sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A INTENSA ATIVIDADE MENTAL DO ESPÍRITO NO ÚTERO. ELE SABE QUANDO QUEREM ABORTÁ-LO


Fonte da imagem: http://www.betapositivo.com.br/2013/03/afeto-para-o-feto-por-dioclecio-campos-junior/

Fábio José Lourenço Bezerra

          Na pergunta N°344 de “O Livro dos Espíritos”, temos: Em que momento a alma se une ao corpo?
          Resposta: – A união começa na concepção, mas só se completa no instante do nascimento. No momento da concepção, o Espírito designado para habitar determinado corpo se liga a ele por um laço fluídico e vai aumentando essa ligação cada vez mais, até o instante do nascimento da criança. O grito que sai da criança anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores de Deus.
          E na pergunta N° 345, temos: A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento da concepção? Durante esse primeiro período o Espírito poderia renunciar ao corpo designado?
          Resposta: – A união é definitiva no sentido de que nenhum outro Espírito poderá substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como os laços que o unem são muito frágeis, fáceis de se romper, podem ser rompidos pela vontade do Espírito, se este recuar diante da prova que escolheu; nesse caso, a criança não vive.


          O Espírito, durante a sua fase de feto, no útero, possui grande atividade mental. Memória e raciocínio foram demonstrados mesmo com poucas semanas de vida. O que não é de admirar, uma vez que há ali um ser milenar, com vários séculos de experiência, mas limitadas pelo organismo ao qual está ligado.


          O autor Adenáuer Novaes, no seu livro “Reencarnação – Processo Educativo”, nos informa:


Thomas Varney (1985) realizou pesquisas que foram conduzidas tanto na Europa como na América do Norte em casos nos quais, no decorrer da terapia, pacientes com problemas psicológicos eram levados atrás no tempo, à sua infância, e por vezes chegavam de tal maneira atrás, que iam ao período antes do nascimento, durante a gravidez, lembrando-se de fatos ocorridos enquanto estavam na barriga de sua mãe.
A informação obtida por este processo indica-nos que a pessoa que está nascendo pode lembrar-se, mais tarde, de incidentes que ocorreram durante a gravidez, cuja mãe nunca comentou com ninguém e fica surpresa quando lhe é perguntado acerca desses incidentes. Muitos outros tipos de experiências são também relatados e indicam que as lembranças são retidas desde o período da gravidez. Estes fatos são provas evidentes que algo dentro do feto tem a capacidade de entender, compreender e lembrar fatos do meio ambiente externo a si mesmo, sem que nele ainda esteja formado o córtex cerebral. Esse algo que não depende do organismo pode ser chamado de alma ou espírito.
A pesquisa sobre a memória do feto demonstra que algo nele pode lembrar experiências de forma adulta e madura, o que indica que uma alma adulta reside no corpo de um bebê imaturo.
O que vale dizer que o espírito não cresce com o crescimento do corpo, isto é, a alma não é criada junto com o corpo, mas antes dele. O perispírito sim, cresce com o crescimento do corpo. O espírito precede ao corpo. Se fosse criada junto com ele, após o nascimento teríamos uma alma infantil, e não adulta. Ora, se é possível a lembrança de fatos ocorridos nesse período em que, em princípio, o espírito está hibernando, porque não seria possível ter-se acesso às memórias de vidas anteriores? Tais fenômenos de lembranças de fatos ocorridos com o espírito no período em que ele se encontrava no ventre da mãe, reforça a tese da ligação do espírito ao seu corpo no momento da concepção, e não na hora do parto.
Se a memória se formasse no corpo físico, não seria possível retê-la no organismo do feto tendo em vista a não formação completa do cérebro. As lembranças ficam no perispírito, acessíveis por mecanismos desencadeados pelas conexões que se formam através das emoções da mãe.
O fenômeno da lembrança ocorrida no período fetal coloca um novo dado sobre a questão do aborto. Desde o princípio, na organização fetal, já existe um ser em processo de ligação. A vida já está presente desde a concepção. As leis que autorizam o aborto até determinada fase do crescimento fetal, foram elaboradas por pessoas que desconhecem a realidade do espírito. Seria recomendável o aborto quando se constatasse a ausência de espírito no corpo em formação ou quando a continuidade da gravidez pusesse em risco a vida da mãe. A primeira hipótese só seria possível através de investigação mediúnica, o que adia sua possibilidade, dada a complexidade do controle necessário a esse tipo de pesquisa. A perturbação ou o estado de letargia que se acredita existente nesse período da reencarnação, nem sempre ocorre, como demonstram as lembranças posteriores. As conversas que a mãe tem com seu bebê podem, dessa forma, serem correspondidas muito mais do que se imagina. O espírito pode estar participando de todas as atividades externas ao útero. É dessa forma que o espírito, cujos pais intentaram abortá-lo, sabe dessas intenções.
Alguns problemas de relacionamentos podem advir dessa rejeição inconscientemente (ou conscientemente) sabida.
Vale lembrar que esse tipo de fenômeno serve também para comprovar os padrões existentes no que tange a imortalidade da alma. As afirmações de Albertson e Freeman, as quais veremos adiante, também se basearam na investigação desse tipo de fenômeno.”


