sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

ABRAHAN LINCOLN ENTRAVA EM CONTATO COM OS ESPÍRITOS

Fonte da imagem: http://kurtpensar-gil.blogspot.com.br/2011/09/charutos-lincoln-kennedy-e-espiritismo.html

Fábio José Lourenço Bezerra

Ainda nos dias de hoje, o ex-presidente dos Estados Unidos, Abrahan Lincoln, é muito admirado naquele país. Sendo filho de um carpinteiro, formou-se em advocacia e conseguiu a presidência. Contudo, isso se deu em um momento conturbado, quando a guerra dividia o país em dois. Apesar das circunstâncias, corajosamente, decretou o fim da escravidão no ano de 1863.
No entanto, seus biógrafos omitiram certos fatos da vida desse grande homem, que foram de grande importância não só para a história do Espiritismo, como também para o destino dos Estados Unidos, como veremos a seguir.
O autor Wallace Leal Rodrigues, após uma intensa pesquisa em documentos, livros e jornais, escreveu o livro “Sessões Espíritas na Casa Branca”, que inclui o texto da médium norte-americana Nettie Colburn Maynard, amiga de Lincoln, e declarações de um conhecido do ex-presidente, o coronel do exército Simon P.Kase. Nesse livro, podemos tomar conhecimento das várias sessões mediúnicas realizadas com a presença de Lincoln, algumas na Casa Branca, onde ocorreram fenômenos de efeitos físicos e incorporação de Espíritos (Ver o texto O Que São Médiuns?, neste blog). Por exemplo, houve a levitação de um pesado piano. O ex-presidente, através da mediunidade de Nettie, recebeu diversas comunicações dos Espíritos, que o aconselharam sobre táticas de guerra e, inclusive, a decretar o fim da escravidão.
Abaixo, transcrevemos parte do texto do site O Mensageiro – Revista Espírita-Cristã do Terceiro Milênio, bastante esclarecedor:

“Abraham Lincoln (1809-1865) foi o décimo-sexto presidente dos Estados Unidos. Foi casado com Mary Todd Lincoln, desencarnada em 1882. O casal teve quatro filhos, dois deles morreram antes da morte de Lincoln. Após o seu casamento em 1842, ele passou a freqüentar a Igreja Presbiteriana.
Apesar do abalo que a Guerra Civil norte-americana causou em Abraham, sua maior decepção foi a morte de seu filho Willie Lincoln, em 1862. Alguns relatos dão conta que após a morte de Willie, o estadista se trancou por uma semana em seu escritório e ficou a lamentar a perda do ente querido.O acontecimento serviu para despertar o interesse do Presidente por assuntos espirituais, ele falava constantemente que sentia a presença do filho na casa e no escritório.
Até que Mary Todd conheceu a médium Henrietta “Nettie” Colburn (1841-1892), quando esta visitou Washington no inverno de 1862, à procura de seu irmão que estava interno no Hospital do Exercito Federal.
Ao assistir uma sessão com Nettie, cujo nome de casada era Henrietta Maynard, ela ficou tão impressionada que a convidou para estar com o Presidente no dia seguinte.
Nettie atendeu ao pedido da primeira-dama e se encontrou com Abraham. Depois ela relatou em seu livro autobiográfico a conversa que Lincoln teve com os Espíritos:
Durante mais de uma hora fizeram falar com ele e, pelos amigos, soube mais tarde que a conversa girava sobre coisas que ele parecia entender muito bem, ao passo que eles pouco entendiam, inclusive a parte relacionada com a próxima Proclamação da Emancipação. Foi-lhe ordenado com a maior solenidade e força de expressão que não modificasse os termos da sua proposição e não adiasse a sua transformação em lei até o começo do ano; foi-lhe assegurado que isto seria o coroamento de sua administração e de sua vida; e que, enquanto ele estava sendo aconselhado por fortes elementos para adiar aquela medida, substituindo-a por outras medidas e por uma dilação, não deveria dar atenção a tais conselhos, mas firmar-se nas suas convicções e destemerosamente realizar o trabalho e cumprir a missão para a qual tinha sido elevado pela Providência. Os presentes declararam que esqueceram a presença da jovem tímida, em face da majestade de sua advertência, a força e o poder de sua linguagem e a importância da sua mensagem, que dava a impressão de que uma poderosa força espiritual masculina falava sob um comando divino.
Jamais esquecerei a cena em meu redor, quando recuperei a consciência. Achava-me de pé em frente a Mr. Lincoln, o qual se achava afundado em sua cadeira, com os braços cruzados sobre o peito, olhando-me intensamente. Recuei, naturalmente confusa com a situação – sem me lembrar de momento onde me achava; relanceei o olhar sobre o grupo no qual reinava absoluto silêncio. Durante um momento procurei recordar-me das coisas.
Um cavalheiro presente disse então, em voz baixa: - O Senhor Presidente notou algo de peculiar na maneira da mensagem? Mr. Lincoln levantou-se, como que abalado. Pousou o olhar sobre o retrato de corpo inteiro de Daniel Webster, acima do piano, e com muita ênfase, respondeu: - Sim, e é muito singular, muito!
Mr. Somes disse: - Senhor Presidente, seria impróprio que eu perguntasse se houve qualquer pressão sobre V.EX. no sentido de adiar a aplicação da Proclamação? Ao que o Presidente respondeu: - Nestas circunstâncias a pergunta tem toda propriedade, pois somos todos amigos. E, sorrindo para o grupo, acrescentou: - Essa pressão abala-me os nervos e as forças. A essa altura os cavalheiros o rodearam falando em voz baixa, sendo Mr. Lincoln o que menos falava. Por fim ele virou-se para mim e, pondo a mão sobre minha cabeça, pronunciou as seguintes palavras que jamais esquecerei: - Minha filha, você possui um dom singular, e não tenho dúvidas que vem de Deus. Agradeço-lhe por ter vindo aqui esta noite. Isto é mais importante, talvez, do que a gente imagina. Devo deixar vocês todos agora, mas espero vê-la novamente. Sacudiu bondosamente a mão, curvou-se ante o resto do grupo e se foi. Ficamos ainda uma hora, a conversar com Mrs. Lincoln e seus amigos e então voltei a Georgetown. Essa foi minha primeira entrevista com Abraham Lincoln e a sua lembrança me ficou tão viva como na noite em que ela se deu.
Pela descrição de Nettie a mensagem alterou os rumos de parte da história dos Estados Unidos, pois propiciou a Proclamação da Emancipação sem as alterações que queriam alguns assessores de Lincoln e outros políticos, e que se fosse mudada tornar-se-ia menos liberal. A referida Proclamação estendeu aos estados do sul dos Estados Unidos a libertação dos escravos. Arthur Conan Doyle tratando do assunto, registraria: - Entretanto, em vão procurará o leitor qualquer referência nos livros de história da grande luta e da vida do Presidente a esse episódio vital. Tudo isto devido ao incorreto tratamento tanto tempo suportado pelo Espiritismo.”
            Em uma sessão na elegante casa de Belle Miller, no bairro de Georgetown, Lincoln, com a presença do coronel Kase, que o conheceu naquele momento, juntamente com várias testemunhas, viu um piano levitar. Belle começou a tocar o piano e a cauda do mesmo ergueu-se e passou a acompanhar o compasso da música, através de pancadas no chão. Então, o Juiz Wattels, dois soldados do presidente e o coronel Kase sentaram-se em várias partes do piano. Apesar do peso, o piano ergueu-se, chegando a quatro polegadas do chão. Então começou a movimentar-se ao ritmo da valsa.
Dois dias depois, o presidente foi a uma nova sessão em Georgetown, só que, dessa vez, ele mesmo subiu no piano, seguido pelo coronel Kase e mais duas pessoas. Estes fatos foram publicados em vários jornais da cidade, só que, em alguns deles, eram referidos com sarcasmo e em tom de brincadeira, apesar de os mesmos terem sido presenciados pelo próprio presidente. O Sr. Somes, pertencente à alta sociedade, que também subiu no piano, perturbado ante os acontecimentos, disse à Lincoln: “Quando eu contar aos meus conhecidos, sr.presidente, o que observei esta noite, eles repetirão aquele olhar desaprovativo que tão bem conhecemos e pontificarão com toda a sua sabedoria: Tu estavas sugestionado e, assim sendo, não viste o que julgavas ver!”.
Interessante episódio foi relatado pelo seu advogado e amigo, o Sr.Ward Hill Lamon, que testemunhou e anotou o diálogo que Lincoln teve com sua esposa, na Casa Branca. Neste diálogo, mencionou um sonho que o deixou impressionado, até mesmo obcecado. Disse Lincoln: “Há uns dez dias recolhi-me muito tarde. Pouco tempo depois de estar deitado caí em sonolência, pois estava fatigado e, em breve, comecei a sonhar. Parecia haver, a minha volta, um silêncio de morte. Subitamente ouvi soluços convulsivos, como se muitas pessoas estivessem chorando. Julguei ter deixado a cama e que vagueava pelo andar inferior. Aí o silêncio foi quebrado por doloridos soluços, embora as pessoas que assim se lamentavam estivessem invisíveis. Andei de sala em sala. Não havia, à vista, qualquer pessoa viva, mas, por onde quer que passasse, esperavam-me os mesmos lamentos de dor. Todos os móveis me eram familiares. Onde estavam, contudo, aquelas pessoas que assim se lamentavam como seus corações estivessem dilacerados? Sentia-me, em verdade, confuso e alarmado. Que significaria tudo aquilo? Decidido a descobrir a causa do mistério continuei deambulando até a Sala Oriental. Entrei. Ali, me esperava uma surpresa macabra. Diante de mim erguia-se um catafalco, no qual repousava um cadáver envolto em vestes fúnebres. Em volta perfilavam-se soldados, fazendo guarda, e uma enorme multidão. Alguns contemplavam lamentosamente o corpo cuja face estava coberta. Outros soluçavam piedosamente.
- Quem morreu na Casa Branca? – perguntei a um dos soldados.
- O presidente! – Foi a resposta – Ele foi assassinado.
- Da multidão veio, então, uma explosão ruidosa de dor, que me despertou do sonho. Não dormi mais naquela noite e, se bem que se trate de um sonho, desde então encontro-me estranhamente indisposto.
Alguns dias depois, baleado em um teatro, Lincoln foi velado com os soldados à sua volta, na Sala Oriental, assim como no sonho.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 MAYNARD,Nettie Colburn; RODRIGUES,Wallace Leal. Sessões Espíritas na Casa Branca.São Paulo:Casa editora O Clarim [1981];

2 LIMA, Ronie. A vida além da vida. Rio de Janeiro: Ed.Mauad X [2005].

ENDEREÇO ELETRÔNICO:

http://www.omensageiro.com.br/personalidades/personalidade-104.htm









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