quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

INSTITUTO NORTE-AMERICANO PESQUISA A SOBREVIVÊNCIA DA ALMA

Fonte da imagem:https://www.facebook.com/Windbridge.Institute


Fábio José Lourenço Bezerra

            Dois cientistas norte-americanos têm se destacado na pesquisa sobre a vida após a morte, utilizando-se de novos e sofisticados métodos de experimentação. São eles o Dr. Gary Schwartz (ver o texto Novo Experimento Detecta Espíritos Sem a Presença do Experimentador e NovoEstudo com Médiuns Obtém Fortíssimas Evidências Sobre a Vida Após a Morte, neste blog) e a Dra. Julie Beischel. Este texto é sobre o Instituto Windbridge, coordenado pela Dra Julie Beischel, que também é Diretora de pesquisas.
           
            O texto abaixo foi extraído do site CEEPA Opinião – Órgão do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre . A postagem foi publicada em 4 de novembro de 2012 :  

“A mediunidade no laboratório:
Instituto americano pesquisa vida após a morte

No ano de 2008, no Estado do Arizona, USA, um grupo de cientistas americanos de diferentes formações resolveu unir esforços em torno do estudo e da pesquisa da interação corpo/mente/espírito. Surgiu, assim, o Instituto Windbridge, organismo que, presentemente, tem como principal área de estudos a questão da sobrevivência da consciência após a morte, realizando importantes pesquisas sobre a mediunidade.

Nascimento, morte, renascimento

Quem acessar o site do Instituto Windbridge - http://www.windbridge.org/ - vai se deparar com um logo que, de imediato, traduz sua proposta. É o triplo espiral – ou triskele – , visto pela primeira vez em culturas célticas e que, segundo explicação do mesmo site, pode significar: terra-mar-céu, passado-presente-futuro, ou, ainda, nascimento-morte-renascimento. É, justamente, essa última equação, a que se refere às jornadas do espírito humano, no corpo ou fora dele, mantendo a mesma individualidade ou “consciência”, o tema que mais tem ocupado os cientistas integrantes do organismo. Concreta e objetivamente, o Instituto Windbridge estuda o Espírito, sua sobrevivência e manifestações.

Uma equipe multidisciplinar

Integram o Conselho Consultivo do Instituto Windbridge mais de uma dezena de reconhecidos cientistas e pesquisadores, como: o psiquiatra Jim B.Tucker, MD, da Universidade de Virgínia, continuador das pesquisas sobre reencarnação iniciadas por Ian Stevenson; Stephen E.Braude, PhD, Presidente do Departamento de Filosofia da Universidade de Maryland; Etzel Cardeña, PhD, do Centro de Investigação em Psicologia da Consciência da Universidade de Lund; John Palmer, PhD, Editor do Jornal de Parapsicologia e Diretor de Pesquisa Rhine Research Center, entre vários outros.
Coordena a equipe de pesquisadores a Dra. Julie Beischel, PhD, fundadora do Instituto e sua Diretora de Pesquisas. Doutora em Farmacologia e Toxicologia, com especialização em Microbiologia e Imunologia, Julie, desde 2008, com o auxílio de diversas bolsas e financiamentos, tem realizado importantes pesquisas no campo da mediunidade.

Métodos científicos aplicados à mediunidade

Entrevistada por Elaine Cristina Vieira (Barcelona, ES), em matéria recentemente publicada pela revista eletrônica O Consolador - http://www.oconsolador.com.br/ano6/281/especial.html -, Julie Beischel dá detalhes sobre as pesquisas que estariam demonstrando “que há vida após a morte”.  São utilizados três métodos para estudar o fenômeno da mediunidade: o proof-focused, que acusaria se os médiuns estão dando a informação correta; o process-focused, avaliando a experiência dos médiuns durante a comunicação espiritual; e o applied-research, que cuida dos benefícios trazidos à sociedade humana pela mediunidade. Para a pesquisadora americana os resultados até aqui obtidos “confirmam a hipótese de que o espírito sobrevive à morte”.
Julie diz se utilizar do método científico do “quíntuplo-cego”, que evita resultados tendenciosos. Por esse método, nem o examinado, nem o examinador, sabem das variáveis do estudo. São usadas cinco pessoas diferentes para ajudar na análise dos dados sem que nenhuma delas saiba de que trata o estudo. Informa a pesquisadora: “Com médiuns certificados pelo Instituto Windbridge, podemos demonstrar que as informações dos médiuns sobre familiares já mortos são exatas e, além do mais, os médiuns não têm nenhum conhecimento prévio sobre a família e o desencarnado”. Preocupada com a plena adequação de suas pesquisas aos parâmetros científicos atuais, Julie Beischel declara: “Este paradigma de pesquisa é ideal porque o fenômeno da mediunidade é facilmente replicável e podemos trazer a mediunidade ao laboratório”.”

            Abaixo, na mesma postagem, extraímos a opinião da redação do site, com a qual concordamos plenamente:

“Ciência e Ética do Espírito

Reduzido à sua expressão mais sintética, o espiritismo não é mais do que o estudo do espírito. A “ciência da alma”, como, ao fim de sua vida física, propunha Jaci Regis fosse ele renomeado.
Allan Kardec, mesmo conferindo especial dimensão aos aspectos morais do espiritismo, quando tratou de defini-lo deixou consignado ser ele “a ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos e de suas relações com o mundo material”.
A partir disso, pode-se, sem se incorrer em qualquer impropriedade, dizer que quem, como no caso do Instituto Windbridge, se ocupa de questões relativas ao espírito, sua sobrevivência e comunicação, está, de certo modo, fazendo espiritismo. Mesmo que aqueles cientistas jamais tenham tomado contato com o espiritismo ou com a obra de Allan Kardec, estarão, rigorosamente, trabalhando no mesmo projeto do qual Kardec foi o grande precursor, na modernidade contemporânea.
Todo o esforço do insigne Mestre de Lyon foi no sentido de que as questões relativas ao espírito fossem tratadas à luz da ciência tal como entendida no seu tempo ou à luz de seus futuros desdobramentos. Ainda que insistam em reduzi-lo à condição de fundador de uma nova religião cristã, Kardec foi, na verdade, o primeiro sistematizador da ciência do espírito.
Ver o espiritismo a partir desse ângulo em nada diminui seu revolucionário potencial ético e transformador. Na visão que ele oferece de homem e de mundo, o progresso ético e moral da humanidade se dá justamente pelo conhecimento.
Privilegiar o conhecimento, dissociando-o do moralismo religioso, será, em qualquer circunstância, trabalhar pelo progresso moral do ser humano. Mormente quando, rompendo-se com o reducionismo materialista, se tem a coragem de colocar o espírito como objeto de estudo e de pesquisa científica. (A Redação)”


ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO:

http://ccepa-opiniao.blogspot.com.br/2012_11_01_archive.html



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

NOVO EXPERIMENTO CONSEGUE DETECTAR ESPÍRITOS NA AUSÊNCIA DO EXPERIMENTADOR

Fonte da imagem: http://ignotus.com.br/profiles/blogs/transcomunicacao-instrumental?xg_source=activity