Abaixo, transcrevemos, em parte, um interessantíssimo artigo do site da Revista Cristã de Espiritismo, sobre regressão de memória à vida intra-uterina e a influência na personalidade do Espírito nessa fase da sua vida.


COMO NOSSA PERSONALIDADE PODE SER CONSTRUíDA A PARTIR DA VIDA INTRA-UTERINA


Por Juliane Prieto Peres e Maria Júlia Prieto Peres

Regressão à vida Intra-Uterina
O assunto aqui tratado é especificamente a regressão à Vida Intra-Uterina (VIU), ou seja, quando um trauma de VIU origina um problema, uma dificuldade, um transtorno futuro, mais, ou quando esse trauma é um evento reforçador de um problema já existente.
A criança, antes do nascimento, é um ser dotado de sentimentos, de lembranças e de consciência, portanto, tudo o que lhe acontece nos nove meses de gestação tem grande importância na formação e na estruturação da personalidade.
O feto pode ver (sensibilidade à luz), ouvir, degustar, entender e aprender num nível primitivo. Ele é capaz de manifestar sentimentos menos elaborados que os adultos, mas bem reais. Ele pode acionar uma ou outra tendência, conforme as mensagens que recebe no útero (que, de alguma forma vão sendo moldadas).
A principal fonte dessas mensagens é a mãe.
O feto capta os pensamentos, sentimentos e sensações da mãe, que interferem no modo significativo em sua forma de ser.
Pesquisadores como os médicos Thomas Verny, Dominik Purpura, David Chamberlain Stanislaw Grof, e outros, descobriram que existe uma ligação intrauterina muito complexa, gradativa e sutil quanto à estrutura racional que se estabelece após o nascimento.
A ligação entre mãe e filho, que se estabelece após o nascimento, é a consequência do que a precedeu.
Existe uma comunicação fisiológica, psicológica e extra-sensorial entre mãe e feto. As perturbações do bebê são provocadas tanto pelas consequências psicológicas, quanto pelas consequências físicas da ansiedade, depressão, aflições, medo, estresse etc. O que traz uma repercussão mais profunda na criança não são as preocupações menores da mãe, mas uma ansiedade crônica ou uma ambivalência perturbadora dos pensamentos e dos sentimentos em relação a maternidade.
Por exemplo, um sentimento negativo, imenso e duradouro de rejeição à criança pode deixar uma cicatriz profunda.
Perdas afetivas, mortes, separações, choques emocionais, grandes catástrofes, acidentes, agressões etc., podem gerar desajustes emocionais no paciente, que variam de acordo com a forma e com a intensidade com que ele registrou aquele fato traumático. Podem ainda esgotar as reservas emocionais da mulher grávida a ponto de torná-la incapaz de se comunicar com o filho que carrega. E ele percebe isso.
No ambiente familiar, o pai também tem influência muito importante sobre o feto. O estresse do pai, por exemplo, tem uma repercussão direta sobre o filho em formação, e também indireta através da mãe.
Uma discussão entre os pais e o desajuste familiar também podem perturbar intensamente o ser que está no útero materno.
Traumas em Vida Intra-Uterina, dependendo das heranças que aquele ser traz, podem gerar diferentes transtornos futuros como: insegurança, dificuldade de relacionamento, transtornos depressivos, transtornos ansiosos (na tentativa de satisfazer o outro para ser amado), personalidade dependente etc.
O feto tem necessidades intelectuais e afetivas mais primitivas que as nossas, mas que realmente existem, como as de querer se sentir amado e desejado.
Esse sentimento tem uma repercussão importante na segurança e auto-confiança. Emoções positivas de alegria e espera contribuem de maneira importante no desenvolvimento afetivo da criança sadia.
Se considerarmos o modelo reencarnatório, que é apenas um dos modelos explicativos da regressão da memória, podemos perceber que essa criança apresenta um passado muitas vezes tumultuado com esta família, trazendo vivências de inimizade. Esse passado pode ser mais ou menos aflorado dependendo dos estímulos por ela vivenciados.
A criança dentro do útero pode manifestar um comportamento de rejeição da mãe em relação a ela.
Ou a criança pode manifestar um sentimento espontâneo de rejeição àquela mãe, àquela família, àquela condição financeira, cultural, social, racial, sentimento este que pode levar a desânimo, tristeza, falta de motivação, revolta, depressão, insegurança, ansiedade, dificuldade de relacionamento em geral ou especificamente entre mãe e filho.
