domingo, 16 de dezembro de 2012

POR QUE ESQUECEMOS NOSSAS VIDAS PASSADAS? PARTE 2 – A INFÂNCIA

Fonte da imagem: http://alantodoamanhecer.blogspot.com.br/2009/10/vidas-passadas.html


Fábio José Lourenço Bezerra

Dando continuidade a nosso texto anterior “Por Que Esquecemos Nossas Vidas Passadas?”, neste blog, perguntamos: se as crianças são espíritos que já passaram por várias encarnações, e uma vez que, em muitas destas reencarnações, passaram pela vida adulta, então por que não vemos nelas sinais disto?

Vejamos o que consta na pergunta Nº 379 de “O Livro dos Espíritos”: “É tão desenvolvido, quanto o de um adulto, o Espírito que anima o corpo de uma criança?”
Resposta: “Pode até ser mais, se mais progrediu. Apenas a imperfeição dos órgãos infantis o impede de se manifestar. Obra de conformidade com o instrumento de que dispõe.”

Na pergunta seguinte, temos: “Abstraindo do obstáculo que a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre manifestação, o Espírito, numa criancinha, pensa como criança ou como adulto?
Resposta: “Desde que se trate de uma criança, é claro que, não estando ainda nela desenvolvidos, não podem os órgãos da inteligência dar toda a intuição própria de um adulto ao espírito que a anima. Este, pois, tem, efetivamente limitada a inteligência, enquanto a idade lhe não amadurece a razão. A perturbação que o ato da encarnação produz no Espírito não cessa de súbito, por ocasião do nascimento. Só gradativamente se dissipa, com o desenvolvimento dos órgãos.”    

Na pergunta Nº 385, temos: “Que é o que motiva a mudança que se opera no caráter do indivíduo em certa idade, especialmente ao sair da adolescência? É que o Espírito se modifica?”
Resposta: “É que o Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era.”
“Não conheceis o que a inocência das crianças oculta. Não sabeis o que elas são, nem o que o foram, nem o que serão. Contudo, afeição lhes tendes, as acariciais, como se fossem parcelas de vós mesmos, a tal ponto que se considera o amor que uma mãe consagra a seus filhos como o maior amor que um ser possa votar a outro. Donde nasce o meigo afeto, a terna benevolência que mesmo os estranhos sentem por uma criança? Sabeis? Não. Pois bem! Vou explicá-lo.”
“As crianças são os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes ele todos os aspectos da inocência. Ainda quando se trata de uma criança de maus pendores, cobrem-se-lhe as más ações com a capa da inconsciência. Essa inocência não constitui superioridade real com relação ao que eram antes, não. É a imagem do que deveriam ser e, se não o são, o conseqüente castigo exclusivamente sobre elas recai.”
“Não foi, todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também e sobretudo por seus pais, de cujo amor necessita a fraqueza que as caracteriza. Ora, esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter áspero e intratável, ao passo que, julgando seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados. Desde que, porém, os filhos não mais precisam da proteção e assistência que lhes foram dispensadas durante quinze ou vinte anos, surge-lhes o caráter real e individual em toda a nudez. Conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons; mas, sempre irisados de matizes que a primeira infância manteve ocultos.”
“Como vedes, os processos de Deus são sempre os melhores e, quando se tem o coração puro, facilmente se lhes apreende a explicação.”
“Com efeito, ponderai que nos vossos lares possivelmente nascem crianças cujos Espíritos vêm de mundos onde contraíram hábitos diferentes dos vossos e dizei-me como poderiam estar no vosso meio esses seres, trazendo paixões diversas das que nutris, inclinações, gostos, inteiramente opostos aos vossos; como poderiam enfileirar-se entre vós, senão como Deus o determinou, isto é, passando pelo tamis da infância? Nesta se vêm confundir todas as idéias, todos os caracteres, todas as variedades de seres gerados pela infinidade dos mundos em que medram as criaturas. E vós mesmos, ao morrerdes, vos achareis num estado que é uma espécie de infância, entre novos irmãos. Ao volverdes à existência extraterrena, ignorareis os hábitos, os costumes, as relações que se observam nesse mundo, para vós, novo. Manejareis com dificuldade uma linguagem que não estais acostumado a falar, linguagem mais vivaz do que o é agora o vosso pensamento.”
“A infância ainda tem outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas.”
“Assim, portanto, a infância é não só útil, necessária, indispensável, mas também conseqüência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo.”

Contudo, existem casos em que a criança lembra espontaneamente de sua vida anterior. Muitos pesquisadores, ao redor do mundo, pesquisaram este fenômeno. Entre eles, destacamos o professor de psiquiatria Dr. Ian Stevenson e o atual continuador de sua pesquisa, o psiquiatra infantil Dr. Jim B. Tucker,  ambos da  Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos. Destacamos também o médico psiquiatra indiano Dr. H. N. Banerjee. No Brasil, uma pesquisa desta natureza também foi realizada pelo engenheiro Ernani Guimarães Andrade.
Relativamente à pesquisa do Dr. Ian Stevenson, este registrou, ao redor do mundo, em um período de mais de quarenta anos para cá, perto de 2700 casos de crianças que relataram lembranças de vidas anteriores. Algumas se dizem membros da família já falecidos, outros descrevem vidas anteriores como estranhos. Tipicamente, a criança, muito nova (em geral por volta dos seus 2 a 3 anos de idade), começa a falar de uma outra vida persistentemente. Muitas vezes, pede que a levem para encontrar-se com a sua outra família, em outro local. Quando a criança fornece nomes ou detalhes suficientes sobre a outra localidade, a família atual, quase sempre, vai até lá e confirma as informações dadas pela criança, que se mostram corretas. As informações batem, em vários casos com riqueza de detalhes, com a vida de uma pessoa há pouco tempo falecida.
As crianças não só demonstram ter lembranças da vida da personalidade anterior (detalhes a respeito de membros da antiga família, eventos da vida passada ou o modo como morreram), mas também, com muita freqüência, apresentam marcas de nascença semelhantes a ferimentos no corpo da vida anterior, bem como suas emoções, apegos, medos, vícios, gostos e aversões.  A identificação com um determinado país ou sexo também aparecem em alguns casos(Ver os textos Fortes Evidências da Reencarnaçãoe Crianças Que Lembram de Vidas Passadas, neste blog).
Também existem casos nos quais as crianças demonstraram enorme evolução intelectual, muito acima da dos seus pais e parentes, e independentemente da educação que receberam (Ver o texto Um Dia, O Bem Reinará na Terra? - Parte 2, neste blog).


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 KARDEC, Allan O livro dos espíritos: princípios da doutrina espírita. FEB. Versão digital: L.Neilmoris – 2007;

2 _____________. O Evangelho segundo o Espiritismo. FEB. Versão digital: Ery Lopes – 2007.

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