Fábio José Lourenço Bezerra

            O argumento dos céticos, contra a explicação de ser um Espírito o causador das vozes e imagens obtidas através da transcomunicação instrumental (comunicação com os falecidos através de equipamentos eletrônicos, como gravadores de áudio, vídeo, computadores, etc.), é que, junto dos equipamentos, sempre está um experimentador. Este atuaria inconscientemente, utilizando sua energia corporal nos equipamentos, produzindo assim as comunicações. Esta é uma explicação um tanto quanto forçada, pois o inconsciente teria que operar através de uma fantástica sabedoria técnica (muitos pesquisadores de transcomunicação instrumental não possuem conhecimentos técnicos aprofundados sobre equipamentos eletrônicos, inclusive sobre aqueles que utilizam em suas pesquisas) para manipular esta energia corretamente nos equipamentos, e assim ter produzido os resultados obtidos até agora (ver o texto Os Espíritos se Comunicam Através de Aparelhos Eletrônicos?, neste blog). Quem sustenta esta explicação, geralmente, são os parapsicólogos da vertente materialista.
            Contudo, através de um experimento pioneiro, publicado na revista EXPLORE: Science and Healing, em 2011, o Dr. Gary Schwartz (cientista a respeito do qual já falamos em nosso texto anterior Novo Estudo Com Médiuns Obtém Fortíssimas Evidências da Sobrevivência da Alma, neste blog), conseguiu detectar Espíritos com um equipamento ultrassensível, e sem a presença de um experimentador.
Um sistema automatizado de computador foi desenvolvido, tornando possível recolher todos os dados na ausência de um experimentador. À noite, o computador atuou da seguinte forma: (1) iniciou o experimento em momentos aleatórios, (2) realizou 30 minutos de linha de base , bem como ensaios envolvendo dois Espíritos diferentes, e (3) obteve-se o registro da Luz de fundo em uma câmara completamente escura com um dispositivo Princeton, altamente sensível à pouca luz, um sistema de câmera chamado Charge-Coupled Dispositive (CCD). Pesquisas anteriores com esta câmara e controlador documentou a sensibilidade requintada e confiabilidade desta tecnologia para imagens de "biofóton", luz de baixa intensidade emitida por sistemas biológicos (por exemplo , plantas e seres humanos), bem como fótons emitidos por substâncias inanimadas como certos minerais (incluindo diamantes). A tecnologia é sensível o suficiente para detectar os padrões de luz que cercam os Espíritos.
A câmera CCD e a câmara de gravação à prova de luz foram alojadas em uma sala à prova de luz; o computador, um monitor de tela grande e alto-falantes foram alojados em uma sala de controle separada.
            Os métodos experimentais foram primeiro testados usando um experimentador vivo (aqui chamado de experimento ao vivo) antes do sistema de automação por computador (denominado o ensaio de automação e experimento de automação de replicação). Há também dois conjuntos de controle (sem intervenção).

Ao todo, um total de cinco condições experimentais separadas foram adotadas:

● experiência ao vivo
● experimento com automação
● ensaios de controle com automação
● replicação do experimento com automação
● ensaios de controle de replicação com automação

O delineamento experimental ao vivo envolveu o pesquisador de coleta de estudos de linhas de base de 30 minutos, bem como dois ensaios envolvendo dois Espíritos (Susy e Sophia). Neste estudo, eles foram referidos como Espírito 1 e Espírito 2 , respectivamente. Diversos médiuns e intuitivos psíquicos alegaram, independentemente uns dos outros, que os Espíritos 1 e 2 estavam totalmente comprometidos em colaborar na investigação .
No experimento ao vivo, num período de 60 minutos de aquecimento na câmara, uma linha de base inicial de 30 minutos foi obtida.
Esta imagem inicial da linha de base (ruído escuro) foi posterior e automaticamente subtraída, através do software WinView, de cada um dos ensaios iniciais e nos ensaios com os Espíritos sem a presença do experimentador subseqüentes. Isto foi necessário porque o chip CCD tinha algumas áreas de maior brilho causados por pequenas imperfeições no chip; a subtração da linha de base é rotineiramente utilizada em protocolos de imagens de baixa luminosidade (por exemplo, em astrofotografia) para auxiliar na remoção da maioria dos efeitos de tais pequenas imperfeições. Embora o procedimento de subtração ajude a remover os efeitos destas imperfeições menores, o procedimento infelizmente acrescenta ruído gerado pelo processo de gravação em si.
Especialmente quando a tentativa é para quantificar níveis muito baixos de fundo claro, é preferível, se possível, a utilização de um chip que é praticamente livre de tais imperfeições.
Devido aos resultados positivos da experiência ao vivo, houve uma substituição perfeita do Chip instalado pela Princeton Instruments. Como resultado, a automação das experiências já não exigiu o uso do procedimento de uma primeira subtração de fundo de linha de base, no entanto, o período de aquecimento padrão da câmera foi empregado.
Dependendo do prazo, o Espírito 1 ou o Espírito 2 foram convidados para o primeiro período, o outro Espírito era convidado para o segundo período. Aproximadamente 15 minutos separavam o primeiro e segundo conjunto de ensaios. Na experiência ao vivo, a ordem dos Espíritos 1 e 2 foram alternados durante o decorrer da experiência. Nos experimentos com automação, a ordem dos Espíritos 1 e 2 foram determinadas aleatoriamente pelo computador (e portanto, desconhecida para o experimentador , antes e durante a coleta real de dados).
No experimento ao vivo, o pesquisador seguiu um roteiro específico e leu as palavras em voz alta. A intenção era tratar os Espíritos como sujeitos conscientes merecedores de respeito e atenção. A viabilidade deste tipo de pesquisa necessita da colaboração confiável dos Espíritos. Nas experiências de automatização, uma gravação do experimentador lendo os scripts em voz alta, sendo transmitida por alto-falantes, como parte da apresentação em PowerPoint na tela do monitor. As apresentações em PowerPoint incluíam um resumo das instruções escritas na tela, bem como as imagens de um determinado Espírito (por exemplo, a fotografia usada no PowerPoint era de Susy, quando ela tinha 89 anos de idade) para seus respectivos ensaios.
Antes do início de um determinado período do experimento, o experimentador disse, “Cara Susy (ou Sophia), obrigado por fazer parte do nosso experimento hoje. Meu nome é Marcos e gostaria de dar as boas vindas ao nosso laboratório. O objetivo destas experiências é tentar documentar sua existência. Espero que você trabalhe com a gente e que os resultados sejam os melhores. Quando eu começar o processo de captura de imagem, você poderia, por favor, entrar no câmara na sala ao lado e preenchê-la com sua luz.” Antes da entrada, o experimentador disse: "Querida Susy (ou Sophia), Eu comecei o processo de captura de imagem. Gostaria de convidá-la para entrar da câmara no quarto ao lado agora e preenchê-la com a sua luz." Susy (ou Sophia) permanecia na câmara e "a enchia com a sua luz" até novas instruções.
No final do ensaio A, o experimentador disse: “Cara Susy (ou Sophia), a exposição está completada. Você não tem mais necessidade de interagir com a câmara. Eu vou tomar mais imagens hoje então eu gostaria de pedir que você não interaja com a câmera de novo até eu convidar você. Isto nos permitirá documentar corretamente a sua interação conosco. Agradeço pela ajuda.”
No final de um determinado período, o experimentador disse, "Querida Susy (ou Sophia), muito obrigado por sua ajuda. Nós fomos feitos para o dia ."
No experimento ao vivo, o experimentador operou diretamente o computador e estava presente na sala de controle durante todos os sete ensaios de 30 minutos. Assim, o experimentador sabia quando o experimento começou, bem como o calendário e a ordem dos ensaios (isto é, o experimentador não estava cego). Os experimentos foram realizados durante o dia de 11:00 h e quatro horas .
Os experimentos com automação foram realizadas durante a noite, de 23:00 h e quatro horas. Nos experimentos com automação, uma vez que o software de automação foi iniciado por volta das quatro horas da tarde, o experimentador deixou a sala de controle e estava cego para qualquer e todas as informações relativas a precisamente quando as experiências começariam (o início real foi determinado por um programa de números aleatórios que iniciou as etapas entre  11:00 h e a meia-noite). Por isso, ele estava cego para quando os experimentos seriam realizados. Além disso, o experimentador desconhecia qual o espírito seria convidado primeiro (a ordem dos Espíritos, nessa etapa, foi também determinada por um programa de números aleatórios). O experimentador estava em casa, dormindo, no momento em que os dados foram coletados. Então, ele não estava consciente do funcionamento real do experimento.
Nas experiências de automação, antes de o experimentador entrar na sala de controle esquerda no período da tarde, ele leu o seguinte script em voz alta para aumentar potencialmente a possibilidade de que os Espíritos 1 e 2 estariam presentes para o experimento tarde da noite:
“Olá Susy e Sophia. Em algum momento entre 23:00 h e meia-noite, este computador irá ligar e convidá-las para participarem de nossa experiência. O objetivo destas experiências é para tentar documentar suas existências. Uma vez que o experimento comece, o computador irá exibir uma foto de vocês e minha voz vai dar-lhes instruções. Para estas experiências serem bem sucedidas, preciso que vocês sigam as instruções cuidadosamente. Durante as partes da experiência que estamos chamando de linhas de base, pedimos que vocês não interajam com a câmera ou a câmara na sala ao lado. Em outros momentos, você serão convidadas a entrar na câmara. Quando isso acontecer, por favor, preencham a câmara com a sua luz .”
“Após 30 minutos, o computador irá tocar minha voz novamente dando a vocês as instruções para parar. Nessa altura, é importante que vocês parem de encher a câmara com a sua luz e por favor, não interajam com a câmara ou câmaras de qualquer forma. Quando a experiência for mais para a noite, a minha voz irá tocar novamente agradecendo pela sua participação e indicando que você estão livres para sair. Obrigado por fazer parte de nossas experiências.”
O experimento consistiu em quatro etapas diretas, contendo um total de oito conjuntos de ensaios (quatro para o Espírito 1 e quatro para o Espírito 2 ).
O experimento consistiu em automação também quatro corridas que contiveram um total de oito conjuntos de ensaios para os Espíritos 1 e 2 .
Além disso, um conjunto separado de quatro execuções de ensaios de controle automatizados por computador, contendo um total de oito conjuntos de ensaios de certificação, foram conduzidos para descartar possíveis efeitos das mudanças na função da câmera ao longo do tempo .
Os testes de controle de automação forneceram informações essenciais sobre a variabilidade espontânea e ruído, detectados pela câmera ao longo do tempo.
Além disso, a replicação das três etapas experimentais de automação (denominado o experimento de replicação com automação) foram realizadas, o terceiro utilizando um padrão xadrez na fase dentro da câmara.
Finalmente, por recomendação de um revisor anônimo, etapas automatizadas por computador adicionais de ensaios de controle, formando um total de oito conjuntos de testes, foram executados. Os ensaios de controle de automação, desde a replicação adicional, trazem informações essenciais sobre a variabilidade espontânea e ruído detectados pela câmera ao longo do tempo.