Como acontece essa comunicação?
A criança percebe uma ação ou pensamento da mãe e seu cérebro transforma isso imediatamente em uma emoção e comanda o seu corpo a um conjunto de reações. Se a mãe sente medo, ansiedade, depressão ou estresse, ela desencadeia uma descarga hormonal, que se de forma intensa e contínua, pode trazer nessa criança uma predisposição a esse sentimento.
Se a atenção da mãe está completamente absorvida pela tristeza, por uma perda e se ela se fecha em si mesma, é provável que sua criança sofra profundamente. O feto não dispõe de recursos suficientes para tolerar essa sobrecarga.
Um consumo excessivo de tabaco, álcool e de medicamentos, ingestão excessiva de alimentos ou privação alimentar, insônia ou hipersônia também são formas de comunicação materna, que prejudica fisicamente o feto e, emocionalmente, traduzem de modo indireto a sua ansiedade.
Mesmo sem estar em perigo, no momento em que o feto percebe a aflição materna, ele pode reagir com vigorosos pontapés. O feto reage diante do crescimento da taxa de adrenalina produzida pela mãe e em “solidariedade” à aflição da mãe.
Portanto, a ameaça mais grave ao feto é a reação emocional da mãe a longo prazo e quando suas necessidades físicas ou psicológicas são ignoradas. Ele não exige nada de extraordinário, tudo o que quer é um pouco de amor e de atenção, e quando os obtém, tudo mais, mesmo a formação da ligação com sua mãe, acontece automaticamente.
A formação da ligação entre a mãe e o feto exige tempo, amor e compreensão para que ela exista e funcione de maneira satisfatória. A criança antes do nascimento possui recursos resistentes para fazer durar uma emoção materna. Mas ela não pode se comunicar sozinha. Se a mãe bloqueia a comunicação afetiva, ela fica desamparada.
Segundo a medicina tradicional, a criança, antes de dois anos era incapaz de ter lembranças porque seu sistema nervoso não está completamente mielinizado (mielina é uma substância que envolve a fibra nervosa) e não pode assim transmitir mensagens.
Porém, pesquisadores descobriram que a falta de mielina retarda a condução de impulsos nervosos, mas não os impede de passar.
Também a psiquiatria tradicional afirmava que a criança antes de dois anos era incapaz de pensar. Porém, hoje sabemos que mesmo antes do nascimento, os esquemas de memória estão delineados e que eles seguem modelos reconhecíveis. Nesse estágio, o cérebro da criança e seu sistema nervoso estão suficientemente desenvolvidos para que isto seja possível, e o fato de a lembrança desse período ter uma forma e um contorno identificáveis, que pode ser acionada através da regressão de memória, vem confirmar a hipótese de que antes do nascimento o cérebro já tem um funcionamento semelhante ao adulto.
A formação da memória
No fim da décima segunda semana, o feto está inteiramente formado e nesse período aparecem os primeiros sinais da atividade cerebral. A partir do terceiro trimestre de gestação, o cérebro já tem um funcionamento semelhante ao do adulto. A partir do sexto mês após a concepção, o sistema nervoso central da criança é capaz de receber, tratar e codificar as mensagens; a memória neurológica já está funcionando.
Muitas lembranças escapam à memória voluntária, talvez pelo processo em que intervém o neuropolipeptídio ocitocina, produzida pelas mulheres no momento do parto, e que controlam o ritmo das contrações do útero nessa ocasião e fluem para a circulação da criança. A ocitocina produzida em grande quantidade provoca amnésia em animais de laboratório. Talvez essa possa ser a explicação para as lembranças anteriores desaparecerem durante o nascimento.
A capacidade de recuperar essas memórias de vida intra-uterina, mais tarde, está ligada à produção de hormônio adrenocorticopina ou ACTH, que ajuda a fixar as lembranças. Quando uma mulher grávida ou que está dando a luz se sente tensa, sofre pressão ou medo, libera hormônios do estresse (cortizol), e a substância que regula seu fluxo é o ACTH, como acontece em qualquer pessoa que sinta medo ou ansiedade.
A gestante nessa situação libera muito hormônio que chega à  circulação sanguínea da criança e ajuda a conservar uma imagem mental do sentimento de sua mãe e seus efeitos sobre si.

