segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ESPIRITISMO: UMA DAS MAIS NUMEROSAS CORRENTES RELIGIOSAS


Fonte da imagem: http://www.lavras24horas.com.br/portal/lavras-seminario-com-o-escritor-teologo-parapsicologo-e-biblista-jose-reis-chaves-domingo-29/


        Abaixo, extraímos, na íntegra, um recentíssimo artigo de José Reis Chaves, publicado pelo site Blog de Espiritismo hoje, 30/09/2013. José Chaves é escritor, professor de Português e Literatura, formado pela PUC-Minas, teósofo, parapsicólogo, biblista, radialista e palestrante de assuntos espirituais. É autor dos livros, entre outros: “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”, “Quando chega a Verdade” e "A Face Oculta das Religiões", pela Editora Martin Claret, São Paulo, SP. Nesse artigo, ele comenta sobre a grande quantidade de brasileiros que adotam o rótulo de católicos, mas que acreditam no Espiritismo e frequentam centros espíritas.

José Reis Chaves
Entre as correntes religiosas, o espiritismo é das mais numerosas

Por ser a religião mais atacada, tem-se a falsa impressão de que o espiritismo é uma das menores correntes religiosas. Suas verdades básicas são bíblicas e universais: a reencarnação, a mediunidade e o contato com os espíritos.

Proporcionalmente, ele é a religião da elite cultural, filosófica e científica do Brasil, com cerca de 300 editoras. E hoje, exceto nas cidades pequenas, é difícil encontrar-se um católico que não crê no espiritismo e não frequente um centro espírita. Segundo o IBGE, as religiões com mais adeptos no Brasil são: a primeira é a Igreja; a segunda é a Assembleia de Deus; e a terceira é o espiritismo. No mundo, em sua maioria, as pessoas aceitam também os principais postulados espíritas. Por exemplo, com relação à reencarnação: Estônia (92%); Letônia (84%); Albânia (78%); Kosovo (83%); e Bulgária (94%). Para saber mais, recomendo “O Espiritismo na Atualidade”, de Ademir Luiz Xavier Júnior, doutor em física pela Unicamp, pós-doutor em laboratório pela Universidade de Freiburg, Alemanha, e pesquisador sênior do Centro de Pesquisas Avançadas Werner Von Braun; Jáder dos Reis Sampaio, catedrático de psicologia da UFMG; Alexandre Fontes da Fonseca, mestre e doutor em física pela USP e Unicamp, pós-doutor pela University of Texas, em Dallas (EUA), e professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho; Anna Lívia Gomes, graduada pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro; Jeferson Batarello, mestre em ciências da religião pela PUC-SP; e Marco Antônio Figueiredo Milani Filho, economista, mestre e doutor em controladoria e contabilidade pela USP, pós-doutor pela Escola de Administração de Políticas da Carleton University, Canadá, e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie; Ed. Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, São Paulo (SP); www.ccdpe@org.br; (11) 5072-2211.

Faz uns 30 anos que a Igreja parou de atacar o espiritismo. Mas os nossos irmãos evangélicos, não os protestantes, são os que ainda mais atacam a doutrina codificada por Kardec, “o bom senso encarnado”, segundo o filósofo e acadêmico francês Leon Dénis.

Mas o espiritismo é mais ciência e filosofia do que religião, pois é uma religião somente no sentido de adotar uma moral, que é “ipsis litteris” a mesma dos quatro evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, e que formam “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E o espiritismo leva muito a sério essa sua moral cristã. Daí que ele é chamado também de cristianismo redivivo.

E assim é que o espiritismo se torna, cada vez mais, uma das mais numerosas correntes religiosas cristãs. É o Ocidente se unindo com o Oriente, formando um só rebanho e um só Pastor!
- Em 12.10.2013, o 5º Encontro Paulista de Monitores do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (Esde), da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE-SP), com o apoio da USE Municipal de Osasco. www.usesp.org.br; (11) 2950-6554.

- Na TV Mundo Maior, canal aberto e a cabo em algumas regiões, por parabólica digital e www.tvmundomaior.com.br, o “Presença Espírita na Bíblia”, com Celina Sobral e este colunista, às 20h das quintas-feiras, e às 23h dos domingos. Perguntas e sugestões:


- E, na Rede TV, o “Transição”, aos domingos, às 16h15.

- Com tradução deste colunista, está sendo lançado “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec, pela Ed. Chico Xavier. www.editorachicoxavier.com.br; (31) 3636-7147 / 0800-283-7147.
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Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site http://www.otempo.com.br/ Ela está liberada para publicações. José Reis Chaves é autor dos livros “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG). e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147. Este texto é reproduzido no Blog de Espiritismo com autorização do autor.”


ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/jose-chaves/

http://blog-espiritismo.blogspot.com.br/2013/09/jose-reis-chaves-entre-as-correntes.html

terça-feira, 24 de setembro de 2013

FRANCISCO, O PAPA DA MUDANÇA

Fonte da imagem: http://www.pragmatismopolitico.com.br/wp-content/uploads/2013/05/papa-francisco-ateus.jpg&imgrefurl=http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/papa-francisco-e-os-ateus.html&usg=__r0-M620nhNxOZMS7FZ9kIsQLhSE=&h=1080&w=1920&sz=432&hl=pt-PT&start=1&sig2=dPVHWvdPeZivMHtR9cQHeA&zoom=1&tbnid=VOKcl7Dz1xWukM:&tbnh=84&tbnw=150&ei=M6RBUoPkIuPC4AOD3oC4CA&prev=/search%3Fq%3Dpapa%2Bfrancisco%26hl%3Dpt-PT%26gbv%3D2%26tbm%3Disch&itbs=1&sa=X&ved=0CCwQrQMwAA

Fábio José Lourenço Bezerra

       Os ensinamentos do mestre Jesus consistem em desenvolvermos em nós o amor ao nosso próximo, a humildade e o desapego aos bens materiais para alcançarmos o Reino de Deus, isto é, um estado de consciência que nos coloca em comunhão direta com o Criador. Para transmitir sua mensagem, além das palavras, dava o exemplo, fazendo o bem e vivendo de forma simples. Combateu de forma enérgica os fariseus, que distorceram a mensagem dos dez mandamentos e dos profetas, adotando rituais e práticas exteriores inúteis e cada vez mais complexas. Afinal, é bem mais fácil realizar um ritual do que modificar-se interiormente, lutar contra as más tendências da alma.
        A boa nova de Jesus, com o passar dos anos, ganhou muitos adeptos ao redor do mundo. Devido a interesses diversos, o homem distorceu-a em benefício próprio, criando teologias, dogmas e rituais cada vez mais distantes da mensagem original. Daí surgiu a Igreja Católica. Para preservar a Igreja a todo custo, seus líderes procuraram aprisionar seus fiéis através do medo, utilizando-se muitas vezes, no passado, de extrema violência. Quem ousasse contrariar os dogmas estabelecidos, era considerado herege, o que significava ser torturado e, se não declarasse arrependimento, seria morto. Dessa forma, muitas formas de cristianismo, não concordantes com a Igreja e muito mais condizentes com a boa nova do Cristo, foram eliminadas do planeta. Novamente, a mensagem do bem era eclipsada por dogmas, rituais e práticas exteriores. Só que, em nossos dias, essas práticas tornam-se bastante frágeis se examinadas sob a luz da razão, dando margem à incredulidade.
       O Espiritismo resgata, de uma forma bastante racional, adequada ao nosso tempo, a mensagem original do Cristo, sendo a chave de compreensão para muitos dos seus ensinamentos até então obscuros.
        Em "O Livro dos Espíritos", na pergunta Nº 798, temos: "O Espiritismo se tornará crença comum, ou ficará sendo partilhado, como crença, apenas por algumas pessoas?"
Resposta: "Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos."

        O Papa Francisco, sintonizado com a verdadeira mensagem de Jesus, prega o amor ao próximo e a simplicidade, dando exemplo de humildade e ações em prol do semelhante. Vem disposto a mudar a Igreja para melhor, promovendo grandes reformas na mesma, tentando aproximá-la dos fiéis e estimular o diálogo entre a religiões. Certamente, é um bom Espírito em missão, para trazer aos seus fiéis e ao mundo, a mensagem original de Jesus, sendo um importante instrumento da transição planetária por que nosso planeta está passando.
       Abaixo, transcrevemos um artigo e notícias sobre o Papa Francisco, que demonstram o que dissemos acima.