Foi realizada uma acurada análise estatística dos dados obtidos. O software WinView salvou os dados brutos em arquivos de imagem , o software RoboTask salvou um arquivo de texto que listou a data precisa de cada passo, uma vez que de fato ocorreu em um determinado tempo durante a noite. No experimento ao vivo, o software WinView foi executado pelo experimentador; nos experimentos de automação e ensaios de controle, o software WinView foi executado pelo RoboTask .
Com base em uma análise aprofundada dos arquivos de imagem em bruto, era rapidamente observado que os ensaios sem o experimentador pareceram ter aumentado a complexidade da medição fotônica ou de estrutura nos padrões de escala dos pontos cinzentos, exibidos nas imagens. Estes padrões de observações replicados foram testemunhados em estudos-piloto anteriores envolvendo cerca de uma centena de ativos e ensaios de controle para testar a viabilidade da realização de experimentos sistemáticos, sem o experimentador presente. Para quantificar potencialmente estes aumentos aparentes nos padrões estruturais, e para descartar possíveis discriminações visuais subjetivas e preconceitos nas análises, as imagens foram importadas para o Software de processamento de imagens Image J (disponível para pesquisadores biomédicos dos Institutos Nacionais de Saúde).
Observou-se, em ambos os estudos-piloto anteriores e ao vivo formais experiência que o aumento da estrutura de arquivos de imagem brutos era tipicamente associada com aumentos relativos a luminosidade geral dos arquivos de imagens. Empregando o procedimento de média dos pixels do histograma de brilho, afastou-se a possibilidade de quaisquer julgamentos visuais subjetivos de entrarem na análise estatística. Os valores médios de luminosidade foram analisados ​​usando a análise repetida das medidas de variância.
Os achados utilizando o instrumento de Princeton, o sistema de câmera de pouca luz CCD, replicou e estendeu os resultados anteriormente relatados pelo Dr. Gary Schwartz usando outro equipamento, o Sistema Fotomultiplicador de Silício. Afigura-se que as instruções para que Espíritos específicos se introduzam num sistema de detecção de luz pode ser associada a um aumento confiável na medição de fótons.
Considerando que as experiências anteriores do Dr. Gary deixavam margem para que os céticos pudessem alegar que os resultados poderiam ser devidos, inteiramente, às crenças e intenções conscientes do experimentador que utiliza o equipamento, as experiências atuais descartam essa possibilidade. A presente pesquisa ressalta que a presença de um experimentador consciente não é necessária para a obtenção de evidências consistentes e confiáveis com a presença verdadeira de Espíritos.
É importante reconhecer que as conclusões relativas às diferenças individuais nos efeitos do Espírito, sobre dispositivos de medição fotônicos, são fortemente consistentes com a colaboração real de Espíritos desencarnados.
Na pesquisa anterior do Dr. Gary, com o Sistema Fotomultiplicador de Silício, um Espírito        (Harry), provocou um consistentemente mais forte efeito na produção de rajadas de fótons que outro Espírito (Susy).
Na presente pesquisa, usando o sistema de câmera de imagem de pouca luz CCD, o Espírito Sophia provocou um efeito consistentemente mais forte do que o Espírito Susy.


ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO:


http://www.drgaryschwartz.com/files/QuickSiteImages/Schwartz_EXPLORE_Proofs_FINAL_3_7_11_for_distribution.pdf

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

NOVO ESTUDO COM MÉDIUNS OBTÉM FORTÍSSIMAS EVIDÊNCIAS DA SOBREVIVÊNCIA DA ALMA

Fonte da imagem: http://ocontornodasombra.blogspot.com.br/2012/11/cientistas-investigam-cerebro-de.html

Fábio José Lourenço Bezerra

            Na Universidade do Arizona, Estados Unidos, dois cientistas utilizaram um novo e excelente protocolo de pesquisa com médiuns – o método triplo-cego - obtendo resultados positivos, que se constituem em fortíssima evidência da sobrevivência da alma. Os cientistas foram: o Doutor pela Universidade de Harvard Gary Schwartz, onde foi professor por cinco anos. Também foi professor pela Universidade Yale, nas áreas de Psiquiatria e Psicologia, e diretor do Centro de Psicofisiologia e codiretor da Clínica de Medicina Comportamental de Yale; A Dra Julie Beischel, bacharel em Ciências Ambientais pela Universidade do Norte do Arizona e doutorado em Farmacologia e Toxicologia, com especialização em Microbiologia e Imunologia pela Universidade do Arizona). 
A pesquisa foi publicada na revista Explorer em 2007. O método utilizado visa eliminar as explicações convencionais, muito utilizadas pelos céticos, para as informações que os médiuns conseguem obter dos Espíritos desencarnados, como a leitura a frio e a pesquisa prévia sobre o desencarnado, bem como a telepatia.
            A leitura a frio é um método, utilizado por falsos médiuns, para extrair informações de alguém que deseja entrar em contato com um falecido querido. Trata-se de observar essa pessoa desavisada, suas reações fisionômicas, corporais e respostas a perguntas e/ou afirmações feitas pelo falso médium que, assim, com grande habilidade, extrai dela informações sobre o desencarnado, dando a impressão de que realmente entrou em contato com o mesmo.
            Na pesquisa prévia sobre o desencarnado, o falso médium, sabendo quem vai consultá-lo, procura pesquisar sobre pessoas falecidas próximas a essa pessoa, para, na hora da consulta, dar a impressão de que está se comunicando com o falecido.  
            No caso da hipótese do uso da telepatia, as comunicações com Espíritos desencarnados, na verdade, nada mais seriam do que uma simulação insconsciente do médium, que seria capaz de obter informações do falecido lendo a mente da pessoa que lhe procurou para conseguir o contato mediúnico.

            Participaram do experimento:

            Oito médiuns adultos (um homem e sete mulheres) que demonstraram, no passado, ter capacidade de obter informações precisas dos falecidos em condições mediúnicas "normais", isto é, com a pessoa que deseja o contato em sua presença;

            Estudantes da Universidade do Arizona participaram do experimento formando dois grupos: um grupo de voluntários sitters (pessoas que tinham um relacionamento muito próximo com uma pessoa falecida) e outro de assistentes de pesquisa.
           
