhe a vontade. Um
Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe, exagerando aos seus olhos um
perigo físico, o poderá abalar e amedrontar. Nem por isso, entretanto, a
vontade do Espírito encarnado deixa de se conservar livre de quaisquer peias.”
Na pergunta
Nº 852, temos: “Há pessoas que parecem perseguidas por uma fatalidade,
independente da maneira por que procedem. Não lhes estará no destino o
infortúnio?”
Resposta:“São, talvez,
provas que lhes caiba sofrer e que elas escolheram. Porém, ainda aqui lançais à
conta do destino o que as mais das vezes é apenas consequência de vossas
próprias faltas. Trata de ter pura a consciência em meio dos males que te
afligem e já bastante consolado te sentirás.”
Comentário de Allan
Kardec: "As idéias exatas ou falsas que fazemos das coisas nos levam a ser bem
ou malsucedidos, de acordo com o nosso caráter e a nossa posição social.
Achamos mais simples e menos humilhante para o nosso amor próprio atribuir
antes à sorte ou ao destino os insucessos que experimentamos, do que à nossa
própria falta. É certo que para isso contribui algumas vezes a influência dos
Espíritos, mas também o é que podemos sempre forrarnos a essa influência,
repelindo as idéias que eles nos sugerem, quando más".
Na pergunta
Nº 853, temos: “Algumas pessoas só escapam de um perigo mortal
para cair em outro. Parece que não podiam escapar da morte. Não há nisso
fatalidade?”
Resposta:“Fatal, no
verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é. Chegado esse
momento, de uma forma ou doutra, a ele não podeis furtar-vos.”
a) — “Assim,
qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou,
não morreremos?”
“Não; não perecerás
e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém, soe a hora da tua partida,
nada poderá impedir que partas. Deus sabe de antemão de que gênero será a morte
do homem e muitas vezes seu Espírito também o sabe, por lhe ter sido isso revelado,
quando escolheu tal ou qual existência.”
Na pergunta
Nº 854, temos: “Do fato de ser infalível a hora da morte, poder-se-á deduzir
que sejam inúteis as precauções que tomemos para evitá-la?”
Resposta:“Não, visto que as
precauções que tomais vos são sugeridas com o fito de evitardes a morte que vos
ameaça. São um dos meios empregados para que ela não se dê.”
Na pergunta
Nº 855, temos: “Com que fim nos faz a Providência correr perigos que
nenhuma conseqüência devem ter?”
Resposta:“O fato de ser a tua vida posta em
perigo constitui um aviso que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal
e te tornares melhor. Se escapas desse perigo, quando ainda sob a impressão do
risco que correste, cogitas, mais ou menos seriamente, de te melhorares,
conforme seja mais ou menos forte sobre ti a influência dos Espíritos bons.
Sobrevindo o mau Espírito (digo mau, subentendendo o mal que ainda existe
nele), entras a pensar que do mesmo modo escaparás a outros perigos e deixas
que de novo tuas paixões se desencadeiem. Por meio dos perigos que correis,
Deus vos lembra a vossa fraqueza e a fragilidade da vossa existência. Se examinardes
a causa e a natureza do perigo, verificareis que, quase sempre, suas conseqüências
teriam sido a punição de uma falta cometida ou da negligência no cumprimento de
um dever. Deus, por essa forma, exorta o Espírito a cair em si e a se emendar.”
Na pergunta
Nº 856: “Sabe o Espírito antecipadamente de que gênero será sua morte?”
Resposta: “Sabe que o gênero
de vida que escolheu o expõe mais a morrer desta do que daquela maneira. Sabe
igualmente quais as lutas que terá de sustentar para evitá-lo e que, se Deus o
permitir, não sucumbirá.”
Na pergunta
Nº 859: “Com todos os acidentes, que nos sobrevêm no curso da
vida, se dá o mesmo que com a morte, que não pode ser evitada, quando tem de
ocorrer?”
Resposta: “São de ordinário
coisas muito insignificantes, de sorte que vos podemos prevenir deles e fazer
que os eviteis algumas vezes, dirigindo o vosso pensamento, pois nos desagradam
os sofrimentos materiais. Isso, porém, nenhuma importância tem na vida que
escolhestes. A fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que
deveis aparecer e desaparecer deste mundo.”
a) — “Haverá
fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar,
embora o queiram?”
“Há, mas que tu
viste e pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha. Não
creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer.
Um acontecimento qualquer pode ser a conseqüência de um ato que praticaste por
tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesses praticado, o acontecimento
não se teria dado. Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais é senão resultado
da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os fatos importantes e
capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e
à tua instrução (grifo nosso).”
Na pergunta
Nº 860: Pode o homem, pela sua vontade e por seus atos, fazer que
se não dêem acontecimentos que deveriam verificar-se e reciprocamente?
