quarta-feira, 18 de julho de 2012

A PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS 4



Fábio José Lourenço Bezerra
                Conforme visto no nosso texto anterior, intitulado A Pluralidade dos Mundos Habitados 3,  neste blog, a existência de planetas localizados nas zonas habitáveis de suas estrelas são calculados em bilhões, só na nossa galáxia. Zona habitável é aquela região em torno da estrela que fica à uma distância na qual os níveis de radiação permitem a existência de água em estado líquido e a temperatura adequada, que permitem o surgimento e a manutenção da vida no planeta, tomando-se por base as formas de vida que conhecemos em nosso mundo.
                Na medida em que o homem sonda o espaço, com instrumentos cada vez mais precisos e sofisticados, ele chega à conclusão de que a vida é abundante no Universo.

           Conforme artigo do site Inovação tecnológica, de título: “Vida pode estar espalhada pelo Universo”, publicado em 18/01/2008, nos diz:

Um grupo de astrônomos dos Estados Unidos acaba de descobrir sinais de moléculas orgânicas altamente complexas no disco de poeira em volta de uma estrela distante.

Formação dos planetas

Como a estrela HR 4796A, de apenas oito milhões de anos, está nos estágios finais da formação de planetas, a descoberta sugere que os blocos básicos da vida podem ser comuns nos sistemas planetários.
Em trabalho publicado no Astrophysical Journal Letters, John Debes e Alycia Weinberger, do Instituto Carnegie, e Glenn Schneider, da Universidade do Arizona, descrevem observações feitas por infravermelho da HR 4796A a partir de um espectrômetro do telescópio espacial Hubble.

Tolinas

Os cientistas verificaram que o espectro de luz visível e infravermelha promovido pela poeira da estrela era muito avermelhado, coloração produzida por grandes moléculas orgânicas chamadas de tolinas. De acordo com o estudo, o espectro não se assemelha com o de outras substâncias vermelhas, como o óxido de ferro.
As tolinas não se formam naturalmente hoje em dia na Terra, porque o oxigênio da atmosfera as destruiria rapidamente, mas estima-se que elas teriam existido há bilhões de anos, nos primórdios do planeta, e que teriam sido precursoras das biomoléculas que formam os organismos terrestres.
Tolinas já foram detectadas no Sistema Solar, em cometas e em Titã, sendo responsáveis pelo tom vermelho da lua de Saturno. O novo estudo é o primeiro a identificar essas grandes moléculas orgânicas fora do Sistema Solar.

Transporte de moléculas orgânicas

A HR 4796A encontra-se a 220 anos-luz da Terra na constelação do Centauro e é visível principalmente a partir do hemisfério Sul terrestre. O disco de poeira em volta da estrela foi formado a partir das colisões de pequenos corpos celestes, semelhantes a cometas ou asteróides do Sistema Solar.
Segundo o estudo agora publicado, esses corpos podem transportar as moléculas orgânicas para qualquer planeta que esteja no sistema da HR 4796A.
"Astrônomos estão começando a olhar para planetas em torno de estrelas diferentes do Sol. A HR 4796A tem massa duas vezes maior e é 20 vezes mais luminosa", disse Debes. "Estudar esse sistema fornece pistas para que possamos entender as diferentes condições por meio das quais os planetas se formaram e, talvez, sob as quais a vida pode evoluir."
                
         Em outro artigo, do mesmo site, é comentada a descoberta de moléculas orgânicas super complexas no espaço. Vejamos o artigo:


Moléculas orgânicas super complexas são encontradas no espaço

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/06/2010

Moléculas como o antraceno são prebióticas, o que significa que, quando elas são submetidas à radiação ultravioleta e combinadas com água e amônia, podem produzir aminoácidos e outros componentes essenciais para o desenvolvimento da vida.
Moléculas orgânicas no espaço

Cientistas conseguiram identificar uma das moléculas orgânicas mais complexas já encontradas no material entre as estrelas, o chamado meio interestelar.
A descoberta do antraceno no espaço profundo pode ajudar a resolver um mistério astrofísico que desafia os cientistas há décadas - como as moléculas orgânicas podem surgir no espaço.
O antraceno é uma molécula formada por três anéis hexagonais de carbono, circundados por átomos de hidrogênio.
A descoberta foi feita por uma equipe de cientistas do Instituto de Astrofísica das Canárias, na Espanha, e da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

Química pré-biótica

"Nós detectamos a presença de moléculas de antraceno em uma nuvem densa na direção da estrela Cernis 52, na constelação de Perseu, a cerca de 700 anos-luz do Sol," conta Susana Iglesias Groth, coordenadora do estudo.
Segundo Susana, o próximo passo é investigar a presença de aminoácidos no meio interestelar.
Moléculas como o antraceno são pré-bióticas, o que significa que, quando elas são submetidas à radiação ultravioleta e combinadas com água e amônia, podem produzir aminoácidos e outros componentes essenciais para o desenvolvimento da vida.
"Dois anos atrás", conta a pesquisadora, "encontramos a prova da existência de uma outra molécula orgânica, o naftaleno, no mesmo lugar. Então tudo indica que nós descobrimos uma região de formação estelar rica em química pré-biótica."