Site de notícias português PÚBLICO - 12 de Setembro de 2013
Papa Francisco: "A misericórdia de Deus não tem limites" e chega aos ateus
Numa carta enviada ao jornal La Repubblica, Francisco afirma que é a consciência de cada um que molda os seus comportamentos. Quem praticar "o bem", mesmo não tendo fé, beneficia da "misericórida sem limites" de Deus.
O Papa Francisco enviou uma carta ao jornal italiano La Repubblica, onde defende que os ateus serão "perdoados" se praticarem "o bem". Em última análise, escreve, "a questão para quem não acredita em Deus é a obediência à sua própria consciência".
A carta, publicada na primeira página do jornal italiano, surgiu em resposta ao co-fundador e antigo director do La Repubblica Eugenio Scalfai, ateu assumido e autor de duas cartas abertas dirigidas ao Papa.
Na última carta, Eugenio Scalfari perguntara a Francisco se "Deus perdoa quem não acredita e quem não procura a fé".
A resposta do Papa surgiu no seu habitual tom conciliatório e de relativo corte com o passado recente no Vaticano. "Dado que – e esta é a questão fundamental – a misericórdia de Deus não tem limites se Ele for abordado com um coração sincero e arrependido, a questão para quem não acredita em Deus é a obediência à sua própria consciência", escreve o Papa.
"Há pecado, também para os que não têm fé, quando se vai contra a própria consciência. Ouvi-la e respeitá-la significa tomar uma decisão sobre o que cada um entende como o bem e como o mal. E esta decisão é fundamental para determinar o bem e o mal nas nossas ações."
Numa outra passagem da carta, o Papa refere-se à noção de relativismo, muitas vezes contestada pelo seu antecessor. Para Bento XVI, a incapacidade das sociedades modernas de reconhecerem qualquer "verdade absoluta" – como Deus, na sua opinião – é um dos males dos tempos atuais. Mas para Francisco não há verdades absolutas sem a existência de uma relação: "A verdade, segundo a fé cristã, é o amor de Deus por nós em Jesus Cristo. Por isso, a verdade é uma relação."
O Papa termina a carta com uma declaração sobre o objectivo principal da Igreja Católica, com referências aos "erros e pecados" cometidos: "Apesar da lentidão, da infidelidade, dos erros e dos pecados que [a Igreja] cometeu e poderá ainda vir a cometer contra os seus membros, a Igreja, acredite em mim, não tem qualquer outro sentido e objectivo que não seja viver e testemunhar Jesus."

CCEPA OPINIÃO – órgão do centro cultural espírita de porto alegre, de 7 de agosto de 2013

Igreja em baixa, Papa em alta

Apesar de sua Igreja, por aqui, amargar fortes índices de queda, Papa Francisco chega ao Brasil prestigiado por multidões e com um discurso afinado com as mais importantes questões da atualidade.

A queda do catolicismo
Às vésperas da chegada do Papa Francisco ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude (22 a 28 de julho último), o Instituto Datafolha publicou resultados de pesquisa mostrando que o catolicismo caiu ao menor nível da história no país.
Segundo a sondagem, feita no último mês de junho, apenas 57% dos brasileiros maiores de 16 anos se declararam católicos. A tendência de queda se acentua pesquisa após pesquisa. Há menos de 20 anos, em 1994, 75% dos brasileiros se declaravam católicos. O índice caiu para 64% em 2007, chegando, no ano da visita de Francisco, a pouco mais da metade da população.
Confirmando dados do Censo de 2010, são os segmentos evangélicos que mais atraem ovelhas do rebanho católico. A pesquisa Datafolha apurou que 19% dos entrevistados são da ala pentecostal evangélica e 9% integram igrejas protestantes mais tradicionais. O espiritismo, tratado sempre como uma religião nas pesquisas, mantém o mesmo índice da anterior: 3% dos brasileiros afirmam serem seus adeptos.

O Papa da esperança
Apesar do quadro nada otimista em relação à sua Igreja que perde fiéis para outras denominações, o Papa Francisco encantou os brasileiros com sua simplicidade, seu despojamento e, especialmente, por sua inserção em relevantes questões sociais de nosso tempo. Sua programação privilegiou visitas a obras sociais e redutos onde grassam a pobreza e carências nas áreas do saneamento, da educação e saúde. Teve também um encontro com adolescentes infratores que cumprem medidas socioeducativas.
No Santuário de Aparecida, onde celebrou missa de abertura da Jornada, o Pontífice recebeu carinhosamente dirigentes de outras religiões. Em sua homilia e em quase todos os pronunciamentos, evitou questões teológicas, preferindo dar ênfase a valores universais e ações humanitárias. Em cerimônia de inauguração de um centro para dependentes químicos no Hospital São Francisco, bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, o Papa enfatizou a importância da ajuda ao próximo, concitando todos a serem “portadores da esperança”. Naquele ato, também, condenou vigorosamente o tráfico de entorpecentes e tomou posição contra a legalização do uso de drogas, ao afirmar: “Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a influência da dependência química”. Dirigindo-se aos dependentes em tratamento, enfatizou: “Não deixem que lhes roubem a esperança”.
Em visita à favela de Varginha, onde entrou na casa de uma família, apelou às autoridades públicas, aos mais ricos e à sociedade em geral para que não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e solidário. Novamente, concitou os jovens a terem esperança no fim da corrupção e das injustiças: “Não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar. O homem pode mudar. Sejam vocês os primeiros a procurar o bem”, disse.
Nossa Opinião
Os filhos de Francisco
Há um aparente contraste entre os índices de queda do catolicismo e as entusiásticas manifestações das massas humanas, especialmente de jovens, por onde passasse o Papa, na sua recente visita ao Brasil. Poucos dias antes, a revista Veja (edição2331) comentava recente pesquisa entre moças e rapazes de 16 a 24 anos analisando as causas da debandada católica e atribuindo-a à “desconexão entre o que prega a Igreja e o que querem e no que acreditam os jovens de hoje”. Na pesquisa, 68% disseram aprovar o divórcio, 88% manifestaram-se a favor da pílula anticoncepcional e 97% do uso de preservativos. São posições que guardam sentido diametralmente oposto ao reiterado magistério da Igreja Romana.
O que pensariam a respeito desses temas tão atuais e já bem definidos no seio da sociedade moderna os “filhos de Francisco” que o receberam de forma tão entusiasmada, e, em alguns momentos, com manifestações só comparáveis àquelas prestadas a seus mais festejados popstars?

Claro que, no meio da multidão havia pessoas inteiramente comprometidas com todos os ensinamentos da Igreja: Freirinhas saídas diretamente de seus claustros e ascéticos monges que deixaram seus mosteiros para participar dos ruidosos espetáculos de fé nas areias de Copacabana. Por voto de obediência, por compromisso com a castidade, pela radicalidade de sua fé, estes, sublimando mesmo os próprios apelos vitais, abdicaram do direito de questionar ou agir de forma diversa àquela recomendada por sua crença. Para eles, os cânones da Igreja se constituem em mananciais únicos da verdade e da vida. Uma opção pessoal que merece respeito. Mas, afora estes, os jovens participantes do evento estão suscetíveis a outras formas de interlocução consigo mesmos e com o mundo que os cerca. Suas próprias experiências pessoais, a vivência em núcleos familiares arejados, o contato com formadores de opinião, educadores, pensadores ou trabalhadores comprometidos com as causas sociais e políticas de nosso tempo, por certo lhes oferecem outras visões, mais plurais e abrangentes que aquelas aprisionadas na dogmática religiosa.
Esses jovens, em sua maioria, amanhã ou depois já não estarão engajados na religião e nem a terão trocado por outra. Assumirão a postura laica, característica da pós-modernidade. Mas, sem dúvida, todos os que viram e ouviram Francisco terão levado consigo uma experiência muito positiva dessa histórica experiência. O líder religioso a quem vieram saudar é um homem sensível, carismático e bem intencionado. Adotou uma postura condescendente com o pluralismo, voltada ao diálogo com a sociedade laica. Desde sua investidura, tem se mostrado disposto a combater vícios e atitudes criminosas dentro de sua própria Igreja, até aqui jogados para baixo do tapete. É, tudo indica, um homem corajoso, justo, afinado com os mais elevados anseios da sociedade contemporânea.
Por certo, assim o viram os milhares de jovens no Rio e em Aparecida. E isso conjuga sua fé com esperança, a palavra mais pronunciada por Francisco em sua visita. Esperança em um destino melhor para todos, crentes ou não. Enfim, a crença nos dogmas pode estar em queda, mas os valores humanos, alguns dos quais também compartilhados por pessoas de fé, sempre estarão em alta, porque conquistas legítimas do Espírito, centelha divina que alumia a vida. (A Redação).

