quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

ESPIRITISMO: A FÉ RACIOCINADA

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Fonte da imagem: http://www.espiritismomaringa.com/2016/09/a-revolucao-da-fe-raciocinada.html

Fábio José Lourenço Bezerra

O Espiritismo é uma ciência experimental e uma doutrina filosófica de consequências morais. É religião no sentido de procurar congregar os homens em torno de um pensamento harmônico e fraterno entre si e com o Criador, através da fé raciocinada. para o Espiritismo, louvar a Deus significa admirar as suas obras através do estudo das Leis que estabeleceu para reger sua Criação, seja as do mundo físico, seja as do mundo espiritual, pois Ele se revela por sua obras (Ver o texto "O Espiritismo É Uma Religião?", neste blog).

A fé raciocinada é robusta, porque se baseia na plena compreensão daquilo que se crê. Não é uma crença imposta, nem que apela ao sentimentalismo irrefletido. Atende às aspirações de felicidade futura, inspira a esperança e consola o ser humano ante os desafios da vida, mas com base no raciocínio e no livre-exame daquilo que propõe.

Como ciência, o Espiritismo apóia-se em investigações criteriosas e rigorosas de fenômenos que demonstram a sobrevivência da alma após a morte e o meio onde ela passa a viver, o mundo espiritual. O critério e o rigor são bastante necessários, tendo em vista que o objeto de pesquisa é imperceptível, de um modo geral, aos nossos sentidos e atuais instrumentos de observação. Utiliza-se das percepções de  médiuns para receber informações acerca do mundo espiritual e, portanto, estas informações podem ser comprometidas pelas memórias subconscientes dos médiuns, pela ação de Espíritos mistificadores, e até mesmo por fraude consciente do médium. Mesmo médiuns de grande moralidade podem ser vítimas de Espíritos pseudo-sábios, que podem explorar a ingenuidade e a falta de critério daquele para impôr seus sistemas de pensamento, até mesmo sob uma embalagem bonita, que fale de amor e caridade, para ganhar confiança. Um mínimo resquício de vaidade e/ou carência do médium pode ser explorada pelo Espírito comunicante para envolvê-lo. Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns", após vasta experiência com inúmeros médiuns e comunicações mediúnicas, tece importantes recomendações a esse respeito (Ver "O Cuidado Que Devemos Ter Com as  Mensagens e Obras Mediúnicas" e   "O Cuidado Que Devemos Ter Com as  Mensagens e Obras Mediúnicas - Parte 2", neste blog).

Na atualidade, quando obras mediúnicas são editadas, publicadas apressadamente e em grande quantidade, sem passar por nenhum dos critérios recomendados pelo Espiritismo, nunca se fez tão necessária a recomendação do estudo aprofundado das obras de Allan Kardec, em especial O Livro dos Médiuns. O perigo da falta de critério é o descrédito e a distorção dos princípios espíritas, obtidos com o rigor de pesquisa já mencionado, para os leitores que ainda não conhecem ou são novatos no Espiritismo.

Com o propósito de se certificar da legitimidade das informações obtidas pelos médiuns, Kardec obteve essas informações através de muitos deles, que não se conheciam, estavam em localidades distantes entre si e não estavam sob a mesma influência, isto é, conhecimentos deles próprios que pudessem afetar as mensagens. Também estudou as comunicações obtidas por médiuns em diferentes partes do mundo, por pesquisadores sérios, comparando-as com as que obteve. Analisou as comunicações relativamente ao seu conteúdo, comparando com a idade e o nível de instrução dos médiuns e dos que assistiam às sessões. Verificou a independência da vontade dos Espíritos comunicantes. Muitos outros aspectos importantes foram apurados pelo codificador (Ver "O Método Utilizado Por Allan Kardec Para Codificar o Espiritismo", neste blog).

Por que devemos estudar, sem falta, as obras da codificação para conhecer o Espiritismo? Porque, desde o desencarne de Allan Kardec, nenhum outro pesquisador deu continuidade séria, com o devido critério e rigor, a seus estudos. Houve, é verdade, muitos outros ilustres pesquisadores, tanto na época quanto após Kardec, que procuraram provas da vida após a morte, mas não sobre a natureza do mundo espiritual e suas Leis.

O próprio fato da sobrevivência da alma em si, as informações confiáveis fornecidas pelos Espíritos, a comparação delas com os conhecimentos científicos do ser humano e a trajetória da humanidade ao longo dos séculos, fazem com que surja a filosofia Espírita, que indaga sobre o que somos, de onde viemos, porque estamos na Terra e para onde vamos após a morte. O problema do ser, do destino e da dor. Esta filosofia procura responder a estas grandes questões da humanidade.

O Espiritismo é progressivo, pois, estando o homem sempre a descobrir coisas novas em relação à Natureza, o Espiritismo a acompanha. Caso a Ciência prove estar o Espiritismo errado em algum ponto, ele se modificará nesse ponto (por provas da Ciência, e não somente conjecturas de cientistas materialistas, sempre sujeitas a revisões, que fique bem claro. A própria Ciência, de tempos em tempos, revê seus paradigmas).

Estudos atuais sérios, rigorosos, sobre a sobrevivência da alma após a morte, bem como sobre outros postulados espíritas (por exemplo, a reencarnação),  são muito bem-vindos ao Espiritismo, pois o próprio Allan Kardec empreendeu grandes esforços para realizar essa demonstração, deixando o espaço aberto para novas evidências e informações a esse respeito.

Sigamos a recomendação do Espírito de Verdade, no Capítulo VI de "O Evangelho Segundo o Espiritismo": 

"[...] Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo."

Um comentário:

  1. O homem sem fé é como uma planta a espera de quem venha rega-la, aduba-la, sempre
    esperando pelo outro. Vai ao Centro? Reza lá por mim.

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