Fábio José Lourenço Bezerra
Na obra “O Livro dos
Espíritos”, na pergunta Nº 344, temos: “Em que
momento a alma se une ao corpo?”
Resposta: “A união
começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o
instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se
liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante
em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela
se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.”
Na pergunta
Nº 357, temos: “Que conseqüências tem para o Espírito o aborto?”
Resposta: “É
uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.”
Na pergunta
Nº 358, temos: “Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer
período da gestação?”
Resposta: “Há
crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja,
cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento,
por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de
instrumento o corpo que se estava formando.”
E, na pergunta
Nº 359: “Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a
vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a
segunda?
Resposta: “Preferível é se
sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.”
Conforme vimos acima, o Espírito se liga ao
corpo físico desde a concepção, ou seja, a partir do momento em que o
espermatozóide se une ao óvulo. Nesse momento, já existe um ser humano em vias
de formação. Um ser individual, pois já não pode mais ser confundido com o
organismo de sua mãe, cujo papel, a partir daí, é de dar suporte à sua
existência física.
Interromper essa
vida significa tirar uma oportunidade, do Espírito reencarnante, de se submeter
às experiências na matéria necessárias à sua evolução espiritual. Um assassinato praticado covardemente, pois a vítima não pode se defender.
Transcrevemos
abaixo, um artigo do blog de Reinaldo Azevedo, do site
da Revista Veja, onde ele expõe sua opinião, de forma
bastante sensata, sobre a notícia que consta no título deste texto.Vejamos:
21/03/2013
às 6:30
A cultura da morte avança. Leio
na Folha o seguinte título: “Médicos
defendem aborto até 12ª semana de gestação”. Indaguei cá comigo o óbvio: “Quais
médicos?”. Segundo informa Johanna Nublat, “o entendimento foi aprovado pela
maioria dos conselheiros federais de medicina e dos presidentes dos 27 CRMs
(Conselhos Regionais de Medicina) reunidos em Belém (PA) no início do
mês”. O texto não informa de quanto é essa “maioria” dos conselheiros
federais nem quais são os conselhos regionais que a endossam. Ficamos sabendo
que um terço dos CRMs não concordou — entre eles, o de Minas. Se
conseguir detalhes, informo aqui. Vamos lá.
Entre os defensores da legalização do aborto
até a 12ª semana está o próprio presidente do Conselho Federal de Medicina,
Roberto D’Ávila. “Defendemos o caminho da autonomia da mulher. Precisávamos
dizer ao Senado a nossa posição.” Uma boa forma de esconder o fato de que o
aborto implica a morte do feto é falar em “autonomia da mulher” — afinal, quem
pode ser contra essa autonomia? Doutor D’Ávila é médico. Salvar vidas é a
essência do compromisso ético de sua profissão. Das duas uma: ou ele não
concorda com isso, ou acha que um feto não vive. Não há uma terceira hipótese.
“Precisávamos dizer isso ao Senado”,
afirma ele. Ao Senado? Ele está se referindo àquele projeto aloprado de reforma
do Código Penal, elaborado por uma comissão formada pelo senador José Sarney
(PMDB-PA), que tramita na Casa. É aquele texto que considera mais grave
abandonar um cachorro do que abandonar uma criança. É aquele texto que, ao
definir uma quantidade que caracterizaria tráfico de drogas, acaba, na prática,
por legaliza-lo. É aquele texto que banaliza a eutanásia (parece que doutor
D’Ávila nada tem a dizer a respeito). É aquele texto que reconhece como
legítimas ações terroristas praticadas por movimentos sociais. É aquele texto
que quer mandar para a cadeia quem desfaz um ninho de passarinho, mas deixa sem
punição quem mata fetos humanos. Donde se conclui que, para seus formuladores —
e, desconfio, também para o doutor D’Ávila —, existe uma hierarquia entre o ovo
do pardal e o ovo de gente…
Dr. D’Ávila perfila-se, assim, com um
texto eticamente asqueroso. Mas, como ele confessa, “precisávamos (eles) dizer
isso ao Senado”. Ok, doutor, está dito! O senhor também acha que ovo de pardal
é superior a ovo de gente. Está plenamente compreendido. Só não queira escapar
imune à lógica, doutor. Não tentarei lhe prova que o feto é vida porque essa
aula quem deveria me dar é Vossa Senhoria. O senhor prefere, no entanto,
ignorar essa evidência em nome da, como é mesmo?, “autonomia da mulher”. Então
o senhor não seja intelectualmente covarde e defenda o aborto na sua plenitude.