Elaborando a vivência
No processo de Terapia Regressiva Vivencial Peres, trabalha-se com um tema de cada vez, com uma série de regressões focalizando esse tema, nos diferentes períodos da vida do paciente. Entre uma regressão e outra, trabalha-se aquele conteúdo que aflorou na regressão, com o objetivo de conduzir o paciente e elaborá-lo. Essas sessões de elaboração e integração têm extrema importância para o paciente poder aproveitar da melhor forma possível aquela vivência, e utilizá-la no seu dia-a-dia na solução de seus problemas fazendo a relação entre os pensamentos, sentimentos, sensações e comportamentos vivenciados na regressão suas características atuais. Nessa série de regressões, é importante focalizar alguns períodos de vida, significativos, como idade adulta, adolescência, infância, nascimento, vida intrauterina e supostas vidas passadas; momentos importantes em que a pessoa pode ter criado um padrão de comportamento negativo ou pode ter reforçado um padrão que já existia. Então, a vida intra-uterina sempre será vivenciada em regressão, em cada problema que o paciente trabalhar.
Existe algumas fases importantes no período gestacional, como: momentos e circunstâncias que precedem a concepção; suspeita da gravidez e confirmação da gravidez; período subsequente da gestação e momentos que precedem o nascimento. Vejamos agora alguns exemplos clínicos de regressão à VIU.
Depressão
E.F.G. mulher, 40 anos, solteira, engenheira. Queixa-se de depressão desde a adolescência. Sua mãe havia tido um aborto espontâneo, seis meses antes de engravidar dela. Parto difícil e demorado, quando a mãe sente medo e desespero. O paciente com dificuldade de relacionamento afetivo com os homens porque não aceitava-se como mulher. Dificuldade de relacionamento com a mãe, por sentir-se rejeitada por ela, e rejeitá-la também.
Vivências regressivas: Vivencia sua mãe se contorcendo de dor, assustada. Sente-se como em um turbilhão.
Vai sentindo apertada. Sente que algo está dando errado. Sente-se fraca e com a respiração difícil.
Tudo escuro. Mãe está com medo. A paciente diz que tem a impressão de estar cometendo suicídio. Tem um sentimento de fracasso. Mãe tem medo de engravidar.
Sente vontade de ajudá-la a não ter medo, mas também tem um impulso de não querer nascer como mulher, porque acha que vai sofrer muito. Sente contra essa condição e medo de enfrentar a vida num corpo feminino. Não quer estar ali, sente-se contrariada. A paciente diz perceber que a mãe pressente que ela não quer estar ali e sente medo e insegurança. Diz que acha que transmite esses sentimentos para a mãe. Diz sentir provocar seu próprio abortamento, por não querer nascer, pelo medo de passar por todo sofrimento de novo; tem a sensação de fracasso e de culpa. Sente que aproveita o medo da mãe e provoca sensações desagradáveis no corpo dela, através de movimentos bruscos e desordenados, que fazem com que a mãe aumente o seu medo. Percebe sua mãe sonhando com um parto mal sucedido e sente que esse sonho exerce influência sobre ela.
E, ao mesmo tempo, também sente medo. A mãe vai ficando perturbada, descontrolada emocionalmente, deixa de ter cuidados com o próprio corpo e acaba tendo um aborto espontâneo.