            Cada assistente foi escolhido, a fim de otimizar as condições de teste, a partir de um conjunto de cerca de 1.600 estudantes, baseando-se esta escolha em respostas "sim" ou  "inseguro" a um questionário prévio,  para examinar suas crenças sobre a "vida após a morte" e médiuns, bem como seu interesse em participar de uma pesquisa sobre mediunidade. Cada participante sitter também classificou seu relacionamento com um desencarnado específico como "muito próximo".

            A seleção final dos oito alunos de graduação (três homens e cinco mulheres), para a inclusão no estudo como participantes sitters, foi com base nos critérios acima, bem como o par de desencarnados descritos abaixo.

            As informações sobre cada desencarnado e seu relacionamento com o voluntário sitter associado foram coletadas dos participantes sitter por um assistente de pesquisa que não interage com os médiuns.

As descrições dos desencarnados foram emparelhadas para destacar diferenças de idade, descrição física, a descrição da personalidade, causa de morte, e hobbies / atividades do desencarnado. Quatro desencarnados foram pareados com outros quatro do mesmo sexo para um total de quatro pares de assistentes. É importante notar que neste procedimento (a) o avaliador (aquele que vai avaliar se o que foi dito pelo médium corresponde à realidade) é mantido em cegueira por sorteio dos desencarnados do mesmo sexo, enquanto (b) otimiza a capacidade dos avaliadores cegos de diferenciar entre duas leituras pareadas por sexo durante a pontuação.

Leituras dos médiuns sobre os desencarnados

Cada um dos oito médiuns realizou duas leituras sobre os desencarnados: uma para cada voluntário sitter em um par. Cada um dos quatro pares de assistentes foi lido por dois diferentes médiuns, gerando um total de oito pares de leituras. Veja a figura abaixo:



Os médiuns não receberam nenhuma informação sobre o voluntário sitter ou sua relação com o desencarnado. No entanto, para aumentar a capacidade do médium de receber informações precisas sobre um alvo desencarnado, o primeiro nome do desencarnado foi dado ao médium no início da leitura.
Para cada uma das leituras, um experimentador cego para a identidade dos assistentes e para qualquer informação sobre os desencarnados, além de seus primeiros nomes, atuou como assistente substituto para os alunos. Assistentes substitutos são utilizados para (a) imitar as práticas de leitura com as quais os médiuns se sentem confortáveis (ou seja , com um sitter presente ou no telefone) , a fim de otimizar as condições de leitura , enquanto (b) cegando o médium a sugestões do sitter e (c) a cegueira do sitter ausente à leitura até a pontuação. Neste estudo, o assistente substituto do sitter também fez perguntas aos médiuns durante as seções do protocolo de leitura (ver abaixo).
Os assistentes de alunos ausentes não ouviram as leituras e não tinham conhecimento da origem de qualquer leitura durante a pontuação.
Para otimizar as condições de teste, os médiuns realizaram leituras por telefone em horários programados em suas casas.
As leituras de telefone, gravadas em áudio digital, ocorreram à longa distância; o médium estava em uma cidade diferente tanto da do voluntário sitter ausente cego e a atuação experimentador como o assistente substituto.
Cada leitura sobre o desencarnado incluiu três partes: a) dirigida ao falecido, na qual o experimentador deu ao médium o primeiro nome do desencarnado e pediu ao médium para receber e comunicar quaisquer informações do desencarnado, b) um procedimento de questões da vida , em que se fez ao médium quatro perguntas específicas sobre o aparência física do desencarnado, personalidade, passatempos, e a causa da morte , e c)  Pergunta Reversa , em que o experimentador perguntou: " Será que o desencarnado tem quaisquer comentários, perguntas ou pedidos para o voluntário sitter ? "

Pontuação das leituras obtidas

Cada leitura foi transcrita e uma lista numerada de itens individuais correspondentes (isto é, peças de informação isoladas) foi criada por um experimentador cego para detalhes sobre os sitters ou desencarnados.
Cada assistente em um par agiu como um controle combinado para o outro sitter (o que não foi substituído por ele durante a leitura) no par: cada assistente marcou a leitura pretendida para ele, bem como a leitura do sitter controle, permanecendo cegos para a origem das leituras.
 Os sitters foram treinados no procedimento de pontuação e marcaram as listas de itens de precisão [Obviamente serve; serve com leve, moderada ou grande necessidade de Interpretação; Não serve; serve para outro ("Este item não se ajusta ao desencarnado nomeado ou a mim mesmo, mas se encaixa com alguém de quem eu estava perto"), ou "Eu não sei"] e significado emocional (Sem importância ou significado leve, moderado ou extremo) Os avaliadores que escolheram "serve com Interpretação" ou "serve para outro" foram convidados a escrever uma explicação. Os sitters também atribuíram a cada lista de itens uma pontuação (0-6), conforme abaixo:

6: Excelente leitura, incluindo fortes aspectos da comunicação, e com praticamente nenhuma informação incorreta .
5: Boa leitura com relativamente pouca informação incorreta .
4: Boa leitura com algumas informações incorretas .
3: Mistura de informações corretas e incorretas, mas o suficiente de informações corretas para indicar que a comunicação com o falecido ocorreu.
2: Algumas informações corretas, mas não o suficiente para sugerir além possibilidade de que a comunicação ocorreu.
1: informação ou comunicação Pouco correta.
0: Nenhuma informação ou comunicação correta.

Depois que o resumo de pontuação foi completado para ambas as leituras em um par, os assistentes foram convidados a "Escolha a leitura que parece ser mais aplicável a você. Mesmo que ambas pareçam igualmente aplicáveis ou não-aplicáveis, escolher uma." Eles foram, então, convidados a avaliar a sua escolha em relação à outra de acordo com a seguinte escala:

a. claramente mais aplicável para mim
b . moderadamente mais aplicável para mim
c . apenas ligeiramente mais aplicável para mim
d . ambos pareciam aplicáveis a mim e , na mesma medida
e. nem parecia aplicável a mim

Esperava-se que a classificação binária da escolha forçada seria um indicador menos sensível do que o pareado Resumo das classificações pontuações.

Resultados do experimento

A classificação (0-6) destinada para as leituras (média= 3,56), foi significativamente maior  do que para as leituras de controle (média = 1,94).
Seis dos oito médiuns apresentaram resultados positivos, produzidos na direção prevista (avaliações mais elevadas do que as avaliações de controle); os dois médiuns restantes receberam notas iguais aos escores de controle. Deve-se ressaltar que três médiuns produziram resultados dramáticos em termos de significado de escores de 5.0 e 5.5 (ver Seção de Métodos); duas médiuns produziram resultados moderados (escores sumárias de 3,5), e nenhum dos médiuns produziram inversões (ou seja, avaliações de controle superiores a classificações intencionais).
Quando perguntados sobre qual a leitura era mais aplicável a eles, os assistentes escolheram as leituras que lhes são destinadas 81 % do tempo (13/16, p = 0,01, binomial exata unilateral). Destes 13, sete foram classificadas como "claramente mais aplicável" e três como "moderadamente mais aplicável"; um sitter cada um escolheu as outras três opções (ver Métodos). Dos três assistentes que escolheram o leitura de controle, um escolheu "claramente mais aplicável", um escolheu "moderadamente mais aplicável", e um escolheu " nem parecia aplicável."
                            