JORNAL DO BRASIL, 22 de Setembro de 2013
Em uma viagem a Cagliari, capital da Sardenha, na Itália, o papa Francisco teceu críticas à idolatria ao dinheiro que rege a atual sociedade. Em um discurso de improviso para desempregados, o Pontífice falou por 20 minutos e estimulou-os a ter esperança e a não desanimar com as dificuldades da vida.
"Eu vejo sofrimento aqui... Isso os enfraquece e rouba a esperança", disse ele. "Perdoem-se se usar palavras fortes, mas onde não há trabalho não há dignidade."
Francisco deixou de lado seu discurso preparado depois de ouvir Francesco Mattana, um homem casado de 45 anos e pai de três filhos que está desempregado há quatro anos.
"Não queremos esse sistema econômico globalizado que nos faz tão mal. Homens e mulheres têm que estar no centro (de um sistema econômico) como Deus quer, não o dinheiro. O mundo passou a idolatrar um deus chamado dinheiro", analisou o pontífice.
Cerca de 20 mil pessoas assistiram ao discurso em uma praça perto do porto da cidade. Cada vez que o Papa falava sobre os direitos dos trabalhadores e o desemprego, a multidão gritava "trabalho, trabalho, trabalho".
O Papa também condenou o ataque terrorista em uma igreja de Pashawar, no Paquistão. "Hoje, no Paquistão, uma atitude de ódio matou 70 pessoas. Esse caminho não serve. Somente o caminho da paz pode conduzir a um mundo melhor", comentou Francisco.

NOTÍCIAS TERRA, 02 de Julho de 2013
O papa Francisco iniciou sua revolução pacífica com a limpeza do controverso Banco do Vaticano, cujos principais diretores se viram obrigados a renunciar ao cargo por um escândalo de corrupção e por suspeitas de lavagem de dinheiro.
O diretor-geral da maior entidade financeira do Vaticano, o Instituto para as Obras Religiosas (IOR), Paolo Cipriane, e seu vice-diretor, Massimo Tulli, apresentaram na noite de segunda-feira sua renúncia três dias após a detenção por fraude e corrupção do Administrador de Patrimônio da Santa Sé, monsenhor Nunzio Scarano, mais conhecido como "monsenhor 500", por carregar sempre notas com esse valor elevado em euros.
As funções dos dois responsáveis pelo banco da Santa Sé serão assumidas de forma interina pelo presidente do IOR, o alemão Ernst von Freyberg, nomeado em fevereiro por Bento XVI poucos dias antes de sua renúncia, informou o Vaticano em um comunicado.
A renúncia dos dois líderes do IOR ficou inevitável depois que foram publicadas pela imprensa interceptações telefônicas com Scarano, que estava organizando a entrada ilegal na Itália de 20 milhões de euros depositados em um banco suíço procedentes de uma fraude fiscal, segundo as acusações da procuradoria italiana.
Desde 2010, a Guarda de Finanças, a polícia tributária, e a procuradoria de Roma investigam o IOR por estar envolvido em operações obscuras de lavagem de dinheiro e corrupção.
Seis investigações judiciais foram abertas nos últimos anos pela justiça italiana contra o banco do Vaticano por irregularidades e transações suspeitas, segundo o relatório anual da Autoridade de Informação Financeira, divulgado em maio.
Para o jornal Il Corriere della Sera, os dois líderes do banco vaticano não apenas aprovavam as operações ilegais programadas por Scarano, mas também autorizaram outras operações ilícitas, através de contas correntes de simples religiosos utilizadas por laicos com conexões com organizações criminosas ou mafiosas.
Para o vaticanista do jornal econômico italiano Il Sole 24 Ore, uma nova fase tem início no Vaticano.
"O clima mudou" com a eleição de Francisco, determinado a reformar a entidade, escreveu Carlo Marroni.
O Papa jesuíta, que há menos de uma semana designou com um documento escrito por sua própria mão uma comissão especial de cinco membros para indagar sobre as atividades econômicas e a situação jurídica do IOR, passou dos gestos aos fatos.
Ninguém duvida de que a saída dos dois chefes do banco que trabalhavam há tantos anos para o IOR acelera o processo de transformação do banco do Papa, fundado em 1942 por Pio XII, com ativos no valor de 7,1 bilhões de euros.
O banco do Vaticano administra milhares de contas de padres e freiras em todo o mundo, de simples irmãs filipinas que vão estudar em Roma, passando por bispos e cardeais, até poderosas congregações religiosas espalhadas por todos os cantos do planeta.
"Não acredito que o Papa vá fechar o IOR, porque o Vaticano precisa de um banco. Ele vai reformá-lo para evitar que se infiltrem pessoas que não têm nada a ver com a Igreja", disse em uma conversa com a AFP Marco Politi, veterano vaticanista do jornal Il Fatto Quotidiano.
Freyberg, que nestes meses liderou uma ofensiva midiática para mostrar os resultados na luta contra a lavagem de dinheiro, nomeou dois técnicos bancários italianos, Rolando Marranci e Antonio Montaresi, para que o ajudem a dirigir provisoriamente o banco.
Paralelamente, o Papa nomeou no dia 16 de junho um de seus homens de confiança, Mario Salvatore Ricca, como "prelado" da entidade e lembrou aos católicos que "São Pedro não tinha uma conta no banco", ao defender uma Igreja pobre para os pobres.

ESTADÃO, de 21 de Setembro de 2013
O papa Francisco anunciou neste sábado mudanças na Cúria Romana, após seis meses estudando o trabalho e a burocracia do Vaticano. Umas das principais alterações foi a transferência do cardeal italiano Mauro Piacenza, ultraconservador que até então era o Prefeito da Congregação para o Clero. Ele é conhecido por sua postura tradicional no que se refere à liturgia e à questão do celibato sacerdotal.
Piacenza estava no cargo desde 2010, quando foi nomeado pelo então papa Bento XVI. Ele será rebaixado a um posto de menor comando, e no seu lugar entrará outro italiano, Beniamino Stella. Um de seus principais desafios será reverter a escassez de padres, principalmente nos países desenvolvidos.
Em outra decisão muito acompanhada, o papa anunciou a substituição do arcebispo croata Nikola Eterovic, que estava a cargo do Sínodo dos Bispos. Ele foi transferido ao corpo diplomático do Vaticano. Seu lugar será ocupado pelo arcebispo italiano Lorenzo Baldisseri, que era secretário da Congregação dos Bispos.
O Vaticano também confirmou que o papa Francisco vai conduzir uma assembleia de cardeais no dia 30 de setembro para anunciar a tão esperada data da cerimônia que reconhecerá como santos os papas João XXIII e João Paulo II. Fonte: Associated Press.

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:








quinta-feira, 12 de setembro de 2013

EXPERIÊNCIAS FORA DO CORPO FORAM DEMONSTRADAS EM LABORATÓRIO


Fonte da imagem: http://gnoses.net/
Fábio José Lourenço Bezerra
      Na pergunta Nº 413 de “O Livro dos Espíritos”, temos: Do princípio da emancipação da alma parece decorrer que temos duas existências simultâneas: a do corpo, que nos permite a vida de relação ostensiva; e a da alma, que nos proporciona a vida de relação oculta. É assim?
      Resposta: “No estado de emancipação, prima a vida da alma. Contudo, não há, verdadeiramente, duas existências. São antes duas fases de uma só existência, porquanto o homem não vive duplamente.”
        Na pergunta Nº 414: Podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono?
       Resposta:“Certo e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podes ter, sem que o suspeites, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.”

        Na pergunta Nº 415: Que utilidade podem elas ter, se as esquecemos?
       Resposta:“De ordinário, ao despertardes, guardais a intuição desse fato, do qual se originam certas idéias que vos vêm espontaneamente, sem que possais explicar como vos acudiram. São idéias que adquiristes nessas confabulações.”

       E na pergunta Nº 416: Pode o homem, pela sua vontade, provocar as visitas espíritas? Pode, por exemplo, dizer, quando está para dormir: Quero esta noite encontrar-me em Espírito com Fulano, quero falar-lhe para dizer isto?
       Resposta: “O que se dá é o seguinte: Adormecendo o homem, seu Espírito desperta e, muitas vezes, nada disposto se mostra a fazer o que o homem resolvera, porque a vida deste pouco interessa ao seu Espírito, uma vez desprendido da matéria. Isto com relação a homens já bastante elevados espiritualmente. Os outros passam de modo muito diverso a fase espiritual de sua existência terrena. Entregam-se às paixões que os escravizaram, ou se mantêm inativos. Pode, pois, suceder, tais sejam os motivos que a isso o induzem, que o Espírito vá visitar aqueles com quem deseja encontrar-se.
Mas, não constitui razão, para que semelhante coisa se verifique, o simples fato de ele o querer quando desperto.”

        Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo, por aparecer em dois lugares, distantes um do outro, ao mesmo tempo, o que foi considerado milagre.
        Santo Antônio de Pádua pregava na Itália, e, de repente, ao mesmo tempo, apareceu em Lisboa, para salvar o pai da pena de morte, pois o mesmo foi condenado injustamente. Santo Antônio, então, demonstrou sua inocência. Este fato foi testemunhado por várias pessoas na época.
         Em “O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec pede aos Espíritos explicação para os dois casos acima citados. Os Espíritos responderam que, quando atingem um elevado nível de evolução espiritual, de completa desmaterialização, o Espírito encarnado pode, quando lhe vem o sono, pedir a Deus para transportar-se a um determinado lugar. O corpo espiritual, então, desloca-se até este lugar, deixando no corpo parte do seu Perispírito. Pode, inclusive, materializar-se no local até onde foi transportado.
      Contudo, normalmente esquece do que viu quando parcialmente liberto do corpo, preservando apenas uma intuição do que aprendeu durante esse estado. Mas, também pode ocorrer esse afastamento em circunstâncias especiais, quando o organismo está enfraquecido ou praticamente morto (como no caso das Experiências de Quase-Morte), quando o organismo é predisposto, ou até mesmo através de treinamento. Nestes casos, pode vir a lembrar-se, quando desperto, do que percebeu enquanto estava como “fantasma de pessoa viva”. Esse fenômeno é chamado de Desdobramento Espiritual ou Bilocação (Ver o texto “As Experiências de Quase-Morte”, neste blog).


       O desdobramento espiritual foi amplamente demonstrado em experimentos de laboratório, tendo, inclusive, sido pesquisado para fins de espionagem pelos governos Soviético e Norte-Americano, durante a guerra fria, com resultados positivos.
     Transcrevemos o trecho de um artigo do site do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP), que trata de experiências controladas de visão remota, isto é, quando alguém tem percepções de localidades distantes, impossíveis de serem obtidas através do seu corpo físico, em laboratório.
O termo visão remota foi cunhado por Ingo Swann e Janet Mitchell na Associação Americana de Pesquisas Psíquicas - ASPR no início dos anos 70.
Na visão remota o receptor descreve ou dá detalhes sobre um alvo que está inacessível aos sentidos normais devido a distância, tempo ou blindagem. Os tipos de alvo normalmente diferem dos usualmente usados, pois incluem localizações geográficas, objetos escondidos, ou mesmo sites arqueológicos ou objetos diversos. A despeito do termo “visão” também envolve impressões mentais pertinentes aos outros sentidos, como sons, gostos, cheiros e texturas, bem como efeitos telepáticos e clarividentes.
Em um experimento de visão remota, não é necessário entrar em um estado alterado de consciência e também pode não ser requerido um emissor. São diversas as formas de execução. Por exemplo: pode-se criar uma centena de fotografias, sendo 7 delas escolhidas aleatoriamente e então colocadas em uma localização remota. O(s) participante(s) tenta(m) então desenhar ou descrever o alvo. As respostas são enviados para juizes independentes para que verifiquem o grau de proximidade entre as mesmas.
Os primeiros experimentos de visão remota são atribuídos a Hal Puthoff and Russell Targ a partir de 1972 até 1986, inicialmente com Ingo Swan, no SRI (Stanford Research Institute hoje SRI International). A pessoa testada ficava residente no laboratório, acompanhada por um pesquisador, enquanto externamente, outro pesquisador, a partir de uma série de lugares, selecionava um deles que passava então a ser o alvo. Depois da escolha, o pesquisador passava 15 minutos examinando cuidadosamente esse local, após o qual a pessoa no laboratório passava a tentar descobrir, através de notas e desenhos, onde o pesquisador estava. Em seguida, fotografias do elenco de alvos eram mostradas a pessoa, das quais selecionava uma. Posteriormente a pessoa visitava o local escolhido. O resultado do teste e dos desenhos eram enviados a juizes, que visitavam todos os lugares da série de alvos e então atribuíam uma nota a partir da qual a localização se aproximaria mais ou menos das descrições da pessoa testada. O experimento era bem sucedido quando os juizes, a partir das descrições da pessoa testada, podiam indicar o alvo correto.
A primeira publicação foi feita em 1976, pelos pesquisadores anteriormente citados, no IEEE (Institute of Electrocnics and Electrical Engineers) sob o título “A Perceptual Channel for Information Transfer over Kilometer Distances” que pode ser traduzido como: Um canal perceptual para transferência de informação a quilômetros de distância.
O PEAR (Princeton Engineering Anomalies Research) efetuou entre 1983 e 1989 (Hansen & Utts & Markwick, 1992: 97-113) extensas pesquisas de visão remota – 411 experimentos dos quais 336 foram considerados formais, através dos pesquisadores Dunne, Jahn, e Nelson, além de, de Dobyns e  Intner.
Nos testes realizados pelo PEAR o receptor (sujeito) tentava descrever a localização geográfica desconhecida onde um emissor (agente) estava, ou estaria, numa determinada hora (também denominados de visão remota precognitiva). As datas e horas da visitação do alvo eram especificadas antecipadamente. O receptor e o emissor se conheciam. No modo “volitivo” (211 testes) o agente era livre para escolher o alvo, no modo “instruído” (125 testes) o alvo era aleatoriamente selecionado de uma série de alvos potenciais. Séries diferentes geralmente usavam diferentes conjuntos de alvos. Durante o teste, o agente passava 15 minutos imerso em uma cena, conscientemente alerta do intento do experimento. O agente, não monitorado, usualmente selecionava um horário conveniente, algumas vezes diversos dias antes ou depois da visitação do alvo específico registrava as percepções através da escrita, desenhos ou ocasionalmente por gravação a fita. A maioria dos testes (277) o primeiro passo da análise era o emissor e o receptor darem uma resposta sim/não a um “descritor” de 30 questões. A resposta a essas perguntas responde a localização do alvo. Os outros 59 testes foram realizados antes que a lista tivesse sido elaborada e foram codificados por juizes independentes (ex post facto). De forma a garantir a qualidade do comparação entre o alvo e a resposta, um escore era calculado para cada teste.
O PEAR desenvolveu 5 diferentes tipos de escores, o método B foi mais utilizado. Neste, eram usados  fatores de pesos (alfas), onde cada alfa era proporcional as localizações alvo as quais o questão do descritor fosse afirmativamente respondida. O numerador do escore foi criado pela adição de 1/alfa(i) se a questão i fosse respondida corretamente como “sim” pelo receptor e 1/(1-alfa(i)) se a questão i fosse respondida corretamente “não” pelo receptor. O denominador foi calculado pela adição desses termos como se todas as 30 questões tivessem sido corretamente respondidas.
Em outras pesquisas efetuadas, como as realizadas por Schlitz e Gruber em 1980, o pesquisador e o pesquisado situavam-se em continentes diferentes, cujo resultado p= 0,00005 foi bastante significativo.
Em novembro de1995, foi divulgado pela CIA um relatório, depois conhecido como relatório Star Gate, sobre 24 anos de investigações ESP conduzida com recursos governamentais americanos, onde se concluiu que efeitos estatisticamente significativos foram demonstrados em laboratório, mas em nenhum caso ESP proveu informação que fosse alguma vez utilizada para nortear as operações  da Inteligência. Alguns pesquisadores, como Edwin May (1996: 3-23) que sucedeu Targ na direção do SRI em 1985, criticaram veementemente esse relatório.
De uma forma geral, nos testes de visão remota, o receptor pode ser solicitado a descrever uma localidade do outro lado do mundo, a qual nunca tenha visitado, ou a descrever um evento acontecido há bastante tempo, ou a descrever um objeto selado em um recipiente em uma sala trancada, ou descrever uma pessoa em atividade, tudo sem nada ser dito sobre o alvo, seja o nome ou a designação.
Há diversos outros tipos de testes, tais como: os denominados de visão remota coordenada (coordinate remote viewing,originalmente usada no SRI) nos quais usando números aleatórios e coordenadas geográficas, o sujeito (tais como, Ingo Swan) identificaria as localizações geográficas remotas, ou visão remota extendida (extended remote viewing – ERV, híbrido de relaxação e meditação)) nos quais se tentaria informação sobre alvos escondidos usando estado alterado de consciência; ou ainda visão remota associada (associative remote viewing - ARV) utilizada para predizer uma situação com múltiplas possibilidades (2 ou 3 respostas), podendo ser usado na previsão do mercado de ações.
Em outras variedades, os receptores seguem determinados formatos específicos, concebidos para aumentar a performance do receptor de várias maneiras, tais como, lidar melhor com o “ruído” (pensamentos perdidos, imaginações, análises, etc., que degradem o “sinal” psíquico”) ou permitam o ingresso de dados a serem melhor lidados. Outros métodos são mais pessoais onde um indivíduo pode, através de tentativa e erro, desenvolver seu própria abordagem personalizada.”