Anti-inflamatório

A nova descoberta sugere que uma boa parte dos componentes-chave na química pré-biótica terrestre podem estar presentes na matéria interestelar.

Até agora, o antraceno havia sido detectado apenas em meteoritos - nunca no meio interestelar.
Formas oxidadas dessa molécula são comuns em sistemas vivos e são bioquimicamente ativas. Na Terra, o antraceno oxidado é um componente básico da planta aloé, com propriedades anti-inflamatórias.

Bandas espectrais

Desde a década de 1980, centenas de bandas encontradas no espectro do meio interestelar - conhecidas como bandas espectrais difusas - têm sido associadas com a matéria interestelar, mas sua origem não havia sido identificada até agora.
A nova descoberta indica que elas podem se originar de formas moleculares baseadas em antraceno ou em naftaleno. Como elas estão largamente distribuídas no espaço interestelar, podem ter desempenhado um papel fundamental na produção de muitas das moléculas orgânicas presentes no momento da formação, por exemplo, do Sistema Solar.

         Na questão Nº 56 de “O Livro dos Espíritos”, temos: “É a mesma a constituição física dos diferentes globos?”
         Resposta: “Não; de modo algum se assemelham.”
         
           Na questão Nº 57, temos: “Não sendo uma só para todos a constituição física dos mundos, seguir-se-á tenham organizações diferentes os seres que o habitam?”
           Resposta: “Sem dúvida, do mesmo modo que no vosso os peixes são feitos para viverem na água e os pássaros no ar.”

         Os Espíritos, assim, nos dizem que a vida existe sob diversas formas, adaptadas aos seus diferentes mundos. Imaginemos, então, a variedade da vida em outros Universos, cuja possibilidade de existência já é admitida por alguns cientistas? (Ver o texto "A Pluralidade dos Mundos Habitados 1", neste blog) A resposta do Espírito Superior, acima, está de acordo com recentes descobertas acerca de formas de vida que podem diferir bastante da que conhecemos em nosso mundo.

Vejamos abaixo outro artigo do site Inovação tecnológica, de título:“Bactéria ‘alienígena’ da NASA foi encontrada em lago na Califórnia”,publicado em 02/12/2010, que transcrevemos em parte, devido à sua extensão:

A NASA acaba de anunciar os resultados de um estudo que pode ter descoberto, na Terra, uma bactéria que, para sobreviver, não depende dos elementos químicos tradicionalmente associados à vida - e isto apontaria para a possibilidade de formas de vida no espaço diferentes da vida que conhecemos na Terra.

Busca por vida extraterrestre

Foram dias de intensas especulações depois que a NASA anunciou, no dia 29 de Novembro, que faria uma conferência hoje "para discutir uma descoberta em astrobiologia que irá impactar a busca por evidências de vida extraterrestre".

Quem leu com atenção e se fixou apenas nos termos usados pela agência espacial não alimentou muitas expectativas - a NASA falava em impactar a busca por vida, e não sobre a localização de vida extraterrestre.

Além disso, nenhum dos cientistas que estarão presentes na conferência que acontecerá daqui a pouco tem ligação com qualquer projeto em andamento que pudesse ter colhido evidências diretas de vida extraterrestre.
A imprensa já havia recebido o material com antecedência, sob a condição de não publicá-lo antes das 19h00 (horário de Brasília). Mas um site holandês quebrou o chamado "embargo" e a revista Science autorizou a publicação antecipada da notícia.
A expectativa pode ter ofuscado um pouco o brilho do achado - mas é um achado importante e, se confirmado por outros experimentos e por outros cientistas, expande o conceito de vida, ao menos nas condições necessárias para mantê-la.