Comentários sobre os resultados do estudo

A pontuação significativa e os resultados das escolhas de leitura, bem como o tamanho do efeito médio (a magnitude do efeito independente do tamanho da amostra) e preparação de valor elevado (a probabilidade de replicar o efeito), obtidos no presente estudo, indicam que, sob condições estritas triplo-cegas, utilizando uma escala de avaliação global usada por avaliadores cegos, prova que a recepção anômala de informações pode ser obtida. O projeto triplo-cego elimina com sucesso todas as fontes potenciais conhecidas de pistas sensoriais convencionais e viés avaliador convencional: (a) aos médiuns não foram fornecidas quaisquer pistas sensoriais dos sitters ausentes e estavam cegos para informações sobre os assistentes ou os desencarnados (só o primeiro nome do desencarnado), (b) o experimentador não poderia fornecer pistas, uma vez que  era cego à identidade dos assistentes e dos desencarnados, e (c) os sitters estavam cegos para que par de leituras eram destinadas para eles durante a marcação, garantindo que seus preconceitos influenciariam igualmente as classificações de ambas as leituras. O delineamento experimental também elimina a possibilidade de fraude, na mesma medida que qualquer estudo envolvendo seres humanos: (a) os médiuns e assistentes nunca interagiram de nenhuma forma, (b) os médiuns nunca foram no laboratório, (c) o durante essas leituras, as observações centrais não são inerentemente únicas, pois os presentes achados se estendem a recentes experimentos de mediunidade duplo-cegos, que empregam métodos sensíveis ao processo mediúnico.
            
           No seu livro “A Grande Aliança”, o Dr. Gary Schwartz escreveu sobre um desses estudos duplo-cego com médiuns, realizados por ele, que transcrevemos abaixo:

        “...concebi um teste formal de prova de conceito sobre o paradigma dos dois espíritos com a utilização de dois médiuns e dois espíritos colaboradores. Haveria também vários pesquisadores como eu e vários sujeitos (as pessoas que recebem as sessões), todos em condições de um experimento duplo-cego, ou seja, em que os médiuns e os sujeitos não entram em contato. Realizei essa investigação em caráter privado, com a colaboração de um cientista que também estava investigando particularmente se os médiuns poderiam fornecer  evidências da sobrevivência espiritual de sua filha falecida.
            As duas médiuns que participaram da investigação foram Joan e Mary. Havia dois investigadores: eu em Tucson e um cientista na costa leste, a quem chamarei de doutor Ortega. Os dois espíritos colaboradores eram Suzy Smith e Elizabeth Ortega – nome que vou usar para identificar a filha falecida do Dr.Ortega.
            Eram cinco sujeitos situados em diferentes partes dos Estados Unidos. Todos eram profissionais e meus amigos pessoais. Dois eram mulheres: uma médica e uma terapeuta de luto; e três eram homens: um médico, um assistente social e o presidente de uma pequena fundação. Susy trabalhou com a médium Joan, e Elizabeth, com a médium Mary.
            Na primeira fase da investigação, Susy e Elizabeth vigiaram um dos sujeitos num determinado dia. Joan entrou em contato com Susy para a sessão, e Mary com Elizabeth. Ambas enviaram suas informações por e-mail a um terceiro pesquisador, que as codificou e em seguida as enviou a cada um dos cinco sujeitos, que deveriam verificar se alguma informação se relacionava com eles. Durante cinco dias, cada sujeito foi vigiado duas vezes, uma vez por Elizabeth e outra por Susy. Usando cinco envelopes em ordem aleatória, eu abria um deles num determinado dia e pedia a Susy que visitasse o sujeito nomeado.
            O doutor Ortega tinha um conjunto de envelopes correspondentes, também em ordem aleatória. Ele abria um dos dois num determinado dia e pedia a Elizabeth que visitasse o sujeito nomeado. O doutor Ortega não me deu conhecimento da ordem das visitas determinadas por seus envelopes, e fiz o mesmo em relação aos meus. Como os sujeitos não foram avisados em que dias seriam vigiados, nem por qual espírito, não sabiam dizer quais relatórios entre os dez eram os seus.
            A segunda fase da investigação envolveu o paradigma dos dois espíritos. Susy e Elizabeth, os dois espíritos colaboradores, foram instruídas a levarem até Joan e Mary, respectivamente, a pessoa morta re lacionada a um determinado sujeito, que, mais uma vez, era escolhido aleatoriamente.
            A análise das sessões revelou que o paradigma dos dois espíritos era plausível como protocolo experimental. Efeitos estatisticamente significativos foram obtidos para os dois sujeitos do sexo feminino nas duas fases da investigação, assim como para os espíritos colaboradores e as médiuns. Os resultados dos sujeitos do sexo masculino não revelaram importância estatística, porque as duas médiuns não conseguiram obter informações sobre um dos sujeitos. Em outras palavras, essa incapacidade de leitura foi relatada, independentemente por ambas as médiuns. Curiosamente, esse homem tinha perdido seus entes queridos havia muito tempo, de modo que não sentia mais uma forte necessidade emocional de fazer contato com eles. Exceto em seu caso, os resultados dos dois outros homens foram semelhantes aos das mulheres.”


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

SCHWARTZ, Gary. A grande aliança: ciência e espiritualidade caminhando juntas. São Paulo: Ed.Vida e Consciência, [2012].



ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO:
           

http://www.drgaryschwartz.com/files/QuickSiteImages/BeischelEXPLORE2007vol3.pdf

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

ADÃO REALMENTE EXISTIU E FOI EXPULSO DO PARAÍSO ?


 Fábio José Lourenço Bezerra

      O primeiro livro da Bíblia, chamado Gênesis, muitas vezes é interpretado de forma literal. Contudo, através dessa forma de interpretação, ele logo se mostra repleto de lacunas e contradições. Quando consideramos que este livro foi escrito em linguagem alegórica, como, aliás, o foram muitas obras da antiguidade, e dessa forma o interpretamos, logo vislumbramos o seu profundo significado.
        No capítulo XI da excelente obra “A Gênese”, Allan Kardec trata da figura bíblica de Adão à luz da Doutrina Espírita. Abaixo, transcrevemos parte do seu texto:

RAÇA ADÂMICA

38. De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou, se quiserem, uma dessas colônias de Espíritos, vinda de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica . Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus.
Mais adiantada do que as que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica é, com efeito, a mais inteligente, a que impele ao progresso todas as outras.
A Gênese no-la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, sem haver passado aqui pela infância espiritual, o que não se dá com as raças primitivas, mas concorda com a opinião de que ela se compunha de Espíritos que já tinham progredido bastante. Tudo prova que a raça adâmica não é antiga na Terra e nada se opõe a que seja considerada como habitando este globo desde apenas alguns milhares de anos, o que não estaria em contradição nem com os fatos geológicos, nem com as observações antropológicas, antes tenderia a confirmá-las.”

       Já no capítulo XII da mesma obra, Kardec nos fala, com grande propriedade, da perda do paraíso. Inicialmente, transcreve o trecho bíblico correspondente. Vejamos:

PERDA DO PARAÍSO 60

13. — CAPÍTULO II. — 9. Ora, o Senhor Deus plantara desde o começo um jardim de delícias, no qual pôs o homem que ele formara. — O Senhor Deus também fizera sair da terra toda espécie de árvores belas ao olhar e cujo fruto era agradável ao paladar e, no meio do paraíso 61 , a árvore da vida, com a árvore da ciência do bem e do mal. (Ele fez sair, Jeová Eloim, da terra (min haadama) toda árvore bela de ver-se e boa para comer-se e a árvore da vida (vehetz hachayim) no meio do jardim e a árvore da ciência do bem e do mal.)
15. O Senhor tomou, pois, do homem e o colocou em o paraíso de delícias, a fim de que o cultivasse e guardasse. — 16. Deu-lhe também esta ordem e lhe disse: Come de todas as árvores do paraíso. (Ele ordenou, Jeová Eloim, ao homem (hal haadam) dizendo: De toda árvore do jardim podes comer.) — 17. Mas, não comas absolutamente o fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porquanto, logo que o comeres, morrerás com toda a certeza. (E da árvore do bem e do mal (oumehetz hadaat tob vara) não comerás, pois que no dia em que dela comeres morrerás.)