Extraímos o artigo abaixo do site Imagik, que trata dos experimentos de visão remota para fins de espionagem.
A HISTÓRIA SECRETA DOS ESPIÕES PSÍQUICOS DOS ESTADOS UNIDOS.
Não era um segredo mundial o fato de que a União Soviética mantinha um serviço de espionagem psíquica nos tempos da guerra fria. Os russos possuíam psicobiofísicos (como preferiam chamar os parapsicólogos) de um grande gabarito: Naumov, Leonid Vasiliev e outros, apesar do "sistema" então vigente. De vez em quando, corriam notícias acerca de "top secrets" dos Estados Unidos divulgados a partir da União Soviética o que, evidentemente, criava surpresa e mal estar aos americanos.
Um sistema de radar barato "Parece-me que seria um tipo de sistema de radar barato, infernal. E se os russos o possuem e nós não, estamos envolvidos em um sério problema".
Repreentative Charlie Rose -D-NC, House Select Comittee on Intelligence(1979).
Radar barato? Que radar seria este?
Os americanos resolveram convocar dentro das suas Forças Armadas os oficiais que manifestassem talentos e pendores paranormais. Não teriam o dispêndio de fortunas extra, criação de novos cargos e, sendo militares, os convocados já estariam acostumados ao comando das hierarquias e a manterem o sigilo diante dos segredos que lhes fossem confiados.
O livro de Sheila Ostrander e Lynn Shroeder - Descobertas Psíquicas atrás da Cortina de Ferro (Psychic Discoveries behind the Iron Curtain), publicado em 1970 acendeu o temor de que o atraso americano em relação ao emprego da "Energia Psi" como forma de espionagem, colocasse o país desarmado e sem reação diante daquele tipo inusitado de arma secreta.
Ostrander e Shroeder noticiavam quarenta cidades do bloco soviético como possuidoras de "centros de adestramento" e pesquisas psíquicas muito bem administrados por um Prêmio Lenin - Leonid Vasiliev - também diretor de fisiologia da Universidade de Leningrado.
O estímulo
O "Caso Nautilus" foi um dos fortes estímulos que impulsionaram a "corrida psíquica" na União Soviética. A revista francesa "Science et Vie" publicou, em 1960, um artigo sensacional intitulado "O Segredo do Nautilus".
O artigo relatava o fato de que os Estados Unidos haviam empregado a telepatia para se comunicarem, de terra, com o submarino Nautilus, o primeiro submarino nuclear americano, submerso sob a capa de gelo do Ártico.
D acordo com o relato, o presidente Eisenhower dedicara um carinho especial a este projeto que demonstrou índices de sucesso superiores a todos os que envolviam, até então, o uso da telepatia.
No projeto figuravam a Marinha, a Força Aérea, a Westinghouse, General Electric, laboratórios Bell e a Rand Corporation.
O item de relevo era o de que um submarino quando imerso em águas muito profundas não conseguia receber ou transmitir informações, devido ao forte bloqueio feito pelas águas do mar nas freqüências do rádio. Para se comunicar, o submarino teria que emergir e subir a sua antena se expondo ao ataque inimigo, a telepatia aparecia como solução ideal para estes problemas devido a ausência de quaisquer obstáculos à sua ação. Se a telepatia podia ser usada com tal sucesso, todos os outros meios de comunicação, tecnológicos ou não, estariam, desde já, obsoletos.
O autor do artigo, Gerard Messadiè, citou como FONTE o cientista, jornalista, escritor e herói da resistência francesa na 2ª Guerra Mundial, Jacques Bergier, co-autor do "best seller" - O Despertar dos Mágicos - Bergier desculpou-se e tirou o corpo fora da estória.
Os americanos negaram o fato veementemente, mas a União Soviética acreditou piamente na existência do "affair", julgando que todas as negativas americanas eram devidas ao "SEGREDO", tão comum, em eventos como este.
Estimulados, os russos mergulharam profundamente nos trabalhos referentes à espionagem psíquica. Eduard Naumov pode reportar que os russos haviam obtido um sucesso extremo em experiências semelhantes a do Nautilus e que já haviam desenvolvido um método de espionar telepaticamente as comunicações psíquicas de outros povos.
O livro de Ostrander e Schroeder apareceu nesta época. Estes fatos dispararam os mecanismos de ATENÇÃO dos Estados Unidos. A CIA e o Pentágono, que jamais haviam dado a menor importância às pesquisas efetuadas no território americano (anos 50 e 60), resolveram observar e executar trabalhos e pesquisas mais concretas nesta área. Partiram para a seleção dos "talentos psíquicos", procurando-os dentro das suas Forças Armadas.
"Nunca apreciei os debates mantidos com os céticos, porque se você não acredita que a "visão remota" (remote view) é real, você não fez a sua "Lição de Casa". Não sabemos explicá-la, mas  não estamos interessados nisto e sim em determinarmos onde há um uso prático para ela".
Major General Edmund R. Thompson.
Army Assitant Chief of Staff for Intelligence (1977/81).

Quando foi finalmente selecionado um "dream team" de atletas PSI, este time estabeleceu-se em Fort Mead com a denominação inicial de - Gondola Wish - um projeto apresentado por Skip Atwater, já entrosado no assunto da espionagem psíquica e com um curriculum realizado no SRI (Stanford Research Institute) de "efeitos" paranormais: a habilidade de "sair fora do corpo" (out of body experience - obe) adquirido na sua adolescência.
A tarefa de selecionar "dream team" de operadores psíquicos lhe foi imposta, tendo como companheiro de trabalho o Major Watt.
O grupo, inicialmente, foi composto por: Mel Riley, Steve Hauson, Nancy Stern, Bud Duncan, Fernand Gauvin, Steve Holloway, Ken Bell, Joe MacMoneagle e outros (alguns desses nomes são pseudônimos).
Joe MacMoneagle, posteriormente, foi eleito o mais-que-perfeito dentre todos eles e Mel Riley foi um outro destaque. Mais tarde, Pat Prince agigantou-se no cômputo geral de excelência do "dream team", como os chamou Jim Schnabel, biógrafo dos acontecimentos.


Remote viewing (visão remota)
O que é "visão remota"?
Esta designação foi cunhada por Joe MacMoneagle como um tipo de sinônimo para clarividência (clairvoyance). A visão remota ultrapassa as bases da clarividência e algumas das suas características. Tecnicamente, o clarividente possui a habilidade de perceber coisas à distância, mas, NO TEMPO DITO REAL.
A visão remota ultrapassa a 4ª dimensão: O TEMPO.
MacMoneagle e alguns dos seus companheiros conheceram tempos remotos e tempos futuros, visitaram e argüíram pessoas, mentalmente, no momento já ultrapassado de suas experiências e delas conseguiram extrair segredos capitais.
Em alguns casos, os "remote viewers" tiveram o poder de influenciar mentes e inspirar acontecimentos futuros nas vidas das pessoas que pesquisavam. Ken Bell, um dos sensitivos, calcou na mente de um membro da KGB, a idéia de que deveria voltar para a União Soviética, pelos seus filhos, Sergei e Svetlana, que se ressentiam da sua ausência e das promessas que o pai lhes fizera. Segundo Jim Schnabel, esta foi uma das mais bizarras das investigações psíquicas levadas a efeito. Quando Bell percebeu que a resistência mental do russo havia arriado, conseguiu retirar as respostas de que necessitava, com urgência, no seu trabalho de espionagem.


The Monroe Institute
Fundado pelo engenheiro Robert Monroe, ele próprio um paranormal cuja especialidade era a "saída fora do corpo" / OBE. Bob Monroe escreveu três livros sobre o tema sendo que o primeiro deles em co-autoria com o Dr. Charles Tart, quem o pesquisou.
Monroe dedicou uma grande parte da sua vida à pesquisa dos Estados de Consciência Alterados, razão do seu instituto.
O marco número 1 do seu programa de cursos e treinamentos - o Gateway Voyage - foi freqüentado por diversas turmas de oficiais graduados e de militares pertencentes às Forças Armadas Americanas.
Joe MacMoneagle acabou por casar-se com a enteada de Bob Monroe, Nancy, quem dirigiu por anos a fio o The Monroe Institute. Hoje, o casal mantém o seu próprio centro de estudos.
O vidente 518 (número código de Moneagle) foi apelidado de "Joe of Arc", devido à semelhança dos eventos paranormais na sua vida, com os ocorridos na vida de Joana D'Arc - a donzela de Orleans.


AOL
Esta técnica separa o "sinal-psi" do revestimento turbulento representado pela racionalidade analítica do próprio "sujet" (sujeito - o paranormal) e que surge nas seguintes ocasiões: bem no início da "sessão" o vidente declara - "é igual a ..." ou "me parece ser..." ou "lembra-me..." ou quaisquer outras qualificações, especialmente "igual a..."
Nestes casos, o AOL está se manifestando e estragando a informação subliminar recebida sempre nos primeiros instantes. O sensitivo irá se ater às suas racionalizações, deixando de lado as informações genuínas.
Se o AOL ocorrer no final de uma "sessão" bem sucedida, então, tornar-se-á em um elemento valioso para os dados subliminares já recebidos. Exemplo: se a tarefa dada foi - a pirâmide do Egito - e após falar a intuição do sensitivo ele oferecer descrições como "é como uma tenda" ou "lembra-me o rio Nilo" o AOL é válido e irá complementar os dados intuitivos, desenvolvendo a análise racional do próprio sensitivo sobre a tarefa imposta para que nela trabalhasse através de coordenadas, isto é, sem saber de início, qual seria o alvo desejado pelo seu testador.
 
