quarta-feira, 18 de setembro de 2019

UM DIVISOR DE ÁGUAS PARA O ESPIRITISMO: LIVRO AUTONOMIA - A HISTÓRIA JAMAIS CONTADA DO ESPIRITISMO

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Foi lançado há pouco um excelente livro, escrito pelo pesquisador espírita Paulo Henrique de Figueiredo, que é um verdadeiro divisor de águas para o Espiritismo, resgatando-o tal como foi proposto por Allan Kardec durante a Codificação - Autonomia: A História Jamais Contada do Espiritismo.

Segue a descrição do livro, tal como consta no site da Amazon (www.amazon.com.br - tanto o livro físico quanto o eletrônico já estão disponíveis para compra):

"Segundo o Espiritismo, uma revolução moral irá transformar o mundo. Allan Kardec, avisado pelos espíritos superiores, reuniu documentos e comunicações para assegurar que a história fosse fiel aos fatos. Infiltrados adulteraram obras e falsearam a teoria espírita. Em 1921, desconfiado dos desvios, o pesquisador Canuto de Abreu foi à Paris e teve acesso aos arquivos secretos, além do relato de pioneiros fiéis como Léon Denis, Flammarion e Gabriel Delanne.

Todavia, nas décadas seguintes, numa trama complexa, os documentos foram saqueados, parte queimada, parte roubada por nazistas. Um acervo fundamental, porém, foi recuperado! Com o auxílio do médium Chico Xavier, os espíritos orientaram: “Não chegou a hora ainda. Esses documentos precisam ser traduzidos e preparados, para não criar polêmicas, mas esclarecer a verdade”.

A hora de manusear os inéditos e surpreendentes milhares de manuscritos centenários, e contar a verdadeira história do Espiritismo, chegou!"

Abaixo, transcrevemos um capítulo do livro, de título "O Período de restabelecimento" (página 135):

"Está claro que o período religioso, enquanto equivocado exclusivismo, não está fadado a ser a condição final, mas será superado. Erasto disse que, depois da luta, os espíritas sinceros não devem temer “esse caos momentâneo”, pois ele vai acabar. Atualmente, a verdadeira Doutrina, deturpada pelo desvio que sofreu, está encoberta. Mas, continua o espírito, “não está longe o tempo em que a verdade, desembaraçada dos véus com que a querem cobrir, sairá mais radiosa que nunca”. Essa fase, quando os documentos, os arquivos do Espiritismo, os depoimentos dos pioneiros, as obras raras encontradas, os manuscritos inéditos, as provas das adulterações, quando cairão os véus colocados pelos inimigos invisíveis, é o período intermediário, que podemos denominar período do restabelecimento.

Quando a verdade for restaurada, explica Erasto, “a sua claridade, inundando o mundo, fará entrar na sombra seus obscuros detratores, postos em evidência durante alguns instantes para a sua própria confusão”. Por isso, a recuperação da verdadeira história do Espiritismo também tem como seu objetivo denunciar os detratores que usurparam, durante algum tempo, o lugar que pertence aos verdadeiros pioneiros, defensores fiéis da Causa.

Mas qual a função primordial desse período do restabelecimento? Cabe a ele, como explicou Erasto, “uma coisa imensa: a ampla divulgação da ideia espírita, e como doutrina, o que são verdadeiramente seus princípios fundamentais!”.

Ou seja, recuperar o Espiritismo como estava estabelecido durante o período filosófico, até o momento fatídico daquele 31 de março de 1869, quando o corpo de Allan Kardec caiu sobre os dossiês de seu arquivo do Espiritismo. Naquela época primeira, repetimos, o Espiritismo já se havia constituído quando “se desenvolveram as consequências morais desses mesmos fatos para o futuro da Humanidade”. Foi quando a Doutrina Espírita demonstrou ser um desenvolvimento do Espiritualismo Racional, pois, “desde esse momento, o Espiritismo  tomou lugar entre as ciências filosóficas”.
Iluminado pela psicologia experimental espiritualista, que é a base dessas ciências, foi o período durante o qual o Espiritismo “caminhou a passos de gigante, apesar dos obstáculos que lhe suscitaram”, afirmou Kardec. Os espíritas daquele tempo, em sua maioria, faziam parte da reação espiritualista, tinham estudado o Espiritualismo Racional em sua educação escolar na infância e na juventude.

Segundo o professor, naquele cenário cultural, a Doutrina “satisfazia as aspirações das massas, porque se compreendeu prontamente que vinha preencher um vazio imenso nas crenças, e resolver o que até então parecia insolúvel”. Ou seja, ela veio para preencher o vazio das crenças, mas jamais para se tornar mais uma delas; caso contrário, rebaixando-se a mais um exclusivismo, fadaria a se extinguir.

Mas os tempos estão chegados! E a verdade vai prevalecer.