Química da vida

Os livros-texto afirmam que a química da vida é muito específica, requerendo sempre seis elementos químicos: carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. Qualquer alteração além desse grupo muda a reatividade e a estabilidade molecular, e a vida não se sustenta.
O elemento fósforo normalmente está presente na forma de um fosfato inorgânico.
Agora, Felisa Wolfe-Simon e seus colegas descobriram uma bactéria, chamada GFAJ-1, no salgado Lago Mono, na Califórnia, que parece substituir o fosfato por arsênio, ou arsênico, o elemento químico de número atômico 33 e símbolo As.
Ocorre que o arsênio é fortemente tóxico para os seres vivos. Embora quimicamente ele se comporte de forma similar ao fosfato, ele quebra as rotas metabólicas que sustentam a vida.
Não é a primeira vez que cientistas encontram organismos que alteram quimicamente o arsênio. Organismos assim já foram associados a eventos de intoxicação na Ásia, sobretudo em Bangladesh, quando a população começou a usar água de cisternas para tentar evitar o cólera.
Mas os dados coletados neste novo estudo parecem demonstrar que a bactéria GFAJ-1 substitui o fosfato por arsênio de tal forma que ela até mesmo incorpora o arsênio em seu DNA. O microrganismo é uma proteobactéria, da família Halomonadaceae.

No laboratório, os pesquisadores cultivaram a bactéria em discos de Petri nos quais o fosfato foi gradualmente substituído pelo arsênio, até que a bactéria crescesse sem necessidade de fosfato, um composto essencial para várias macromoléculas presentes em todas as células, incluindo os ácidos nucleicos, os lipídios e as proteínas.
Usando radioisótopos como marcadores, a equipe seguiu o caminho do arsênio na bactéria, desde a sua assimilação química até sua incorporação em vários componentes celulares. Segundo suas conclusões, o arsênio substituiu completamente o fosfato nas moléculas da bactéria, inclusive no seu DNA.

E a vida extraterrestre?

E o que tem tudo isso a ver com a busca por sinais de vida extraterrestre?
Ora, se um elemento tóxico como o arsênio pode substituir o fósforo em uma bactéria, isso expande a busca por formas de vida fora da Terra - até agora, encontrar arsênio em um alvo promissor para a existência de vida extraterrestre poderia fazer com que os cientistas descartassem o sítio onde o elemento foi localizado, por exemplo.
E, mais importante, se há uma substituição de fosfato por arsênio, é possível que ocorram outras substituições, abrindo ainda mais o leque de possibilidades.
"A vida como nós a conhecemos exige elementos químicos específicos e exclui outros. Um dos princípios-guia da busca por vida em outros planetas é que nós devemos 'seguir os elementos'," diz Ariel Anbar, membro da equipe de astrobiologia da NASA e coautor do novo estudo. "O trabalho de Felisa nos ensina que devemos pensar melhor sobre quais elementos seguir."
Para Wolfe-Simon, nossa relação com a busca por formas de vida, em vez de se basear na tão falada "diversidade da vida", na verdade assume que toda a vida na Terra é essencialmente idêntica, sempre baseada nas "constantes da biologia, especificamente que a vida exige os seis elementos CHNOPS montados em três componentes: DNA, proteínas e lipídios."
CHNOPS são os símbolos químicos dos elementos carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre.
Uma parte do grupo já havida levantado anteriormente a hipótese de "formas estranhas" de vida aqui mesmo na Terra, que poderiam existir em uma espécie de "biosfera-sombra". Eles publicaram em Janeiro de 2009 um artigo chamado "Será que a natureza também escolheria o arsênio?"

Forma alienígena de vida

Davies está mais entusiasmado, embora destaque que, apesar de tudo, a bactéria ainda é uma forma de vida da Terra.
"Este organismo tem uma capacidade dupla. Ele pode crescer tanto com fósforo quanto com arsênio. Isto o torna peculiar, mais ainda longe de ser alguma forma verdadeiramente 'alienígena' de vida, pertencente a uma outra árvore da vida, com uma origem distinta. Entretanto, a GFAJ-1 pode ser um indicador para organismos ainda mais esquisitos. O cálice sagrado será um micróbio que não contenha fósforo de jeito nenhum," disse o cientista.

Davies prevê que o novo organismo "é seguramente a ponta do icebergue, com potencial para abrir um domínio totalmente novo na microbiologia."

E, certamente, não são apenas os cientistas que se interessam pela descoberta.
"Nossa descoberta é uma lembrança de que a vida como nós a conhecemos pode ser muito mais flexível do que nós geralmente assumimos ou mesmo que podemos imaginar," afirmou Wolfe-Simon.
"Esta história não é sobre arsênio ou sobre o Lago Mono," diz ela. "Se alguma coisa aqui na Terra faz algo tão inesperado, o que poderá fazer a vida que nós ainda não conhecemos? 
Este é o momento de descobrir.
         