14. — CAPÍTULO III. — 1. Ora, a serpente era o mais fino de todos os animais que o Senhor Deus formara na Terra. E ela disse à mulher: Por que vos ordenou Deus que não comêsseis os frutos de todas as árvores do paraíso? (E a serpente (nâhâsch) era mais astuta do que todos os animais terrestres que Jeová Eloim havia feito; ela disse à mulher (el haïscha): Terá dito Eloim: Não comereis de nenhuma árvore do jardim?) — 2. A mulher respondeu: Comemos dos frutos de todas as árvores que estão no paraíso. (Disse ela, a mulher, à serpente, do fruto (miperi) das árvores do jardim podemos comer.) — 3. Mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do paraíso, Deus nos ordenou que não comêssemos dele e que não lhe tocássemos, para que não corramos o perigo de morrer. — 4. A serpente replicou à mulher: Certamente não morrereis. — Mas, é que Deus sabe que, assim houverdes comido desse fruto, vossos olhos se abrirão e sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal. 6. A mulher considerou então que o fruto daquela árvore era bom de comer; que era belo e agradável à vista. E, tomando dele, o comeu e o deu a seu marido, que também comeu. (Ela viu, a mulher, que ela era boa, a árvore como alimento, e que era desejável a árvore para compreender (léaskil), e tomou de seu fruto, etc.) 8. E como ouvissem a voz do Senhor Deus, que passeava à tarde pelo jardim, quando sopra um vento brando, eles se retiraram para o meio das árvores do paraíso, a fim de se ocultarem de diante da sua face.9. Então o Senhor Deus chamou Adão e lhe disse: Onde estás? — 10.Adão lhe respondeu: Ouvi a tua voz no paraíso e tive medo, porque estava nu, essa a razão por que me escondi. — 11. O Senhor lhe retrucou: E como soubeste que estavas nu, senão porque comeste o fruto da árvore da qual eu vos proibi que comêsseis? — 12. Adão lhe respondeu: A mulher que me deste por companheira me apresentou o fruto dessa árvore e eu dele comi. — 13. O Senhor Deus disse à mulher: Por que fizeste isso? Ela respondeu: A serpente me enganou e eu comi desse fruto.
14. Então, o Senhor Deus disse à serpente: Por teres feito isso, serás maldita entre todos os animais e todas as bestas da terra; rojar-te-ás sobre o ventre e comerás a terra por todos os dias de tua vida. — 15. Porei uma inimizade entre ti e a mulher, entre a sua raça e a tua. Ela te esmagará a cabeça e tu tentarás morder-lhe o calcanhar.
16. Deus disse também à mulher: Afligir-te-ei com muitos males durante a tua gravidez; parirás com dor; estarás sob a dominação de teu marido e ele te dominará.
17. Disse em seguida a Adão: Por haveres escutado a voz de tua mulher e haveres comido do fruto da árvore de que te proibi que comesses, a terra te será maldita por causa do que fizeste e só com muito trabalho tirarás dela com que te alimentes, durante toda a tua vida. — 18. Ela te produzirá espinhos e sarças e te alimentarás com a erva da terra. — 19. E comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra donde foste tirado, porque és pó e em pó te tornarás.
20. E Adão deu à sua mulher o nome de Eva, que significa a vida, porque ela era a mãe de todos os viventes.
21. O Senhor Deus também fez para Adão e sua mulher vestiduras de peles com que os cobriu. — 22. E disse: Eis aí Adão feito um de nós, sabendo o bem e o mal. Impeçamos, pois, agora, que ele deite a mão à árvore da vida, que também tome do seu fruto e que, comendo desse fruto, viva eternamente. (Ele disse, Jeová Eloim: Eis aí, o homem foi como um de nós para o conhecimento do bem e do mal; agora ele pode estender a mão e tomar da árvore da vida (veata pen ischlachyado
velakach mehetz hachayim); comerá dela e viverá eternamente.)
23. O Senhor Deus o fez sair do jardim de delícias, a fim de que fosse trabalhar no cultivo da terra donde ele fora tirado. — 24. E, tendo-o expulsado, colocou querubins 62 diante do jardim de delícias, os quais faziam luzir uma espada de fogo, para guardarem o caminho que levava à árvore da vida.

15. Sob uma imagem pueril e às vezes ridícula, se nos ativermos à forma, a alegoria oculta freqüentemente as maiores verdades. Haverá fábula mais absurda, à primeira vista, do que a de Saturno, o deus que devorava pedras, tomando-as por seus filhos?
Todavia, que de mais profundamente filosófico e verdadeiro do que essa figura, se lhe procuramos o sentido moral! Saturno é a personificação do tempo; sendo todas as coisas obra do tempo, ele é o pai de tudo o que existe; mas, também, tudo se destrói com o tempo. Saturno a devorar pedras é o símbolo da destruição, pelo tempo, dos mais duros corpos, seus filhos, visto que se formaram com o tempo. E quem, segundo essa mesma alegoria, escapa a semelhante destruição? Somente Júpiter, símbolo da inteligência superior, do princípio espiritual, que é indestrutível.
É mesmo tão natural essa imagem, que, na linguagem moderna, sem alusão à Fábula antiga, se diz, de uma coisa que afinal se deteriorou, ter sido devorada pelo tempo, carcomida, devastada pelo tempo.
Toda a mitologia pagã, aliás, nada mais é, em realidade, do que um vasto quadro alegórico das diversas faces, boas e más, da Humanidade. Para quem lhe busca o espírito, é um curso completo da mais alta filosofia, como acontece com as modernas fábulas. O absurdo estava em tomarem a forma pelo fundo.

16. Outro tanto se dá com a Gênese, onde se tem que perceber grandes verdades morais debaixo das figuras materiais que, tomadas ao pé da letra, seriam tão absurdas como se, em nossas fábulas, tomássemos em sentido literal as cenas e os diálogos atribuídos aos animais.
Adão personifica a Humanidade; sua falta individualiza a fraqueza do homem, em quem predominam os instintos materiais a que ele não sabe resistir 63 .
A árvore, como árvore de vida, é o emblema da vida espiritual; como árvore da Ciência, é o da consciência, que o homem adquire, do bem e do mal, pelo desenvolvimento da sua inteligência e do livre-arbítrio, em virtude do qual ele escolhe entre um e outro. Assinala o ponto em que a alma do homem, deixando de ser guiada unicamente pelos instintos, toma posse da sua liberdade e incorre na responsabilidade dos seus atos.
O fruto da árvore simboliza o objeto dos desejos materiais do homem; é a alegoria da cobiça e da concupiscência; concretiza, numa figura única, os motivos de arrastamento ao mal. O comer é sucumbir à tentação. A árvore se ergue no meio do jardim de delícias, para mostrar que a sedução está no seio mesmo dos prazeres e para lembrar que, se dá preponderância aos gozos materiais, o homem se prende à Terra e se afasta do seu destino espiritual 64 .
A morte de que ele é ameaçado, caso infrinja a proibição que se lhe faz, é um aviso das conseqüências inevitáveis, físicas e morais, decorrentes da violação das leis divinas que Deus lhe gravou na consciência. É por demais evidente que aqui não se trata da morte corporal, pois que, depois de cometida a falta, Adão ainda viveu longo tempo, mas, sim, da morte espiritual, ou, por outras palavras, da perda dos bens que resultam do adiantamento moral, perda figurada pela sua expulsão do jardim de delícias.