Fatos bizarros
Don Curtis, físico do grupo de Livermore, descansava em sua casa com a esposa.
Curtis estava envolvido com os testes de Uri Geller.
De repente, um braço holográfico, com a mão substituída por um gancho, pairou diante dos dois, balançou-se no ar e desapareceu.
Em outra residência, a família de um dos cientistas já presenciara um holograma de um disco voador.
Curtis relatou o fato a Kennett, pertencente à CIA, e os dois chamaram, imediatamente, Harold Puthoff e Russel Targ. Puthoff já patenteara a sua descoberta de um laser infravermelho e trabalhava no SRI, para o governo, na área dos lasers.
Ele e Russel Targ estavam trabalhando com Uri Geller e foram interrogados se haviam usado lasers para comporem aquelas fantasmagorias. Os dois negaram veementemente a fraude.
Então, foram chamados para colaborarem na investigação de uma possível fraude.
Targ, Puthoff e Kennet encontraram-se em Washington, Kennet acabava de relatar-lhes a "aparição" do braço na casa de Curtis, quando uma mão pesada bateu na porta do quarto do hotel onde ele se hospedava. Apavorados, Targ escondeu-se atrás das cortinas e Puthoff voou para o banheiro, Kennet não teve opção: foi abrir a porta.
Na soleira, um personagem vestido à moda da Idade Média.
A inusitada e nebulosa figura caminhou vagarosa e pesadamente até chegar aos pés das camas do aposento, deu meia volta e falou com voz estranha e pomposa
- Eu ... devo... estar... no... quarto... errado!
E saiu de cena caminhando devagar e dando a chance de ser reconhecida a sua identidade: faltava-lhe um braço, umas das mangas do seu traje pendia vazia.
De outra feita, no laboratório onde Geller estava sendo testado, apareceu uma voz metálica durante a gravação feita pelos pesquisadores, PROIBINDO que eles testassem Uri Geller.
Um outro pesquisador, testando uma das médiuns do programa, de repente, viu no teto da sala o rosto do seu próprio pai falecido há algum tempo.
O próprio Kennet, da CIA, passou por maus pedaços, quando "pescou" de um dos livros de Robert Monroe, a técnica para "sair fora do corpo".
Kennett não soube fazer bem a sua lição de casa. Conseguiu o seu intento mas deparou com um grupo de monstrengos e um horrível duende (goblin) na outra dimensão do seu quarto.
Apavorado, encontrou dificuldades extremas em refugiar-se dentro da fortaleza representada pelo seu próprio corpo físico estirado na cama.
Bob Monroe sempre forneceu um ALERTA ignorado pelo temerário representante da CIA. Monstros e outras deformidades encontradas "lá fora", podem significar as NOSSAS PRÓPRIAS DEFORMIDADES INTERNAS: de caráter ou de personalidade. É a nossa parte sombria, que precisa ser trabalhada.”
Faço um parêntesis aqui para comentar os três últimos parágrafos acima. Provavelmente, Kennett, em sua experiência fora do corpo, deparou-se com Espíritos do plano espiritual inferior. De fato, conforme nossas deformidades internas, poderemos sintonizar nosso Espírito com planos espirituais e Espíritos que correspondam com essas nossas imperfeições.
Com o passar do tempo o programa dos "remote viewers" foi encerrado devido a várias controvérsias nos altos comandos da iniciativa, somente o senador Byrd e Dick D'Amato, fizeram uma pálida reação contra a decisão dos que estavam na Colina do Capitólio, os suportes do programa, para que não encerrassem as pesquisas em Fort Mead: o quartel general dos espiões psíquicos dos Estados Unidos.

"Remote Viewers" - The Secret History of America's Psychic Spies
Autor: Jim Schnabel & Dell Book”

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. Editora FEB - Versão digital por: L.NEILMORIS © 2007

______________.O Livro dos Médiuns. 62. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996.

SCHNABEL, Jim; BOOK, Dell. "Remote Viewers" - The Secret History of America's Psychic Spies.


ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:

http://www.parapsicologia.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=43:experimento-de-visao-remota-entre-o-brasil-ea-argentina-utilizando-varios-sentidos-&catid=12:brasil-pernambuco&Itemid=4

http://www.imagick.org.br/zbolemail/Bol02x07/BE07x4.html


terça-feira, 10 de setembro de 2013

O ESPIRITISMO PODE SER CONSIDERADO UMA CIÊNCIA?



Fábio José Lourenço Bezerra

      Apesar do desconhecimento de grande parte da população mundial, além da desinformação propagada por determinados segmentos de instituições religiosas e cientistas crentes no materialismo, o Espiritismo é, de fato, uma ciência. Extraímos, na sua maior parte, um excelente artigo sobre este tema do site Portal do Espírito, de autoria de Charles Kempf. Grande divulgador do Espiritismo pelo mundo, Kempf é engenheiro, formado na École Nationale Supérieure des Mines de Paris, atuando na área de centrais elétricas. Artigo com tradução de Paulo A. Ferreira e revisão de Lúcia F. Ferreira.

“ INTRODUÇÃO
As palavras espiritualismo e espiritualista têm uma acepção muito geral: qualquer um que acredite ter em si outra coisa além da matéria é espiritualista. Ao contrário, os termos ESPIRITISMO e ESPÍRITA são neologismos, isto é, palavras inventadas por seu codificador, Allan Kardec.
Allan Kardec definiu o Espiritismo como "uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos, e de suas relações com o mundo corporal”.
O Espiritismo é então bem definido como uma ciência. Mas se distingue das disciplinas científicas já estabelecidas e estudadas nas academias pelo objeto de seus estudos: o elemento espiritual.”

“O ESPIRITISMO FACE AOS CONCEITOS CLÁSSICOS E MODERNOS DA CIÊNCIA
A Ciência é geralmente definida como "um conjunto de conhecimentos sobre um determinado objeto, obtido por certos critérios metódicos e sistemáticos, em um sistema construído logicamente”. A física é o exemplo típico.
Não desejamos entrar aqui nos debates filosóficos sobre a validade dos conceitos e dos métodos científicos, o que está longe de ter unanimidade. Com efeito, "este ramo da filosofia tem evoluído bastante nos quatro últimos decênios, nos oferecendo hoje uma concepção da ciência muito mais fiel à sua história”6.
Limitar-nos-emos a apresentar sumariamente certos conceitos e depois examinaremos suas relações com o Espiritismo.

CONCEITOS CLÁSSICOS
Entre o século XVI e meados do século XX, a Ciência estava caracterizada pela adoção do "método racional" ou "método científico". Leonard da Vinci, Pascal, Bacon, Lavoisier, Descartes e Newton sublinharam a regra fundamental da experiência e da observação nas ciências da natureza. Nenhuma hipótese deveria intervir durante a observação, as leis eram deduzidas a posteriori. O método experimental tem sido estendido a diversos setores, desde a biologia à fisiologia. Estes conceitos clássicos predominam ainda em nossos dias no público e subsistem mesmo entre os cientistas.
Allan KARDEC afirma que "o Espiritismo não coloca como princípio absoluto senão o que está demonstrado como uma evidência, ou o que ressalta logicamente da observação”7"Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental.Fatos de uma ordem nova se apresentaram que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; ele as observa, compara, analisa, e, dos efeitos remonta às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz as conseqüências e busca aplicações úteis "8.
Kardec emprega a expressão "ciência positiva", mas isso não significa que o Espiritismo aceite a metodologia e a ideologia positivista de Auguste Comte.
Com efeito, nesta época, a Ciência estava se impondo no centro do conhecimento humano. As leis novas não podiam ser incompatíveis com as leis estabelecidas. Estavam presas nas verdades absolutas, inquebrantáveis, que não se tinha mais necessidade de questionar: segundo o positivismo de Auguste Comte, uma vez o conhecimento tivesse sido estabelecido, apenas teria que progredir. O determinismo de Laplace, o atomismo, o cientificismo estava florescendo, e pretendia-se que a ciência poderia explicar e prever todos os fenômenos naturais. Não havia mais necessidade de se considerar a noção de divindade. Tinha-se mesmo chegado a invocar a idéia de que "a ciência tinha chegado ao seu fim" (Marcelin Berthelot).
Allan Kardec soube evitar este escolho, perguntando humildemente àqueles que pretendiam deter o privilégio da verdade: "Qual é o homem que pode gabar-se de possuir tudo, quando o círculo dos conhecimentos cresce sem cessar, e as idéias se retificam a cada dia?"9
Entrevendo no Espiritismo uma nova ordem de fatos e idéias, Kardec abriu uma nova via. Ele soube comparar, refletir, aplicar o método experimental e estruturar um pensamento progressista sobre a questão espiritual: "O objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual, (...) uma das forças da natureza, que reage incessante e reciprocamente sobre o princípio material."10
Mas os fatos espíritas "têm por agentes inteligências que têm sua independência, seu livre-arbítrio e escapam por isso aos nossos procedimentos de laboratório e aos nossos cálculos, e assim não são mais da alçada da ciência propriamente dita."11
Reconhecendo as qualidades da Ciência como escola de abertura e de humildade, e consciente da falibilidade do conhecimento humano, Kardec afirma todavia que "o Espiritismo e a Ciência se completam um ao outro: a Ciência, sem o Espiritismo, se encontra impotente para explicar certos fenômenos somente pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltaria o apoio e o controle."12