       E este outro artigo, intitulado “Cientista imagina forma de vida alienígena”, publicado em 09/07/2012:

Vida nas luas de Saturno

Uma cientista britânica divulgou desenhos de como ela imagina seres alienígenas que poderiam ter-se desenvolvido em um mundo com as características de Titã, uma das luas de Saturno.
Recentemente, a sonda espacial Cassini encontrou sinais de um oceano em Titã, que possui também uma estrutura similar à de um lago africano.
Mas os chamados "ingredientes da vida" foram encontrados em Encélado, outra lua de Saturno.
Há algum tempo os especialistas discutem a existência de vidas exóticas no espaço, diferentes de vida que conhecemos aqui na Terra.

Águas-vivas voadoras

Mas as criaturas imaginadas por Maggie Alderin-Pocock não parecem tão exóticas assim, lembrando nossas bem-conhecidas águas-vivas.
Segundo a pesquisadora, essas águas-vivas alienígenas poderiam flutuar sobre nuvens de gás metano, recolhendo nutrientes químicos por fendas que servem de bocas.
Bolsas com formas de cebolas se moveriam para cima e para baixo para ajudar na movimentação, e feixes de luz seriam usados para a comunicação.
Assim como os seres humanos não sobreviveriam sob as condições da atmosfera de Titã, as águas-vivas alienígenas seriam corroídas na atmosfera de oxigênio terrestre.

Vida de silício

Cientistas brasileiros já defenderam a possibilidade de existência de vida nas luas de Saturno, embora não tenham se arriscado a desenhar suas feições.
"Nossas imaginações são naturalmente limitadas pelo que vemos no nosso entorno, e o senso comum é de que a vida precisa de água e é baseada em carbono. Mas alguns pesquisadores estão desenvolvendo trabalhos muito instigantes, jogando com ideias como formas de vida baseada em silício", observa Alderin-Pocock.
Ela observa que o silício está logo abaixo do carbono na tabela periódica e que os dois elementos têm muitas semelhanças químicas. Além disso, o elemento seria amplamente disponível no universo.
"Talvez possamos imaginar instruções semelhantes para a formação do DNA, mas com silício em vez de carbono. Ou então a vida alienígena poderia não seguir nada parecido com o DNA," diz.

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS CONSULTADOS:





sábado, 14 de julho de 2012

OS ANIMAIS POSSUEM ALMA?