Momento mais traumático: Abortamento.
Decisão: Eu me destruí. Sinto culpa por ter destruído essa chance.
Relação com o tema repressão: Não mereço viver.
Sentimento de culpa e de fracasso. Autopunição através da depressão.
Redecisão: Eu aceito, valorizo e agradeço pela minha vida.
Mais ou menos de um terço dos abortos espontâneos, são clinicamente inexplicáveis; a mãe tem boa saúde e é fisicamente capaz de carregar uma criança em seu útero, mas suas dificuldades são emocionais.
O pesquisador T. Verny concluiu que o temor ou o sentimento de sua responsabilidade e o medo de pôr no mundo uma criança anormal aumentam, organicamente, o risco de aborto espontâneo.
Através da TRVP percebemos que a mãe pode provocar um aborto espontâneo inconscientemente, através da falta de cuidado físico e emoções desequilibradas.
Uma parte da responsabilidade pela gravidez também é do feto, que garante o bom funcionamento endócrino da gravidez e desencadeia uma parte das inúmeras mudanças físicas, pelas quais passa o corpo da mãe, para assegurar seu desenvolvimento e sua alimentação antes do nascimento. Ela produz substâncias, contribuindo ativamente para a sua sobrevivência.
Em outra regressão, essa paciente vivenciou novamente a vida intra-uterina, com a mesma mãe, agora na gestação da vida atual. Entrou em contato com uma sensação de que sempre deve estar em alerta, porque tem a impressão de que vai acontecer alguma coisa ruim. A mãe sente medo de abortar novamente e a paciente, na vivência dentro do útero, sente medo de morrer antes de nascer e medo de se movimentar. Fica imóvel com medo de assustá-la. Sentimento de culpa por estar desencadeando mal-estar em sua mãe. Sensação de angústia como se estivesse perdendo tempo.
Nessa vivência, surgiu um aspecto de depressão, medo, revolta, culpa. Sua depressão estava intimamente relacionada à revolta contra a própria vida, ou contra o próprio corpo feminino, situação financeira, cultura, raça etc., fazendo com que ela entrasse num processo de vitimização, sentimento de injustiça, desânimo, falta de motivação pela vida, tristeza.
Essa paciente apresenta uma doença auto-imune, que pode ser melhor compreendida num processo de autopunição pela sua parcela de responsabilidade pelo aborto. Tinha também pesadelos, nos quais via-se girando num meio a um turbilhão .
Depois de esgotado o tema da depressão, essa mesma paciente trabalhou a dificuldade em aceitar-se como mulher e vivenciou em regressão um outro aspecto da vida intra-uterina: seus pais desejavam um filho do sexo masculino. Não queria decepcioná-los porque sabia que ela não era quem eles gostariam que fosse. Não queria nascer. Desenvolve então um padrão:
vou ser forte como um homem para satisfazê- los, para conquistar o amor deles”. Em algumas regressões anteriores, a paciente vivenciou cenas em que ela própria entendeu como, em vidas passadas, em que era homem, fez sofrer muitas mulheres, tratando-as como um ser inferior.
Insegurança
H.I.J. mulher, 48 anos, divorciada, empresária.
Queixa-se de insegurança, manifestadas por medos, há 17 anos.
Vivências regressivas: Aos dois meses. Mãe está tomando algo ruim para abortá-la, sente desconforto na garganta e no nariz. “É para eu morrer, eu não quero morrer”. Sente a boca amarga. Percebe-se intoxicada fisicamente e pelo sentimento da mãe.