CONCEITOS MODERNOS
No século XX, a Mecânica Relativista e a Física Quântica balançaram as teorias clássicas, que passaram a ser vistas como idealizações que só podem ser aplicadas dentro de certos limites. O espaço e o tempo perderam seu caráter absoluto. Com o advento do Princípio da Incerteza de Heisenberg, os raciocínios clássicos, baseados na exatidão, pouco a pouco cederam terreno aos raciocínios probabilísticos. Esta época marca então um giro na história das ciências. A revisão radical dos conceitos fundamentais recolocou em pauta um bom número de princípios filosóficos ligados à ciência e à metodologia, acarretando as crises do positivismo e do determinismo. "Nenhuma lei teórica pode sair de um conjunto de fatos de maneira lógica e infalível”.
Segundo Paul Langevin, "os físicos têm sido obrigados a refletir de forma mais precisa na maneira como trabalham e na filosofia de sua ciência”. Assim, houve uma reaproximação entre a ciência e a filosofia. Isoladamente, ninguém pode reivindicar a hegemonia no domínio do conhecimento. No livro "A lógica da descoberta científica", de Karl Popper, filósofo britânico, foi introduzido em 1934 o critério da falibilidade: uma lei científica é válida até que os fatos provem onde e como ela é falsa. Ela então não tem mais necessidade de ser inquebrantável para ser científica (o que está conforme ao princípio da humildade).
Em 1962, Thomas Kuhn, professor de Física do MIT (Universidade de Massachusetts), apaixonado pela história e filosofia da Ciência, publicou "A Estrutura das Revoluções Científicas". Ele introduziu o conceito de paradigma (modelo). "Os paradigmas são descobertas científicas universalmente reconhecidas que, por um tempo, fornecem a uma comunidade de pesquisadores problemas típicos e soluções”. A ciência progride por revoluções, onde as certezas científicas e os paradigmas devem ser revistos e numerosos fundamentos perdem sua validade.
As idéias de Imre Lakatos caminham no mesmo sentido. Segundo ele, a ciência se desenvolve segundo um programa científico de pesquisa, que consiste em um núcleo rígido de hipóteses fundamentais, envolvidas por hipóteses auxiliares, ajustando o núcleo central. Esse programa científico evolui, e é dito progressivo se permite explicar novos fatos, e degenerativo no caso contrário. Neste último caso, é preciso elaborar um novo programa de pesquisa.
A ciência moderna tem então evoluído para "um clima de inexatidão racional, compatível com o livre-exame e incompatível com todo princípio que se pretenda absoluto”. 13
Ela reconhece mesmo as hipóteses à priori para preservar as leis em vigor, e a história mostra que isso é produtivo. Foi o caso na hipótese da existência de um corpo celeste influenciando a trajetória de Urano, tendo acelerado a descoberta de Netuno.
Certos cientistas, como Fritjof Capra, são mesmo abertos "ao misticismo, capaz de lhes fornecer a matéria prima para a elaboração de hipóteses experimentais”.14 Professor de Física na Universidade de Berkeley na Califórnia, Capra declarou em 1975, em seu livro "O Tao da Física", que "o método científico de abstração é muito eficaz e possante, mas não devemos lhe pagar o preço. À medida que definimos mais precisamente nossos sistemas conceituais, que traçamos um perfil e elaboramos relações mais e mais rigorosas, cada vez mais eles se desligam do mundo real." Dito de outra forma, os cientistas, para manipular a Natureza das coisas, devem utilizar modelos tão complexos que não são mais acessíveis senão à uma elite, se afastando então do mundo dos sentidos comuns...
Capra afirma que existem outras aproximações possíveis da realidade. Cita o misticismo oriental: com a intuição liberada e isenta do conservadorismo da linguagem e das percepções restritas dos sentidos, o homem oriental percebe a verdadeira natureza das coisas. Segundo Capra, a Física moderna se aproxima desse estado de espírito.
Paul K. Feyerabend, físico ensinando na Universidade de Berkeley na Califórnia e na Universidade de Zurich, colaborador de Thomas Kuhn, sublinha as restrições da metodologia científica, e toma mesmo posição contrária em seu livro "Contra o método". A Ciência não seria senão uma ideologia, pura formalização de conceitos simbólicos aceitos por uma comunidade para propor e abordar uma certa ordem de fatos. Afirma, também, "que é preciso em nossas invenções um novo sistema conceitual, que suspenda os resultados já cuidadosamente estabelecidos das observações, ou que com eles se choquem; um sistema que confunda os princípios teóricos mais plausíveis, e que introduza percepções que podem não fazer parte do mundo percebido já existente”.Dito de outra forma, a multiplicidade das aproximações metodológicas é a melhor maneira de produzir um conhecimento científico; "O único princípio que não inibe o progresso é: tudo é permitido”.Entendamos por isso que os preconceitos e a dificuldade em se colocar algo em questão são um freio ao progresso científico.
Enfim, notemos que essas idéias são próximas daquelas na base das técnicas criativas modernas, chamadas "brain storming" nos países de influência inglesa (remue méninges). Seu princípio de ação está longe de ser elucidado, mas dão resultados e já são largamente utilizados. Os participantes das seções de criatividade recusam a censura, devem fazer abstração dos bloqueios (culturais, perceptivos, etc.), tabus e idéias já recebidas, afim de se colocar em um estado mais favorável possível à inspiração e à produção de idéias. As seções são por vezes organizadas após uma noite de incubação do problema a ser tratado (a noite então traria efetivamente conselhos...).
As concepções modernas sobre a metodologia tendem então à relativizar e à desmistificar o conhecimento científico, considerado como uma aproximação, entre outros utilizados pelo homem para representar e manipular o universo onde ele vive. Certamente, o conhecimento científico é reconhecido e respeitado sob numerosos aspectos, mas sem o espírito de sistema que pretende, de forma absoluta, submeter tudo à estreiteza analítica de uma metodologia.
O objeto dos estudos do Espiritismo sendo diferente daquele das ciências materialistas, não há lugar para os comparar diretamente, salvo nas interfaces ou nos pontos comuns. A coerência de conjunto entre a Doutrina Espírita e as outras ciências permanece intacta, mesmo após este período de revolução científica, tanto pelo conteúdo dos princípios quanto pela metodologia.
Certas revelações dos Espíritos, anteriores a 1857, parecem mesmo estar ainda mais adiante. Por exemplo, à questão n°22 do Livro dos Espíritos:
"Define-se geralmente a matéria como: o que se ouve, o que pode causar impressão sobre nossos sentidos e o que é impenetrável; essas definições são exatas?
Os espíritos respondem:
«No seu ponto de vista, isso é exato porque vocês falam apenas daquilo que conhecem, mas a matéria existe em estados que são desconhecidos para vocês; ela pode ser, por exemplo, de tal forma etérea e sutil, que não faça nenhuma impressão sobre os sentidos, entretanto é sempre matéria, embora para vocês assim não seja. »
Da mesma forma, respondendo à questão n°27, os espíritos revelam a existência de um fluido universal, cujas modificações seriam a origem da matéria tangível, de sua massa, das forças de gravitação e das interações, assim como de outras propriedades físicas. Essas revelações não estão em contradição com as leis físicas conhecidas, como a lei da relatividade (a célebre fórmula E=mc2), enunciada 50 anos mais tarde. Elas poderiam simplesmente sugerir que esta lei não se aplica senão à matéria sob a forma que conhecemos, mas não, por exemplo, ao pensamento ou à matéria que reveste os espíritos. Esses últimos afirmam poder percorrer, quase instantaneamente, grandes distâncias e ter uma noção do tempo diferente da nossa.
Por outro lado, os pesquisadores estão sempre em busca da Teoria da Grande Unificação, da massa faltante do Universo, da explicação da gravidade, da estrutura íntima da matéria, da significação intrínseca das constantes como a da gravitação (G), a constante de ação de Plank (h), a velocidade da luz no vácuo (c), a temperatura do zero absoluto, etc. É pena que explorem muito pouco o filão das idéias reveladas pelos espíritos e conhecidas por outras religiões orientais.
No que concerne à metodologia, Kardec tinha sublinhado, desde 1857, a necessidade de desmistificar o saber totalitário das corporações científicas afirmando que, para muita gente, a oposição do corpo de sábios é, se não uma prova, pelo menos uma forte pretensão contrariada. Não somos daqueles que criam um reboliço contra os sábios, porque não queremos que digam de nós que damos coices: ao contrário, os temos em grande estima, e ficaremos fortemente honrados em contá-los entre nós; mas sua opinião não poderia ser, em todas as circunstâncias, um julgamento irrevogável. (...)
Para coisas de notoriedade, a opinião dos sábios fazem fé, com justiça, porque que eles sabem mais e melhor do que o vulgo; mas tratando-se de princípios novos, de coisas desconhecidas, sua maneira de ver é sempre apenas hipotética, porque eles não estão, mais que os outros, isentos de preconceitos."15
Por outro lado, sublinhando o caráter progressista do pensamento espírita, Kardec se separa do positivismo. Ele entreviu a idéia do critério da falibilidade de Popper, como o princípio das hipóteses auxiliares ajustando o núcleo central estável, segundo as concepções de Lakatos, acrescentando:
"O Espiritismo, caminhando com o progresso, não será jamais ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem que está em erro sobre um ponto, ele se modificará sobre esse ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará."16
Os fatos espíritas existiram em todos os tempos, mas Allan Kardec os codificou com precisão, estabelecendo princípios teóricos, métodos, critérios e valores para as pesquisas e mesmo vários exemplos concretos de problemas resolvidos pela teoria espírita. Uma análise mais detalhada17 permite afirmar que ele nos legou, assim, um verdadeiro paradigma científico, no sentido dado por Kuhn, que não deixa nada a invejar aos outros paradigmas científicos como a termodinâmica, a mecânica relativística, etc.
Da mesma forma, o Espiritismo tem todas as características de um programa científico de pesquisa progressiva, constituindo uma ciência legítima segundo Lakatos. "Seu núcleo de princípios fundamentais está ligado à existência, à preexistência e à sobrevivência do espírito, sua evolução, seu livre arbítrio, à lei de causalidade, etc."18 Os princípios auxiliares concernem à natureza do perispírito, à reencarnação, à condição do espírito após a morte e religam os princípios fundamentais aos fenômenos.
Todavia, o paradigma espírita não sofre de nenhuma acumulação de anomalias, e apresenta uma grande estabilidade. Ele é mesmo um núcleo de princípios fundamentais, que não é degenerativo. Pode-se tentar explicar pelas seguintes razões:
·                     A maior parte dos princípios espíritas é deduzida de uma multiplicidade de fenômenos por uma observação empírica direta. Eles não necessitam de teorias ou de aparelhagens complexas para uma observação indireta, como é o caso da Física que é mais vulnerável. A Doutrina Espírita foi expressa em termos simples, acessíveis à maioria.
·                     Inspirado pela espiritualidade, Kardec possuía um sentido científico e filosófico avançado para sua época, como o demonstram sua obra e a pertinência de certas dissertações explícitas sobre o método científico19, mesmo após quase 140 anos.
·                     O Espiritismo constitui uma revelação cujo caráter está claramente definido por Kardec20:
"Por sua natureza, a revelação espírita tem um duplo caráter: consiste ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. O primeiro, porque seu advento é providencial, e não o resultado da iniciativa ou de um propósito premeditado pelo homem; porque os pontos fundamentais da doutrina são de fato o ensinamento dado pelos Espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens sobre as coisas que ignoram, que não poderiam aprender por si mesmos, e que lhes importa conhecer, hoje que já estão maduros para os compreender. O segundo, porque este ensinamento não é o privilégio de nenhum indivíduo, mas é dado a todos da mesma forma; porque aqueles que o transmitem e os recebem não são absolutamente seres passivos, dispensados do trabalho de observação e de pesquisa; porque não devem abnegar de seu julgamento e de seu livre arbítrio; porque o controle não lhes está interdito mas, ao contrário, recomendado; enfim, porque a doutrina não foi de forma alguma ditada integralmente, nem impõe a crença cega; porque ela é deduzida pelo trabalho do homem, pela observação dos fatos que os Espíritos colocaram sob seus olhos, e pelas instruções que lhes deram. Essas instruções ele estuda, comenta, compara, tirando então, por si mesmo, suas conseqüências e aplicações. Em uma palavra, o que caracteriza a revelação espírita, é que a fonte é divina, a iniciativa pertence aos Espíritos, e sua elaboração vem do trabalho do homem."
Dizendo que os fundamentos de base do Espiritismo são revelados pelos Espíritos, Kardec os coloca além da percepção humana, em um nível de percepção mais extenso que é aquele dos Espíritos liberados do corpo físico. Isto é confirmado pela afirmação seguinte de Feyerabend: "Não podemos descobrir o mundo interior. Falta-nos uma norma crítica externa; um jogo de hipóteses sobressalentes; mas, como estas hipóteses seriam muito gerais e constituiriam, por assim dizer, um universo inteiro de trocas, nos falta um mundo onírico para descobrir as características do mundo real em que acreditamos habitar”.
Todavia, o modelo enunciado pelos Espíritos e codificado por Kardec não provém de um mundo onírico, mas de um mundo bem real. Submetendo-se a conceitos externos, fora do mundo material, os homens podem se informar sobre "coisas que ignoram, que não poderiam aprender por si mesmos, e que importa conhecerem, hoje que estão maduros para os compreender": essas são as coisas espirituais.
Kardec diz igualmente que "até que surja um fato novo que não ressalte de nenhuma ciência conhecida, o sábio, para estudá-lo, deve fazer abstração de sua ciência e reconhecer que é para ele um estudo novo que não pode ser feito com idéias preconcebidas. "21
Não estaria isso de acordo com um dos princípios de base das técnicas de ‘brain storming’, onde se liberam idéias preconcebidas para resolver problemas difíceis?