Fábio José Lourenço Bezerra

                Na pergunta 597 de “O Livro dos Espíritos”, temos: “Pois que os animais possuem uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de ação, haverá neles algum princípio independente da matéria?”
            Resposta: “Há, e que sobrevive ao corpo.”
            “—Será esse princípio uma alma semelhante á do homem?”
            Resposta: “É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus.”
            Na pergunta Nº 600, temos: “Sobrevivendo ao corpo em que habitou, a alma do animal vem a achar-se, depois da morte, num estado de erraticidade, como a do homem?”
            Resposta: “Fica numa espécie de erraticidade, pois que que não mais se acha unida a um corpo, mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e obra por sua livre vontade. De idêntica faculdade não dispõe o dos animais. A consciência de si mesmo é o que constitui o principal atributo do espírito. O do animal, depois da morte, é classificado pelos espíritos a quem incumbe essa tarefa e utilizado quase imediatamente. Não lhe é dado tempo de entrar em relação com outras criaturas.”  
Na pergunta Nº 607, temos: “Dissestes que o estado da alma do homem, na sua origem, corresponde ao estado da infância na vida corporal, que sua inteligência apenas desabrocha e se ensaia para a vida. Onde passa o espírito essa primeira fase do seu desenvolvimento?”
 Resposta: “Numa série de existências que precedem o período que chamais Humanidade.”
“– Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação, não?”
Resposta: “Já não dissemos que tudo em a natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. Assim, a fase da infância se segue a da adolescência, vindo depois a da juventude e da madureza. Nessa origem, coisa alguma há de humilhante para o homem. Sentir-se-ão humilhados os grandes gênios por terem sido fetos informes nas entranhas que os geraram? Se alguma coisa há que lhe seja humilhante, é a sua inferioridade perante Deus e sua impotência para lhe sondar a profundeza dos desígnios e para apreciar a sabedoria das leis que regem a harmonia do Universo. Reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é solidário na Natureza. Acreditar que Deus haja feito, seja o que for, sem um fim, e criado seres inteligentes sem futuro, fora blasfemar da sua bondade, que se estende por sobre todas as suas criaturas.”
Muito interessantes as respostas que os Espíritos deram, acima, em uma época (meados do século XIX) em que o pensamento dominante era que os animais não passavam de meros robôs biológicos, guiados pelo instinto.
O Espírito André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, na obra "No Mundo Maior", no Capítulo 3, nos diz:
“Não somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio em milênio. Não há favoritismo no Templo Universal do Eterno, e todas as forças de Criação aperfeiçoam-se no infinito. A crisálida da consciência, que reside no cristal a rolar na corrente do rio, aí se acha em processo liberatório; as árvores que por vezes se aprumam centenas de anos, a suportar os golpes do inverno e acalentadas pelas carícias da primavera, estão conquistando a memória; a fêmea do tigre, lambendo os filhinhos recém-natos, aprende rudimentos do amor; o símio, ginchando, organiza a faculdade da palavra. Em verdade, Deus criou o mundo, mas nós nos conservamos ainda longe da obra completa [...]. Somos criação do Autor Divino, e devemos aperfeiçoar-nos integralmente. O eterno Pai estabeleceu como lei universal que seja a perfeição obra de cooperativismo entre Ele e nós, os seus filhos.”   
Ao estudarmos Biologia, verificamos uma gradação evolutiva nos seres vivos, em graus crescentes de complexidade, sensibilidade e inteligência, dos microrganismos, como bactérias e protozoários, passando pelas plantas e animais, até chegar ao homem.
Qual o sentido da vida? Para o Espiritismo, como vimos nas perguntas de “O Livro dos Espíritos” e nas palavras de André Luiz, acima, a vida orgânica é o suporte no qual o princípio inteligente se individualiza, se estrutura e se desenvolve, através dos diversos seres vivos, dos mais primitivos para os mais evoluídos, até chegar ao homem. Como ser humano,  já se encontra no estágio de Espírito, possuidor de inteligência bastante avançada, com consciência do futuro, capaz de distinguir o bem do mal, e responsável por seus atos. Dessa forma, os demais seres vivos possuem um propósito maior, e sua essência, o princípio inteligente, sobrevive à morte do corpo físico que o abrigava, desenvolvendo-se, cada vez mais, em existências posteriores. É essa a nossa origem como Espíritos. Assim, seres dotados de certo grau de inteligência e sensibilidade, embora em bem menor escala do que nós, como os animais, não serão jogados no nada após passar por uma existência, por muitas vezes, de sofrimento, correspondendo isto à infinita bondade, justiça e sabedoria do Criador.
Abaixo transcrevemos, na íntegra, duas reportagens, em sequência cronológica (a última delas é atualíssima), sobre a inteligência e a consciência dos animais. A primeira é do site do jornal Estadão, de 13/02/2009. A outra é do site da revista Veja, de 07/07/2012. Confiram:

Cientistas dizem que alguns animais planejam o futuro

Nos últimos 20 anos, houve uma grande revolução na compreensão da inteligência dos animais

13 de fevereiro de 2009 | 17h 15
Associated Press

Macacos fazem contas de cabeça, pombos são capazes de entender quando uma imagem não faz parte de um conjunto. Seres humanos podem não ser os únicos animais que planejam para o futuro, dizem pesquisadores que apresentaram seus estudos mais recentes sobre a capacidade mental dos animais.   Corvos reconhecem a própria imagem no espelho, diz estudo. Macacos também sabem fazer contas de cabeça. "Eu diria que nós humanos deveríamos manter nossos egos sob controle", disse Edward A. Wasserman, da Universidade de Iowa, na reunião anual da Associação Americana para o progresso da Ciência (AAAS).   Wasserman, um pesquisador de psicologia experimental, disse que, como as pessoas, pombos e babuínos são capazes de identificar quais figuras são similares, como triângulos e pontos, e quais são diferentes. Esta é a definição de conceito, disse ele, "e os animais passaram com louvor".   Ele falou em um simpósio sobre Esperteza Animal, onde pesquisadores discutiram as últimas descobertas sobre as capacidades mentais dos animais.   Nos últimos 20 anos, houve uma grande revolução na compreensão dos animais, acrescentou  Nicola S. Clayton, professora de cognição comparativa da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Animais não só usam ferramentas, como ainda guardam-nas para usar no futuro, acrescentou.   "Planejar para o futuro já foi visto como algo único dos humanos", disse ela. "Agora sabemos que não é verdade".   Por exemplo, disse ela, corvos já foram vistos guardando comida para o dia seguinte e, até mesmo, descobrindo meios de impedir que a reserva fosse roubada.   Falando sobre a inteligência dos corvos, Alex Kacelnik, professor de ecologia comportamental da Universidade de Oxford, destacou "o mestre no uso de ferramentas do mundo das aves", o corvo da Nova Caledônia.   Esses pássaros não só já foram vistos usando ferramentas, como fabricando seus instrumentos, torcendo e dobrando pedaços de fio para retira comida de locais inacessíveis.
Jessica Cantlon, da Universidade Duke, chamou atenção para o fato de que o "senso de número" aparece na evolução compartilhada de muitas espécies de primatas. Por  exemplo, crianças humanas são capazes de, depois de ver o mesmo número de objetos aparecer em diferentes configurações, notar quando o número muda. Macacos fazem o mesmo.   Além disso, universitários e macacos parecem ter o mesmo nível de capacidade de estimar a soma total de dois conjuntos, sem contá-los elemento a elemento. Cientistas agora estudam se macacos são capazes de apreender o conceito de zero.