Se é a autonomia da mulher que conta,
até que o feto não seja expulso do ventre materno ou de lá não seja retirado
por uma cesariana, quem tem o comando é a mãe. Por que, então, essa história de
“12 semanas”? Seja corajoso, doutor; faça como aqueles dois acadêmicos
italianos que defenderam o assassinato também de recém-nascidos. Afinal, também
o feto que acaba de sair do útero é um nada, certo? Ousados, eles escreverem um
artigo intitulado “After-birth abortion: why should the baby live?’ –
literalmente: “Aborto pós-nascimento: por que o bebê deveria viver?”. O texto
asqueroso foi publicado no “Journal of Medical Ethics”.Escrevi um post a respeito no dia 2 de
março do ano passado. O casal é potencialmente homicida, mas lhe assiste certa
razão prática: os motivos evocados para justificar o aborto não são muito
distintas dos evocados por eles para justificar o assassinato de
recém-nascidos. Doutor D’ Ávila deve saber que, assim como não existe meia
gravidez, também não existe meia vida humana, não é mesmo? Se o feto não é
coisa, então é vida. Dia desses tentaram me convencer que, até o limite de 12
semanas, o feto não sente dor. Uma galinha sente dor quando abatida, suponho, e
não defendo a criminalização da morte de galinhas. Não é a existência da dor
que define uma vida humana.
Na Folha, Claúdia Collucci
escreve um artigo apoiando o CFM — há um outro
crítico. Afirma ela: “A decisão do CFM (Conselho Federal de Medicina) de
apoiar a proposta de descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestação é
corajosa, mas tende a enfrentar resistência no próprio quintal–entre os
médicos.” Ai,
ai… “Corajosa” por quê? Corajosa contra quem? O que há de corajoso em
interromper a vida? Não sei. A propósito: defender a posição contrária também
entra na categoria da coragem ou aí já seria covardia?
Segundo a autora, nos países em que há
descriminação do aborto, há menos ocorrências do que naqueles em que ele é
proibido. Reproduzo trecho:
“A favor dos que defendem a descriminalização, estão pesquisas recentes
mostrando que as mais altas taxas de aborto estão justamente em regiões com
leis restritivas.
Um
estudo publicado na revista médica “The Lancet” no ano passado analisou dados
de 1995 a 2008 e revelou que na América Latina, onde a maioria dos países
criminaliza a interrupção da gravidez, estão concentradas os maiores números.
Em 2008, uma média de 32 entre 1.000 mulheres latino-americanas (entre 15 e 44
anos) abortaram. No mesmo ano, a taxa na África foi de 29. Na Europa Ocidental,
onde a lei é mais permissiva, o número é de 12 a cada 1.000.”
Esse tipo de raciocínio é fabuloso!
Ainda que esses números sejam verdadeiros, apontem uma só razão, uma só
implicação racional e lógica, para que se façam menos abortos em países onde a
prática é descriminada. Muito provavelmente, há menos ocorrências na Europa
ocidental porque há mais educação, mais saúde, mais renda… Para que a hipótese
fosse ao menos examinada, seria preciso comparar países em igual estágio de
desenvolvimento e com condições sociais semelhantes, mas com legislações
distintas. E, ainda assim, seria preciso ver a coisa com cuidado porque há
fatores de outra natureza, como os culturais e religiosos.
É uma sandice, uma estupidez — e se
costuma fazer o mesmo raciocínio falacioso em relação à descriminação das
drogas — sugerir que uma legislação que facilita determinada prática concorre
para a sua diminuição. Sei que o argumento enfurece muita gente, mas não há
como evitá-lo: leis que descriminassem a pedofilia e o estupro poderiam ter o
efeito positivo de provocar a diminuição de ocorrências, ou esse raciocínio
especioso só vale para o aborto e as drogas ilegais? “Ah, são coisas
diferentes.” Claro que são! Eu estou é me ocupando do princípio que sustenta a
tese.