Manifesta raiva da mãe por ela rejeitar a sua gravidez.
Depois sente alívio por não ter morrido.
Diz que identifica pensamentos do tipo: “o mundo é ruim”. Percebe que a mãe esta passando fome porque sente uma fraqueza, uma queda da sua vitalidade.
Aos três meses. Sente que seu pai também quer matá-la. Pai bate na mãe e ela se percebe como se estivesse apanhando também.
Apresenta dor no corpo e fica toda encolhida.
Sente-se rejeitada.
Tem medo de nascer e continua apanhando.
tenho que ser encolhida”, “tenho que ficar quieta”.
Quer dizer para o pai que ela quer viver e dá um chute. Diz sentir-se como se estivesse chorando por dentro, como se estivesse saindo a tristeza de dentro dela, através do seu coração. A mãe sente-se também rejeitada pelo pai.
Aos quatro meses. Chora. “Ninguém me quer”. Encolhe-se toda. Mãe está triste e quer morrer. Ouve a mãe dizer: “O que eu fiz para merecer isso?”. Mãe refere-se às dificuldades financeiras, desprezo de sua família, mas a paciente diz que sente como se referisse a ela. Sentimento de querer dar forças à mãe. Sente que precisa morrer.
Momento mais traumático: Tentativa da mãe em provocar abortamento.
Decisão: “Se nem meus pais me querem, ninguém mais vai me querer. Não sou digna do amor de ninguém”.
Redecisão: “Eu me valorizo e me aproximo das pessoas, com amor”.
A paciente estava fixada no sentimento da vítima, acreditando que ninguém poderia querê-la; ela também afastava-se das pessoas e foi necessário em seu processo psicoterápico trazer a responsabilidade para ela mesma, para se tornar mais ativa, indo em direção às pessoas e melhorando sua auto-estima.
Seu sentimento de rejeição fazia com que nenhum afeto fosse suficiente, e fazia com que a paciente criasse uma defesa de também rejeitar os pais e sentir raiva deles. Ela apresentava um problema sério de relacionamento com os pais e com as pessoas em geral, pela insegurança, timidez e sentimento de incapacidade.
Tinha uma personalidade independente por ter auto-estima comprometida. Após as sessões de regressão e da prática de suas redecisões, seus problemas foram plenamente solucionados.
Uma ligação intra-uterina sólida constitui a melhor proteção da criança contra os perigos do mundo externo. Através desses conhecimentos, mães e pais dispõem de uma oportunidade rica de participar da formação da personalidade de seu filho antes do nascimento, acionando suas tendências mais positivas, registrando nos níveis físico e espiritual, e incentivando nesse novo ser, sentimentos éticos de interesse e compreensão pelo outro de trabalho e doação.
Fica clara a responsabilidade dos pais de estimularem intelectualmente e afetivamente o novo ser, desde o início de sua vida intra-uterina, contribuindo para desenvolver suas melhores tendências, ensinamentos positivos, inibindo e diluindo as suas dificuldades.”

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos: princípios da doutrina espírita.

2 NOVAES, Adenáuer Marcos Ferraz de. Reencarnação: processo educativo. – Salvador: Fundação Lar Harmonia, 12/2003.


ENDEREÇO ELETRÔNICO:


Nenhum comentário:

Postar um comentário