Animais também têm consciência, dizem neurocientistas

Pesquisadores publicaram manifesto mostrando que, com base na análise de ondas cerebrais, não há como dizer que só seres humanos têm consciência

Marco Túlio Pires
Um grupo de 13 neurocientistas, incluindo o canadense Philip Low, criador do iBrain, dispositivo que vai ajudar o físico Stephen Hawking a se comunicar usando a mente, assinou uma declaração neste sábado em Cambridge, na Inglaterra, afirmando que alguns animais, como pássaros, macacos, elefantes, golfinhos, polvos, cães e gatos, possuem consciência, assim como os seres humanos. É a primeira vez que um grupo de especialistas da área se reúne para emitir um comunicado formal admitindo que os seres humanos não são os únicos a gozarem de consciência, segundo apontou Low, que também é professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology, nos EUA).

O anúncio foi feito durante a Francis Crick Memorial Conference, na Universidade Cambridge, na Inglaterra. Treze especialistas se reuniram para apresentar os últimos resultados científicos em pesquisas que tentam reinterpretar a consciência. Os cientistas pretendem mostrar que ao analisar o sinal cerebral de humanos e outros animais, é possível encontrar semelhanças básicas. "A neurociência está evoluindo rapidamente por causa do avanço tecnológico e por isso precisamos tirar novas conclusões", disse Low. "As evidências mostram que os seres humanos não são os únicos a apresentarem estados mentais, sentimentos, ações intencionais e inteligência", afirmou. "Está na hora de tirarmos novas conclusões usando os novos dados a que a ciência tem acesso."

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da doutrina espírita. 76 ed. Rio de Janeiro: FEB, [1995].
2 XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito André Luiz. No mundo maior. 17 ed. Rio de Janeiro: FEB, [1991].

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS CONSULTADOS:


terça-feira, 10 de julho de 2012

TERIA AMY WHINEHOUSE SE COMUNICADO APÓS A MORTE?


Fábio José Lourenço Bezerra
                Interessante reportagem saiu no site do Diário Catarinense de hoje (10/07/2012), citando a entrevista dada ao jornal The Independent, pelo pai de Amy Whinehouse,  Mitch Winehouse, onde ele declarou ter se comunicado com a filha através de diversos médiuns, e que ela teria dado grandes provas de identidade.
                O contato com os falecidos existe desde os primórdios da humanidade, como se pode verificar através dos estudos antropológicos e etnológicos, só rejeitados pelos crentes no materialismo (Ver o texto O Que São Médiuns? – Parte 2, neste blog). A comunicação com os desencarnados foi rigorosamente estudada em inúmeras experiências realizadas com médiuns no final do século XIX, no início do século XX (Ver o texto "Ilustres Cientistas Confirmaram: A Alma Sobrevive à Morte", neste blog), e também através de várias pesquisas feitas durante todo o século XX e no nosso século (Ver o texto Por Que Ser Espírita?, também neste blog), quando foram obtidas inúmeras demonstrações da existência do Mundo Espiritual, dos Espíritos e da Reencarnação. Infelizmente, estas pesquisas ainda são ignoradas por grande parte da população nacional e mundial.
              Nesse caso específico de Amy Whinehouse, ficamos apenas (pelo menos por enquanto) com a palavra de seu pai. Só o que podemos afirmar é a possibilidade deste tipo de comunicação.
              Abaixo transcrevemos, na íntegra, a reportagem do site do Diário Catarinense:

"Pai de Amy Winehouse diz que usou médiuns para entrar em contato com a filha
Mitch Winehouse, pai de Amy Winehouse, revelou em entrevista ao The Independent que já usou médiuns para entrar em contato com a filha, morta em julho do ano passado. Na entrevista, Mitch disse que tem consciência de que sua declaração será vista de modo cético, mas que não quer que as pessoas pensem que ele é "um tolo iludido". Mesmo assim, ele disse que acredita já ter feito contato com Amy. "Eu visitei médiuns e espiritualistas que me deram grandes provas de que Amy ainda está por aí", afirmou. "Algumas das mensagens que recebemos eram incríveis, coisas que apenas eu saberia, que não estão espalhadas pela internet." O pai da cantora disse que esteve com um dos médiuns mais respeitados dos Estados Unidos - alguém que, segundo ele, ajuda o FBI a encontrar corpos desaparecidos em casos arquivados -, e que a primeira coisa que Amy teria dito através dele foi: "pai, existe vida após a morte."
Na mesma entrevista, Mitch falou sobre a falta de suporte por parte do governo para pessoas enfrentando os mesmos problemas pelos quais Amy passou. "Se você é um viciado, você é largado para morrer", disse. "É pior que um escândalo; é uma desgraça. Nós precisamos fazer as pessoas serem tratadas mais rápido."
O livro de Mitch Winehouse sobre a vida da filha, Amy, My Daughter, foi recentemente lançado nos Estados Unidos; e os lucros da publicação serão revertidos à Amy Winehouse Foundation, uma organização criada pelos pais da cantora para ajudar jovens a lidarem com problemas de saúde e vício em drogas."

ENDEREÇO ELETRÔNICO:

sábado, 7 de julho de 2012

POR QUE ESQUECEMOS NOSSAS VIDAS PASSADAS?