ASPECTOS DO CONHECIMENTO

CIÊNCIA
O Espiritismo possui então certas características da ciência: ele aplica o método experimental, vai às causas e às leis que regem os fenômenos, encoraja a objetividade, o espírito crítico e o desinteresse.
"Certamente, se dirá que os seres são um pouco especiais e os eventos mais que insólitos. A isto, é fácil responder. O estudo dos desencarnados não pode ser do domínio da biologia ou das ciências naturais. Quanto aos eventos (as relações dos humanos com os Espíritos), eles não são do domínio da história ou da sociologia. E, contudo, esses seres e eventos existem” 22. "E, contudo, se movem?" acrescenta Kardec ao assunto das mesas, parafraseando Galileu. "Os fatos não cessam de existir porque se os ignora" acrescenta Aldous Huxley.
Kardec "antecipou a pós-modernidade científica", tratando os temas espirituais com a mesma razão que se aplica às questões materiais, demonstrando experimentalmente a existência do espírito, sua natureza, sua evolução contínua ao curso das reencarnações sucessivas, etc.
A metapsíquica e as diversas correntes da parapsicologia estudam em parte os mesmos fenômenos que o Espiritismo, e certamente com outro tanto de rigor por seu aspecto tangível. Todavia, essas disciplinas têm apresentado falhas das quais citamos aqui alguns exemplos 23:
·                     elas acumulam os fatos, segundo as antigas concepções clássicas, sem elaborar um corpo teórico diretor;
·                     limitam-se, voluntariamente, à seu aspecto externo e à hipótese materialista, mas as explicações, quando fornecidas, são freqüentemente isoladas, formando um conjunto amorfo. Por vezes, são puramente nominais;
·                     as hipóteses são, por vezes, muito abstratas e ainda mais fantásticas que os fatos que elas procuram explicar24;
·                     não levam sempre em conta todos os fenômenos; freqüentemente, fatos importantes não são reconhecidos, seja pela ausência de teoria diretriz, seja pelas idéias preconcebidas ou pela negação a priori da sobrevivência do ser;
·                     privilegiam por vezes o aspecto quantitativo, pelo viés dos equipamentos, sem se assegurar previamente de sua validade para o aspecto qualitativo;
·                     numerosas obras sobre essas questões demonstram, da parte de seus autores, um certo menosprezo pelo passado, e uma tendência à retomar as pesquisas à partir do zero;
·                     enfim, os fatores de ordem moral ou ética são raramente levados em consideração.
O Espiritismo demonstra que, devido à independência dos espíritos, o meio e a harmonia dos pensamentos têm uma enorme influência sobre a natureza das manifestações inteligentes, e o experimentador deve levar isso em conta.



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