17. A serpente está longe hoje de ser tida como tipo da astúcia. Ela, pois, entra aqui mais pela sua forma do que pelo seu caráter, como alusão à perfídia dos maus conselhos, que se insinuam como a serpente e da qual, por essa razão, o homem, muitas vezes, não desconfia. Ao demais, se a serpente, por haver enganado a mulher, é que foi condenada a andar de rojo sobre o ventre, dever-se-á deduzir que antes esse animal tinha pernas; mas, neste caso, não era serpente. Por que, então, se há de impor à fé ingênua e crédula das crianças, como verdades, tão evidentes alegorias, com o que, falseando-se-lhes o juízo, se faz que mais tarde venham a considerar a Bíblia um tecido de fábulas absurdas?
Deve-se, além disso, notar que o termo hebreu nâhâsch, traduzido por serpente, vem da raiz nâhâsch, que significa: fazer encantamentos, adivinhar as coisas ocultas, podendo, pois, significar: encantador, adivinho. Com esta acepção, ele é encontrado na própria Gênese, 44:5 e 15, a propósito da taça que José mandou esconder no saco de Benjamim: “A taça que roubaste é a em que meu Senhor bebe e de que se serve para adivinhar (nâhâsch) 65 . — Ignoras que não há quem me iguale na ciência de adivinhar (nâhâsch)?” — No livro Números, 23:23: “Não há encantamentos (nâhâsch) em Jacob, nem adivinhos em Israel.” Daí o haver a palavra nâhâsch tomado também a significação de serpente, réptil que os encantadores tinham a pretensão de encantar, ou de que se serviam em seus encantamentos.
A palavra nâhâsch só foi traduzida por serpente na versão dos Setenta — os quais, segundo Hutcheson, corromperam o texto hebreu em muitos lugares — versão essa escrita em grego no segundo século da era cristã. As suas inexatidões resultaram, sem dúvida, das modificações que a língua hebraica sofrera no intervalo transcorrido, porquanto o hebreu do tempo de Moisés era uma língua morta, que diferia do hebreu vulgar, tanto quanto o grego antigo e o árabe literário diferem do grego e do árabe modernos 66 .
É, pois, provável que Moisés tenha apresentado como sedutor da mulher o desejo de conhecer as coisas ocultas, suscitado pelo Espírito de adivinhação, o que concorda com o sentido primitivo da palavra nâhâsch, adivinhar, e, por outro lado, com estas palavras: “Deus sabe que, logo que houverdes comido desse fruto, vossos olhos se abrirão e sereis como deuses. — Ela, a mulher, viu que era cobiçável a árvore para compreender (léaskil) e tomou do seu fruto.” Não se deve esquecer que Moisés queria proscrever de entre os hebreus a arte da adivinhação praticada pelos egípcios, como o prova o haver proibido que aqueles interrogassem os mortos e o Espírito Piton. (O Céu e o Inferno segundo o Espiritismo, cap. XII.)

18. A passagem que diz: “O Senhor passeava pelo jardim à tarde, quando se levanta vento brando”, é uma imagem ingênua e um tanto pueril, que a crítica não deixou de assinalar; mas, nada tem que surpreenda, se nos reportamos à idéia que os hebreus dos tempos primitivos faziam de Deus. Para aquelas inteligências frustas, incapazes de conceber abstrações, Deus havia de ter uma forma concreta e eles tudo referiam à Humanidade, como único ponto que conheciam. Moisés, por isso, lhes falava como a crianças, por meio de imagens sensíveis. No caso de que se trata, tem-se personificada a Potência soberana, como os pagãos personificavam, em figuras alegóricas, as virtudes, os vícios e as idéias abstratas. Mais tarde, os homens despojaram da forma a idéia, do mesmo modo que a criança, tornada adulta, procura o sentido moral dos contos com que a acalentaram. Deve-se, portanto, considerar essa passagem como uma alegoria, figurando a Divindade a vigiar em pessoa os objetos da sua criação. O grande rabino Wogue a traduziu assim: “Eles ouviram a voz do Eterno Deus, percorrendo o jardim, do lado donde vem o dia.”

19. Se a falta de Adão consistiu literalmente em ter comido um fruto, ela não poderia, incontestavelmente, pela sua natureza quase pueril, justificar o rigor com que foi punida. Não se poderia tampouco admitir, racionalmente, que o fato seja qual geralmente o supõem; se o fosse, teríamos Deus, considerando-o irremissível crime, a condenar a sua própria obra, pois que ele criara o homem para a propagação. Se Adão houvesse entendido assim a proibição de tocar no fruto da árvore e com ela se houvesse conformado escrupulosamente, onde estaria a Humanidade e que teria sido feito dos desígnios do Criador?
Deus não criara Adão e Eva para ficarem sós na Terra; a prova disso está nas próprias palavras que lhes dirige logo depois de os ter formado, quando eles ainda estavam no paraíso terrestre: “Deus os abençoou e lhes disse: Crescei e multiplicai-vos, enchei a Terra e submetei-a ao vosso domínio.” (Gênese,1:28.)
Uma vez que a multiplicação era lei já no paraíso terrenal, a expulsão deles dali não pode ter tido como causa o fato suposto.
O que deu crédito a essa suposição foi o sentimento de vergonha que Adão e Eva manifestaram ante o olhar de Deus e que os levou a se ocultarem. Mas, essa própria vergonha é uma figura por comparação: simboliza a confusão que todo culpado experimenta em presença de quem foi por ele ofendido.

20. Qual, então, em definitiva, a falta tão grande que mereceu acarretar a reprovação perpétua de todos os descendentes daquele que a cometeu? Caim, o fratricida, não foi tratado tão severamente. Nenhum teólogo a pode definir logicamente, porque todos, apegados à letra, giraram dentro de um círculo vicioso.
Sabemos hoje que essa falta não é um ato isolado, pessoal, de um indivíduo, mas que compreende, sob um único fato alegórico, o conjunto das prevaricações de que a Humanidade da Terra, ainda imperfeita, pode tornar-se culpada e que se resumem nisto: infração da lei de Deus. Eis por que a falta do primeiro homem, simbolizando este a Humanidade, tem por símbolo um ato de desobediência.

21. Dizendo a Adão que ele tiraria da terra a alimentação com o suor de seu rosto, Deus simboliza a obrigação do trabalho; mas, por que fez do trabalho uma punição?
Que seria da inteligência do homem, se ele não a desenvolvesse pelo trabalho? Que seria da Terra, se não fosse fecundada, transformada, saneada pelo trabalho inteligente do homem?
Lá está dito (Gênese, 2:5 e 7): “O Senhor Deus ainda não havia feito chover sobre a Terra e não havia nela homens que a cultivassem. O Senhor formou então, do limo da terra, o homem.” Essas palavras, aproximadas destas outras: Enchei a Terra , provam que o homem, desde a sua origem, estava destinado a ocupar toda a Terra e a cultivá-la, assim como, ao demais, que o paraíso não era um lugar circunscrito, a um canto do globo. Se a cultura da terra houvesse de ser uma conseqüência da falta de Adão, seguir-se-ia que, se Adão não tivesse pecado, a Terra permaneceria inculta e os desígnios de Deus não se teriam cumprido.
Por que disse ele à mulher que, em conseqüência de haver cometido a falta, pariria com dor? Como pode a dor do parto ser um castigo, quando é um efeito do organismo e quando está provado, fisiologicamente que é uma necessidade? Como pode ser punição uma coisa que se produz segundo as leis da Natureza? É o que os teólogos absolutamente ainda não explicaram e que não poderão explicar, enquanto não abandonarem o ponto de vista em que se colocaram. Entretanto, podem justificar-se aquelas palavras que parecem tão contraditórias.

22. Notemos, antes de tudo, que se, no momento de serem criados os dois, as almas de Adão e Eva tivessem vindo do nada, como ainda se ensina, eles haviam de ser bisonhos em todas as coisas; haviam, pois, de ignorar o que é morrer. Estando sós na Terra, como estavam, enquanto viveram no paraíso, não tinham assistido à morte de ninguém. Como, então, teriam podido compreender em que consistia a ameaça de morte que Deus lhes fazia? Como teria Eva podido compreender que parir com dor seria uma punição, visto que, tendo acabado de nascer para a vida, ela jamais tivera filhos e era a única mulher existente no mundo?
Nenhum sentido, portanto, deviam ter, para Adão e Eva, as palavras de Deus. Mal surgidos do nada, eles não podiam saber como nem por que haviam surgido dali; não podiam compreender nem o Criador nem o motivo da proibição que lhes era feita. Sem nenhuma experiência das condições da vida, pecaram como crianças que agem sem discernimento, o que ainda mais incompreensível torna a terrível responsabilidade que Deus fez pesar sobre eles e sobre a Humanidade inteira.