Fábio José Lourenço Bezerra

                Uma vez que já reencarnamos várias vezes, por que, em geral, não lembramos dessas vidas anteriores?
                Na pergunta Nº392 de “O Livro dos Espíritos”, temos: “Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?”
                Resposta: “Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido do seu passado ele é mais senhor de si.”
                Na pergunta Nº393, temos: “Como pode o homem ser responsável por atos e resgatar faltas de que se não lembra? Como pode aproveitar da experiência de vidas de que se esqueceu? Concebe-se que as tribulações da existência lhe servissem de lição, se se recordasse do que tenha podido ocasionar. Desde que, porém, disso não se recorda, cada existência é, para ele, como se fosse a primeira e eis que então está sempre a recomeçar. Como conciliar isto com a justiça de Deus?
                Resposta: “Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida anterior (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa a seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que frequentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados (grifo nosso) . Em a nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles.”
                Comentário de Kardec: “Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos e do que fizemos em anteriores existências; mas temos de tudo isso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa consciência, que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita à resistência àqueles pendores”
As diferenças morais e intelectuais, que verificamos entre as pessoas, resultam dos diferentes graus de evolução que possuem. Se são muito inteligentes e/ou bons, é que desenvolveram essas qualidades ao longo de suas várias existências no mundo material. Mesmo esquecendo os detalhes das vidas anteriores (memória factual) temporariamente durante a vida presente, os Espíritos encarnados conservam a memória intuitiva do que aprenderam em outras existências, e também, através de suas reflexões quando estão no mundo espiritual, acerca dos erros que cometeram, e isso os impele a formar sua personalidade atual, juntamente com tudo o que o ambiente proporciona durante a vida, principalmente na infância.
A tarefa, de nos aconselhar e lembrar, através da inspiração (como vimos acima), dos compromissos assumidos no mundo espiritual, também fica a cargo dos bons Espíritos, especificamente aqueles que se encarregaram de nos tutelar em nosso aprendizado e nos proteger.  São os Espíritos protetores e guias espirituais, popularmente conhecidos como anjos da guarda. Contudo, nem sempre acatamos suas sugestões, envolvidos que ficamos pelo mundo material.
A maior ou menor capacidade de aprender essa ou aquela matéria da escola, as tendências para essa ou aquela profissão, gostos, vícios, fobias (como a claustrofobia, que é o medo de ficar em lugares fechados), que não possuem explicação nesta existência, é devido ao que foi adquirido em vidas anteriores. Isso sem falar que o cérebro possui grande influência nesse processo, atuando como filtro, inibindo ou liberando essas potencialidades, dependendo do desenvolvimento ou não de suas partes constituintes, responsáveis por essa ou aquela função mental (memória, raciocínio, emoções, etc). A deficiência mental e a loucura, por exemplo, existem devido a essa influência. Espíritos de grande desenvolvimento intelectual podem estar aprisionados em um corpo cujo cérebro, pouco desenvolvido, os impede de manifestar sua inteligência (Ver o texto Terapia Mediúnica Mostra-se Eficaz em Pesquisa na USP, neste blog).
Vejamos o que disse Allan Kardec no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no Capítulo V, na parte intitulada ESQUECIMENTO DO PASSADO:
“É em vão que se objeta o esquecimento como um obstáculo no sentido de que se possa aproveitar a experiência das existências anteriores. Se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é porque isso devia ser útil. Com efeito, essa lembrança teria graves inconvenientes; poderia, em certos casos, no humilhar estranhamente, ou exaltar o nosso orgulho, e, por isso mesmo, entravar o nosso livre-arbítrio; em todos os casos, traria uma perturbação inevitável nas relações sociais.
O Espírito renasce, frequentemente, no mesmo meio em que viveu, e se acha em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez. Se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio se revelasse; em todos os casos, seria humilhado diante daqueles que houvesse ofendido.
Deus nos deu, para nosso adiantamento, justamente o que nos é necessário e pode nos bastar: a voz da consciência e nossas tendências instintivas, e nos tira o que poderia nos prejudicar.
Ao nascer, o homem traz o que adquiriu; nasce como se fez; cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi; ele é punido porque fez o mal e suas tendências más atuais são indício do que resta nele a corrigir, sendo nisso que deve concentrar sua atenção, porque do que está completamente corrigido não lhe resta nenhum traço. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência que o adverte do que é bem ou mal, e lhe dá a força para resistir ás más tentações.
De resto, esse esquecimento não ocorre senão durante a vida corporal. Reentrando na vida espiritual, o espírito retoma as lembranças do passado; isso não é, pois, senão uma interrupção momentânea, como a que ocorre na vida terrestre durante o sono, e que não impede de lembrar no dia seguinte o que se fez na véspera e nos dias precedentes.
Não é apenas depois da morte que o Espírito recobra as lembranças do passado; pode-se dizer que não as perde jamais, porque a experiência prova que na encarnação, durante o sono do corpo, quando goza de uma certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; ele sabe por que sofre, e que sofre justamente; a lembrança não se apaga senão durante a vida exterior de relação. Mas, á falta de uma lembrança precisa, que poderia lhe ser penosa e prejudicar suas relações sociais, ele haure novas forças nesses instantes de emancipação da alma, se sabe aproveitá-los.”
            Imaginemos, por exemplo, um pai e seu filho nesta encarnação. Em uma vida passada, um deles matou, traíu, enfim, fez um grave malefício ao outro. Será que nesta encarnação, como pai e filho, eles teriam, através dos laços de parentesco, condições de reconciliação, caso lembrassem de tudo o que aconteceu? muito pouco provável. O esquecimento, neste caso, é muito útil, pois proporciona a oportunidade do rompimento da relação de ódio entre dois irmãos em Deus, a fim de que aquele que errou possa reparar seu erro, dedicando sua vida à sua vítima do passado.
        Imaginemos outra situação. Alguém está em perigo, por exemplo, ferido em um acidente automobilístico, ocorrido em um trecho de estrada deserta. Uma pessoa pára o seu carro e socorre a vítima, acalmando-a enquanto a ambulância chega. Esta pessoa foi quem chamou a ambulância. Em existência passada, a vítima do acidente foi gravemente ferida justamente por este que agora a socorre! algumas pessoas, por ódio, recusariam ajuda, caso lembrassem do caso. E que mérito teria aquele que ajudou, caso lembrasse? esquecendo os fatos da vida anterior, somente pelo sentimento de solidariedade, brotando espontaneamente de seu coração, para com a vítima do acidente, mostra que ele evoluiu, e ao mesmo tempo quita o seu débito para com a vítima.
        Assim, muito útil se mostra o véu que cobre a memória das nossas vidas anteriores. Facilita-nos a evolução, ao evitar as complicações sociais que as lembranças ocasionariam. Também nos garante que nossas ações brotam de nossa consciência, reflexo do que aprendemos em nossas experiências anteriores e no mundo espiritual, sinal de evolução do Espírito. Aprendizado este posto em prática no mundo material, fruto unicamente do nosso mérito, como bem explicou o Espírito Superior e Allan Kardec, nos textos acima.

Continua no texto "Por Que Esquecemos Nossas Vidas Passadas?  Parte 2 - A Infância", neste blog.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da doutrina espírita. 76. ed. Rio de Janeiro: FEB, [1995].
2 _______________. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3.ed. São Paulo: Petit, [1997].