Neste livro, para ajudar o leitor a estudar as obras de Allan Kardec (fonte primordial e perene da Doutrina Espírita como concebida pelos Espíritos superiores, encabeçados pelo Espírito da Verdade), vamos apresentar o cenário cultural de quando ele foi elaborado, pois, enfatizamos, este foi muito diferente do panorama no qual estamos hoje mergulhados.

No Livro Segundo desta obra, “O restabelecimento”, vamos recuperar o surgimento da psicologia experimental espiritualista, que abriu caminho na academia francesa para o estabelecimento do Espiritualismo Racional. Na Universidade Sorbonne, após 1830, se estabeleceu como filosofia hegemônica das ciências morais. Ciências de que vamos explorar seu estabelecimento, a estrutura e o conteúdo das disciplinas. Vamos conhecer a moral autônoma, e como ela surgiu como alternativa ao dogmatismo místico de um lado, e à crença na descrença materialista, de outro.

No Livro Terceiro, “O desvio”, oferecemos a história de como o Espiritismo foi encoberto pelos véus da ignorância, sob o comando dos hipócritas da erraticidade, os verdadeiros inimigos invisíveis do Espiritismo. Mas eles nada poderiam fazer sem a cumplicidade dos hipócritas deste mundo, alguns guiados pela má-fé, sedentos pela manutenção de seus privilégios. Outros, pela crença em suas ideias carcomidas do velho mundo, pregadores do pecado, do castigo,  da queda divina, da ira de Deus castigando alguns e perdoando outros, ao seu bel-prazer. Esses dogmas falsos serão devidamente sepultados pelos conceitos libertadores da Doutrina liberal espírita.

Por fim, em uma crônica do futuro, ofereceremos no Livro Quarto, um breve poema de esperança, “A renovação social”. Será o período final do Espiritismo, que está destinado a abrigar as almas regeneradas, pois a destruição que vemos “constitui um sinal característico dos tempos, porque essas causas aceleram o surgimento dos novos germes”. E então Kardec define que as causas da destruição “são as folhas que caem no outono, e isso será substituído por outras folhas cheias de vida, porque a humanidade tem suas estações, assim como os indiví-duos têm suas diferentes idades” (KARDEC, [1868] 2018, p. 412).

Parafraseando Kardec, podemos imaginar que as folhas mortas da humanidade caem impulsionadas pelas rajadas e sopros do vento, mas para renascer mais vigorosamente, pelo mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas purifica. Pois, se para os materialistas os flagelos mortais são calamidades injustas, aniquilando para sempre seus entes queridos, para o verdadeiro espírita destroem apenas os corpos, instrumentos da alma livre.

O Espiritismo atende, principalmente, a quem, por ter um pensamento racional incompatível com o misticismo, deseja compreender as leis da espiritualidade pelo uso da razão. Também àqueles que, educados pelo catecismo nas igrejas em sua formação primeira, estão desiludidos pelos dogmas, aceitos pela fé cega, que exigem submissão. A Doutrina Espírita é uma teoria organizada por conceitos fundamentais que formam uma estrutura lógica irrepreensível, explicando os fenômenos da vida moral por meio de leis naturais. Quem a estuda profundamente, e compreende sua mensagem original, encontra força nos momentos difíceis, coragem para enfrentar seus próprios infortúnios, tem esperança no futuro e ganha a certeza de um mundo melhor, onde encontrará o seu lugar.

O Espiritismo é uma resposta lúcida a um tempo de incredulidade e de desprezo em relação ao Espiritualismo. Não é possível estudar essa ciência filosófica a distância, pois ela trata de nós mesmos, mexe com os valores íntimos, a própria razão da existência.

Por outro lado, não se trata de uma salvação exclusivista nem contemplativa. Deus não barganha sua submissão em troca de prazeres, nem castiga para revelar sua ira; esse deus foi criado pelos homens e não existe. O verdadeiro é imanente à nossa realidade, e se faz representar, de um lado por leis imutáveis do mundo moral, por outro pela infinita diversidade de seres responsáveis por voluntariamente manter a harmonia do cosmos. O mundo novo é um convite para que cada um de nós participe dessa incomensurável rede do bem.

Trata-se de uma revolução moral, nova fase da humanidade. Não se dará por cataclismos e catástrofes, mas por uma adesão voluntária a uma nova ordem.

Ela se dará por meio de uma abordagem psicológica do agir, das relações interpessoais, de uma nova organização social, renovação de hábitos, revisão dos valores que a humanidade deve almejar.

O Espiritismo surgiu para secundar a gestação do mundo novo."


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Autonomia: a história jamais contada do espiritismo. São Paulo: Ed.Feal, 2019.

ENDEREÇO ELETRÔNICO: 

https://www.amazon.com.br/Autonomia-hist%C3%B3ria-jamais-contada-Espiritismo-ebook/dp/B07VWB2BZR