O texto volta à ladainha de que há, por
ano, um milhão de abortos provocados no Brasil. Bem, isso é chute militante. Se
alguém me disser de onde sai esse número, qual é a fonte, aí começo a examinar
a questão. Hospitais públicos e privados não dispõem de um formulário, ficha ou
algo assim que informe: “curetagem decorrente de aborto provocado”. Essa é mais
uma das mentiras que se espalham por aí, como aquela, que circulava até outro
dia, que sustentava que 200 mil mulheres morriam por ano vítimas de abortos
clandestinos.
Segundo uma pesquisa do Instituto do
Coração, da USP, entre 1995 e 2007, a curetagem depois do procedimento de
aborto foi a cirurgia mais realizada pelo SUS: 3,1 milhões de registros.
Observem: 3,1 milhões de procedimentos em 13 anos. E é impossível saber o que é
aborto provocado e o que é aborto espontâneo. Aquele milhão é número mágico,
militante, sem base na realidade.
Os defensores do aborto têm de deixar
de ser covardes e defender o seu ponto de vista sem ficar apelando para falsas
questões. Este blog aguarda, e publicará com destaque, um texto demonstrando
por que a legalização ou descriminação de determinada prática implicaria a
diminuição de sua incidência."
Por Reinaldo Azevedo
O Dr. Bernard
Nathanson foi um dos maiores abortistas dos Estados Unidos. Declarava-se pessoalmente responsável por mais de 75.000 abortos. Com suas
próprias mãos, fez mais de 5.000 deles. Contudo, tornou-se
um ativista pró-vida após ter suas convicções pró-aborto contraditadas com o
surgimento do ultrassom, convencendo-se que, a cada aborto, é assassinado um ser
humano.
Relativamente ao Dr Nathanson,
extraímos o trecho abaixo, de um texto publicado no site católico www.acidigital.com.br:
“[...] "Abortei os filhos não nascidos dos
meus amigos, colegas, conhecidos e inclusive professores. Cheguei ainda a
abortar meu próprio filho", chorou amargamente o médico, que explicou que
por volta da metade da década de 60 engravidou a uma mulher que gostava muito
dele (...) Ela queria seguir adiante com a gravidez mas ele se negou. Já que eu
era um dos especialistas no tema, eu mesmo realizaria o aborto, expliquei. E
assim procedi.", precisou.
Entretanto a partir deste acontecimento as coisas
começaram a mudar. Deixou a clínica abortista e possou a ser chefe de
obstetricia do Hospital St. Luke's. A nova tecnologia, o ultrassom, começava a
aparecer no ambiente médico. No dia em que Nathanson pôde observar o coração do
feto nos monitores eletrônicos, começou a perguntar-se "quê estamos
fazendo verdadeiramente na clínica".
Decidiu reconhecer o seu erro. Na revista médica
The New England Journal of Medicine, escreveu um artigo sobre sua experiência
com os ultrasonografias, recohecendo que no feto existia vida humana. Incluia
declarações como a seguinte: "o aborto deve ser visto como a interrupção
de um processo que de outro modo teria produzido um cidadão no mundo. Negar
esta realidade é o tipo mais grosseiro de evasão moral".
Aquele artigo provocou uma forte reação. Nathanson
e sua família receberam inclusive ameaças de morte, porém a evidência de que
não podia continuar praticando abortos se impôs. Tinha chegado à conclusão que
não havia nenhuma razão para abortar: o aborto é um crime.
Pouco tempo depois, uma nova experiência com as
ultrasonografias serviu de material para um documentario que encheu de
admiração e horror ao mundo. Era titulado "O grito silencioso", e
sucedeu em 1984 quando Nathanson pediu a um amigo seu - que praticava entre 15
a 20 abortos por dia- que colocasse um aparelho de ultrasom sobre a mãe,
gravando a intervenção.
"Assim o fez -explica Nathanson- e, quando viu
a gravação comigo, ficou tão afetado que nunca mais voltou a realizar um
aborto. As gravações eram assombrosas, por mais que não eram de boa qualidade.
Selecionei a melhor e comecei a projetá-la nos meus encontros pró-vida por todo
o país".”
Abaixo colocamos o vídeo com o documentário “O
grito silencioso”. Fundamental para
aqueles que ainda se posicionam favoráveis a essa covarde prática:
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
KARDEC, Allan. O
livro dos Espíritos.Ed.FEB. Versão digital por: L.NEILMORIS © 2007
ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO:
http://www.acidigital.com/vida/aborto/nathanson.htm
http://www.youtube.com/watch?v=XjUGoSr4MWE
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