23. Entretanto, o que constitui para a Teologia um beco sem saída, o Espiritismo o explica sem dificuldade e de maneira racional, pela anterioridade da alma e pela pluralidade das existências, lei sem a qual tudo é mistério e anomalia na vida do homem. Com efeito, admitamos que Adão e Eva já tivessem vivido e tudo logo se justifica: Deus não lhes fala como a crianças, mas como a seres em estado de o compreenderem e que o compreendem, prova evidente de que ambos trazem aquisições anteriormente realizadas. Admitamos, ao demais, que hajam vivido em um mundo mais adiantado e menos material do que o nosso, onde o trabalho do Espírito substituía o do corpo; que, por se haverem rebelado contra a lei de Deus, figurada na desobediência, tenham sido afastados de lá e exilados, por punição, para a Terra, onde o homem, pela natureza do globo, é constrangido a um trabalho corporal e reconheceremos que a Deus assistia razão para lhes dizer: “No mundo onde, daqui em diante, ides viver, cultivareis a terra e dela tirareis o alimento, com o suor da vossa fronte”; e, à mulher: “Parirás com dor,” porque tal é a condição desse mundo. (Cap. XI, nos 31 e seguintes.)
O paraíso terrestre, cujos vestígios têm sido inutilmente procurados na Terra, era, por conseguinte, a figura do mundo ditoso, onde vivera Adão, ou, antes, a raça dos Espíritos que ele personifica. A expulsa do paraíso marca o momento em que esses Espíritos vieram encarnar entre os habitantes do mundo terráqueo e a mudança de situação foi a conseqüência da expulsão. O anjo que, empunhando uma espada flamejante, veda a entrada do paraíso simboliza a impossibilidade em que se acham os Espíritos dos mundos inferiores, de penetrar nos mundos superiores, antes que o mereçam pela sua depuração. (Veja-se, adiante, o cap. XIV, nos 8 e seguintes.)

24. Caim, depois do assassínio de Abel, responde ao Senhor: A minha iniqüidade é extremamente grande, para que me possa ser perdoada. — Vós me expulsais hoje de cima da Terra e eu me irei ocultar da vossa face. Irei fugitivo e vagabundo pela Terra e qualquer um então que me encontre matar-me-á.
— O Senhor lhe respondeu: “Não, isto não se dará, porquanto severamente punido será quem matar Caim.” E o Senhor pôs um sinal sobre Caim, a fim de que não o matassem os que viessem a encontrá-lo.
Tendo-se retirado de diante do Senhor, Caim ficou vagabundo pela Terra e habitou a região oriental do Éden. — Havendo conhecido sua mulher, ela concebeu e pariu Henoch. Ele construiu (vaïehi bôné; literalmente: estava construindo) uma cidade a que chamou Henoch (Enoquia) do nome de seu
filho. (Gênese, 4:13 a 16.)

25. Se nos apegarmos à letra da Gênese, eis as conseqüências a que chegaremos: Adão e Eva estavam sós no mundo, depois de expulsos do paraíso terrestre; só posteriormente tiveram os dois filhos Caim e Abel. Ora, tendo-se Caim retirado para outra região depois de haver assassinado o irmão, não tornou a ver seus pais, que de novo ficaram isolados. Só muito mais tarde, na idade de cento e trinta anos, foi que Adão teve um terceiro filho, que se chamou Seth, depois de cujo nascimento, ele ainda viveu, segundo a genealogia bíblica, oitocentos anos, e teve mais filhos e filhas.
Quando, pois, Caim foi estabelecer-se a leste do Éden, somente havia na Terra três pessoas: seu pai e sua mãe, e ele, sozinho, de seu lado. Entretanto, Caim teve mulher e um filho. Que mulher podia ser essa e onde pudera ele desposá-la?
O texto hebreu diz: Ele estava construindo uma cidade e não: ele construiu, o que indica ação presente e não ulterior. Mas, uma cidade pressupõe a existência de habitantes, visto não ser de presumir que Caim a fizesse para si, sua mulher e seu filho, nem que a pudesse edificar sozinho.
Dessa própria narrativa, portanto, se tem de inferir que a região era povoada. Ora, não podia sê-lo pelos descendentes de Adão, que então se reduziam a um só: Caim.
Aliás, a presença de outros habitantes ressalta igualmente destas palavras de Caim: “Serei fugitivo e vagabundo e quem quer que me encontre matar-me-á”, e da resposta que Deus lhe deu. Quem poderia ele temer que o matasse e que utilidade teria o sinal que Deus lhe pôs para preservá-lo de ser morto, uma vez que ele a ninguém iria encontrar? Ora, se havia na Terra outros homens afora a família de Adão, é que esses homens aí estavam antes dele, donde se deduz esta conseqüência, tirada do texto mesmo da Gênese: Adão não é nem o primeiro, nem o único pai do gênero humano. (Cap. XI, nº 34.) 67

26. Eram necessários os conhecimentos que o Espiritismo ministrou acerca das relações do princípio espiritual com o princípio material, acerca da natureza da alma, da sua criação em estado de simplicidade e de ignorância, da sua união com o corpo, da sua indefinida marcha progressiva através de sucessivas existências e através dos mundos, que são outros tantos degraus da senda do aperfeiçoamento, acerca da sua gradual libertação da influência da matéria, mediante o uso do livre-arbítrio, da causa dos seus pendores bons ou maus e de suas aptidões, do fenômeno do nascimento e da morte, da situação do Espírito na erraticidade e, finalmente, do futuro como prêmio de seus esforços por se melhorar e da sua perseverança no bem, para que se fizesse luz sobre todas as partes da Gênese espiritual.
Graças a essa luz, o homem sabe doravante donde vem, para onde vai, por que está na Terra e por que sofre. Sabe que tem nas mãos o seu futuro e que a duração do seu cativeiro neste mundo unicamente dele depende. Despida da alegoria acanhada e mesquinha, a Gênese se lhe apresenta grande e digna da majestade, da bondade e da justiça do Criador. Considerada desse ponto de vista, ela confundirá a incredulidade e triunfará.”

          Abaixo, transcrevemos as notas de rodapé:

“60 Em seguida a alguns versículos se acha a tradução literal do texto hebreu, exprimindo mais fielmente o pensamento primitivo. O sentido alegórico ressalta assim mais claramente.

61 “Paraíso”, do latim paradisus , derivado do grego: paradeisos , jardim, vergel, lugar plantado de árvores. O termo hebreu empregado na Gênese é hagan , que tem a mesma significação.

62 Do hebreu cherub , keroub , boi, charab , lavrar; anjos do segundo coro da primeira hierarquia, que eram representados com quatro asas, quatro faces e pés de boi.

63 Está hoje perfeitamente reconhecido que a palavra hebréia haadam não é um nome próprio, mas significa: o homem em geral, a Humanidade, o que destrói toda a estrutura levantada sobre a personalidade de Adão.

64 Em nenhum texto o fruto é especializado na maçã, palavra que só se encontra nas versões infantis. O termo do texto hebreu é peri, que tem as mesmas acepções que em francês, sem determinação de espécie e pode ser tomado em sentido material, moral, alegórico, em sentido próprio e figurado. Para os israelitas, não há interpretação obrigatória; quando uma palavra tem muitas acepções, cada um a entende como quer, contanto que a interpretação não seja contrária à gramática. O termo peri foi traduzido em latim por malum, que se aplica tanto à maçã, como a qualquer espécie de frutos. Deriva do grego melon , particípio do verbo melo , interessar, cuidar, atrair.

65 Deste fato se poderá inferir que os egípcios conheciam a mediunidade pelo copo d’água? (Revue Spirite , de junho do 1868, pág. 161.)

66 O termo nâhâsch existia na língua egípcia, com a significação de negr o, provavelmente porque os negros tinham o dom dos encantamentos e da adivinhação. Talvez também por isso é que as esfinges, de origem assíria, eram representadas por uma figura de negro.

67 Não é nova esta idéia. La Peyrère, sábio teólogo do século dezessete, em seu livro Preadamitas , escrito em latim e publicado em 1655, extraiu do texto original da Bíblia, adulterado pelas traduções, a prova evidente de que a Terra era habitada antes da vinda de Adão e essa opinião é hoje a de muitos eclesiásticos esclarecidos.”


BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. FEB. Versão digital por: ERY LOPES © 2007