Resposta: “Pode-o, se essa
aparente mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na seqüência da vida que
ele escolheu. Acresce que, para fazer o bem, como lhe cumpre, pois que isso
constitui o objetivo único da vida, facultado lhe é impedir o mal, sobretudo
aquele que possa concorrer para a produção de um mal maior.”
As grandes calamidades
naturais também possuem uma finalidade geral para o progresso da humanidade. Vejamos:
Na pergunta
Nº 737: “Com que fim fere Deus a
Humanidade por meio de flagelos destruidores?”
Resposta: “Para fazê-la progredir
mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a
regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência,sobem um degrau
na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os
resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os
apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que
vos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais
pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns
anos o que teria exigido muitos séculos.”
Na pergunta
Nº 738: “Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus
empregar outros meios que não os flagelos destruidores?
Resposta:“Pode e os emprega
todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento
do bem e do mal. O homem, porém não se aproveita desses meios. Necessário,
portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a
sua fraqueza.”
a) — “Mas,
nesses flagelos, tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será justo isso?”
“Durante a vida, o
homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da
morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século
no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade . Logo, nada
são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos
queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os
Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real. Esses os
filhos de Deus e o objeto de toda a sua solicitude. Os corpos são meros disfarces
com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam
os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército cujos soldados, durante
a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general
se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles.”
b) — Mas, nem
por isso as vítimas desses flagelos deixam de o ser.
“Se considerásseis
a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao infinito, menos
importância lhe daríeis. Em outra vida, essas vítimas acharão ampla compensação
aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.”
Comentário de Allan
Kardec: “Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa
por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença,
em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo. Se, pelo
pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e a abrangê-la
em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras
tempestades no destino do mundo.”
Na pergunta
Nº 739: “Têm os flagelos destruidores utilidade, do ponto de vista
físico, não obstante os males que ocasionam?”
Resposta:“Têm. Muitas vezes
mudam as condições de uma região. Mas, o bem que deles resulta só as gerações
vindouras o experimentam.”
Na pergunta
Nº 740: “Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o
homem, por porem-no a braços com as mais aflitivas necessidades?”
Resposta: “Os flagelos são
provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar
sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de
manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo,
se o não domina o egoísmo.”
Na pergunta
Nº 741: “Dado é ao homem conjurar os flagelos que o afligem?”
Resposta: “Em parte, é;
não, porém, como geralmente o entendem. Muitos flagelos resultam da
imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele
os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas.
Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral,
que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais ou
menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à
vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava
pela sua negligência.”
Comentário de
Kardec: “Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes
do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries
fatais às produções da terra. Não tem, porém, o homem encontrado na Ciência,
nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas
irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou, quando
menos, de atenuar muitos desastres? Certas regiões, outrora assoladas por
terríveis flagelos, não estão hoje preservadas deles? Que não fará, portanto, o
homem pelo seu bem estar material, quando souber aproveitar-se de todos os
recursos da sua inteligência e quando, aos cuidados da sua conservação pessoal,
souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes?"
Pergunta Nº 783: Segue sempre
marcha progressiva e lenta o aperfeiçoamento da Humanidade?
Resposta: “Há o progresso
regular e lento, que resulta da força das coisas. Quando, porém, um povo não
progride tão depressa quanto devera, Deus o sujeita, de tempos a tempos, a um
abalo físico ou moral que o transforma.”
Comentário de
Kardec: “O homem não pode conservar-se indefinidamente na ignorância, porque
tem de atingir a finalidade que a Providência lhe assinou. Ele se instrui pela
força das coisas. As revoluções morais, como as revoluções sociais, se
infiltram nas idéias pouco a pouco; germinam durante séculos; depois, irrompem
subitamente e produzem o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que
deixou de estar em harmonia com as necessidades novas e com as novas
aspirações. Nessas comoções, o homem quase nunca percebe senão a desordem e a
confusão momentâneas que o ferem nos seus interesses materiais. Aquele, porém,
que eleva o pensamento acima da sua própria personalidade, admira os desígnios
da Providência, que do mal faz sair o bem. São a procela, a tempestade que
saneiam a atmosfera, depois de a terem agitado violentamente.”
Abaixo, colocamos um vídeo de Divaldo Pereira Franco, que fala, como sempre com bastante propriedade, sobre os resgates coletivos:
Abaixo, colocamos um vídeo de Divaldo Pereira Franco, que fala, como sempre com bastante propriedade, sobre os resgates coletivos:
OBRA
CONSULTADA:
KARDEC, Allan O livro dos espíritos: princípios da doutrina espírita. FEB.
Versão digital: L.Neilmoris – 2007;
http://www.youtube.com/watch?v=LJXmnyiKWCg&feature=youtu.be
ENDEREÇO ELETRÔNICO:
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